Por Magno Pereira*
Eu, Professor Magno Pereira, como defensor da integridade e da tradição da língua portuguesa, venho expressar meu veemente repúdio à tentativa de impor a chamada “linguagem neutra “em nossa sociedade. A língua portuguesa, rica em sua história, cultura e estrutura gramatical, não pode ser arbitrariamente alterada para atender a modismos ideológicos que desconsideram sua essência e identidade.
A língua é um patrimônio cultural, um veículo de comunicação que nos une e nos permite transmitir ideias, valores e conhecimentos de geração em geração. Alterar as regras gramaticais da nossa língua, como a flexão do gênero, não é uma questão trivial. A tentativa de introduzir pronomes neutros e outras mudanças artificiais, desrespeita a lógica interna da nossa língua e gera confusão na comunicação.
A inclusão e o respeito à diversidade, são valores fundamentais. No entanto, esses valores não podem ser alcançados à custa da destruição da língua portuguesa, pois existem maneiras mais eficazes de promover a inclusão, sem desfigurar nosso idioma.
Este manifesto é um apelo à razão e ao bom senso, visto que devemos proteger nossa língua contra alterações que, longe de promoverem inclusão, apenas criam divisões e dificultam a comunicação. A língua é portuguesa é uma herança preciosa, e cabe a nós, educadores e cidadãos, defendê-la contra qualquer tentativa de mutilação.
* José Magno Pereira é natural de Peri Mirim/MA, professor de língua portuguesa, concursado nos municípios de Peri Mirim e Palmeirândia. Licenciatura em Letras e Pós graduação em Docência da Ensino Superior. Professor Magno Pereira (Defensor da Língua Portuguesa).
Comentários:
Lembrei agora do poema “Vício da fala” do Oswald de Andrade, que alude essa discussão do erudito versus o popular, o que, aliás, não deixa também de ser a oposição do Modernismo contra o Parnasianismo. O verso final bate o martelo sobre a discussão em seu ponto de vista:
“Para dizer telhado dizem teiado e vão fazendo telhados”
No meu entender, ele compreende que no final todos se entendem, independente do uso ou não da norma culta. Posso também citar o filósofo francês Giles Deleuze, que ao fazer a crítica dos conteúdos de filosofia eurocêntricos, alude os textos de Goethe (eruditos) e de Kafka (que por incrível que pareça, é uma leitura para o povão, pelo menos para época em que foi escrita). Enfim, a discussão sobre isso é antiga e usando norma culta ou não, continuamos dialogando e está tudo bem. Ainda que possa chocar o uso incorreto da nossa língua, ninguém falou em substituir a norma culta como padrão para a comunicação corriqueira ou até mesmo em concursos. Agora quando ouço falar em linguagem neutra, meu sentimento é diferente, porque não enxergo nela uma necessidade, mas uma vontade de demarcar algo. A alegação é que a língua é um instrumento de opressão, de exclusão, que privilegia o pátrio poder e que exclui o diferente. Não sou linguista, mas entendo que pronome indefinido “todos” consegue, com perfeição, incluir todos, todas e até aqueles que querem ser chamados de todes.
Thomaz Ribeiro.