José Ribamar Pires Collins* foi um brasileiro, pensador e produtor rural de índole e por opção. Foi um dos primeiros a defender o conceito de Desenvolvimento Sustentável na agricultura e pecuária. Nasceu em 08 de fevereiro de 1937. Filho de Graciliano da Silva Collins que era vaqueiro e proprietário rural e de Zayde Ferreira Gomes Pires, professora e costureira.
Destacou-se pelo caráter nacionalista e social. Pires Collins como gostava de ser chamado ao falar de suas origens afirma que o homem não é filho de onde ele nasce propriamente, mas de onde ele é reconhecido e se realiza. Partindo dessa linha de raciocínio, embora tendo nascido na Fazenda Santo Antônio, situada no distrito de Mucambo, atualmente pertencente ao município de Santa Rita, sente-se como filho de Paço do Lumiar.
Alfabetizado pela mãe, logo despertou o gosto pela leitura, lendo todos os livros e revistas de sua mãe como por exemplo Vida Doméstica e Seleções. Desde menino já mostrava seu temperamento curioso e atento aos trabalhos de seu pai. Fez o curso primário em Codó, concluindo em 1946. Com 11 anos foi estudar em São Luís, no Colégio Marista onde se identificou muito com autores jovens da época como Paulo Freire, Darcy Ribeiro e Celso Furtado. Se destacava na prática de esportes, em especial no Basquete com participação nos Grêmios Estudantis da época, sendo fundador da UESSMA (União dos Estudantes Secundaristas do Maranhão).
Posteriormente, em virtude do trabalho se transferiu para o Liceu noturno onde concluiu o secundário. Trabalhou como representante de laboratórios farmacêuticos, dentre eles Eduardo Bezerra (Ceará) e Moura Brasil – Orlando Rangel (Rio de Janeiro).
Marcou a sociedade ludovicense quando em setembro de 1955 comprou a Farmácia Conceição localizada no bairro do Anil onde prestava serviço para as regiões que hoje formam os municípios de São Luís, Paço do Lumiar, Raposa e São José de Ribamar. Realizando desde trabalhos como aplicação de soro e injeções até primeiros socorros 24 horas por dia. Aos 26 anos já conferia mais de 250 afilhados.
Sob influência das lideranças estudantis, com 18 anos ingressou na política filiando-se ao (PSP) Partido Social Progressista que posteriormente foi substituído por (ARENA) Aliança Renovadora Nacional onde candidatou-se a Deputado Estadual em companhia de Henrique De La Rocque e Clodomir Teixeira Millet. Destacava em seus discursos a ignorância do caboclo, criticando as queimadas e a miséria que tornava incapaz o desenvolvimento da agricultura e pecuária na região. Sendo eleito Deputado Estadual em 1966 numa votação recorde como o segundo mais votado.
Teve sua trajetória política marcada pela criação da Lei de Terras que, através da Comarco abriu a venda das terras devolutas dando assim origem ao capital do Banco de Desenvolvimento do Estado do Maranhão (BDM). Autor também de Lei de Organização Judiciária que aumentou de 10 para 15 desembargadores no Estado do Maranhão e, consequentemente, gerou o aumento do número de Varas nas Comarcas do interior. Causou enorme espanto entre os parlamentares de sua época quando no final da década de 1970, diante da possibilidade de aposentadoria pela Assembleia, abriu mão do benefício.
Em 1966 fundou sua segunda empresa que se deu por meio da apresentação de um projeto para a Sudene se propondo a implantar uma fazenda onde se desenvolveria a Bubalinocultura (criação de búfalos) e a Rizicultura (plantação de arroz irrigado). Empresa esta que está em pleno funcionamento até os dias atuais.
Pires Collins esteve casado em 2 oportunidades, primeiramente em 1955 aos 18 anos com Maria Benedita de Castro e Costa com quem teve 3 filhos: George Davi, Rachel Eliza e Heloisa Augusta. Posteriormente, já com 55 anos casou-se com Nazaré Bezerra Carvalho, com quem teve Judá Collins.
Ele participou ativamente do Fórum em Defesa da Baixada, onde lutava com a força de um guerreiro e o sonho de um menino pelas causas defendidas pela instituição, como os Diques da Baixada, transporte digno nos ferrys boats, construção de estradas e, principalmente pelo desenvolvimento econômico sustentável da região. Na agremiação, ele ganhou a alcunha de Príncipe Collins, pela sua forma educada e decidida de expor as reinvindicações da nação baixadeira.
Após uma trajetória de sucesso, José Ribamar Pires Collins faleceu em São Luís, no dia 17 de maio de 2020, deixando um legado para as gerações futuras, registrando a sua marca positiva em forma de exemplo que transcende o tempo.
* Biografia escrita por José Ribamar Pires Collins e seu filho Judá Collins.