É TEMPO DE CARNAVAL (ME DÁ UM DINHEIRO, AÍ!)

Por Zé Carlos Gonçalves

Peguei-me lembrando das marchinhas dos carnavais, que muito embalaram minhas memoráveis vesperais.

Que gritante diferença das baboseiras de hoje, perdidas num barulho infernal. Uma gritaria desenfreada, que diz nada, a se perder nos apelos dos “rebolations” e das “tão desrespeitadas bundas”, a despencarem até o chão.

Tenho a impressão de que, talvez, fosse inocente. Mas, era, certamente, em minha maior parte, emoção. Afinal, só muita emoção, para me enebriar com simplicidade, tanta, “ao ‘marmanhar’ a uma mãe uma mamada, ou apenas uma chupeta, pra não chorar”, e, ainda, pular “bêbedo de alegria”.

Ou delirar “na sacra vibe” de um chop, estupidamente gelado, com a mais inocente das ironia, a pretender “raspar as boas e pensantes cabeças femininas”, que “paparam tão feroz e assustadora ‘fera’, o vestibular”. Vestibular, que, hoje, “não dá mais samba”.

Ou me anestesiar com uma faísca, ou com um leite de onça, ou com um Caldezano, ou com um quebra-queixo, a fim de me tornar “a mais viva personagem” dos flashes da realidade reinante, em que não era crime, muito menos cancelamento, “ser o tenente interventor da extraterrestre mulata, a fazer inveja à lua”, que também vinha me espiar, para me livrar da cruel dúvida entre “o voraz alambique, que vertia cachaça; e o manso ribeirão, que produzia água!”.

Quem sabe ser, até mesmo, um fantasmagórico folião, preso à ingenuidade de poder admirar “a boniteza do meu verdadeiro amor, a simples Jardineira”, depois que “dois suspiros ceifaram a vida da Camélia, que, por vil ironia, não sabia ‘trepar’ … no galho, ‘ora sô”! Ou um louco varrido, na mais tênue lucidez, para, “no cúmulo da ingenuidade”, fazer “chantagem barata” por “um dinheiro, aí”, que me pudesse manter sóbrio e não me levasse a “cair … na farra”, outra vez !
Eita, delírios de saudades dos meus carnavais!

É TEMPO DE CARNAVAL! (A MULHER ADIVINHONA)

Por Zé Carlos Gonçalves

Eita, período para ter o que “contar”. Olha aí, dr Nordman Ribeiro, resgato a façanha de um autêntico folião, um bom conterrâneo, “lá pelos idos de 60”, que só queria um pouco de diversão.

Pois bem, reza, nos profanos anais carnavalescos de nossa Pinheiro, que o dito cidadão, que vou nomear de JJ, para evitar qualquer tipo de fuxico, não quis dar ouvido ao pedido de sua esposa, que só queria o seu bem, dele.

JJ havia chegado, cansado, de uma cansativa viagem à Chapada, que durava desde a madrugada. Foi-lhe implorado que não saísse, o que era sua vontade manifesta, e que logo fosse a “um senhor banho”, e jantasse e descansasse. Tal pedido, ‘tão” encarecidamente pedido, não foi aceito. Não teve jeito. JJ “desarreou” seu querido e fiel alazão; banhou, com o maior desvelo; “botou a sua melhor beca”; abusou do Madeira do Oriente; e saiu, se achando. E, ainda, “saiu com esta”:
– Eu vou é dá uma expectada no baile da imoralidade, logo depois venho fazer bochecha e vou imitar morto.
– Rapaz, deixa de doidice e vem jantar. Só escuto que só tem briga nessas festas. Um verdadeiro inferno! Procura descansar. Não é mais como no nosso tempo. Acho que tu tá procurando é apanhar.
Mas, como dizia minha doce avó, “o que não tem remédio, remediado está!” Então … JJ não deu ouvido. Nem ligou. E foi.

Chegando à entrada do clube, “afoito, que só”, foi logo subindo a pequenina escada, que dava acesso ao salão de festa; mas não havia de ter sorte pior. “Foi de encontrão” com a insana briga, que vinha lá de dentro. Sem como fugir, ganhou, olha só, “foi um baita tabefe no pé do ouvido”. Aí, né, tudo acabado!

“Com tudo escuro”, JJ rolou, rolou e chegou, atordoado, e bastante machucado, à dura calçada. Foi “pisoteado” pela turba enfurecida, que fugia amedrontada. “Ninguém ligou pra ele”. “Com muito custo”, voltou a si e voltou para casa. “Com o rabo entre as pernas”, murcho, e com os conselhos da esposa, “a lhe consumirem o juízo”, arrastou-se em total frustração. Afinal, não tivera tempo de “molhar o bico” que dirá, meu Deus, de “peruar” alguma coisa, como bem queria. Muito menos o “baile da imoralidade”! Só lhe restou “entrar mudo e ficar calado!” Como se não tivesse sofrido “nada”, JJ fez a sua bochecha (comeu “sua bóia”) e procurou imitar morto (foi dormir), com os anjos!

Que sábia e “adivinhona” era a sua mulher!

BAIXADA MARANHENSE: Os campus do IFMA de Pinheiro e Santa Helena também oferecerão vagas para cursos de licenciatura para professores da rede pública de educação básica

O Instituto Federal do Maranhão (IFMA) está ofertando 760 vagas em cursos de licenciatura para professores da rede pública de educação básica. A oferta ocorre no âmbito do Plano Nacional de Formação de Professores para a Educação Básica (Parfor), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Há vagas para os cursos de Química (120), Ciências Biológicas (240), Matemática (160), Física (80), Artes Visuais (80) e Educação do Campo com terminalidade Matemática (80). As licenciaturas estão sendo ofertadas por 10 campi do IFMA, em 17 municípios de implantação. Professores de localidades vizinhas também podem se candidatar.

Os cursos serão ministrados nos municípios de Alto Alegre do Pindaré, Araioses, Cândido Mendes, Caxias, Colinas, Governador Archer, Lago da Pedra, Lago do Junco, Morros, Pinheiro, Santa Helena, Santa Luzia do Paruá, São Domingos do Maranhão, São João dos Patos, São Luís – Centro Histórico, Timon e Zé Doca.


Edital CAPES 08/2022 (e alterações)

Quadro de vagas

Plataforma Capes de Educação Básica

Manual de preenchimento do currículo


O processo de seleção envolve duas fases: pré-inscrição e validação da inscrição pela Secretaria Municipal de Educação. Após ler o edital, o interessado pode efetuar a pré-inscrição até dia 7 de fevereiro na plataforma Capes de Educação Básica. Segundo as normas da seleção, a pré-inscrição poderá ser realizada na licenciatura na qual o professor necessitar de formação e de acordo com a disciplina que ministra no município de sua lotação, conforme as informações constantes no currículo cadastrado.

Para participar do Parfor, os professores da rede pública de educação básica devem estar com os currículos cadastrados e atualizados na Plataforma Capes de Educação Básica até dia 7 de fevereiro. O resultado preliminar está previsto para dia 17 de abril, sendo o resultado final dos cursos aprovados divulgado até 12 de maio.

A seleção e a matrícula dos professores devem ocorrer no período de 15 de maio a 30 de junho, pelo IFMA. As aulas presenciais e orientações acadêmicas devem iniciar em agosto de 2023. O funcionamento dos cursos ocorrerá na forma presencial, aos finais de semana e durante o período de férias, com disciplinas intensivas, de acordo com calendário do IFMA em acordo com as Secretarias de Educação.

Em caso de dúvidas, o candidato pode procurar a Secretaria de Educação do seu município ou o campus do IFMA que esteja ofertando o curso. É possível também entrar em contato com a Capes/Parfor através da Central de Atendimento: 0800 61 61 61 – opção 7.

Plantio do Bosque das Mangueiras: um dia histórico

Por Ana Creusa

Em um sábado ensolarado do dia 26/02/2022, o Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM) e seus parceiros procederam ao plantio das primeiras mudas do Bosque das Mangueiras em Matinha. O bosque é uma parceria da comunidade quilombola do povoado Graça, Fórum da Baixada, Prefeitura Municipal e Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).

Uma expedição de São Luís, com uma comitiva de 15 membros do Fórum da Baixada, participou do evento, que contou também com moradores, convidados, estudantes e lideranças políticas. A programação contou com uma entrevista na rádio Maracu, onde o presidente do FDBM, Expedito Moraes, a vice Ana Creusa e o coordenador do projeto, Dr. Gusmão Araújo, explicaram as ações em Matinha.

Os entrevistados forneceram informações sobre o Projeto Bosques da Baixada, que visam conscientizar, na prática, sobre a importância da preservação ambiental, por meio de plantio de bosques com a participação das comunidades envolvidas e órgãos do poder público. Um café da manhã, oferecido pela emissora, e uma recepção pelos forenses como o secretário de Gabinete de Viana, Nélio Júnior; do engenheiro agrônomo Henrique Travassos; e do vice-prefeito de Matinha, Narlon Silva, iniciaram a programação na região.

Expedito Moraes apresentou um breve histórico da iniciativa, enquanto Dr. Gusmão, como responsável técnico pelo projeto, e Ana Creusa, falaram sobre a importância do projeto, vez que possibilita que algumas espécies ameaçadas de extinção, ou que são importantes para os municípios sejam cultivadas nos bosques que serão cuidados pela comunidade.

Em seguida, dirigiram-se à comunidade Graça, onde participaram de uma solenidade de implantação do Bosque das Mangueiras, em Matinha, e foram recepcionados pelos moradores e lideranças políticas e comunitárias. Lá, além dos coordenadores do projeto e do Fórum da Baixada, usaram da palavra a prefeita Linielda de Eldo, o vice-prefeito Narlon Silva; o ambientalista Cesar Brito e lideranças do povoado, que destacaram a criação e a importância do bosque.

Dr. Gusmão Araújo lembrou que o trabalho de cuidados com o Bosque cabe aos moradores, mas que o Fórum da Baixada e demais parceiros estarão sempre prontos para ajudar e acompanhar, inclusive prevendo o plantio de outras mudas.

 

Após isso, os moradores, as lideranças e estudantes plantaram as mudas das mangueiras, após processadas e acompanhadas pela Universidade Estadual do Maranhão. Ao fim da programação, os participantes foram convidados pelo vice-prefeito do município, Narlon Silva, para um almoço em sua casa, no povoado Itans, e um passeio pela comunidade que é exemplo na piscicultura do Maranhão.

O BOSQUE DAS GRAÇAS DE DEUS

Por Expedito Moraes

Saímos do local de embarque exatamente no horário estabelecido, 4 horas da manhã. Nosso destino era o município de MATINHA, mais precisamente, o povoado de GRAÇA. E durante o trajeto a conversa rolou solta pela Van. Falou-se e ouviu-se de tudo. Política, futebol, piadas (destaque para Deuzenir), muito riso, muita alegria, tudo sempre disciplinado, quando o exagero aparecia era acalmado pelo com o apito da competente Secretaria Elinajara.

Antes, porém, teríamos uma parada obrigatória e fundamental na RÁDIO E TV MARACU (uma das mais significativas parceiras da região). O nosso companheiro BENITO, empresário e proprietário da emissora nos honrou com um irrepreensível café da manhã, com um seleto cardápio composto de frutas, sucos, café, chocolate, bolos etc. RANY (como é chamada pelos seus inúmeros ouvintes) esmerou-se no serviço, educada, gentil e caprichosa. GILVAN nos surpreendeu com um excelente conhecimento sobre o Fórum e de suas missões. Entrevistou-nos com a maior deiscências e competência; ARTUR esmerou-se durante todo o evento para registrar com precisão os mínimos detalhes.  Como dizemos na Baixada:  Ficamos sem palavras para agradecer tamanha gentileza e generosidade a essa equipe maravilhosa da MARACU. Para ser mais simples e direto: BENITO e equipe, VALEU, 10.

Na MARACU tivemos a honra da presença dos companheiros forenses: NÉLIO JÚNIOR, HENRIQUE TRAVASSOS e o empresário e vice-prefeito de Matinha, NARLON.

Seguimos para o povoado GRAÇA.

Grande surpresa na chegada. Em primeiro lugar a comunidade toda, como poderia dizer? em FESTA. Todos ali reunidos, alguns com seus produtos à venda, uma feirinha, ZÉ PINHEIRO, cantador de boi de matraca, vendia bananas e cantou uma toada.

 

Na mesa reservada às autoridades foi lastrada de bolos e pães de excelente qualidade produzido na padaria da comunidade. Devemos lembrar que essa comunidade é um quilombo e com alto grau de organização e preservação dos valores tradicionais.

MANOEL (ex-presidente) e DOMINGOS (atual presidente), humildes e perseverantes acreditam num futuro melhor para aquela comunidade.

Não há e nunca houve sucesso sem disciplina, conhecimento, determinação e, sobretudo, humildade, porque são estes componentes que determinam o sucesso de qualquer empreendimento, sociedade ou nação.

Durante a semana a comunidade com o comando e providências de CÉSAR BRITO, HENRIQUE TRAVASSOS, DOMINGOS, MANOEL e voluntários organizaram tudo para que o plantio ocorresse da melhor forma possível.

A PREFEITA, seu esposo ALDO, NARLON e seu FILHO, secretários etc. participaram do Evento. A prefeita LINIELDA disse que o povoado GRAÇA estava em estado de GRAÇA. NARLON anunciou que ITANS será a próxima parceira em um novo projeto de BOSQUE. Um dos desejos da comunidade é implantar um bosque de Jussara em dois hectares. A terra, eles têm.

Depois das autoridades e forenses plantarem suas mudas, com a competente cobertura de TV e RÁDIO MARACU, rumamos para ITANS, mais precisamente para a residência do empresário NARLON, onde sua esposa OLINDINA serviu um suculento e saboroso almoço, cujo cardápio, não poderia ser diferente, à base de peixe, sucos etc.

No final, houve discurso do Presidente do Fórum da Baixada enfatizando a importância do Projeto BOSQUE DA BAIXADA e da existência de políticos realmente comprometidos com as questões da Baixada. SILVEIRA lembrou da importância da união e do sucesso de ITANS que motivou a aceitação e mudança na política de MATINHA. A entrada de NARLON na política e a efetiva participação nas eleições, marcaram um novo grupo político no município. SILVEIRA e CIBALENO, grandes líderes em ITANS, foram fundamentais neste processo.

DO REINO DO FAZ DE CONTA

Por Zé Carlos

Há muito, não escuto uma verdadeira história. História, do reino do faz de conta. Que dirá dormir no meio de uma história do reino do faz de conta!

Na verdade, não encontrei mais alguém com “fome” de histórias do reino do faz de conta. Desconfio, até, com certa certeza, que está “fora de moda” gostar de histórias do reino do faz de conta.

Na ausência da bisavó Rosa e do avô Antônio do Rosário, fiquei órfão das histórias do reino do faz de conta. Talvez, por isso durmo tão pouco. O sono já não vem mais, firme e profundo, nas asas do pombo encantado, nem na argúcia da manhosa tia onça, quem dirá na malandragem do coelho sabido. Também, a situação ficou pior. Afinal, “comeram” os desenhos animados; os que ficaram, ficaram piores. A turma da Mônica cresceu. De verdade, ficou chata. E, como “paparam” as “bancas”, fiquei sem o meu Chico Bento.

Há algum tempo, fui a um evento, em que, de minuto a minuto, era anunciada uma contadora de histórias. Que alegria me invadiu! Cheguei a suar. Tive a certeza de que ali estava a minha salvação. “Até que em fim” – que atentado à gramática – eu iria “matar a minha sede de uma história do reino do faz de conta”. O certo é que fiquei muito mais empolgado do que as muitas crianças, “zumbinizadas”, pela tela do celular.

No entanto, tamanha expectativa escafedeu-se. Só restou decepção. Foi terrível. A contadora de histórias “não coisou”. Enrolou, enrolou-se e nao soube contar histórias do reino do faz de conta. Não soube, não sabe, nem saberá contar história alguma.
A minha frustração cresceu.

Fiz, como bom e obediente aprendiz, o que sempre me dizia a minha “bisa” no fim de cada uma de suas histórias do reino do faz de conta. “Enfiei a viola no saco” e, “de fininho, vazei”, antes que “a dita cuja”, a vil contadora de histórias, “vinhesse” a devorar a minha calma, a minha alma, a minha cama.
Mas, ainda procuro, mesmo que não seja, assim, “novinha em folha”, uma história do reino do faz de conta!

INÍCIO DO INVERNO NA BAIXADA MARANHENSE

TAPETE VERDE NO RIO

Por Expedito Moraes

Amanhece chuviscando grosso. Durante a noite choveu tanto que alagou tudo. Nos campos, o capim ficou debaixo d’água. As águas escorrem pelos córregos até os igarapés, a correnteza é grande e leva tudo que encontra pela frente; animal afogado, galhos de árvores, estercos, troncos secos, derruba barreiras, arrasta tudo e despeja nos lagos e rios, assoreando os seus leitos.

Depois da tempestade, ouve-se o troar das águas despejadas pelos igarapés no rio. Nessa brenha mistura-se uma incômoda sinfonia executada por sapinhos, jias e cururus. Passam a noite nessa festa que só acaba com o raiar do sol. Acordo zonzo. Quase não dormi com toda essa barafunda. Ainda mais que, a embira que amarrava a meaçaba da porta da sala arrebentou com a força da trovoada e invadiu a sala, molhou a minha rede armada de um esteio à grade do meio me obrigando a desarmá-la e procurar outro lugar que não tivesse goteira.

Desço a escada para o terreiro e me deparo com um dos mais belos cenários do Rio Pindaré neste período. Estava coberto de um lindo tapete verde de uma margem a outra. Era início de janeiro.

SEM AMOR DE CARNAVAL!

Por Zé Carlos

Já vem chegando o carnaval. E, as loucuras, também. Há para todos e muitos gostos. O “império”, no entanto , é dos bêbedos, que desfilam altivos e livres de quaisquer perigos, pois “são os protegidos de Deus”, tais como as crianças, os professores e os carecas. Podem crer. É vero! Nessa insana passarela, arriscam-se alguns poucos mascarados, embora estejam “fora de moda”, a “assombrar” ninguém, já que os medos são outros. Alguns outros se trajam de mulher.

O que já não surpreende nem choca mais alguém, uma vez que a prática faz parte do cotidiano e “As Patifas” vêm, para “lavar a alma” de quem há muito queria. Quantos loucos de loló, e de outras coisitas mais, a reafirmarem “as lombras” de todo instante?! E, “no rabo” da última ala, surgem, meio sem graça, “os normais”. Se é que ainda haja alguém assim.

É dessa forma, portanto, que chega o carnaval. A nossa mais sadia e democrática loucura. A dose de coragem de quem é muito corajoso, ou não. A mais pura ilusão, a nos iludir que problemas não nos afetam. Muito pelo contrário, joga-nos confetes, ao preço dos últimos trocados ou do consignado em 06 parcelas, para dar a margem segura de garantir um novo e oportuno “socorro”, para o reveillon.

Assim, chega o carnaval, um pouco sem graça, afinal, “vivi” os salões de Dondona Soares, de Floriano Beckman, de Zé Pedro Amengol, do Casino, do Sindicato. “Vivi” a escola de samba Princesa da Baixada, as festas nas ruas, o samba pulsante e as contagiantes marchinhas.

Assim, chega o esfuziante carnaval e seus amores. Até porque ninguém é de ferro! Vem, pois, quebrando regras, quebrando tabus. Amores em todos os credos, em todas as cores, em todos os tons. Em especial, os desconhecidos e improváveis amores.

Assim, vem o velho carnaval, desconstruindo a sua máxima máxima: o “amor de carnaval não dura mais que três dias”. O que já era uma eternidade, para os dias de hoje, em que a ficada é “a pedida”. Só um flash, instantâneo e vazio, que não eterniza mais nem um amor de Carnaval!
Aí, vem o carnaval …

Academia Perimiriense: Reunião sobre a participação cultural no Festejo de São Sebastião

Ontem, 29/10/2022 às 9:15 na resistência de Raimundo Campêlo ocorreu uma reunião entre representantes da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) e a coordenadora do Festejo de São Sebastião, senhorita Laeny Oliveira,  para definição de participação cultural da ALCAP nos festejos de São Sebastião 2023.

A presidente da Academia, Ana Creusa, fez a apresentação da equipe da ALCAP presente à reunião. Em seguida Laeny Oliveira explanou o desejo de uma participação da Academia com um projeto de resgate histórico na linha de tempo da história da Paróquia São Sebastião e do Padroeiro da cidade.

Lembrando-se que os festejos religiosos ultrapassam a si mesmos como unidades temporais para religar o visível e o invisível, àquilo que está dentro e fora de um tempo, sempre buscando estabelecer laços comunitários e identidade étnica e tradição dentro das mais variadas relações de poder existentes na comunidade. Servem como um momento de confraternização coletiva entre as famílias e a comunidade trazendo ao grupo unidade e os reunindo em torno de um ritual que reflete o modo como o grupo vê o ambiente no qual está inserido bem como seu modo de organizar e traçar as estratégias de permanência do grupo enquanto comunidade.

A ALCAP comprometeu-se a buscar alternativas para montar um local para exposição dos livros dos autores da terra, bem como levantar informações que contribuam para a montagem da linha do tempo da história da Paróquia. Ficando acertado que a Academia fará suas atividades de demonstração no dia 15 de janeiro de 2023.

Em seguida, foram apresentados um pequeno recorte dos projetos da ALCAP: Prêmio Naisa Amorim, Clube de Leitura João Garcia Furtado e do Projeto Solidário João Deus Martins por seus respectivos gestores: Eni Amorim, Tatá Martins e Ana Cléres.

Ficou definido que haverão outras reuniões para as implementações do proposto pela coordenação do Festejo.

Presentes: Ana Creusa Martins, Ana Cléres Santos, Eni Amorim, Nani Sebastiana, Diego Nunes, Tatá Martins, Raimundo Campêlo, Francisco Viegas, Laeny Oliveira, José Maria Martins (convidado).

Após a reunião, o anfitrião Raimundo Campêlo e seu esposa ofereceram um delicioso lanche aos presentes. Todos saíram animados e certos de que a participação nas atividades do festejo de São Sebastião será uma oportunidade de apresentar um trabalho de resgate dos dados históricos e culturais, do qual tem se ocupado a academia desde a sua fundação em 2018.

PERI-MIRIM: Comunidades se preparam para as festividades da Semana da Consciência Negra

No último domingo, dia 23/10/22, a Coordenação do Território Quilombola Pericumã esteve reunida na comunidade Murutim. Novamente tratamos da organização da Programação da Semana da Consciência Negra.

Estiveram presentes as comunidades de Pericumã, Tijuca, Capoeira Grande, Pedrinhas, Rio da Prata e Murutim. Não compareceram e não justificaram a ausência Itaquipé, Malhada dos Pretos e Santa Cruz.

Tivemos a participação da Secretária de Igualdade Racial Geilsa Ferreira e do Secretária de Ação Social Paulo Sérgio. A programação ficou fechada da seguinte maneira:

Sábado, dia 19/11/22

Manhã teremos palestra sobre a saúde de comunidades negras com acadêmicos de Pinheiro. Vamos tentar oferecer alguns serviços como a aferição de pressão arterial e testes para HIV, Sífilis hepatite B e Hepatite C entre outros.

Tarde teremos o Torneio de Futebol Feminino.

Noite teremos uma celebração religiosa voltada para a temática do povo negro.

Domingo, dia 20/11/22

Manhã uma roda de conversa sobre a história do povo negro no Brasil e de forma especial em nosso Território. Nessa Roda de Conversa teremos a participação da ALCAP ( Academia de Letras, Ciências e Arte Perimiriense); da Secretária de Educação e da Amiga Maria que é filha do Murutim e trabalha na UFMA em Pinheiro.

Tarde teremos a rodada do Campeonato Quilombola.

Noite será a parte Cultural com várias apresentações das nossas diversas manifestações (Bandeira do Divino, Tambor de Criola, Bloco Carnavalesco, etc,). No evento, teremos um espaço especial pra D. Lenir de Pericumã apresentar as suas cantigas. Teremos, ainda, um espaço para o reggae se apresentar. Teremos, também, o desfile da Beleza Negra. O encerramento será com um cantor.

A coordenação pede o empenho de todos para que a nossa programação este ano seja bem melhor do que a do ano passado.

Texto Maninho Braga, Presidente da AMQUIPE (Associação dos Moradores do Quilombo Pericumã).