O FÓRUM DA BAIXADA DIVULGA A PROGRAMAÇÃO DA EXPEDIÇÃO ECOTURÍSTICA

O Fórum em Defesa da Baixada Maranhense e o Rádio Maracu AM 630 promoverão no próximo sábado, dia 22 de abril, uma grande atração ecoturística nos Lagos de Viana, Aquiri/Matinha próximo final de semana.
Dezenas de pessoas confirmaram presença no evento, que inclui passeio náutico pelos lagos de Viana e Aquiri, banho no rio Maracu e uma exposição de livros de autores da região pantaneira conhecida como Baixada Maranhense.
A região pantaneira conhecida como Baixada Maranhense é uma área formada por vários lagos, campos naturais, cerrados, babaçuais, lagos, rios e estuários. A fim de divulgar e conhecer a região, o Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM) e a Rádio Maracu AM 630 planejaram uma EXPEDIÇÃO ECOTURÍSTICA para os campos e lagos floridos de Viana, Matinha e Cajari, a qual ocorrerá no período de 21 a 23 de abril, conforme este Roteiro.
O presidente do FDBM, Expedito Moraes, e sua equipe têm trabalhado com muita dedicação na organização do evento destaca-se a participação da secretária geral do Fórum Elinajara Pereira que cuida de todos os detalhes com muita atenção.
Veja a programação abaixo:

PROGRAMAÇÃO:

1º DIA – 21/04/2023 (SEXTA FEIRA)  

SAÍDA DE SÃO LUÍS ÀS 13:00h. DESTINO: MATINHA

19:30 – (NOITE CULTURAL) – JANTAR OFERECIDO PELA PREFEITA LINIELDA NUNES CUNHA;

20:00 – APRESENTAÇÃO DO BOI DE MATRACA DE MATINHA e

22:00 HORAS: RETORNO PARA HOTEL EM VIANA.

2º DIA – 22.04.2023 (SÁBADO):

8:00 – EMBARQUE/CAIS DO PARQUE DILÚ MELO

8:15 – SAÍDA;

8:25 – CAFÉ SERVIDO NO MEIO DO LAGO (LANCHA EM VELOCIDADE MODERADA);

8:45 – VISITA À ILHA DE SACOÃ;

9:00 – VISITA AO MORRO DO MOCOROCA;

9:30 – ENTRADA NO RIO MARACU COM DESTINO À CIDADE DE CAJARI;

10:30 – CHEGADA AO MAIS BELO CAIS DA BAIXADA, CAJARI, ONDE NASCEU O COMPOSITOR E CANTOR JOSIAS SOBRINHO

10:35 – DESEMBARQUE (TEMPO LIVRE DE 1 HORA);

11:35 – EMBARQUE: DESTINO AO PARQUE DILU MELO;

13:00 – ALMOÇO TÍPICO: GASTRONOMIA BAIXADEIRA;

14:30 – EMBARQUE: DESTINO LAGO E AQUIRI SANTANINHA;

14:45 – PASSAGEM PELO POVOADAO IBACAZINHO/E IGARAPÉ DO ENGENHO OU RIO MARACU[3]

15:15 – BANHO NAS ÁGUAS LÍMPIDAS E TRANSPARENTES DE SANTANINHA:

16:45 – RETORNO A VIANA e

20:00 – JANTAR COM CONTO DE CAUSOS, POESIAS, “MENTIRAS” E CANTOS REGIONAIS, ETC.

 

3º DIA – 23.04.2023 (DOMINGO)

08:00 HORAS – CAFÉ DA MANHÃ NA RESIDÊNCIA DO SR. PREFEITO CARRINHO CIDREIRA.

10:00 HORAS RETORNO A SÃO LUÍS.

O presidente da AMCLAM, escritor Cel. Carlos Furtado, participou da palestra “Gonçalves Dias, poesia e nacionalidade”

O presidente da AMCLAM, escritor Cel. Carlos Furtado, participou da palestra “Gonçalves Dias, poesia e nacionalidade” ministrada pela acadêmica do IHGM Elimar Figueiredo de Almeida, ocupante da cadeira n° 20 — patroneada por Gonçalves Dias, ocorrida nesta tarde/noite de hoje, na sede da Academia Maranhense de Letras, como parte das comemorações do Bicentenário de Gonçalves Dias.
Uma palestra primorosa, concatenada e rica de informações, vez que palestrante, estudante em sua adolescência do Colégio Liceu Maranhense, tendo sido aluna do Professor Mata Roma, o qual, exigia dos seus alunos, o conhecimento e a recitação de poemas do maior poeta do romantismo brasileiro.
Antes, a Acadêmica Ana Luiza Ferro, declamou “Ainda uma vez mais — Adeus” de autoria do poeta, arrancando aplausos da plateia presentes, composta de poetas, acadêmicos e escritores.

HISTÓRIA DO HINO NACIONAL

Por Wybson Carvalho*

Hoje (13 de abril) é dia do Hino Nacional Brasileiro e, através do qual, nós, maranhenses, e, particularmente, caxienses, estamos eternizados numa das suas estrofes com dois versos extraídos da Canção do Exílio – escrita por Gonçalves Dias – …: Nossos têm mais vida / Nossa vida “em teu seio” mais amores.

História do Hino Nacional

O Hino Nacional do Brasil, na forma como conhecemos, só passou a existir oficialmente a partir de 1909, e sua oficialização enquanto tal deu-se somente em 1922, por ocasião do centenário da independência do Brasil. Esse importante símbolo, no entanto, começou a nascer em 1831, ainda no século XIX.

Em 7 de abril de 1831, d. Pedro I abdicou do trono brasileiro, e, como forma de celebrar esse acontecimento, o compositor Francisco Manuel da Silva decidiu criar uma canção que ficou conhecida como “Hino ao 7 de abril”. A composição de Francisco Manuel foi acompanhada de duas letras diferentes ao longo do período imperial.

A primeira letra é de 1831 e foi criada por Ovídio Saraiva de Carvalho, um juiz que a escreveu com base em um sentimento antilusitano. A segunda letra é de 1841, de autor desconhecido, e passou a ser utilizada em homenagem à coroação de d. Pedro II. Essa última só era cantada por artistas profissionais que dominassem técnicas de canto e só era executada em teatros.

Hino Nacional na República
Em 15 de novembro de 1889, aconteceu no Brasil a Proclamação da República, evento que colocou fim na monarquia brasileira. Esse evento, tido pelos historiadores como um golpe, deu início a profundas transformações em nosso país. Os símbolos nacionais, naturalmente, sofreram modificações porque o novo governo desejava apagar as referências existentes ao antigo regime.

Prédios públicos tiveram seus nomes alterados, assim como ruas; a Bandeira Nacional foi modificada, mantendo o seu esqueleto original, mas com a ausência do símbolo monarquista nela. No caso do Hino Nacional, decidiu-se por realizar um concurso para escolher a melodia que acompanharia os versos do poeta Medeiros e Albuquerque.

O concurso recebeu 29 composições, com um vencedor que seria divulgado em janeiro de 1890. Entretanto, iniciou-se uma campanha encabeçada por alguns intelectuais para impedir que o concurso elegesse o novo hino. Um dos representantes dessa oposição foi Oscar Guanabarino, que argumentou que o hino existente era tradicional e havia liderado o país em glórias expressivas, como as vitórias militares na Guerra do Paraguai.

Deodoro da Fonseca, presidente do governo provisório, foi convencido, e a composição criada por Francisco Manuel da Silva foi mantida como a melodia do nosso Hino Nacional. O resultado do concurso fez com que a melodia de Leopoldo Miguez fosse a vencedora, e, por meio do Decreto nº 171, de 20 de janeiro de 1890, foi determinado que a composição de Miguez se tornaria o Hino da Proclamação da República. Esse decreto também oficializou a manutenção da composição de Francisco Manuel da Silva.

Quem escreveu o Hino Nacional?
Assim, no período republicano, o Hino Nacional manteve-se apenas como uma composição instrumental, pois não possuía letra. A partir de 1906, o maestro Alberto Nepomuceno passou a envolver-se com a elaboração de uma letra para o hino.

Em 1909, ele mobilizou seu amigo, o poeta Joaquim Osório Duque-Estrada, para escrevê-la. Como resultado disso, sua letra, produzida ainda naquele ano, popularizou-se, mas não foi oficializada pelo governo brasileiro. Ainda assim, o governo decidiu pagar cinco contos de réis ao poeta como recompensa.

Foi durante o governo de Epitácio Pessoa (1919-1922) que a letra do Hino Nacional, escrita por Joaquim Osório Duque-Estrada.

O centenário da independência criou as condições políticas para que a letra de Osório Duque-Estrada fosse oficializada como parte do Hino Nacional, pois não havia tempo para um novo concurso.

Assim foi emitido o Decreto nº 15.671, em 6 de setembro de 1822. Por meio dele, o governo de Epitácio Pessoa comprou definitivamente a letra, pagando mais cinco contos de réis para Osório Duque-Estrada, e tornou-a oficialmente parte do Hino Nacional do Brasil.

Dia do Hino Nacional
O Hino Nacional brasileiro tem uma data comemorativa celebrada anualmente. Trata-se do dia 13 de abril, sendo a escolha dele uma referência ao fato de que a melodia de Francisco Manuel da Silva foi tocada pela primeira vez em 13 de abril de 1831. Isso aconteceu no Teatro São Pedro de Alcântara, no Rio de Janeiro.

Letra: Hino Nacional

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heroico o brado retumbante,
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó Liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido,
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada
Entre outras mil
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo
És mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores,
“Nossos bosques têm mais vida”,
“Nossa vida” no teu seio “mais amores”.

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
— Paz no futuro e glória no passado.

Mas se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada
Entre outras mil
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo
És mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

* Wybson José Pereira Carvalho é membro fundador da Academia Caxiense de Letras, foi radialista, jornalista. Atualmente é escritor, poeta e funcionário público. Participou de duas antologias nacionais e de grandes saraus na capital São Luís. Gosta de escrever gêneros literários, contos e poesias.

A “SOFRÊNCIA” DOS BAIXADEIROS

Por Graça Leite*

A história dos transportes para a Baixada Maranhense sempre foi um drama para os habitantes daquela região.

Ainda conservo no olfato o cheiro horrível de vômito misturado ao odor das amêndoas do coco babaçu, quando em barcos a vela, atravessávamos a baía de São Marcos.

Depois vieram os barcos a motor diminuindo o tempo da travessia, aumentando o medo e os banzeiros na fúria do mar. Sta Rita de Cássia foi uma tentativa de introduzir lanchas no percurso, mas a velha lancha de madeira até gemia quando açoitada pelas fortes ondas. Lanchas voadeiras também se aventuravam, mas não suportaram, não deu certo. Era muita maresia no Boqueirão.

Foi na década de 70 que o então governador do, Maranhão Dr. Pedro Neiva de Santana instalou o sistema de ferry boot. O baixadeiro respirou feliz. Parecia um sonho entrar em um carro em São Luís e desembarcar na porta de casa, na cidade de Pinheiro.

Logo no início o transporte era precário. Viajava obedecendo ao fluxo das marés; embarcações pequenas, sem acomodação para passageiros, mas, como o nosso  tirocínio nessa área era de “sofrência”, achávamos maravilhoso passar as noites no Porto do Itaúna, matando muriçocas e maruins, aguardando o horário da travessia.

Aos poucos a empresa concessionária da linha foi-se ajustando, embarcações maiores e mais confortáveis foram adquiridas e chegamos a ter 12 viagens diariamente entre idas e vindas. Sempre havia um ferry-boat cruzando com outro na baía de S. Marcos. Desconheço os acordos entre as empresas Trans-ferry e Continental com o Governo do Estado. Sei somente que ambas as empresas estão sucateadas e entraram em colapso assim como as viagens também. São filas intermináveis de carros e caminhões, ambulâncias, motos, nos dois portos: Ponta da Espera, aqui no Itaqui e Cujupe, no município de Alcântara. Doentes agonizam em ambulâncias; caminhões carregados de alimentos perecíveis apodrecem nas filas que chegam a durar 48 horas. São empresários que deixam de cumprir com seus compromissos, dando  prejuízos para a já enfraquecida economia da região. E pior que tudo: não temos a quem pedir socorro, já que os nossos gestores oficiais não estão nem aí. Alguns deles, só conhecem a baía de São Marcos de cima, quando atravessam em seus confortáveis aviões, não temos representantes legítimos nem na Câmara Estadual, nem Federal, pois os nossos votos são sempre negociados politicamente com ilustres desconhecidos, sem vínculo afetivo com a terra que representam, ignorando os nossos problemas.

Até quando os interesses políticos, a ganância e a irresponsabilidade daqueles que nos dirigem vão prevalecer ante as nossas necessidades?

Até quando o pobre filho da Baixada do Maranhão vai ter que passar por tanto desconforto? Será que mesmo em um ano eleitoral não haja um só político capaz de pedir SOS.pelo nosso ferry_ boat ? Nós baixadeiros somos gente ,merecemos um pouco de respeito.

●      Como diz o nosso caboclo baixadeiro estamos no mato sem cachorro.

ALEART: A LUZ E O ALENTO!

Neste momento de tantas angústias, tantos desajustes, tantas barbáries, surge uma luzinha de esperança e bons fluidos. É que, num contraste abençoado, a nossa ALEART (ACADEMIA DE LETRAS, ARTE e SABERES) ganha a sua sede, onde funcionou, por anos, uma prisão, o 5° Distrito Policial, no Anjo da Guarda.
E algo, mais importante e significativo do que trocar a reclusão por liberdade, não há. Liberdade em todas as suas formas. De pensar. De querer. De escolher. De dizer. De agir. De construir. De ser.
E, com esse norte, somos sabedores de que, mais do que ter a sede própria, somos produtivos; e a disseminação de cultura é o que nos move. Do teatro à poesia. Da crônica ao curso profissionalizante. Do empreendedorismo ao produzir. Do livro à música. Do desejar ao saber.
Se, como mestres da cultura popular, agitadores culturais, cordelistas, cantores, atores, intelectuais, professores, artesãos, jornalistas, homens e mulheres produtivos (…), estamos de parabéns; de parabéns, está, especial e soberbamente, a área Itaqui Bacanga, um celeiro cultural inesgotável!
Resta-nos, portanto, com as divinas bênçãos, caminhar, com responsabilidade, as trilhas dos saberes, que nos conduzirão, com sapiência e equilíbrio, à realização de nossos projetos, de nossos eventos e à (in)formação de nosso próximo.
Salve a ALEART!
Que Deus nos ilumine e nos abençoe!

A Engenharia e os Engenheiros têm suas datas comemorativas

O dia 10 de abril comemora-se no Brasil o dia da engenharia. A engenharia, segundo o dicionário Michaellis, é a “arte de aplicar os conhecimentos científicos à invenção, aperfeiçoamento ou utilização da técnica industrial em todas as suas determinações”.

Essa data foi definida em homenagem ao Tenente Coronel João Carlos de Villagran Cabrita, que morreu em 10 de abril de 1866, quando se encontrava à frente do 1º Batalhão de Engenharia, na Guerra da Tríplice Aliança, sendo honrado com o título de patrono da engenharia.

A engenharia existe desde a Antiguidade, desde as invenções fundamentais, como a roda, a alavanca e a polia, e atualmente se desdobra em diversas áreas, tais como: Elétrica, Civil, Mecânica, Bioengenharia, Agrônoma, de Produção, de Computação, de Alimentos, Aeronáutica, Química, Metalúrgica, de Materiais, Ambiental, entre outras.

Encontramos a engenharia em todos os setores de nossa vida, por exemplo, nos transportes, nas comunicações, no vestuário, nos alimentos, na medicina, na computação, entre outros.

Os cursos superiores de engenharia geralmente têm duração média de 5 anos, sendo compostos por disciplinas básicas como cálculo, química e física, e disciplinas específicas conforme o ramo escolhido.

O profissional que exerce a engenharia, corretamente diplomado, é chamado engenheiro, e seu dia é comemorado em 11 de dezembro, dia em que, no ano de 1933, foi realizado o decreto nº 23.569 regulamentando o exercício da profissão de engenheiro, arquiteto e agrimensor.

O primeiro curso formal de engenharia no Brasil foi inaugurado em 17 de dezembro de 1792, data de criação da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, no Rio de Janeiro.

Mais de 100 anos depois, em 1917, Edwiges Maria Becker Hom’meil tornou-se a primeira engenheira do país, formada pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro.

Enedina Alves Marques entrou na história como a primeira engenheira brasileira e a primeira mulher negra com a formação em Engenharia Civil, em 1945, pela Universidade Federal do Paraná. A engenheira custeou seus estudos até a graduação, trabalhando como empregada doméstica e babá.

A área da engenharia foi marcada pela presença de uma mulher formada  a muito tempo, mas, isso só ocorreu mais de um século depois que o primeiro curso de engenharia foi criado por Dom João VI em 1810. Com o passar do tempo a presença de mulheres na engenharia foi aumentando e atualmente as graduações contam com um número mais expressivo do público feminino se comparado com outras décadas anteriores.

Fontes: https://construcaocivil.info/; 

Patrono da Educação dos Cegos no Brasil é José Álvares de Azevedo

José Álvares de Azevedo nasceu no dia 8 de abril de 1834,  filho de Manuel Álvares de Azevedo, de uma família abastada do Rio de Janeiro, então capital do Império. Cego de nascença, porém muito assistido pelos pais, que lhe eram totalmente dedicados, o menino desde cedo manifestou uma inteligência acima da média, além de uma curiosidade infindável de conhecer e investigar tudo o que suas mãos pudessem alcançar.

Na busca por dar ao filho as melhores condições de se desenvolver e seguindo os conselhos do  Dr. Maximiliano Antônio de Lemos, velho amigo da família, os pais de José decidiram enviá-lo para estudar na única escola especializada na educação de cegos que havia no mundo naquela época – o Instituto Real dos Jovens Cegos de Paris. O menino frequentou a escola, na condição de interno, dos 10 aos 16 anos de idade, obtendo aproveitamento máximo em todas as disciplinas, de acordo com o relato de João Pinheiro de Carvalho, ex-aluno da escola de Paris e que viria mais tarde a lecionar no Instituto Benjamin Constant.

Além da inteligência, José teve a sorte de estar no lugar e na época certos para adquirir um conhecimento que iria ampliar enormemente os seus horizontes: o sistema de leitura e escrita inventado pelo francês Louis Braille e que estava em fase de experimentação no Instituto de Paris.  Concluído o curso,  o jovem Azevedo adquiriu regressou ao Brasil em 1850 com um ideal: disseminar esse sistema a todos os cegos que conseguisse, com a criação de uma escola semelhante àquela que havia tido o privilégio de frequentar.

Para alcançar o seu objetivo, José passou a fazer palestras em todos os lugares  possíveis, como casas de família e os salões da Corte Imperial.  Escreveu e publicou também artigos sobre a importância do braille para a educação dos cegos brasileiros, até então condenados ao analfabetismo e a uma vida de total isolamento social.  Dava a si mesmo como exemplo de como a inclusão não só era possível como relativamente fácil, desde que fossem dados os meios para educar essas pessoas. Mais do que isso: José Álvares de Azevedo, com apenas 16 anos de idade, passou a trabalhar incansavelmente para ensinar o sistema a outros cegos, tornando-se não só a primeira pessoa cega a atuar como professor, como também o primeiro professor especializado no ensino de cegos no Brasil. E foi como professor que ele teve a oportunidade de  se aproximar da única pessoa com poder suficiente para transformar seu sonho em realidade: o Imperador D. Pedro II.

Entre os seus alunos havia uma moça cega, Adélia Sigaud, filha do Dr. Francisco Xavier Sigaud, médico da Corte Imperial.  Impressionado com o desenvolvimento da filha, Xavier Sigaud – com o auxílio do Barão do Rio Bonito – conseguiu para José uma audiência com o imperador.  Nela, José não só fez uma demonstração de como o braille poderia acabar com o analfabetismo entre os cegos como propôs ao monarca a criação de uma escola especializada dos mesmos moldes do Instituto de Paris. Impressionado e sensibilizado pela apresentação, D. Pedro II decidiu abraçar a causa do professor, dando início ao processo de criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos – hoje, Instituto Benjamin Constant.

Álvares de Azevedo participou intensamente das providências iniciais e decisivas para a fundação da escola, mas não chegou a ver seu sonho ser realizado –  no dia 17 de março de 1854,  seis meses antes da inauguração, o jovem morreu, vítima de tuberculose, aos 20 anos de idade.

Por sua imensa contribuição para a inclusão social da pessoa cega brasileira,  José Álvares de Azevedo recebeu o título de  “Patrono da Educação dos Cegos no Brasil” e o dia do seu nascimento, 8 de abril, foi declarado oficialmente Dia Nacional do Braille.

(Fonte: LEMOS, Edison Ribeiro. José Álvares de Azevedo: Patrono da Educação dos Cegos no Brasil. Revista Benjamin Constant. Rio de Janeiro, Instituto Benjamin Constant, nº 24, abril de 2003) e https://www.gov.br/ibc/

TODO DIA É DIA DA POESIA

Por Zé Carlos Gonçalves

Se eu fosse um poeta …

não haveria hora
nem tempo teria,

rimas perfeitas faria:

luz com guia
José com Maria
vida com alegria
amor com magia
querer com sabedoria
solidariedade com empatia!

aí, o mais belo jardim
se criaria
e
cresceria
e
se fortaleceria

e

linda e bela,
a minha jornada seria:

a fome não doeria
a raiva não vingaria
a dor não maltrataria
o capricho não agiria
o sofrer não acordaria
o estresse não gritaria
a desilusão não viveria
o medo não se firmaria
a inveja não despertaria
o tédio não se insinuaria
a preocupação não falaria
o choro não se derramaria
a angústia não mortificaria
a tristeza não se perpetuaria!

de tão feliz não dormiria!

o amar tornar-se-ia
a absoluta e única mania
e
eu, de todo amor,
me vestiria!

Ah, se eu fosse um poeta,
quão bem a poesia
eu faria:
todo dia …!

Foto: Pôr do Sol na Fazenda Nazaré em Matinha/MA.

FESTEJO DE SÃO SEBASTIÃO, UMA HISTÓRIA DE FÉ

Por Pe. Márcio Hélio*

A cada começo de ano o coração do povo de Peri-Mirim bate mais forte por que é tempo de feste­jar, louvar a Deus, rever a família, os amigos, e, o festejo de São Sebastião proporciona tudo isso.

Pe. Márcio Hélio Cardoso Silva

Ofício Eclesiástico: Vigário Paroquial de São Benedito e Diretor do Colégio Pinheirense

 

TOADA PERIGOSA

Por Gracilene Pinto

Sobre a questão de toadas na Baixada Maranhense, tem uma história, com H mesmo, de dois homens de um município vizinho que fizeram uma viagem à Viana. Chamavam-se Benedito e Nicolau (os nomes são fictícios para preservar a identidade dos protagonistas).

Lá, Benedito “tomou gosto com uma viúva”. Ela contou para seus irmãos, que a orientaram a marcar um encontro depois das 22 horas em sua residência com o saliente. A mulher marcou o encontro e os irmãos ficaram de tocaia dentro da casa esperando o sujeito, que chegou acompanhado do parceiro.

Logo, a dupla estava amarrada igual a porcos para o abate. Sobre a mesa havia, de um lado uma faca e um revólver destinados ao Benedito, por ser o autor do insulto. Do outro lado, um prato de pimenta malagueta e uma garrafa de azeite de carrapato, à espera de Nicolau. Os dois teriam que escolher a sentença que mais lhes conviria. Benedito, optou pela faca. Deixaria um importante pedaço em Viana, mas preservaria a vida. Curau, preferiu o azeite de carrapato à pimenta malagueta, pois, além de não arder ainda faria uma limpeza intestinal. Terminado o serviço os vianenses soltaram a dupla, que caiu no mundo, voada.

Seguiram a longa estrada de volta pra casa, Benedito se esvaindo em sangue e Nicolau em merda. Benedito, quase não resistiu, mas como não era ainda sua hora, não morreu. Nicolau, intestino limpo, a saúde melhorou. Os dois até engordaram, depois do evento. Os cantadores de boi tiveram novo assunto para inspira-los, e no São João matracas e pandeirões apanharam na homenagem aos dois “heróis”:

“Eu não vou mais em Viana
Que é lugar de gente mau,
Caparam Benedito
E deram azeite a Nicolau”.

(Imagem Lago de Viana – Maranhão em clic de Richard Leite).