Lançamento do livro da presidente da Academia de Peri-Mirim será no dia do aniversário do município

A Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) e demais parceiros convidam os perimirienses e amigos para o evento de  lançamento do livro de Eni Amorim, RETALHOS DE UMA HISTÓRIA, que acontecerá no 103º aniversário do município – 31 de março de 2022 -, a partir das 19:30h, no Colégio Carneiro de Freitas, na sede do município de Peri-Mirim.

Trata-se de uma coletânea de momentos históricos vividos especialmente no Povoado de Santana, terra dos ancestrais da autora. A obra são pedacinhos coloridos da vida e dos momentos que se passaram na trajetória de Maria Isabel Martins Nunes, sua bisavó. Uma mulher de fibra que teve a ousadia de tecer sua história embasada no trabalho, na solidariedade e na fé.

O livro aborda detalhes da história de Peri-Mirim, ambientada em várias épocas, discorre sobre o protagonismo dos padres da missão de Sherbrook do Canadá, principalmente do padre Gérard Gagnon que trabalhou na promoção da pessoa humana e no desenvolvimento do lugar. A obra é um primor. Vale à pena ler.

O lançamento do livro contará com a parceria do Fórum em Defesa da Baixada; da Prefeitura de Peri-Mirim, por meio das secretarias da Cultura, Educação e Agricultura; da Nossa Clínica e Cida Cosméticos. A ALCAP oferecerá um coquetel e, para coroar o evento, a atração musical ficará por conta da bela voz de Frank Wdson, secretário de Cultura.

Fonte: Site O Resgate

PERI-MIRIM: Território Quilombola Pericumã realiza reunião

Reunião da Coordenação do Território Quilombola Pericumã realizada no dia 12 de março na Capoeira Grande.

O objetivo da reunião foi avaliar as nossas atividades e revisar a nossa estrutura de organização.

Nós tivemos duas atividades marcantes no nosso curto tempo de organização que foram a Festa de 20 de novembro no Dia da Consciência Negra e o I Campeonato das Comunidades Quilombolas.

Dia da Consciência Negra – 20 de Novembro

Teve a seguinte programação:

1 – Palestra sobre a historia do povo negro no Brasil proferido pela Professora Conceição,

2 – Palestra sobre saúde proferida por estudantes de enfermagem de Pinheiro,

3 – atividades culturais (Bandeira do Divino da Tijuca, Tambor de Crioula do Rio da Prata, Bloco Unidos da Cantanhede de Pericumã, Desfile da Beleza Negra e a festa final com um cantor de São Luís).

Como era de se esperar tivemos acertos e falhas. Foi a primeira vez que realizamos a festa. Em geral consideramos uma grande vitória. Foi uma grande festa. Precisamos nos organizar mais pra não cometer os mesmos erros na próxima.

Algumas falhas observadas:

a) O desfile da beleza negra precisava ser melhor explorado. Ficou mais como uma apresentação,

b) Houve um atraso grande no inicio das atividades o que fez com que a palestra dos estudantes de enfermagem fosse concluída as pressas por que as caixeiras já estavam prontas pra se apresentar.

c) O atraso se deu porque o local do evento não ficou pronto com antecedência,

d) A realização de uma missa na parte da manhã na comunidade comprometeu a nossa programação. Inclusive a nossa programação começaria com uma missa. A Missa dos Quilombos. Não foi possível;

e) O envolvimento politico foi muito grande. Precisamos definir melhor a nossa relação com o poder institucional. O vídeo do evento feito pela Secretaria de Cultura diz claramente que o evento foi uma iniciativa da Secretaria de Cultura e da Secretaria de Turismo.

Campeonato de futebol das Comunidades Quilombolas.

Avaliamos, também, este evento que tinha como objetivo inicial a integração entre as comunidades e o aumento da consciência das pessoas que somos parte de um Território Quilombola, que somos todos quilombolas. Concluímos que o evento foi exitoso, que alcançamos os nossos objetivos. Mas, também, houve erros que precisam ser corrigidos. No próximo vamos iniciar bem mais cedo para que seja concluído durante a Semana da Consciência Negra em novembro. Aqui, também, precisamos ajustar melhor a nossa relação com o poder institucional. Alguns pontos que precisam ser corrigidos:

  1. As arbitragens. Seria importante termos um curso com um arbitro profissional. Esse curso seria dirigido para pessoas da comunidade que ficariam encarregados das arbitragens,
  2. Precisamos ver a possibilidade de realizarmos jogos em outras comunidades. Até porque o dia do jogo é um dia de festa na comunidade e que será uma oportunidade das comunidades fazerem um dinheiro. Seja particular, seja pra associação.
  3. As lideranças tem que participar mais do evento. Está mais presentes.
  4. As premiações tem que ser definidas melhor. Ou seja, que do premio seja guardado uma parte pra associação.
  5. Que a abertura seja feita em uma comunidade com uma festa e o encerramento seja feito em outra. Em ambas a decoração tem que marcar que estamos fazendo uma festa quilombola e que tenha, além, de uma radiola de reggae outras manifestações culturais das comunidades.

O campeonato foi muito bom sim. Reconhecemos o intenso empenho dos senhores Junior Pereira e Lajeado. Foram de uma dedicação muito grande. Sem eles o campeonato não teria acontecido. O amigo Sandro, também, teve grande empenho. Muitos ajudaram. O prefeito, o secretario de cultura e esporte e muitos outros. Parabéns a todos nós e muito obrigado.

Marcamos uma próxima reunião para o dia 26/03/22 na comunidade de Pericuma. Essa reunião será uma reunião de programação. Vamos tentar programar as nossas atividades durante o ano de 2022.

Contamos em nossa reunião com a participação do nosso amigo Fabinho que é o atual Secretario de Igualdade Racial de Bequimão. A participação dele foi muito importante.

Estiveram presentes na reunião:

Ana Rosa e Rosa da Capoeira Grande. A diretora da escola da Capoeira Grande, também, esteve presente.

Matias Neto do Rio da Prata.

Grande do Murutim.

Cleudilene e Nubia de Pedrinhas.

Sandro de Pericumã.

Walter da Tijuca.

João do Santa Cruz.

Maninho e Zé Augusto representando a assessoria.

Na reunião fizemos uma revisão da nossa organização. Isto se fez necessário porque algumas pessoas ainda não tinham compreendido direito a organização e estavam fazendo questionamentos.

A historia da organização é a seguinte.

No dia 05/09/2021 em uma reunião no Colégio Vitorino Freire na Tijuca fizemos a eleição da Coordenação do Território. Esta ficou composta por dois membros de cada comunidade. Sendo um titular e um suplente.

Pericumã – Sandro e Batistinha

Murutim – Grande e Riba

Capoeira Grande – Ana Rosa e Walter

Tijuca – Walter e Joca

Malhada dos Pretos – Berrel. Falta indicar o outro membro

Santa Cruz – João. Falta indicar o outro membro

Rio da Prata – Lelico e Zé Carlos

Pedrinhas – Cleudilene ou Nubia e Joquinha

Itaquipé – Zé Domingos. Falta indicar o outro membro

As atribuições da coordenação são:

  1. Coordenar as ações do Território,
  2. Orientar as nossas lutas,
  3. Integrar as comunidades de forma que uma fortaleça a outra.

Nesse mesmo dia foi eleita uma equipe de assessoria da coordenação formada por Maninho Braga, Zé Augusto, Ana Braga e Dr Sinval.

Feito esses esclarecimentos convocamos a companheira Ana Rosa, que é presidente da associação da Capoeira Grande pra fazer os agradecimentos finais e encerrar a reunião.

Confira os locais das audiências de mobilização para eleição do Comitê de Bacia do Rio Turiaçu

Diretoria Provisória do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Turiaçu realiza audiência de mobilização para eleição do Comitê de Bacia do Rio Turiaçu

De 07 a 11 de março acontece audiência pública de mobilização e capacitação para participação da eleição do preenchimento de vagas de membros titulares e suplentes do seguimento poder público, dos usuários e das associações e entidades da sociedade civil legalmente constituída e atuante nas áreas de recursos hídricos para compor o plenário do comitê da bacia hidrográfica do rio Turiaçu nas cidades de Pinheiro, Mirinzal, Santa Helena, Turilândia, Turiaçu, Cândido Mendes, Santa Luzia do Paruá e Nova Olinda do Maranhão.

As Audiências Públicas de Mobilização e Capacitação no Território da Bacia Hidrográfica do Rio Turiaçu tem como objetivo oferecer palestras e capacitação fornecidas pelos Técnicos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais do SEMA (Secretaria de Estado do Meio Ambiente) para os presentes.

A Audiência Pública de Mobilização e Capacitação no Território da Bacia Hidrográfica do Rio Turiaçu contará com a presença da diretoria provisória que é composta pelo presidente – Saulo Pereira Arouche; Vice-Presidente – José Nilson Coelho – CAEMA; Secretária Executiva – Thereza Cristina Pereira Castro – Fonasc.CBH; Auxiliares – Nathalia Cunha Almeida Pinheiro – Associação Maranhense dos Engenheiros Ambientais; e Marlon Ribeiro – OAB Subseção de Pinheiro – Maranhão.

É importante grifar que em 19 de outubro de 2021 foi realizado uma audiência na qual deu-se a posse para diretoria provisória do Comitê de Bacias Hidrográficas do Rio Turiaçu. A diretoria tem como incumbência exclusiva de coordenar a organização e instalação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Turiaçu. Sendo assim, foi dada a largada para resolução dos tramites legais do Comitê.

Os Comitês de Bacias Hidrográficas são uma reunião de pessoas, comissões que tem como objetivo debater sobre um interesse em comum que, no caso, é o uso da água na bacia. Esse debate é importante, pois várias pessoas procuram ter o uso mais justo e coletivo das bacias sem que fiquem nas mãos de poucas pessoas como o único fim de explorar. Por esse motivo a democracia se faz muito presente nos comitês, pois, dessa forma, todos ganham voz e poder de decisão durante a gestão.

Com perímetro de 938,8km e área equivalente a 14.394km², o rio Turiaçu representa a terceira maior bacia do bioma Amazônico, ocupando 12,7% do território, dessa forma, com seu imenso território o comitê entra como um dos mediadores para a preservação desses espaços que muitas vezes são utilizados de forma desiquilibrada.

PROGRAMAÇÃO:

Dia 7 de março

Pinheiro – PHO (manhã) Horário: das 08: 00 às 12:00 horas.

Local: escritório da OAB subseção Pinheiro, Endereço: Rua Luís Domingues, 687 – Centro – CEP: 65200-000 – Pinheiro-MA

 Dia 7 de março

Mirinzal – MZL (tarde) Horário: das 14:00 às 17:00 horas.

Local: Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo de Mirinzal. Endereço: Avenida Pedro Almeida Junior, S/N, Centro.

Dia 8 de março

Santa Helena – SH (manhã) Horário: das 08: 00 às 12:00 horas.

Local: Salão paroquial em frente à praça José Sarney, centro da Cidade.

Dia 8 de março

Turilândia – TRL (tarde) Horário: das 14:00 às 17:00 horas.

Local: Auditório da Camara de vereadores. Endereço: Travessa Santa Rita 1 Bairro Centro ao lado da prefeitura.

Dia 9 de março

Turiaçu TRÇU (manhã) Horário: das 08:00 às 12:00 horas

Local: Secretaria Municipal de meio ambiente, Rua Duque de Caxias, 144, Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Dia 9 de março

Cândido Mendes – CND (tarde) Horário: das 14:00 às 17:00 horas.

Local: auditório da colônia de pescadores.

Dia 10 de março

Santa Luzia do Paruá – SLP (tarde) Horário: das 14:00 às 17:00 horas.

Local: Câmara de vereadores, Av. professor João Moraes de Souza – centro.

Dia 11 de março

Nova Olinda do Maranhão – NOM (Manhã) Horário: das 08:00 às 12:00 horas.

Local: auditório da colônia de pescadores, Rua do Comércio N° 1166.

Ressalta-se que os comitês de bacias foram criados para gerenciar o uso dos recursos hídricos de forma integrada e descentralizada com a participação da sociedade. Antes de sua criação, o gerenciamento da água era feito de forma isolada por municípios e pelo Estado, o que dificultava a gestão dos recursos hídricos. Instituídos pela Lei que estabelece a Política Estadual de Recursos Hídricos, nº 8.149/2004, o Comitê se constituiu como órgão colegiado com a função de emitir pareceres, estabelecer resoluções e tomar decisões. Chamado de “parlamento das águas”, o Comitê é uma evolução da democracia participativa.

 

Plantio do Bosque das Mangueiras, um dia histórico

Por Ana Creusa

No último sábado (26), o Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM) e seus parceiros procederam ao plantio das primeiras mudas do Bosque das Mangueiras em Matinha. O bosque é uma parceria da comunidade quilombola do povoado Graça, Fórum da Baixada, Prefeitura Municipal e Universidade Estadual do Maranhão (Uema).

Uma expedição de São Luís, com uma comitiva de 15 membros do Fórum da Baixada, participou do evento, que contou também com moradores, convidados, estudantes e lideranças políticas. A programação contou com uma entrevista na rádio Maracu, onde o presidente do FDBM, Expedito Moraes, a vice Ana Creusa e o coordenador do projeto, Dr. Gusmão Araújo, explicaram as ações em Matinha.

O filho de Pedro Cabra plantou a mangueira em homenagem a ele e foi muito elogiado por Henrique Travassos.

Ana Creusa plantando a sua muda no Bosque.

Os entrevistados forneceram informações sobre o Projeto Bosques da Baixada, que visam conscientizar, na prática, sobre a importância da preservação ambiental, por meio de plantio de bosques com a participação das comunidades envolvidas e órgãos do poder público. Um café da manhã, oferecido pela emissora, e uma recepção pelos forenses como o secretário de Gabinete de Viana, Nélio Júnior; do engenheiro agrônomo Henrique Travassos; e do vice-prefeito de Matinha, Narlon Silva, iniciaram a programação na região. 

Expedito Moraes apresentou um breve histórico da iniciativa, enquanto Dr. Gusmão, como responsável técnico pelo projeto, e Ana Creusa, falaram sobre a importância do projeto, vez que possibilita que algumas espécies ameaçadas de extinção, ou que são importantes para os municípios sejam cultivadas nos bosques que serão cuidados pela comunidade.

Em seguida, dirigiram-se à comunidade Graça, onde participaram de uma solenidade de implantação do Bosque das Mangueiras, em Matinha, e foram recepcionados pelos moradores e lideranças políticas e comunitárias. Lá, além dos coordenadores do projeto e do Fórum da Baixada, usaram da palavra a prefeita Linielda de Eldo, o vice-prefeito Narlon Silva; o ambientalista Cesar Brito e lideranças do povoado, que destacaram a criação e a importância do bosque.

Dr. Gusmão Araújo lembrou que o trabalho de cuidados com o Bosque cabe aos moradores, mas que o Fórum da Baixada e demais parceiros estarão sempre prontos para ajudar e acompanhar, inclusive prevendo o plantio de outras mudas.

Após isso, os moradores, as lideranças e estudantes plantaram as mudas das mangueiras, após processadas e acompanhadas pela Universidade Estadual do Maranhão. Ao fim da programação, os participantes foram convidados pelo vice-prefeito do município, Narlon Silva, para um almoço em sua casa, no povoado Itans, e um passeio pela comunidade que é exemplo na piscicultura do Maranhão.

JÁ É CARNAVAL!!!

Por Zé Carlos

(…)

… amanhece tão … as notícias do Zé Pereira caducaram e se perderam nos ecos de sentimentos angustiantes e nas parafernálias tecnológicas.

Assim, a cidade repousa no mais profundo silêncio, que a tudo e a todos silencia. A cidade, sonâmbula, pálida e insossa, colhe o sabor da desfolia, que se recolhe e some no dissabor de uma grande e infernal ressaca, de outros e longínquos carnavais.

Mas, é carnaval! Mais um carnaval, a sumir no meio de tanta angústia e temor, a nos mostrar o quanto andamos perdidos.

O tamborim recolhe-se amedrontado. Recolhe-se tímido, em uma mudez gritante, a congelar o barracão, por inteiro.

A cuíca, roufenha, já não chora nem geme. Cala-se, perdida no esquecimento do mais novo enredo.

O surdo sonambula, no canto direito, do outro lado da quadra, sedento do grito do cavaco, que se perdeu em meio de tiros e explosões, de um “puto” e insano verdugo.

O pandeiro, nervoso, ensaia uma roda de samba, porém, hesitante, suspira e desfalece por entre dedos trêmulos.

A porta bandeira desvalsa em uma tristeza tamanha, que a assalta implacável, para despi-la de sua imponência.

O mestre sala perde-se nos rodopios e acrobacias, eternizados apenas em boas e fantásticas lembranças.

As alegorias, disfarçadamente, recolhem-se em traços perfeitos, fincados no teimoso papiro, que parece gargalhar do enredo de uma vida de erros e egoísmo.

O samba atravessou ao pedir clemência ao guerreiro-padroeiro São Jorge!
Já é carnaval!!!
Que venham nossas bênçãos!

PROJETO DE SUCESSO: BOSQUES DA BAIXADA

I – IMPLANTAÇÃO DO PRIMEIRO BOSQUE

O Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM) lançou, em 2018, na gestão de Ana Creusa, a proposta de institucionalizar o projeto “Bosques da Baixada”, sob a coordenação dos professores José Ribamar Gusmão Araújo e Jucivam Ribeiro Lopes da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), ambos filhos de Bequimão. A ideia inicial foi resgatar e valorizar espécies representativas e tradicionais da flora dos municípios da Baixada.

O BOSQUE DOS PARICÁS foi o 1º bosque implantado. O projeto “Paricás em Paricatiua: um sonho possível” ou popularmente denominado “Bosque dos Paricás”, teve as mudas plantadas em 26/01/2019 na comunidade Paricatiua, município de Bequimão. O referido Bosque foi viabilizado partir da iniciativa e trabalho de diversos forenses e sob a inspiração do professor José de Jesus Lemos da Universidade Federal do Ceará (UFC), filho de Paricatiua.

IMAGENS: VIVEIRO DA UEMA – LOCAL DE PRODUÇÃO DAS MUDAS DE PARICÁS

II – LANÇAMENTO DO “BOSQUE DAS MANGUEIRAS” EM MATINHA

No dia 26/08/2018 em Evento do Fórum da Baixada em Matinha, foi lançado o Projeto Bosque das Mangueiras em Matinha, com a presença da Prefeita Linielza. Na oportunidade, o Prof. Gusmão, após apresentar o projeto do Bosque dos Paricás, lançou o desafio para Matinha ao parafrasear Geraldo Vandré “pra não dizer que não falei das Mangas” e reforçou que o “itinerário e modelo dos Paricás poderia ser um bom guia para Matinha e pra toda a Baixada”. A escolha da fruteira mangueira guarda relação com o fato de Matinha ser considerada a capital dessa fruta na Baixada. Neste Bosque serão inseridas mudas de mangas de “tipos/variedades” representativas (tradicionais ou históricas) das várias comunidades do Município.

IMAGEM: EVENTO DO FDBM NA COMUNIDADE PONTA GROSSA/MATINHA (26/08/2018).

III – ESCOLHA DO LOCAL PARA IMPLANTAÇÃO DO BOSQUE

 A partir de articulação local do forense César Brito, os líderes comunitários do Povoado Graça fizeram a doção do terreno.  No espaço escolhido reside uma comunidade quilombola que acolheu o projeto, sendo esta visitada e aprovada pelos forenses em 11 de janeiro de 2019. Na verdade, nessa área que possui 2 (dois) hectares, com vegetação preservada e nascente de águas, viceja a possibilidade de se ampliar a ideia inicial de “Bosque das Mangueiras” para “Parque Ambiental de Matinha”, decisão que cabe ao executivo municipal. Destaca-se que a referida comunidade tem grande diversidade de mangueiras e uma variedade em particular, centenária, denominada “Graça”, foi resgatada para o Bosque.

IMAGENS: VISITA DOS FORENSES À COMUNIDADE GRAÇA/MATINHA (11/01/2019).

IV – COLETA DE RAMOS E PREPARAÇÃO DAS MUDAS PARA O BOSQUE DAS MANGUEIRAS/MATINHA

A primeira fase de produção das mudas consistiu na semeadura dos caroços de manga no viveiro da Fazenda Escola de São Luís – Curso de Agronomia/UEMA, no início de 2020. O objetivo foi formar os “cavalos” (porta-enxertos) sobre os quais seriam enxertadas as variedades de manga de Matinha.

No 16 de outubro de 2020, o Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM) fez uma visita técnica ao município Matinha, para coleta de ramos de mangueiras para enxertia, visando a preparar as mudas para plantio do Bosque das Mangueiras, sob a coordenação técnica do Prof. Gusmão, Engenheiro Agrônomo da UEMA. Na ocasião realizou-se nova visita à comunidade Graça para se confirmar a área de plantio das mudas e comprometer a comunidade com os cuidados do futuro do Bosque.

IMAGEM: VISITA DOS FORENSES A MATINHA PARA COLETA DE RAMOS DE MAGUEIRAS (16/10/2020).

Foram coletados ramos de 7 (sete) variedades de mangueiras de Matinha, assim denominadas: ÁGUA VIVA, CONSTANTINA, TERESINHA, CESAR BRITO, PÊRA, GRAÇA E LOLICO. A mudas permaneceram 15 meses no Viveiro da UEMA e foram retiradas pelo forense Cesar Brito em 07/04/2021. Em razão da pandemia o plantio foi transferido para o início de 2022.

IMAGEM: MUDAS DE MANGUEIRA NO VIVEIRO DA UEMA (ABRIL/2021).

V – QUANTIDADE DE MUDAS PARA FORMAR O BOSQUE

Serão plantadas um total de 47 mudas.

Espaçamento: 8,0m x 7,0m (8m entre fileiras e 7m entre plantas)

 VI – GUARDIÕES DO BOSQUE

            Os guardiões do Bosque/Parque são os moradores do Povoado Graça, sob o comando do líder da comunidade, Manoel.

Entre as responsabilidades compartilhadas pela Comunidade, cita-se: proteção e manutenção da área, capinas/coroamentos, adubação e podas e ampliação do Bosque com o plantio de outras variedades. Técnicos locais devem passar as devidas orientações. Estima-se que entre dois e três anos terá início a produção de frutos, os quais poderão ser utilizados para consumo das famílias e venda no mercado local. Acrescente-se que o Bosque também é lugar da prática sobre educação ambiental.

VII – PERSPECTIVAS DE NOVOS BOSQUES

– Bosque em Peri-Mirim (falta definir a espécie; gestor local: Ana Cléres)

– Bosque das Araribas em Viana (gestor local: Luís Henrique)

OBS: A Diretoria do FDBM deve prospectar nos demais municípios o interesse nos projetos de Bosque.

VIII – VIVEIROS DE PRODUÇÃO DE MUDAS

           A Diretoria do FDBM e os gestores do projeto “Bosques da Baixada” incentivam e propõem que os gestores municipais envidem esforços para a implantação de Viveiros de produção de mudas não só com o objetivo de abastecer a implantação de Bosques, mas também para fomentar programas/projetos produtivos locais. Cita-se como bom exemplo Anajatuba que recentemente construiu seu viveiro telado na sede do município, por meio da secretaria de Agricultura, com recursos próprios.

         A estratégia é que cada município elabore e apresente o “projeto de viveiro telado” às secretarias e/ou instituições estaduais ou federais, além de priorizar a construção com recursos próprios. Em seguida, instituições como UEMA, IFMA, UFMA e outras podem realizar treinamentos e capacitações a técnicos e produtores locais acerca dos processos de produção de mudas.

José Ribamar Gusmão Araújo

Jucivam Ribeiro Lopes

 Ana Creusa Martins dos Santos

Expedito Nunes Moraes

A FANTÁSTICA GALERIA!

Por Zé Carlos

Era uma vez …

… um lugar encantado. A Baixada maranhense. Baixada, que, de tão encantada, se tornou, de verdade, a encantar os seus.

E, nesse mar de encantamento, chamou-me um pequeno recanto, por quem fui acolhido, para sentir a Princesa pulsar dentro e fora de mim, numa relação absurdamente única.
Em tal recanto, vi, ouvi e vivi as mais fantásticas práticas e belezas humanas. Belezas, que se apresentam, em minhas lembranças, vivas e pulsantes, tais quais autênticas obras de arte, a enveredarem-se por travessas e ruas, fazendo-me, invariavelmente, a alegria, nos benditos anos 70 e 80.

Que ansiedade e emoção escutar o insistente, delicioso e longínquo “piiroolééé”, enriba do apogeu da queimação da tarde, com a certeza de que a refrescância do maracujá inundar-me-ia o corpo e a alma, pois o litro já se encontrava reservado para tal. O litro, sim. Valia mais que o dólar no mercado negro.

Só quem “caçou” um litro, ou uma garrafa, sabe o prazer de escolher e desfrutar do sabor suado e especial de um “pirolé” ou de um pirulito, enfiado no palito, enfiado na tábua, repleta de furos. Sem qualquer maldade, “lembi inté os beço”!

Mas, a beleza não fica só até aí. Vem-me a figura do vendedor de peixes, com o seu cofo enfiado em um pedaço de pau, acomodado no ombro, a vender uma “pratada” de acarás ou de piabas. Que maravilha de cena, a colorir as minhas manhãs, tal uma tela de Fransoufer. Beleza, que continua, mesmo depois que a “modernidade” introduziu uma caixa de isopor, na garupa da “bicicreta” ou em um carrinho de mão. A pureza d’alma ainda permanece!

E, as telas não param por aí. Eis que surge o vendedor de verduras, com a clarividência de todo dia, a adivinhar que o cozidão reclama por maxixe, quiabo, “jermum” e vinagreira. Um desfilar de cores, cheiros e sabores, a temperar a minha infância, em definitivo.

Nas mesmas passarelas, vêm surgindo os entregadores do Teimosão, a matar a curiosidade e a sede de saber. O entregador de pão, deslizando, madrugada a dentro, em perfeito silêncio. O entregador de leite, com uns canjirões gulosos e encardidos, a engolir a faminta caneca, que nunca estava saciada. Também, em suas empolgações, os vendedores de murici, de camarão, de marrecas, de frigideiras, de panelas, de papeiros, de bacias, de penicos, de bananas. Este último, em minha casa, não tinha vez. Bananas só eram adquiridas no seu Alvino ou no seu Zé de Cristina. Outras não tinham gosto! Haja manias!
Manias, que me levavam à procura dos vendedores de São Bento, para comprar queijo e jaçanãs. Não há queijo igual! Já as jaçanãs eram as mais gordas! Acho que eram mais jaçanãs que as nossas jaçanãs! Haja manias!

Religiosamente, às vésperas do Natal, recebíamos o vendedor de joias, que me fascinavam com as suas maletas, recheadas de rolos, recheados de preciosidades. Quanta vontade de ficar com tudo!

Nesse fantástico cenário, despontava o rei, além do Momo. O rei dos vendedores. Sem igual! Fula! Com o seu inseparável búzio, a anunciar “baguinhos, cabeças gordas, jejus, traíras … num festival de gracejos, ditos e relaxos. Num festival de alegria!

Também, desfilavam os cobradores. Pouquíssimos, por sinal. Vislumbro o das Casas Pernambucanas e o da Casa Saldanha, que apareciam, geralmente, com mais acanhamento do que os devedores.
Ah, tempo de pinturas fantásticas! Uma verdadeira galeria!

O SONHO

Por Gracilene Pinto

Quantos caminhos trilharam os pés cansados
do viajante persistente e sonhador?
E quantos sonhos ficaram abandonados
à beira dos caminhos, onde ninguém voltou?
Das tantas lutas, quantas foram inglórias?
E as derrotas, alguém já conferiu?
O desistente que alcançou vitória,
o sucesso sem luta, quem já viu?
Sonho é projeto, tem causa e efeito,
e as grandes conquistas reclamam paixão,
sem luta, sem garra, viver não tem jeito,
que o sonho precisa de força e ação.

O VELHO MERCADO

Por Zé Carlos

… ao me aproximar, ainda madrugada, ouvia o sussurrar do velho Mercado, que vinha preguiçosa e manhosamente acordando.

Ao redor, tudo era silêncio. Silêncio, silêncio, silêncio!!! Silêncio, quebrado, uma ou outra vez, pelos “tum-tuns” secos e abafados dos pedregulhos, que se vivificavam, ao “marcarem o lugar” na longa fila, para a compra de carne. Ou quebrado pelo pigarro e pela tosse seca do seu Teodomiro, salvo engano, após mais uma prolongada tragada e espessa baforoda do longo porronca, enrolado num bom pedaço de papel de embrulho. Ou quebrado pelo grito inesperado de Sassico, que estava com medo de tamanho silêncio.

Às vezes, batia um tremendo e implacável frio, a castigar o meu mirrado corpo de 7 a 8 anos. Ocasião em que buscava abrigo nos braços e pernas do meu avô-pai Antônio do Rosário e nos mingaus de milho, de Dadá, fumegantes, como só na infância tivemos, e cobertos por uma generosa camada de canela, que me enfeitiçava o olfato e o paladar, numa gula feroz.

Vovô não se contentava apenas com a compra da carne. Prolongava-se em conversas, que transitavam do engenho ao canavial. Do açúcar à cachaça. Dos bois à política. Este último tema dominava a cena. O seu assunto predileto. Era um apaixonado pela mesmo. Constatação que vou ter muito depois, ao lembrar de nossas conversas, geralmente à noite, após o seu programa sagrado e imperdível, a Voz do Brasil, a ecoar do seu imenso e potente rádio.

Mas, voltemos ao Mercado. Das conversas prolongadas à “tomação” de bênçãos. Acho que todos os pinheirenses, que permeiam as minhas lembranças, eram afilhados do meu avô. O certo é que demorávamos uma eternidade, o que para mim era uma delícia. Sempre cabia mais um e mais um mingau!

Hoje, entretanto, quando passo pelo meu Mercado, já não sinto a sua vitalidade. Já não sinto a sisudez de João de Braulina, a se acentuar com seu chapéu sisudo, também, e seu olhar distante, a escolher clientes. Já não sinto a camaradagem dos compadres de papai, que eram um pouco meus: seu Antônio Correia e seu Tarquínio. Já não sinto a sensação de que Nhô e Fernando, o braço de Judas, são-lhe habitantes eternos, a me fornecer uma boa fatia de fígado. Também, já não encontro o frescor da vinagreira, dos amarrados de maxixes e quiabos, da talhada do jerimum, da pimenta malagueta. Muito menos a plena amizade de Culete, que me tratava tal a um filho, sabendo que meu pai encontrava-se trabalhando distante. Por sempre me confundi entre Raimundo e Benedito, nunca conseguindo fazer a distinção correta dos irmãos pelo nome, determinarei, como um autêntico baixadeiro: o Culete, ao qual me refiro, é o pai de Zé Maria, do foto Alfa, e Lourdinha Mendonça, uma das melhores amigas dos corredores das minhas escolas.

Hoje, só me resta vê o meu mercado, imergido em um vazio e uma tristeza tamanha, perdido em nuances pálidas, que teimam em fugir das minhas retinas, com lágrimas vertendo em suas paredes tão sofridas que já não reconhecem nem abraçam o seu filho, que tanto o ama.
Perdoem-me, não consigo seguir!

PIABA

Por Zé Carlos

Há algum tempo, ficava revoltado, quando encontrava algum conhecido, que me chamava de “comedor de piaba”. Isso, verdadeiramente, se constituía em um grande insulto. Assim, diversas vezes, por pura criancice, vinguei-me com os helenenses e os são-bentuenses.
Comedores de tapiaca e de mussum. Quanta sandice!

Mas, o senhor de todas as razões veio passando e me trazendo a certeza de que essas referências, muito mais do que depreciarem, fortalecem as nossas relações com a nossa terra e nos dão uma imensa felicidade em ser isso mesmo. Certamente, a distância ressalta esse sentimento. Certamente, essa distância está gritando agora e bem alto por um cozidão de piaba, com um pirão de farinha seca. O que não é para qualquer um! Mas, sou um craque em comer piaba cozida. Em “uma raspada”, entre os dentes, trago só o mínimo esqueleto esquelético, a se empilhar na beirada do prato. Ainda mantenho esse hábito de colocar as espinhas ali! Para mim, não existe, ainda que esteja a postos, o prato para espinhas!

Entretanto, nada sobra, quando ela é enfiada no talo de coqueiro e frita no azeite de coco. Cachorro passa fome! Até sinto o seu croque croque, persistente, a pedir pela sua companheira inseparável, a farinha, a invadirem “os meus sentidos” e se apoderarem do meu paladar, faminto e saudoso. Vou ficar por aqui, já está bom. Se o devaneio prolongar-se, fatalmente exigirá a sagrada tigela de juçara. Aí, não respondo mais!

Hoje, o que desejo, e com orgulho, é ser chamado de comedor de piaba. E como seria bom, se, toda vez que isso acontecesse, me “trazessem” uns espetinhos e um punhado de puba!

Com certeza, não esperaria até chegar a minha casa. Havia de dar uma grande “beliscada”, ainda “no caminho”!