Lembranças

Por Marcone

Ontem à noite, esticando até às primeiras horas da madrugada de hoje, fiz um passeio interessante dentre as lembranças. Vi-me em um lugar delicioso, que me marcou profundamente e nunca será esquecido, em seus mínimos detalhes. As pessoas fervilhavam e eu sentado, atento a tudo que me circundava e envolvia, muito observador e analista reafirmava a ideia sobre quanto o ser humano romântico, sentimental, sensível a qualquer forma de beleza, nunca está totalmente imune ou protegido em uma redoma, que lhe anule as chances de encontrar alguém capaz de sensibilizar seu coração, tocar-lhe ternamente a alma. Hoje, essa lembrança reafirma-me essa óbvia conclusão.
Conheço muitas histórias passionais, Em cada uma delas, os sentimentos que fluem são reativos. Algumas se asseguram na constante disposição do espírito ao exercício do bem e desprovimento do mal, exatamente o quê nós chamamos VIRTUDE. Mas nem sempre é assim e, às vezes, as pessoas tornam-se impulsivas, cedem ao ciúme, incitam-se à maldade, à vingança, quando se deixam levar pelo inconformismo de uma dor, atropelam-se com as palavras, constroem e vivem as mais diversas tramas, mescladas de amor, ódio, desejo, traição, revanches oportunistas, hipocrisia, falsidades, e interesses pessoais em detrimento do intento alheio e tantas vezes de seu próprio interesse. Agindo por fora e comumente com direta incidência sobre a manutenção ou destruição do relacionamento, ainda há a força negativa da inveja – sentimento mesquinho, sórdido, capaz das maiores atrocidades e perversões por parte daqueles que se sentem inferiores e descriminam-se, atestam-se incapazes, no entanto, altamente competentes para arquitetarem armadilhas e puxarem o tapete do SER oponente.
Conheço histórias de grandes relacionamentos que começaram em cabarés, casas de prazeres, prostíbulos, abafadas pela maioria de seus protagonistas, escondidas, ignoradas, transfiguradas ao perfil de lendas, por livres, fantasiosos e inibidores pensares, porém que, admiravelmente se equilibraram e subsistem na compreensão, na confiança e no respeito, independentemente de suas ascendências – lições, referências para evidenciarmos e compararmos pelo resto da vida, tanto de mulheres quanto de homens.
Lembro que nessa noite eu conheci mais uma história com essas particularidades tão comuns aos aventureiros do amor, dublês dos tentadores prazeres de alcova.
Enquanto me concentro para digitar, ao longe toca, e toca-me, uma música que gosto muito de cantar e já cantei para ouvidos atentos, receptivos, que me privilegiaram, cuja letra muito afina com essa questão aventureira, essa busca de suprimento das carências, uma bela página musical que tem tudo a ver, como se diz popularmente, que reforça minha reflexão sobre relacionamentos: “Garoto de aluguel”, de Zé Ramalho – a obra encaixa-se direitinho em nossa realidade de fugas, sonhos e prazeres alugados no burburinho dos sons de mil palavras simultâneas e música para embalar, ou nos sussurros da calada noite preta!

O máximo do Direito, o máximo da injustiça

Por Augusto Aras*

A intensidade dos últimos anos legou um ambiente institucional tensionado, onde os limites vêm sendo testados continuamente e parte da sociedade tem demandado ações enérgicas, muitas vezes desconhecendo os limites e raios de ação de cada um dos atores.

É o caso do procurador-geral da República (PGR), que, mesmo acumulando competências e responsabilidades, não pode tudo. A linha divisória é claramente delimitada pela Constituição e leis. Cinge-se, especialmente, como titular da ação penal pública, nos crimes comuns, contra autoridades com prerrogativa de foro no Supremo Tribunal Federal, como o presidente da República, senadores e deputados federais.

Não tem atribuição, de ofício, para processar quem ofende a honra de terceiros, salvo se a vítima for chefe de Poder (antiga Lei de Segurança Nacional). Se não for, dependerá de representação do ofendido. Também não pode processar aquelas autoridades por crimes de responsabilidade porque é da competência do Congresso Nacional. De regra, não é dado ao PGR compartilhar da retórica política (ainda que a crítica seja ácida) consistente no diálogo, em busca de consenso social, típica dos Poderes Legislativo e Executivo.

Cabe ao PGR ficar adstrito ao discurso jurídico inerente ao sistema de Justiça que submete, repita-se, submete as duas magistraturas ao império da lei, à norma, ao Estado de Direito (de segurança jurídica, de verdade e de memória).

Quando o PGR sai do discurso jurídico e passa à retórica política, igualando-se aos representantes eleitos, criminaliza-se a política. Usando a norma para submeter contrários, cassando mandatários, obstando o desenvolvimento sustentável, econômico, ambiental e social, inclusive com a paralisação de obras.

Podendo até embaraçar o enfrentamento da pandemia com discussões marcadas pelas incertezas empíricas alheias às relações jurídicas, em tese, para cumprir as sagradas funções que lhe foram confiadas pela Carta Magna.

Quando a atuação jurídica se imiscui com o dia a dia da retórica política, é possível invocar a Constituição para defender absurdos. Foi nela que o vice-presidente e senador norte-americano John Caldwell Calhoun (1782-1850) se baseou para sustentar sua posição antiabolicionista em sua época. Foi assim que constatamos, em 34 anos de carreira pública, que certos excessos e violações à Constituição Federal e à lei orgânica que estrutura e organiza o Ministério Público resultaram em graves lesões aos princípios constitucionais, mormente republicano e da administração pública, com reflexos nocivos nos direitos e garantias fundamentais, levando ao questionamento da amplitude da instituição.

Na gestão atual, buscamos o aprimoramento institucional, propiciando a todos os membros e servidores iguais oportunidades, sem odiosas preferências e facciosismos; aos cidadãos, inclusive às minorias, o respeito aos seus direitos e garantias, ao devido processo legal; às empresas, a liberdade de iniciativa e de concorrência; aos trabalhadores, a sua proteção com a geração de empregos; a todos, a liberdade de expressão.

Fortalecemos os órgãos internos de combate à corrupção, instalando os Gaecos federais (Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), investigamos e processamos centenas de pessoas com prerrogativa de foro nos tribunais superiores, recuperando ativos bilionários.

Em 22 meses promovemos as campanhas “Respeito” e “Diversidade” em busca da pacificação social, renovamos os quadros e o programa da Escola Superior, com a adoção da deontologia do MP, e antes mesmo do reconhecimento da pandemia, constituímos o Giac (Gabinete Integrado de Acompanhamento) e centralizamos as demandas buscando otimizar o seu atendimento.

Superamos, quantitativa e qualitativamente, todas as expectativas, graças aos colegas de todos os ramos do MP brasileiro, sem exibicionismos, pois nosso dever é promover Justiça com independência funcional e impessoalidade.

É preciso sobriedade e sabedoria para retomarmos, superando o luto vivido por milhões de famílias e o drama do desemprego sem abrir mão da democracia, que foi por décadas ansiada e buscada. Temos de nos apegar ao combate de problemas reais e ao cuidado para não apagar fogo com gasolina. O Brasil vive um momento onde todas as cordas estão esticadas. E cabe a nós, do Ministério Público, guiar-nos sempre contra o excesso de ativismo para evitar injustiças irreversíveis.

*Antônio Augusto Brandão de Aras é um jurista brasileiro, atual procurador-geral da República e professor da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília.

Fonte: https://www.conjur.com.br.

Veja como votaram os deputados maranhenses

Após derrota na comissão especial, o Presidente da Câmara de Deputados levou a Proposta de Emenda à Constitucional (PEC) nº 135/2019 que “Acrescenta o § 12 ao art. 14, da Constituição Federal, dispondo que, na votação e apuração de eleições, plebiscitos e referendos, seja obrigatória a expedição de cédulas físicas, conferíveis pelo eleitor, a serem depositadas em urnas indevassáveis, para fins de auditoria”. A votação no Plenário da Câmara de Deputados ocorreu na noite de ontem, dia 10 de agosto.

A discussão tomou conta da sociedade, após várias suspeita de fraudes na urnas eletrônicas e da participação dos debates do Presidente da República e do Presidente da Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso.

Com o quórum de 449Sim 229;  Não 218;  Abstenção1 e Voto do Presidente1. 

Veja como votaram os deputados federais do Maranhão:

✅1) Aluisio Mendes (PSC-MA) – Sim
❌2) André Fufuca (PP-MA) – faltou
?3) Bira do Pindaré (PSB-MA) – Não
✅4) Cleber Verde (Republican-MA) – Sim
?5) Edilazio Junior (PSD-MA) – Não
?6) Gastão Vieira (PROS-MA) – Não
?7) Gil Cutrim (Republican-MA) – Não
❌Hildo Rocha (MDB-MA) – faltou
?9) JosimarMaranhãozi (PL-MA) – Não
✅10) Josivaldo JP (Podemos-MA) – Sim
?11) Junior Lourenço (PL-MA) -Não
❌12) Juscelino Filho (DEM-MA) – faltou
?13) Marreca Filho (Patriota-MA) – Não
✅14) Pastor Gil (PL-MA) -Sim
?15) Pedro Lucas Fernan (PTB-MA) -Não
?16) Rubens Pereira Jr. (PCdoB-MA) -Não
?17) Zé Carlos (PT-MA) – Não
❌18) João Marcelo S. (MDB-MA) – faltou
Confira a lista completa no site da Câmara

O Estado de Santa Catarina teve apenas 02 (dois) votos contra a PEC; em Rondônia os 08 (oito) deputados votaram a favor, enquanto que no Maranhão, apenas 04 (quatro) votaram a favor do Projeto.

O fenômeno Bolsonaro

Por Ipojuca Pontes*

A esta altura do campeonato, ao cruzar a barreira dos 78 anos de idade, não me é difícil vaticinar que se passarão décadas, talvez séculos, para que seja possível emergir na vida pública brasileira um fenômeno da dimensão de Jair Messias Bolsonaro. Tivemos no cenário político pregresso figuras do porte de José Bonifácio, D. Pedro II, Rui Barbosa, o trágico Getúlio Dornelles Vargas, dentre outros, mas, na soma geral, nenhum que tenha enfrentado com tanto destemor o renhido conflito entre a visão transcendente da vida vivida e o nocivo materialismo marxista, em essência, devorador e estatizante. Numa palavra, o velho combate entre a mentira comunista e a verdade de uma democracia inspirada em bases conservadoras, legitimada pelo voto popular.

De minha parte, devo dizer que acompanho a vida política brasileira desde o suicídio de Vargas, em agosto de 1954. Antes, tinha uma vaga noção, repassada pelos meus pais, do governo pós-guerra do Marechal Eurico Gaspar Dutra que, vencendo as eleições presidenciais, colocou o Partido Comunista na ilegalidade depois que o seu líder Carlos Prestes, então senador, indagado com quem ficaria no caso de uma guerra entre o Brasil e a URSS, declarou sem titubear:

– Com a União Soviética!

Ao fim da tumultuada Era Vargas, que culminou com o seu suicídio, vieram os governos de Café Filho, Juscelino Kubitscheck, Jânio Quadros, Jango, Castelo Branco, Costa e Silva, Garrastazu Médici, Ernesto Geisel, João Figueiredo, Zé Sarney, Collor de Mello, Itamar Franco, FHC, Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer. Na qualidade de jornalista ou como mero observador, conheci pessoalmente Juscelino, Jânio, Jango, Figueiredo, Sarney, Collor de Mello, Itamar e o vaselina FHC. Alguns desses governos foram vergonhosos, outros medíocres, a maioria deles, no entanto, absolutamente nocivos para a consolidação de um país viável, transparente, soberano e de livre mercado.

De um modo geral, diga-se, norteava tais governos o mais indigente anti-americanismo, que atingia as raias do grotesco, mesmo na fase dos governantes militares. Fique claro ao leitor que o trono presidencial, até o advento de Jair Bolsonaro, foi ocupado por todo tipo de gente: comunistas, ladrões, demagogos, loucos, irresponsáveis, ativistas, impostores, tolos e arrivistas.

Destaco fatos que ilustram o caráter de alguns desses figurões.

Por exemplo: JK. Certa feita, em campanha eleitoral, foi caitituar votos numa favela. Lá, encontrando uma criança de colo que escorria meleca, sacou do lenço e limpou o nariz da garota. Em seguida, rindo para a mãe e para a plateia admirada, dobrou o lenço e o recolocou cuidadosamente no bolso do paletó.

Já na estrada, JK mandou parar o carro e, ar de nojo, olhou pelos lados. Só então, jogou o lenço no matagal, não sem antes imprecar contra si mesmo. (Apud Autran Dourado, o ghost writer de JK).

Outro exemplo notável foi o de Jânio Quadros. Eleito presidente depois do governo perdulário e caloteiro de JK, traiu a UDN e o voto conservador que o elegeu ao condecorar com a Grã-Cruz o sanguinário Che Guevara, numa atitude escrota cujo objetivo era chegar, pela destemperada provocação, ao poder absoluto. Jânio tirava uma onda de doido compulsivo, mas sifu ao cabo de 7 meses – e, com ele, o País.

Outro exemplo patife: em 1962, com a queda de um avião da Varig no Peru, foi encontrada uma mala diplomática cubana e, nela, uma carta confidencial destinada ao ditador Fidel dando conta das operações e planos da guerrilha financiada por Cuba nos confins de Goiás, e que tinha por objetivo criar “mais um Vietnam” para ferrar os EUA.

De posse da carta Jango, que tinha como aliado o fanático Carlos Prestes, em vez de enviá-la ao governo americano, fez com que a correspondência chegasse em mãos de Castro – no fundo, um ato explícito de sabotagem contra o país que o manco desgovernava.

Mais outro exemplo: o sub-marxista FHC, depois de comprar votos parlamentares para prorrogar o próprio mandato presidencial, foi considerado pelos pares comunas um reles “neo-liberal” oportunista, traidor das próprias pregações.

Resposta de FHC, um vaselinoso para quem falar a verdade não passa de um preconceito pequeno-burguês:

– Esqueçam o que escrevi!

Só mais um exemplo de vileza presidencial: em abril de 2004, o pedreiro José Antonio de Souza, 30 anos, desempregado, vendeu o barraco onde morava em Cariacica, Espírito Santo, deixando a mulher grávida e um filho de 8 anos. Confiante, José partiu de ônibus para Brasília e instalou-se defronte ao Palácio do Planalto na esperança de falar com Lula, o presidente-operário que tinha prometido riqueza e felicidade aos trabalhadores. Como ninguém o notasse, José, ao cabo de 12 dias fez por escrito um apelo dramático:

– Senhor Presidente. Vendi meu barraco no Espírito Santo para falar com o senhor. Roubaram meus documentos e estão armando um monte de problemas para mim. Estou desempregado e perdendo minha família. Preciso de ajuda.

Em que pese o tamanho e a visibilidade do cartaz, ninguém deu importância ao apelo do pedreiro postado diante do Planalto. Nem Lula nem sua nomenclatura parasitaria. Desesperado, à luz dos primeiros raios da manhã, José, depois de banhar-se em gasolina, ateou fogo no próprio corpo em ato de consciente imolação. Gesto único na vida do País, o sacrifício do pedreiro não foi considerado pela mídia cabocla. Soube-se depois que um burocrata do governo socialista, temeroso de noticiário adverso, mandou transportar o corpo carbonizado de José para o Espírito Santo num voo da FAB – e ponto final.

Pois bem: é esse tipo de gente, menor e sem escrúpulos, nutrida no totalitarismo vermelho que procura sufocar no homem sua crença em Deus, bem… é esse tipo de gente, repito, que faz oposição ao gigante Bolsonaro, um sujeito de couro grosso que enfrenta a cada instante a estúpida sabotagem de esquerdistas fanáticos instalados, por exemplo, no aparelho do STF, cuja maioria dos integrantes foi nomeada pelos condenados Lula e Zé Dirceu (este último, um agente cubano que garantiu que hoje não se trata mais de “ganhar as eleições, mas de tomar o governo”.

Ao lado do sombrio STF, Bolsonaro enfrenta de igual modo, com crescente galhardia, a má fé cínica da mídia militante que, saudosa dos bilhões despejados pelos desgovernos de Luladrão e Dilma Guerrilheira, transforma a mentira num aríete rombudo para detonar o governo. Ela inventa, cozinha e divulga nas suas TVs, rádios e jornais falidos, montes de escândalos e falsas denúncias, todas fabricados pe1a mente fétida de militantes travestidos de jornalistas. Alguns desses sacos de excrementos lamentam que o sicário Adélio Bispo não tenha traspassado o coração de Bolsonaro, enquanto outros confessam por escrito o desejo insano de vê-lo morto.

Por sua vez, para tirar bodum do inodoro alabastro, políticos viciosos inventaram a CPI da Peste Chinesa, considerada um escárnio pelo grosso da opinião pública consciente. Nela, para atingir Bolsonaro, são desfechados petardos inquisitoriais pelos senadores Renan Calheiros e Omar Aziz, este último, presidente do circo, envolvido em escândalos de corrupção no Amazonas, um tipo que interroga dando coices nos depoentes e no vernáculo pátrio.

(O mais curioso nessa chanchada é que ninguém ali ousa ventilar a origem do covid 19 formatado no Laboratório Biológico Wuhan, epicentro da pandemia objeto de investigações do governo esquerdista de Joe Biden, nos Estados Unidos, e de governos da União Europeia, entre eles a França e a Inglaterra. De todo modo, o que se anuncia é o trilionário negócio da venda da discutível CoronaVac que disparou em muitos pontos o PIB chinês).

No pacote de maldades industrializado pela vilania da oposição, avolumam-se as pesquisas de intenções de votos levantadas pela fajuta DataFoice, que alimenta semanalmente a vitória de Luladrão sobre Bolsonaro (embora compareçam multidões nas manifestações em apoio ao presidente da República enquanto adversos contados nos dedos barbarizem as ruas nas passeatas de aluguel.

A coonestar ainda os ataques bafejados pelo ódio, causam risos os insistentes pronunciamentos de Lulu Barroso, presidente do STF, em favor das manipuláveis urnas eletrônicas, cujo controle digital (contra prova) se faz obrigatório para garantir o mínimo de lisura na contagem dos votos eleitorais nas próximas eleições.

Neste sentido, aliás, a sempre bem informada CIA enviou relatório à Presidência da República detalhando articulação golpista tramada pelas esquerdas na mesmas linha apontada por Zé Dirceu.

No entanto, o que os comunistas esquecem, na trama diabólica urdida às claras, é que Jair Bolsonaro interpreta, como nenhum outro líder, o espírito e a alma do povo brasileiro, razão pela qual milhões de pessoas seguem os seus passos e escutam os seus pronunciamentos. São pessoas, em resumo, que, alertas, não se deixam devorar pela bocarra do monstro vermelho que se vende ao povaréu como uma inocente odalisca de cabaré barato.

  • Ipojuca Pontes é um cineasta, escritor, jornalista, autor e produtor teatral e ex-crítico de cinema. Filho do militar João Pontes Barbosa e da enfermeira Laís Holanda Pontes, mãe de dez filhos, nasceu em João Pessoa, Paraíba, e ao longo de sua carreira conquistou mais de trinta prêmios nacionais e internacionais. Artigo publicado em Diário do Poder, em 13/07/2021.

O SISTEMA É FODA COMPANHEIRO

O sistema está se lixando para o jogo limpo. A cada dia está ficando mais escancarada a trama. Partiu para o vale-tudo.

O problema está muito longe de ser esquerda ou direita. Não tem nada a ver com isso. Mas muita gente ainda acha que é por aí a polarização.

O sistema não tem lado, não tem ideologia. Ele se aproveita daqueles que o mantém vivo e que o ajudam a se fortalecer e a se perpetuar.

O sistema quer e precisa fazer dinheiro, seja quem for que estiver no poder. Por isso, ele quer sempre um caráter fraco por lá. Um bom vaselina que saiba agradar a todo$ e toda$.

O sistema já manda e desmanda há muito tempo. E se solidificou muito nos últimos 40 anos. No entanto, parece que vem enfrentando alguma resistência.

Por isso, está estrebuchando. Ele precisa urgentemente eliminar essa resistência para voltar a tocar seus fartos negócios, com tranquilidade.

Há intrusos no manejo das movimentações financeiras do governo central. Só estados e prefeituras não são suficientes para sua rede de colaboradores.

Esse obstáculo precisa ser removido com urgência! A título de exemplo, como pode o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, os Correios e outras estatais darem mais lucro em dois anos do que nos últimos 15?

O sistema não pode continuar dominante e seguir se fortalecendo sem suas fontes de recursos que sempre foram “democraticamente” distribuídas!

Existe uma guerra em curso e muita gente não consegue perceber na real de quem contra quem. Chega a ser engraçado.

Coisas bizarras já começaram a acontecer e os valores das pessoas há tempos já estão a se confundir.

Levamos anos e anos questionando nossas autoridades que eram meros operadores do sistema.

Nossa música brasileira, seja no samba ou no rock, desde o início dos anos 80, cobrava com força, humor e irreverência a inépcia da classe política.

Em pleno ano 21 do século 21, ouvindo essas mesmas músicas vemos ainda os mesmos problemas. Seria cômico, se não fosse trágico.

Há 7 anos, a esperança tocou a maioria dos brasileiros. Mesmo que ao acaso, uma operação começou a enfrentar o sistema. E ele foi atingido com força, como nunca antes.

Mas, infelizmente, um movimento errado do juiz, que entrou para a política pensando em fazer mais, acabou por fazer menos por todos e tudo pelo poderoso sistema. Este único movimento gerou o enfraquecimento do magistrado, do seu patrocinador político, do Ministério Público, da PF e, o que é pior, de toda a sociedade.

Agora, a luta que era muito difícil mas caminhava para o ippon em 2019/2020, caminha para ser perdida por tripla punição, com aquela ajudinha marota do VAR.

O sistema já estabeleceu seu plano, que está claro como água:

a) um corrupto condenado e cheio de processos para assumir o poder, pois será sempre uma presa fácil; ou seja, se não fizer o que ele (o sistema) quer, volta para atrás das grades;

b) pesquisas de opinião mostrando um cenário virtuoso anti-status quo ajuda a manejar os eleitores indecisos e os desinformados pela grande imprensa, que assumiu de vez seu papel manipulador à luz do dia, sem qualquer refinamento e sofisticação editorial, pois está sufocada pela falta de verbas públicas e se tornou boneco de ventríloquo de ninguém mais ninguém menos do que ele, o sistema;

c) para não dar margem a erro nesta estratégia, é importante cercar de todos os lados; o sistema precisa mais do que nunca que o processo eleitoral seja passível de “ajustes finos” para que a estratégia seja bem sucedida. Afinal não se pode dar uma bobeira como em 2018, né?

Sobre este último ponto da estratégia do sistema, já é esperado que aquela turma centrada e super bem informada, que acompanha o Jornal Nacional todos os dias e assiste o Fantástico todo domingo vai dizer que isso só pode ser maluquice e coisa de Bolsominion.

No entanto, hoje, 1/8/2021, após numerosas manifestações populares, NENHUMA cobertura da imprensa tradicional, tentando fazer crer que não há apoio popular para o voto eletrônico auditável; uma modernização que já deveria ter sido feita há muito tempo, como nas principais sociedades.

No entanto, o movimento contra a transparência é poderosíssimo e assim como a tal da medicação e o tratamento inicial da doença do momento, bastou o homem defender para o poder de análise básica de algumas pessoas dar curto circuito.

Sobre este voto eletrônico auditável, vale ressaltar que ele não precisa de uma PEC na Câmara dos Deputados. Esta já existe, mas muita gente não sabe, como informou o Presidente da Casa, Arthur Lira:

“Já existe uma PEC aprovada no Senado desde 2015 com relação a voto impresso e o Senado nunca se debruçou a analisar. Portanto, eu venho dizendo que o foco está errado. Se alguém quer trazer esse assunto para discussão teria que ser tratado no Senado“, disse Lira. “Votar uma 2ª PEC na Câmara para que depois ela vá ao Senado ter o mesmo destino é perda de tempo, no meu ponto de vista, do processo legislativo.”…(Fonte Poder 360)

Mas analisar o por quê e para quê para muita gente não interessa, porque #elenão tem moral para defender nada. Para alguns isso tudo é teoria da conspiração. Eu entendo. Dá trabalho pensar, estudar, se aprofundar. É mais simples imaginar que tudo isso a nossa volta é fruto apenas de boas intenções de um lado lúdico, científico, socialmente responsável e politicamente correto versus um lado odiento, capitalista, socialmente insensível e voluntariamente genocida.

Um lado pode professar o “ódio do bem”, com os aplausos da parcela da sociedade intelectual e moralmente superior. O outro lado quando fala é tudo anticientífico ou teoria da conspiração.

Enquanto isso, as evidências de que há um jogo sujo e desigual se amontoam a cada dia:

a) Jornalistas de grandes veículos desejam a morte da autoridade democraticamente eleita, mas isso pode, é democrático e representa a mais pura liberdade de expressão;

b) Ministro togado manda prender o jornalista Oswaldo Eustáquio, que ficou paraplégico na prisão, e nenhum órgão de classe e nenhum veículo da imprensa defende o “colega de profissão”;

c) Ministro togado manda prender o deputado que possui imunidade parlamentar, por vídeo gravado que se torna flagrante para justificar a prisão; o crime deveria ser inafiançável, mas é estabelecido valor de fiança; tudo bem que o deputado se excedeu e merecia punição no Conselho de Ética da Câmara, mas jamais a pena arbitrada por um dos “donos” da Constituição que a interpreta a seu bel prazer, quando e como lhe convém;

d) O inquérito do fim do mundo continua em aberto, mas os investigados continuam sem saber exatamente o motivo da investigação;

e) Mais recentemente, a CPI da blindagem dos governadores e prefeitos corruptos está avançando o sinal de forma inimaginável vindo pra cima da Jovem Pan e do Brasil Paralelo como veículos de “desinformação”, por serem os únicos onde ainda se vê colunistas com viés de direita; ou seja, os verdadeiros democráticos, que estão apenas de um lado, decidiram que a democracia brasileira está acima de tudo desde que seja música de uma nota só;

f) Caio Coppola banido dos programas da CNN, com contrato em vigor, mas na geladeira por ter contribuído para o maior abaixo-assinado da história para impeachment do Ministro da Corte;

g) Vale destacar o papel da mulher. O outro lado partiu para ofensa descarada a algumas profissionais mulheres (são de direita; pode ofender, massacrar e perseguir – não fala pra ninguém; só as de esquerda têm proteção total);

h) O caso Adélio então continua sem solução; impossível ter acesso às escutas dos celulares dos 4 advogados que chegaram no mesmo dia em que o sujeito foi preso;
i) Uma vez consolidada a alteração para o voto impresso auditável devido a pressão popular, o sistema já se movimenta para tornar os atuais e eventuais “candidatos “ a presidência como INELEGÍVEIS à custa de uma argumentação jurídica discutível, mesmo que para tal, seja necessário o sacrifício do maior representante da esquerda (o bandido alforriado) que também viria a se tornar inelegível.

Os exemplos são inúmeros do quadro bizarro do jogo de forças que estamos vivendo. Mas muita gente ainda acha que estamos vivendo coisas normais de uma democracia e que o único problema é o presidente genocida de maus modos.

Em minha humilde opinião, a guerra já estava perdida há tempos. O sistema se apoiou em uma lógica cruel de aparelhamento de instituições basilares da sociedade (polícia, academia, imprensa, órgãos de classe etc.), enquanto a maioria da população apenas trabalhava para sobreviver.

Estamos vivendo um espasmo de resistência que pode estar perto do fim, porque o lado negro da força é poderoso demais e age de forma sub-reptícia, o tempo todo e em tudo.

Mas ainda há uma única chance: aqueles que já perceberam o que está em jogo precisam escolher. Ou vão ficar com nojinho do cara porque ele não é o Lord que queriam, não tem bons modos e passa do ponto com frequência, para dizer o mínimo, ou vão entender de uma vez que se o sistema voltar com tudo, não tem mais volta. Perdeu playboy!

Ah, entendi. Você acha que ele é o sistema também. Tudo bem, siga com suas convicções. Good luck!

Mas pra você que pegou a visão, presta atenção nos detalhes. O jogo é bruto! As peças estão se movimentando no tabuleiro todos os dias nas suas barbas. Cuidado com o que você assiste ou lê. Procure as fontes primárias, preferencialmente não editadas. Muita gente não entende o que se passa. Se atualizam com manchetes e notícias enviezadas, e agem como miquinhos amestrados. E o que é pior: alguns se acham mais espertos e vivem chamando os outros de gado, enquanto, involuntariamente, fazem bonitinho o trabalho sujo que vai lhes extorquir o futuro e a liberdade, sua e de seus descendentes.

Não acredita, parece viajem, tudo bem, segue o fluxo!

Estamos juntos assim mesmo, sempre! Somos vítimas comuns desse Estado putrefato. Nenhum político merece que a gente perca amigos e a boa relação com familiares. Nem hoje, nem nunca!

Hoje eles nos usam sem piedade, até que a gente aprenda a usá-los a nosso favor, um dia, quem sabe.

Momentos turbulentos exigem nossa atenção especial.

Como diria Shakespeare: “Em tempo de paz convém ao homem serenidade e humildade;
mas quando estoura a guerra deve agir como um tigre!”

Fica a reflexão!

NO MUNDO DAS BONECAS

Por Zé Carlos

Dá-me uma angústia ao perceber o desapego, para não dizer o “desprezo”, que têm os pequeninos, buliçosos e destemidos, às brincadeiras mais simples. Brincadeiras, que nos guiaram vida a fora. Lamentavelmente, eles não mais se dão ao luxo de cultivá-las. O fascínio, que os aprisiona, são a televisão, o celular, o PC, o tablet, o iPhone e outros eletrônicos, que não conheço nem mesmo sei substantivá-los!
Cismo que os pequeninos já trazem no DNA “as digitais dos eletrônicos”. Sons, cores, movimentos, “tão vivos”, aprisionam-nos, certamente. O que não é um ato exclusivo deles, “não”. Inúmeros adultos, também, foram “pescados” pela “praga” da nossa era. Que, de verdade, tem muitas e muitas vantagens, porém há quem extrapole e se “hospede” em um mundo individual e infalível. O resto que se exploda. “Cada qual com seu cada qual”.
Não nos desvirtuemos. O que importa são os brinquedos. Como tivemos! “De graça”. Construídos ao sabor de nossa imaginação. Latas de óleo e de sardinha, “chinelas” gastas, caixas e caixotes, “taubas” velhas, rolamentos, canos, câmaras de bicicleta e de carro, melão de São Caetano, folhas de “pindoba”, vidros de remédios e de perfumes eram as “matérias primas” mais desejadas e caçadas. Valiam ouro, prata e bronze. Só para ficarmos no espírito olímpico.
Não esqueçamos dos cavalinhos de talos e folhas de bananeira, damas, dominós, petecas. A bola é um outro papo. E, em tempo de brincadeiras sadias e sem “patrulhamento político-ideológico”, tínhamos as arapucas, as “baladeiras” e as espingardas de talos de sororoca. “Morremos e matamos”, incontáveis vezes.
Ainda cabia “espectar”, de longe. Como era bom observar. Só observar o quintal tão movimentado. Invariavelmente, não podíamos estar “enfurnados” naquela atmosfera. O que nossos amigos iriam dizer. Não podiam saber. As gozações eram certas. Até alguns pais (…) não queriam meninos metidos com meninas. “Pronto e acabado”. Quanta barbaridade!
Observar era o que restava.
Observar surgirem as casinhas, magicamente, no quintal. A plena sublimação da fortíssima presença e influência materna na idealização de um cozinhar perfeito, na execução das demais tarefas domésticas e no cumprir, o sublime desempenho, o papel de mãe. Tudo com o mais amplo desvelo.
Quanta organização! Cada atriz a se entregar plena e verdadeira ao seu palco, à sua personagem, à sua história.
Nesse cenário, havia uma participação especialíssima. As bonecas. Que maravilhosas! Companheiras fiéis. Os mais diversos tipos e formas. Pacientes. Ouvintes perfeitas. Obedientes. Sem tpm, “arrelias”, queixumes (…) Nem quando eram “esquartejadas” pela ira da amiga ou irmã contrariada. Permaneciam no mais profundo silêncio, esperando o seu resgate, o seu renascer ou o seu fim. O lixo.
Que falta fazem as bonecas!

VIAÇÃO AÉREA JAÇANÃ

Por Gracilene Pinto

– Conta uma de caçada, Joca! – pediu o sobrinho Manuel.
E Joca contou:
“Como grande parte dos habitantes da Baixada Maranhense, Miguel vivia de uma lavourinha de subsistência e do aproveitamento de alguns produtos que a natureza punha à disposição de todos.

Apesar da degradação que os homens há séculos vêm ocasionando ao meio ambiente, em alguns lugares por ali ainda existia fartura de caça, pesca e frutos da terra, como o cará, a taioba, o palmito, o babaçu, e muitos outros frutos silvestres.

Miguel gostava de caçar aves, que em certas épocas do ano se espalhavam pelos campos alagados da baixada, como jaçanãs, japessocas, carões, marrecas, etc. E, como bom caçador, adorava contar suas façanhas aos amigos durante os serões na porta do seu casebre.

Mas, como se sabe, quem conta um conto aumenta um ponto, e é lendária a capacidade que têm os caçadores e pescadores em aumentar sempre muitos pontos. Ninguém pode negar também que o Miguel tinha um prazer peculiar nos exageros.

Uma noite, nosso herói contou, com riqueza de detalhes, sobre uma caçada às jaçanãs que ficou na história e da qual fora o personagem principal.

Ocorreu que, pretendendo caçar as aves vivas, Miguel havia amarrado uma corda grossa na própria cintura, onde atara também muitas cordinhas finas com pequenos laços nas pontas. Chegando à beira do Tanque Velho, logo avistou um bando de jaçanãs pousadas sobre as folhagens hidrófilas que cobriam praticamente todo o campo. Usando um cano de junco como respiradouro, o nosso caçador deslizou por baixo d´agua até o local onde pousavam as pernaltas. Então, muito delicadamente, foi laçando as perninhas das aves sem que as mesmas percebessem o que acontecia. Finalmente, quando já havia laçado todas as jaçanãs, Miguel levantou-se de supetão acima do nível da água, assustando as avezinhas que voaram levando-o pendurado pelas cordinhas.

A princípio o caboclo ficou muito assustado.

Apelou pra Deus, pra Nossa Senhora, pra São Vicente de Férrer e todos os santos seus conhecidos. Mas, aos poucos foi se acalmando, se acostumando com a situação, e começou a gostar da experiência de estar voando.

Voar era mesmo uma beleza, siô!
Ainda mais assim, sentindo o vento no rosto e sem o barulhão que faziam os Teco-teco quando voavam baixo sobre a cidade.

E as jaçanãs voavam alto, bem alto, cada vez mais alto. E longe, cada vez mais longe, foram levando sua carga sobre os verdes campos alagados da Baixada e sua luxuriante vegetação de juncos, pajés, aguapés, e as espécies arborescentes próprias dos campos inundáveis.
Sobrevoaram rios, ilhas, todo arquipélago e, até mesmo, o Golfão Maranhense com o Porto do Itaqui e seus imensos navios.

À essa altura Miguel já aprendera a controlar as jaçanãs. E puxando daqui, puxando dali. Ora nas cordinhas da direita, ora nas cordinhas da esquerda. Foi mudando a direção das avoantes de volta para a Baixada até avistar a torre da secular igrejinha barroca da sua querida São Vicente Férrer, quando, então puxou do canivetinho que trazia no bolso da calça e começou a cortar as cordinhas. Uma de cada vez. Até restar somente as duas últimas cordinhas, que foram cortadas sobre o terreiro de sua casa, permitindo-lhe realizar o pouso com total segurança.

Finalmente estava em casa, são e salvo!
E, ao pisar no chão de sua terra natal, o homem respirou fundo e pensou:
– Uma aventura tão fantástica e nem posso contar pra ninguém. Quem é que vai acreditar que estive hoje em São Luís e ainda por cima pilotando a Viação Jaçanã?

(Texto de Gracilene Pinto no livro ESTÓRIAS DO VELHO JOCA – Imagem da Inernet). Com Chico Pinheiro, Custodio Roque Tavares e Eliana Castela.

VAIDOSA FULÔ

Por Zé Carlos

No ápice do silêncio,

                              irrompe

                                        fulô …

                                     

                            tímida                   

                             frágil                   

                         descorada

                     sem identidade

 

  ………………………………………………

 

    outros ocasos

             esplêndidos

                       e

              bonançosos    

 

     outras noites

               mágicas

                     e

               mansas

 

     outros novilúnios

                  delirantes

                          e

               restauradores

 

      outras estrelas

                   zelosas

                         e

                  maternas

 

       outros sonos

                reparadores

                         e

                 quiméricos

       

 ……………………………………………….

 

      outras e novas manhãs

 

      outros orvalhos sagrados

                                     breves

                                         e

                                      vitais

 

       outras réstias de luz serenas

                                                  e

                                            fecundas

 

       outros bentivis canoros

                                         e

                                novidadeiros

                                   

 

       outros beija-flores maviosos

                                                 e

                                       beijoqueiros

 

       outras pétalas multivivas

                                         e

                                 cativantes

                      

  ……………………………………………..

 

      outros dotes

                       e

                encantos

 

      do alto de seu convencimento,

                                      “convencida”.

 

          em sua desafiadora vaidade,

                                      “achando-se”.

 

                       em absurdo “florzear”,

                               gaba-se à amiga,

 

                                                “gabola”,

                                               também,

 

                           da última conquista.

 

  ……………………………………………..

 

    despida da inocência,                               

                          inocente

                                                                                                    

                           alheia

                                e

                        orgulhosa

 

                     senhora de si

                                          

                       … a alvoraçar a praça!

Novas palavras entram para o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa

No total, foram inseridos mil termos que podem ser vistos no site da ABL

A sexta edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) foi atualizada e teve o acréscimo de mil palavras que começaram a ser usadas habitualmente pelos brasileiros. Termos como “sororidade”, “feminicídio” e “home office” foram incluídas pela Academia Brasileira de Letras (ABL). A última atualização realizada no Volp aconteceu em 2009.

Conhecer o significado de novas palavras enriquece nosso vocabulário e nos faz mergulhar na atmosfera intelectual em que vivemos. Mais do que isso, contribui para o pleno desenvolvimento de nossa capacidade de comunicação, amplia a compreensão que temos do mundo e nos torna aptos a identificar problemas, buscar soluções e sermos agentes de mudança em prol de uma sociedade mais humana, ética e justa, justifica a ABL.

A consulta pode ser feita on-line pelo site ou, ainda, por dispositivos móveis como tablets e celulares. Para isso, o usuário pode fazer a consulta utilizando a internet apenas uma única vez, quando baixar o aplicativo ou quando for necessária a atualização da base de dados.

As buscas no aplicativo são auto-completáveis, que facilita a digitação em telas pequena. De acordo com os técnicos responsáveis pelo aplicativo, quando o usuário começar a digitar parte da palavra cuja grafia precisa consultar, uma listagem de possíveis resultados aparece na tela. O aplicativo dispõe também de um ajuste que pode ampliar ou reduzir o tamanho da fonte, facilitando a leitura.

Novas palavras

Além de “feminicídio” e “home office”, a ABL adicionou “crossfit”, “sororidade”, “negacionismo” “pós-verdade” e outras relacionadas à pandemia de Covid-19, como “lockdown” e “covid-19, o próprio nome da doença grafado com letra minúscula.

Veja, a seguir, algumas palavras que foram incluídas e seus respectivos significados, segundo a ABL:

feminicídio: delito de homicídio praticado contra mulher decorrente de violência doméstica ou familiar e/ou por motivo de menosprezo ou discriminação de gênero.

home office: no Brasil, significa trabalhar de casa, mas, no inglês, a expressão equivalente seria “work from home”. Literalmente, em inglês, “home office” significa “escritório de casa”.

infodemia: volume excessivo de informações, muitas delas imprecisas ou falsas (desinformação), sobre determinado assunto (como a pandemia, por exemplo), que se multiplicam e se propagam de forma rápida e incontrolável, o que dificulta o acesso a orientações e fontes confiáveis, causando confusão, desorientação e inúmeros prejuízos à vida das pessoas.

necropolítica: uso do poder político e social, especialmente por parte do Estado, de forma a determinar, por meio de ações ou omissões (gerando condições de risco para alguns grupos ou setores da sociedade, em contextos de desigualdade, em zonas de exclusão e violência, em condições de vida precárias, por exemplo), quem pode permanecer vivo ou deve morrer.

pós-verdade: informação ou asserção que distorce deliberadamente a verdade, ou algo real, caracterizada pelo forte apelo à emoção, e que, tomando como base crenças difundidas em detrimento de fatos apurados, tende a ser aceita como verdadeira, influenciando a opinião pública e comportamentos sociais. Também pode ser um contexto em que asserções, informações ou notícias verossímeis, caracterizadas pelo forte apelo à emoção e baseadas em crenças pessoais, ganham destaque, sobretudo social e político, como se fossem fatos comprovados ou a verdade objetiva.

sororidade: sentimento de irmandade, empatia, solidariedade e união entre as mulheres, por compartilharem uma identidade de gênero; conduta ou atitude que reflete este sentimento, especialmente em oposição a todas as formas de exclusão, opressão e violência contra as mulheres.

Fonte: https://omunicipioblumenau.com.br/

Ministro Barroso e seu ativismo ideológico no STF são um perigo para a nação

Por Rodrigo Constantino 06/03/2018 14:08 (Gazeta do Povo)

Já comentei aqui várias vezes sobre o risco do ativismo judicial, daquele tipo que mistura as funções dos poderes e trata o judiciário como legislativo. Claro que o risco aumenta exponencialmente quando o ativista está no STF. E quando o assunto é ativismo no STF, não há nome que possa se equiparar ao de Luís Roberto Barroso.

Reinaldo Azevedo tem merecido muitas críticas recentemente, mas quando é para chamar a atenção para essa postura do Barrosão, ele ainda tem seu valor. E o jornalista dedicou várias colunas recentes ao tema, para mostrar como Barroso se comporta como governante, sem ter um único voto sequer. Diz Reinaldo num desses textos:

O ministro Roberto Barroso, do Supremo, decidiu governar o Brasil sem ser eleito por ninguém. Chegou ao Supremo com o apoio dos esquerdistas, em especial do núcleo duro do PT. A sua atuação em defesa do terrorista Cesare Battisti contou muito nas suas credenciais de “nosso — DELES!!! — homem”. Mais: ele também abraçava, e abraça ainda, a chamada “agenda das minorias”, incluindo o feminismo abortista. Ainda mais: para ele, a Constituição é uma obra aberta. Pouco importa o que vai escrito lá. As demandas sociais — na verdade, o berro das milícias militantes organizadas — devem ter prevalência sobre a vontade do constituinte originário. Basta ler seu livro sobre “O Novo Direito Constitucional Brasileiro”, como fiz, para chegar a essa conclusão.

O ativismo ideológico de Barroso também foi tema da coluna de Carlos Andreazza hoje no GLOBO. O editor resgata o passado recente do ministro do STF para mostrar que ele já foi o Gilmar Mendes de hoje, quando o alvo era o PT e o mensalão. Andreazza mostra que o santo é de barro, e pergunta: “Mendes pode ser tudo quanto se lhe acusa. Daí, porém, a que Barroso seja o oposto… Que tal testar a hipótese de que estejam ambos certos a respeito do outro? Que tal conjecturar sobre a que essa polarização — enquanto consagra o sete-peles oficial — serve?”

Paulo Guedes gostava de usar a mesma estratégia para condenar PT e PSDB juntos: o que o PT diz sobre os tucanos pode ser verdade, assim como o que os tucanos falam sobre os petistas. Quando um Babá ataca um Boulos por ser lulista demais dentro do PSOL, não precisamos estimar Babá para lhe dar razão. Ou seja, quando o sujo fala do esfarrapado, isso pode ser hipócrita, mas não quer dizer que o esfarrapado seja limpinho.

Ninguém precisa respeitar Gilmar Mendes para entender que suas acusações a Barroso procedem, e que a ameaça que este representa é muito maior, pois ele é tratado pela mídia como um justiceiro do bem, enquanto Mendes é demonizado. Se Mendes é uma espécie de PMDB no STF, Barroso é o PSOL, e o PSOL é bem mais perigoso – incomparavelmente mais perigoso! Andreazza diz:

Barroso é o mais ativo criador num Supremo particularmente legislador. Se o tema é aborto, aí é indisfarçado ativista, vestido com a toga, mas sem largar a agenda. Julgando, por exemplo, um habeas corpus em favor de duas pessoas presas preventivamente em decorrência da prática — um caso concreto, sem efeito vinculante, do que se deveria analisar exclusivamente o mérito —, o doutor subverteria a natureza daquela deliberação para desafiar o Código Penal e tentar, sem mandato popular para tanto, formular lei conforme sua militância; na ocasião, uma que autorizasse o aborto até o terceiro mês de gravidez. Barroso: aquele que se vangloria de não falar de política, mas que não passa semana sem fazer política pela descriminação das drogas — progressista da cepa dos que veem o Brasil como uma Holanda, mas que não sabem o que fazer com Paraguai, Bolívia, Colômbia e Venezuela.

Barroso, expressão de um Supremo capaz de votar para que uma lei — a da Ficha Limpa — retroaja contra o réu, é, como se declara, homem que vive para o bem e não para ofender pessoas. Orgulha-se, conforme diz, de não frequentar palácios. Talvez, contudo, devesse refletir sobre suas decisões que habilitam os do colarinho branco a continuar nos seus. Por exemplo: tivesse seu entendimento prevalecido — aquele segundo o qual, uma vez homologado, um acordo de delação premiada jamais poderia ser revisto —, Joesley Batista hoje estaria livre, onde desejasse, certamente em um palácio, rindo do Estado que ajudou a pilhar e que, no entanto, teria lhe ajudado a se lavar impunemente. Não haverá outra maneira de um juiz melhor ofender as pessoas.

Barroso é o “justiceiro social” do STF, daí ele ser tão adorado pelos esquerdistas que odeiam o conceito de República, pois se julgam acima das leis. E no dia em que a coluna foi publicada, eis que Barroso novamente resolve rasgar a Constituição e pedir quebra de sigilo do presidente Michel Temer.

Em suma, Barroso é um perigo! Mas é Gilmar Mendes que desperta a revolta e a mobilização da patrulha. O mesmo vale para Temer: é odiado, demonizado, alvo de protestos de artistas e “intelectuais”, os mesmos que defendem Lula, o PT e o PSOL. Mendes e Temer merecem as críticas ou acusações, mas tem muito “liberal purista” que faz o papel de idiota útil da esquerda radical, sem se dar conta de que está apenas agindo como massa de manobra dessa gente.

Se a escolha for entre PT/PSOL e PMDB, mil vezes PMDB, por mais triste que seja ter de fazer uma escolha dessas. O que não dá é para entrar no jogo dos comunas e ficar compartilhando ataques a Temer e Gilmar Mendes sem compreender que, no fundo, está-se alimentando o intuito golpista dos “justiceiros” de esquerda, que encaram a lei como um instrumento partidário-ideológico, a ser utilizado de forma arbitrária ou mesmo inconstitucional quando servir aos seus “nobres” fins.

Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/artigos/ministro-barroso-e-seu-ativismo-ideologico-no-stf-sao-um-perigo-para-nacao/?#success=true

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