DISCURSO DE POSSE: MEMBRO CORRESPONDENTE DA AVL

Por Maria Zilda Costa Cantanhede*

Dia 27 de maio de 2023 foi uma noite memorável.
Adentrar à Academia Vianense de Letras- AVL, como Membro Correspondente foi uma alegria inenarrável. Muito grata com a honrosa presença e companhia da estimada amiga Nany e sua irmã Régia.
Compartilho com vocês meu discurso de Posse.

Excelentíssima Senhora Presidente da Academia Vianense de Letras, Dra. Maria de Fátima Rodrigues Travassos Cordeiro; diletíssimos confrades e confreiras desta Magnânima Confraria, Casa Anica Ramos; colendas autoridades civis e religiosas; amados familiares, queridos amigos,
senhoras e senhores, boa noite! Obrigada pela presença honrosa de todos e todas, nesta noite gloriosa.

É com o coração transbordante de alegria que participo deste rito acadêmico, no qual, adentro a este Ateneu, qual seja, a Academia Vianense de Letras – AVL, como Membro Correspondente. A Deus toda minha gratidão, por tamanha permissão! Não poderia começar se não agradecendo aos ilustres acadêmicos pela anuência a mim concedida. Estar entre e com vocês é dizer que estou ao lado de gigantes. Gigantes na arte de arquitetar palavras, transformando-as em obras antológicas. Confesso que foi um atrevimento juntar-me a vocês, cuja plêiade de intelectuais, composta por homens e mulheres que evidenciam e enobrecem a literatura vianense, maranhense e brasileira; porém cá estou na condição de aprendiz.

Coloco-me à disposição para de alguma forma contribuir com a efetivação de “cláusulas pétreas” desta Instituição Acadêmica: produzir e fomentar cultura neste torrão gentil, e acolhedor – Viana-MA, cujos cognomes são lindamente expressos e impressos em forma de hino:“ Rica Pérola Engastada, Veneza Dileta, Rútila Estrela Brilhante”. Eis que é deste “Berço de Heróis Destinada á Suprema Comunhão” que nasceu no povoado Barro Vermelho, (hoje Cajari), aquele que viria ser e foi um herói: Eider Furtado da Silva, de quem tecerei brevemente algumas palavras. Sem antes, contudo, e, faz-se mister dizer de onde venho, sem dizer portanto quem sou, pois esta definição, ainda não a tenho, ouso todavia dizer, que sou simplesmente isto que sou: uma incompletude, que se completa à medida que vivo.

Sou de Matinha, município limítrofe deste rincão. Membro fundador do Sodalício, em cujo Estatuto, apresenta-se, em seu Art. 1º “Academia Matinhense de Ciências, Artes e Letras, com sigla AMCAL, fundada em 29 de julho de 2017, com sede e foro na cidade de Matinha, estado do Maranhão, tem por fim a defesa e o desenvolvimento cultural, notadamente da Literatura, Ciências e Artes Culturais, na cidade de Matinha e na Baixada Maranhense (…). Ocupo a Cadeira de número 19, cuja patrona é minha mãe, Pedrolina Costa Cantanhede, assento no qual tenho a honra em ocupá-lo, mas não a alegria… Na atual Diretoria, assumo a função de Presidente.

Expresso minha felicidade em compartilhar este momento com meus confrades: Manoel Câmara Alves, José Raimundo Trindade e Simão Pedro Amaral, que ora representam, aqui, (AVL), como Membros Correspondentes, também e tão bem a nossa Confraria.


*Maria Zilda Costa Cantanhede Presidenta da Academia Matinhense de Ciências, Artes e Letras – AMCAL; Especialista em Linguística, Educação do Campo, Educação Pobreza e Desigualdade Social; Articulista, cronista, poetisa, revisora textual; Professora da Rede Estadual de Ensino; Supervisora de Normas e Organização da Rede Integral/ SUNORI/SEDUC/SAEPI; Coordenadora de Mostras e Feiras Científica do CNPq/MCTI; Pesquisadora do CNPq.

TERESINHO ALVES, UM ENGENHEIRO AGRÔNOMO A SERVIÇO DA BAIXADA MARANHENSE

TERESINHO ALVES, filho de Antônio Amorim e Maurina Alves. Nasceu em 02 de março de 1965 no Povoado Santa Maria em Peri-Mirim/MA. Com o falecimento do pai, mudou-se aos três anos de idade para Bequimão, para morar com sua tia Elisa Amorim.

Cursou o ensino fundamental no Centro Educacional (CEMA), em Bequimão. Cursou o ensino médio no Instituto Federal de Educação (IFMA) – Maracanã, no período de 1985 a 1987, formando-se em Técnico em Agropecuária. Em 1999 formou-se em Engenheiro Agrônomo pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Também se licenciou em Biologia e Química pela UEMA em 2002.

Atualmente reside em Bequimão. Pai de Camila Larissa Lima Alves e Alana Caroline Lima Alves, fruto da união estável com Rosa Pereira de Sousa Lima.

Atua há 22 anos na AGERP – Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Maranhão, como Extensionista, em várias comunidades de Peri-Mirim e Bequimão.

Teresinho é o responsável técnico pelo Projeto Plantio Solidário da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP).

UMA “ESPIADA” NA BAIXADA MARANHENSE

Por Zilda Cantanhede*

Nos dias 21 a 23 de abril de 2023, a Baixada Maranhense recebeu visitas de muitos filhos que estão morando na capital São Luís, além de convidados especiais, como alguns imortais de diversas Academias e do SEBRAE. Estou falando dos forenses que compõem a agremiação denominada Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (fundado em 2015). Hoje presidido pelo baixadeiro de Cajari Expedito Moraes.

Foi um passeio inesquecível; com um seleto roteiro e uma programação cuidadosamente organizada pela diretoria do Fórum e pelo presidente do Sistema Maracu de Rádio e TV, Benito Filho.

O acolhimento ficou por conta dos anfitriões Linielda de Eldo e Carrinho Cidreira, prefeita e prefeito, respectivamente dos municípios de Matinha e Viana.

Em Matinha tivemos um jantar, cujo cardápio, genuinamente baixadeiro, escolhido pessoalmente pela prefeita Linielda, que executado pelas mãos habilidosas da proprietária do Restaurante dos Amigos, Dulce Moraes deu um toque especial daquela comida feita em casa. Torta de traíra seca, a jabiraca, pato e galinha ao molho pardo, carne de porco assada na brasa, peixe frito e assado, foram algumas das iguarias gastronômicas servidas à lá carte, regadas com sucos de frutas típicas da região ou com as famosas cachaças da Dose & Prosa da matinhense Maria Freitas e a Santo Ambrósio, da vianense Ana Valéria Ambrósio, ambas bastante degustadas.

Ao som dos tambores e das matracas, o bumba-boi Flor de Matinha fez jus à tradição, à nossa cultura. Não deu para resistir, entramos na roda e protagonizamos a festa junto com todos os personagens desse folguedo, que é tão nosso!

O ponto de encontro dos tripulantes para o tão esperado passeio lacustre foi no Parque Dilú Melo, em Viana. Lá os transportes já nos aguardavam. São lanchas motorizadas. Uma espécie de Cruzeiro Baixadeiro. Música, danças, bebidas comidas e muita diversão somada à contemplação da natureza, um exuberante cenário.

A rota contemplou pontos turísticos de três municípios: Viana, Matinha e Cajari, neste, um recorte: a beleza contrastante do povoado Os Coelhos, onde os moradores vivem literalmente sobre as águas.

Não tem como não nos emocionar! Uma gama de sentimentos aguçados e muitos questionamentos …
Uma parada para almoço em Viana, no cardápio a nossa deliciosa culinária, com destaques para o angu e o arroz de toucinho que estavam de lamber os beiços.

Ainda deu tempo de fazer um merchandising dos livros de muitos dos forenses-escritores.

São Pedro deu uma trégua nesses três dias e fechou as torneiras, para que o sol, com toda sua majestade brilhasse ainda mais. Sob o calor intenso e águas cristalinas, uma combinação perfeita para um banho na Enseada do Nazaré, em Matinha.

Finalizamos o dia onde começamos: Parque Dilú, ambiente que respira poesia, perfeito para encontros e reencontros, prosas, causos e construção de memórias.

Um café na casa do prefeito Carrinho Cidreira, marcou o encerramento da expedição que promove o ecoturismo. O mesmo itinerário feito pelas águas, daqui a alguns meses é possível fazê-lo sobre os torrões.

E nos estaremos prontos para dar uma espiada.

Venha conhecer a Baixada Maranhense; dona de dupla face, que em ambas versões vale muito a pena espiar.

*Maria Zilda Costa Cantanhede Presidenta da Academia Matinhense de Ciências, Artes e Letras – AMCAL; Especialista em Linguística, Educação do Campo, Educação Pobreza e Desigualdade Social; Articulista, cronista, poetisa, revisora textual; Professora da Rede Estadual de Ensino; Supervisora de Normas e Organização da Rede Integral/ SUNORI/SEDUC/SAEPI; Coordenadora de Mostras e Feiras Científica do CNPq/MCTI; Pesquisadora do CNPq.

O FÓRUM DA BAIXADA DIVULGA A PROGRAMAÇÃO DA EXPEDIÇÃO ECOTURÍSTICA

O Fórum em Defesa da Baixada Maranhense e o Rádio Maracu AM 630 promoverão no próximo sábado, dia 22 de abril, uma grande atração ecoturística nos Lagos de Viana, Aquiri/Matinha próximo final de semana.
Dezenas de pessoas confirmaram presença no evento, que inclui passeio náutico pelos lagos de Viana e Aquiri, banho no rio Maracu e uma exposição de livros de autores da região pantaneira conhecida como Baixada Maranhense.
A região pantaneira conhecida como Baixada Maranhense é uma área formada por vários lagos, campos naturais, cerrados, babaçuais, lagos, rios e estuários. A fim de divulgar e conhecer a região, o Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM) e a Rádio Maracu AM 630 planejaram uma EXPEDIÇÃO ECOTURÍSTICA para os campos e lagos floridos de Viana, Matinha e Cajari, a qual ocorrerá no período de 21 a 23 de abril, conforme este Roteiro.
O presidente do FDBM, Expedito Moraes, e sua equipe têm trabalhado com muita dedicação na organização do evento destaca-se a participação da secretária geral do Fórum Elinajara Pereira que cuida de todos os detalhes com muita atenção.
Veja a programação abaixo:

PROGRAMAÇÃO:

1º DIA – 21/04/2023 (SEXTA FEIRA)  

SAÍDA DE SÃO LUÍS ÀS 13:00h. DESTINO: MATINHA

19:30 – (NOITE CULTURAL) – JANTAR OFERECIDO PELA PREFEITA LINIELDA NUNES CUNHA;

20:00 – APRESENTAÇÃO DO BOI DE MATRACA DE MATINHA e

22:00 HORAS: RETORNO PARA HOTEL EM VIANA.

2º DIA – 22.04.2023 (SÁBADO):

8:00 – EMBARQUE/CAIS DO PARQUE DILÚ MELO

8:15 – SAÍDA;

8:25 – CAFÉ SERVIDO NO MEIO DO LAGO (LANCHA EM VELOCIDADE MODERADA);

8:45 – VISITA À ILHA DE SACOÃ;

9:00 – VISITA AO MORRO DO MOCOROCA;

9:30 – ENTRADA NO RIO MARACU COM DESTINO À CIDADE DE CAJARI;

10:30 – CHEGADA AO MAIS BELO CAIS DA BAIXADA, CAJARI, ONDE NASCEU O COMPOSITOR E CANTOR JOSIAS SOBRINHO

10:35 – DESEMBARQUE (TEMPO LIVRE DE 1 HORA);

11:35 – EMBARQUE: DESTINO AO PARQUE DILU MELO;

13:00 – ALMOÇO TÍPICO: GASTRONOMIA BAIXADEIRA;

14:30 – EMBARQUE: DESTINO LAGO E AQUIRI SANTANINHA;

14:45 – PASSAGEM PELO POVOADAO IBACAZINHO/E IGARAPÉ DO ENGENHO OU RIO MARACU[3]

15:15 – BANHO NAS ÁGUAS LÍMPIDAS E TRANSPARENTES DE SANTANINHA:

16:45 – RETORNO A VIANA e

20:00 – JANTAR COM CONTO DE CAUSOS, POESIAS, “MENTIRAS” E CANTOS REGIONAIS, ETC.

 

3º DIA – 23.04.2023 (DOMINGO)

08:00 HORAS – CAFÉ DA MANHÃ NA RESIDÊNCIA DO SR. PREFEITO CARRINHO CIDREIRA.

10:00 HORAS RETORNO A SÃO LUÍS.

O FÓRUM DA BAIXADA DIVULGA A PROGRAMAÇÃO DA EXPEDIÇÃO ECOTURÍSTICA

O Fórum em Defesa da Baixada Maranhense e o Rádio Maracu AM 630 promoverão no próximo sábado, dia 22 de abril, uma grande atração ecoturística nos Lagos de Viana, Aquiri/Matinha próximo final de semana.
Dezenas de pessoas confirmaram presença no evento, que inclui passeio náutico pelos lagos de Viana e Aquiri, banho no rio Maracu e uma exposição de livros de autores da região pantaneira conhecida como Baixada Maranhense.
A região pantaneira conhecida como Baixada Maranhense é uma área formada por vários lagos, campos naturais, cerrados, babaçuais, lagos, rios e estuários. A fim de divulgar e conhecer a região, o Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM) e a Rádio Maracu AM 630 planejaram uma EXPEDIÇÃO ECOTURÍSTICA para os campos e lagos floridos de Viana, Matinha e Cajari, a qual ocorrerá no período de 21 a 23 de abril, conforme este Roteiro.
O presidente do FDBM, Expedito Moraes, e sua equipe têm trabalhado com muita dedicação na organização do evento destaca-se a participação da secretária geral do Fórum Elinajara Pereira que cuida de todos os detalhes com muita atenção.
Veja a programação abaixo:

PROGRAMAÇÃO:

1º DIA – 21/04/2023 (SEXTA FEIRA)  

SAÍDA DE SÃO LUÍS ÀS 13:00h. DESTINO: MATINHA

19:30 – (NOITE CULTURAL) – JANTAR OFERECIDO PELA PREFEITA LINIELDA NUNES CUNHA;

20:00 – APRESENTAÇÃO DO BOI DE MATRACA DE MATINHA e

22:00 HORAS: RETORNO PARA HOTEL EM VIANA.

2º DIA – 22.04.2023 (SÁBADO):

8:00 – EMBARQUE/CAIS DO PARQUE DILÚ MELO

8:15 – SAÍDA;

8:25 – CAFÉ SERVIDO NO MEIO DO LAGO (LANCHA EM VELOCIDADE MODERADA);

8:45 – VISITA À ILHA DE SACOÃ;

9:00 – VISITA AO MORRO DO MOCOROCA;

9:30 – ENTRADA NO RIO MARACU COM DESTINO À CIDADE DE CAJARI;

10:30 – CHEGADA AO MAIS BELO CAIS DA BAIXADA, CAJARI, ONDE NASCEU O COMPOSITOR E CANTOR JOSIAS SOBRINHO

10:35 – DESEMBARQUE (TEMPO LIVRE DE 1 HORA);

11:35 – EMBARQUE: DESTINO AO PARQUE DILU MELO;

13:00 – ALMOÇO TÍPICO: GASTRONOMIA BAIXADEIRA;

14:30 – EMBARQUE: DESTINO LAGO E AQUIRI SANTANINHA;

14:45 – PASSAGEM PELO POVOADAO IBACAZINHO/E IGARAPÉ DO ENGENHO OU RIO MARACU[3]

15:15 – BANHO NAS ÁGUAS LÍMPIDAS E TRANSPARENTES DE SANTANINHA:

16:45 – RETORNO A VIANA e

20:00 – JANTAR COM CONTO DE CAUSOS, POESIAS, “MENTIRAS” E CANTOS REGIONAIS, ETC.

 

3º DIA – 23.04.2023 (DOMINGO)

08:00 HORAS – CAFÉ DA MANHÃ NA RESIDÊNCIA DO SR. PREFEITO CARRINHO CIDREIRA.

10:00 HORAS RETORNO A SÃO LUÍS.

TODO DIA É DIA DA POESIA

Por Zé Carlos Gonçalves

Se eu fosse um poeta …

não haveria hora
nem tempo teria,

rimas perfeitas faria:

luz com guia
José com Maria
vida com alegria
amor com magia
querer com sabedoria
solidariedade com empatia!

aí, o mais belo jardim
se criaria
e
cresceria
e
se fortaleceria

e

linda e bela,
a minha jornada seria:

a fome não doeria
a raiva não vingaria
a dor não maltrataria
o capricho não agiria
o sofrer não acordaria
o estresse não gritaria
a desilusão não viveria
o medo não se firmaria
a inveja não despertaria
o tédio não se insinuaria
a preocupação não falaria
o choro não se derramaria
a angústia não mortificaria
a tristeza não se perpetuaria!

de tão feliz não dormiria!

o amar tornar-se-ia
a absoluta e única mania
e
eu, de todo amor,
me vestiria!

Ah, se eu fosse um poeta,
quão bem a poesia
eu faria:
todo dia …!

Foto: Pôr do Sol na Fazenda Nazaré em Matinha/MA.

CASARÃO DAS FREIRAS

Por Francisco Viegas Paz*

Ao visitar Peri-Mirim, depara-se com uma cena que depõe contra a Administração Municipal. Trata-se da deterioração de um casarão adquirido pelo prefeito João França Pereira, há 43 anos. E até hoje, nenhuma providência, pelos demais prefeitos que o sucederam, foi tomada para sua utilização.

A prefeitura, por desleixo, nunca tratou de recuperar uma obra importantíssima para a cidade, como é o casarão. Ali serviu de residência para as freiras canadenses da Missão de Sherbrooke, que passaram a residir em Peri-Mirim, após a chegada da Missão em 15 de agosto de 1958.

A Academia de Letras, sensível ao visual da cidade e, por desejar recuperar para a própria Academia, emitiu um documento ao prefeito Heliézer, que negou a doação e propôs recuperar o prédio e instalar algumas secretarias nele. Mas até agora não foi feito absolutamente nada e, pelo visto, não o fará. Dessa forma recorre-se ao adágio popular que diz: “Não come, mas estraga”. E o estrago está feio, com o telhado totalmente destruído e as paredes cobertas pelo limo do abandono.

Quem conhece a história do casarão, lamenta tamanho infortúnio de uma obra que serviu de moradia às irmãs canadenses, as quais ajudaram no desenvolvimento educacional e espiritual dos jovens peri-mirienses na década de sessenta e setenta.

Certamente a sua recuperação e uso pela Academia de Letras, traria, novamente, grandes aprendizados aos jovens, escritores, artistas, etc. Além do mais, a sua faixada poderia ser em azulejo, melhorando assim, o visual da sede do município.

*Francisco Viegas Paz é natural de Peri-Mirim/MA, membro fundador da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), onde ocupa a cadeira nº 07, formado em Química pela Universidade Federal do Maranhão. Autor de vários artigos publicados em jornais; autor dos livros: Seminarista Graças a Deus; Curiosidades Históricas de Peri-Mirim; Peri-Mirim: 100 Anos de Emancipação e coautor de Ecos da Baixada.

EU, BAIXADEIRO DA GEMA!

Por Zé Carlos Gonçalves

Às vezes, vago perdido

                         de mim …

  

 as mais fantásticas belezas

                  não me encantam     

                         não me dizem    

               não me satisfazem!

 

    carrego comigo o verde,

                             terra-mãe,

                   mais e sublime,

                               e

                             o azul,

               mais vivo e alentador,

                  a me enfeitiçarem

                  no calor chamante

                       da curacanga!

 

   devaneio pelas trilhas,

           cheias de mistérios

                           e

                    sabenças,

          dos infindos campos,

             que me forjaram   

              menino e poeta,

             nas horas vagas

             de todos os dias!

 

   ouço,

      em todos os instantes,

        os “ecos da Baixada”

          a me confessarem

           a sagrada origem

                         e

          a me sussurrarem

           o amor materno,

               que me vela

                         e

                me conduz!

 

   atendo ao chamado

             do tambor grande

   queimo palhinhas,

           para alegrar os Reis

   tiro jóia para o divino    

                 Espírito Santo

   faço falar a matraca,

             a acordar São João

   passo fogueira,

          a reafirmar a amizade

   revivo presépios,

        a celebrar o Nascimento

   jogo pião, no terreiro santo

            da Floriano Peixoto

   sento na porta,

    a fortificar os meus laços

   sou o filhote,

         a não se desgarrar

               da ninhada!

 

   assim, sigo convicto

                  do que sou:

 

      baixadeiro da gema,

 

        comedor de beiju

                        de chibé

                       de murici

                      de juçara

                     de sarapó

                    de jaçanã                  

                   de bacaba                                 

                  de tapiaca

                 de marreca

                de surubim

               de mussum

              de baguinho

             de piaba frita

            de tarira seca

           de leite de bufa 

          de farinha dágua

         de angu com isca

        de bucho de sarro   

       de bolo de tapioca

      de café com farinha de galinha ao molho pardo                    

 de mandi no leite de coco

                       e             

           bebedor do Turi

                        do Mearim

                       do Pindaré

                      do Pericumã!

SAUDADES

Por Zé Carlos Gonçalves

Não me perco
dos meus.

Trago-os nas saudades,
que me assaltam
nas minhas orações
nos meus devaneios
no domingo, à tarde
na segunda-feira
no decorrer da tarde
no silêncio da noite!

saudades não tiram férias
nem
respeitam convenções!

saudade berram

no mais profundo silêncio
e no inconfundível cheiro
do perfume preferido
e na foto desbotada,
incorporada à parede
e na velha melodia,
cantarolada num
sussurro simples
e no sorriso livre,
liberto da maldade
e no dizer calado,
do fim da tarde
e na escápula muda,
do quarto vazio,
e na mesa posta,
com um prato
a menos
e no solitário aceno
sem resposta
e nas lágrimas amargas
do choro manso!

saudades
açoitam o corpo,
transido de tristeza,
para virem doer
no fundo d’alma;

e

acalentar
nas horas tristes!

saudades, também, abraçam
e
confortam
e
revivem lembranças!

AFINAL, QUEM É A PROFESSORA DE MATEMÁTICA?

Por Zé Carlos Gonçalves

CENAS DO COTIDIANO X (… tristes 20 anos!)
“Eita que a coisa tá pegano fogo!” Como bem canta “o Bicho” em nossos carnavais, “o carderão tá freveno!”

O “leões” inova e estabelece o inimaginável. O “sal” dos contratados passou a ser a arma mais eficaz para “um vil cisma”. Sem comentários!

Estou tão assustado com “a curiosidade humana!” Bem explicado. “Humana”. E não é que venho recebendo um número absurdo e insistente de pedidos, para eu declinar o nome da mestra, que se acha “o catebau”, da Matemática?! “Chega até a língua coçou de vontade”. Mas, Deus me livre “em fazer a fila andar”, e ela me mandar mais cedo para “os quartos, os quintos ou os sextos …!” Cruz credo! “Mim ajudeim, aí! Mim dexo nu meo cantinho, queto! Num sô boca môli!”

Agora, e, agora?! O absurdo da semana. A universidade se “desdemocratizou!” Quanta desfaçatez! “Jovializou-se” pela boçalidade juvenil! Agora 40 anos é o limite, para que se procure conhecimento. E 20 é “a idade da ignorância?!” Tal pensar é algo imperdoável “nestes tempos”. “Imaginem” que loucura! Eu gosto dessa palavra. “Imaginem”. Então, imaginem qual será a postura profissional de tais jovens, que não entraram “no bonde” da História. É como bem me diz o tio Bobo, “só muita fuça de concreto”. Eita! Essa tirada, acho-a fantástica! Mas, volto às três. Quero acreditar que é mera ingenuidade. “Pra num dizê tudo qui tô pensano”. Idade limite para a entrada na universidade?! Que coisa, né?! Imaginem se elas adentram a área de humanas. Os de 40, silenciados para sempre. Se na área de exatas, os de 40 serão apenas uma tênue linha no gráfico dos inúteis. Se na área de saúde, “tudo acabado” em cruéis vereditos! “Êsti inda veve; êsti já párti”. Coitados! E, coitadas delas. Merecem nem “ser canceladas”. Basta apenas um “leve castigo”. “Ad eternum”, com os seus 20 anos. Porém, com o mesmo, pobre e triste pensamento. E daqui a 20 anos, tão invejosas das de 40!

Eita, internet porreta!