AS CRIANÇAS NA VII AÇÃO DE GRAÇAS NA JUREMA

A VII Ação de Graças na Jurema ocorreu no dia 16 de novembro de 2024, no Sítio Jurema, Povoado de Cametá, a 5 Km da sede do munícipio de Peri-Mirim/MA. Além da distribuição de brinquedos, kits de higiene bucal, garrafinhas para água, da presença dos palhaços JU, RE e MA; a criançada contou com o talento especial de Alice Santos Lopes, estudante do Colégio Alda Ribeiro Corrêa- ARC, filha de Edna Jara Abreu, membro da Academia de Letras Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP). Alice passou o dia inteiro na tarefa de fazer desenhos no rosto da criançada.

 

A SÉTIMA AÇÃO DE GRAÇAS NA JUREMA VEM AÍ

A Família Santos e Amigos já se preparam para a VII Ação de Graças na Jurema que será realizada no dia 16 de novembro de 2024. José dos Santos  idealizou o evento, prevendo que, uma vez por ano, fosse realizada uma reunião na Comunidade do Cametá, no mesmo local em que foi criado, denominado Sítio Jurema. Ao completar 90 (noventa) anos, José apressou-se em construir uma casinha para homenagear a sua mãe, por meio de uma missa em Ação de Graças. A casinha ficou pronta e, quando José completou 94 (noventa e quatro) anos, seu sonho foi realizado. Vestido em seu terno arvo, recebeu os familiares e amigos para comemorar seu aniversário, a fim que se reunissem para celebrar a união e gratidão pelas pessoas do lugar.

A imagem abaixo demonstra a fala de José dos Santos durante a comemoração do seu aniversário de 94 anos na Jurema. José dos Santos era conhecido por gestos suaves e estar sempre elevando as mãos aos altos para agradecer.

Ao evento deu-se o nome de Ação de Graças na Jurema. José faleceu antes que fosse realizada a 1.ª Ação de Graças que idealizou para que fosse realizado todo ano no último sábado do mês de julho. No dia 29 de julho de 2017 foi realizada a 1.ª Ação de Graças na Jurema; a 2.ª Ação de Graças 28 de julho de 2018; a 3.ª em 27 de julho de 2019;  em 2020 não houve devido a Pandemia da Covid-19; a 4.ª em 20 de novembro de 2021; a 5ª em 19 de novembro de 2022; a 6ª em 14 de outubro de 2023 e 7ª foi realizada em 16 de novembro de 2024.


A foto de destaque é da  comemoração dos 80 (oitenta) anos de José Santos. Nesta foto, ele está ladeado pelas duas irmãs Zoelzila e Maria Santos e pelos dois irmãos Alípio e João Pedro. Os demais irmãos: Izidório, Antônio e Manoel já haviam falecido. Hoje 06/11/2024, apenas João Pedro permanece entre nós.

PROJETO PLANTIO SOLIDÁRIO DA ALCAP: Promoverá Troca de Mudas e Sementes durante a VII Ação de Graças na Jurema

A Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense  (ALCAP) promoverá a quarta Edição da Feira de Troca de Mudas, Sementes e Saberes, em parceria com a VII Ação de Graças na Jurema, que será realizada no dia 16 de novembro de 2024, no Sítio Jurema, Povoado do Cametá, no município de Peri-Mirim-MA.

A referida feira será realizada por meio do Projeto Plantio Solidário “João de Deus Martins”, que tem como gestora, Ana Cléres Santos Ferreira, que sempre contou a colaboração de Maria do Carmo Pinheiro, ambas amigas da ALCAP, as quais preparam um ambiente aprazível para receber a comunidade. A Ação de Graças na Jurema foi idealizada por José dos Santos, para promover a União em sua Comunidade.

Por iniciativa da acadêmica Jessythannya Santos, o objetivo da feira é auxiliar na preservação da biodiversidade, promover a educação ambiental, bem como estimular a alimentação orgânica e saudável. As mudas serão fornecidas pelo Jardim Botânico da Vale S.A. Porém, a maioria das mudas são oriundas do Sítio Boa Vista, de propriedade da gestora do Projeto.

Além de mudas de hortaliças, legumes e outros vegetais, serão trocadas/disponibilizadas plantas ornamentais, mudas de árvores frutíferas e não frutíferas, plantas medicinais, sementes e muito conhecimento e diversão. Esperamos contar com a participação de engenheiro agrônomo ou outro especialista, para orientar as pessoas.

PROJETO COERÊNCIA POR UM MUNDO MELHOR: Reino desunido não prospera!

Extraído do livro: COMO SE TORNAR SOBRENATURAL de Dr. Joe Dispenza

“Todo reino dividido contra si mesmo será arruinado, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá”. Mateus 12:25

 

Vivemos em um tempo de extremos, e esses extremos são reflexo de uma velha consciência que não pode mais sobreviver e de uma futura consciência na qual a própria Terra e todos no planeta estão se transformando. A velha consciência é movida por emoções de sobrevivência como ódio, violência, preconceito, raiva, medo, sofrimento, competitividade e dor, que servem para nos induzir a acreditar que estamos separados um do outro. A ilusão de separação sobrecarrega e divide indivíduos, comunidades, sociedades, países e a Mãe Natureza. A desatenção, o descuido, a ganância e o desrespeito à atividade humana ameaçam a vida como a conhecemos. Por simples questão de lógica e razão, esse tipo de consciência não pode se sustentar por muito mais tempo.

Como tudo caminha para polaridades extremas, é inegável que muitos dos sistemas atuais – políticos, econômicos, religiosos, culturais, educacionais, médicos ou ambientais – são desmontados à medida que paradigmas antiquados caem. Podemos ver isso de forma mais proeminente no jornalismo, em que ninguém mais sabe em que acreditar. Algumas mudanças refletem escolhas das pessoas, outras refletem níveis crescentes de consciência pessoal.

Uma coisa é óbvia: nessa era da informação, tudo o que não está alinhado com a evolução da nova consciência vem à tona. Se você não está ciente de que ocorre um aumento na frequência e energia neste momento – um aumento na ansiedade, tensão e paixão –, talvez não esteja prestando atenção ao seu estado de ser e à interconexão da humanidade com essa energia.

Além de agitações nos ambientes políticos, sociais, econômicos e pessoais, altamente carregados, muita gente também sente o tempo acelerando, ou que acontecimentos importantes estão ocorrendo a intervalos de tempo menores. Dependendo do ponto de vista, pode ser um momento histórico emocionante de despertar ou indutor de ansiedade. Independentemente disso, o velho deve desaparecer ou desmoronar para que algo mais funcional possa surgir. É assim que pessoas, espécies, consciência e o próprio planeta evoluem. A excitação energética nos seres humanos e na natureza gera várias perguntas: será que estão em cena influências maiores, que afetam a correlação da humanidade com violência, guerra, crime, terrorismo e, inversamente, paz, unidade, coerência e amor? Será que existe uma razão para tudo isso estar acontecendo neste momento específico?

Fonte: DISPENZA, Joe. Como se tornar sobrenatural : pessoas comuns realizando o extraordinário; tradução de Lúcia Brito. Porto Alegre: CDG, 2020.


JOE DISPENZA estudou bioquímica na Universidade Rutgers. Detém o grau de bacharel em ciência com ênfase em neurociência e obteve o título de doutor em quiroprática na Life University de Atlanta, Geórgia.

AÇÃO DE GRAÇAS NA JUREMA LANÇA PROJETO AMBIENTAL

Liderada por Ana Cléres Santos Ferreira, considerada a ambientalista da Família Santos, a AÇÃO DE GRAÇAS NA JUREMA lançou ontem, dia 19 de março de 2024, um Projeto Ambiental denominado SABEDORIA AMBIENTAL: Quem pensa, preserva!

A Ação de Graças na Jurema (AGJ) já pode ser considerada entidade cultural, literária e científica de grande expressão na formação das pessoas e pelo exercício da Gratidão. Considerando a crescente degradação ambiental e poluição dos rios do município de Peri Mirim e diversos tipos de degradação ambiental, como forma de colaborar com a preservação do meio ambiente, o presente projeto busca atuar no plantio de árvores nativas em áreas de degradação ambiental e preservação das espécies ainda existentes, bem como criar espaços de lazer e cultura como busques e passeios ecoturísticos, sempre primando pela Educação Ambiental de forma consciente.

A Ação de Graças foi idealizada por José dos Santos que, antes falecer em 2017, demonstrou interesse em promover encontros constantes com a comunidade da qual era líder. No mesmo ano de seu falecimento foi realizada a 1.ª Ação de Graças, no dia 29 de julho de 2017; a 2.ª em 28 de julho de 2018; a 3.ª em 27 de julho de 2019;  em 2020 não houve devido a Pandemia da Covid-19; a 4.ª em 20 de novembro de 2021; a 5ª em 19 de novembro de 2022; 6ª em 14 de outubro de 2023 e está prevista a 7ª edição para 16 de novembro de 2024.

Com esse projeto, os participantes e amigos da AGJ visam intensificar as ações de preservação ambiental que foram iniciadas pelos ancestrais da Família Santos que, desde sempre, entendiam que o homem e natureza devem viver em harmonia. Leia o Projeto no link abaixo:

AÇÃO DE GRAÇAS NA JUREMA – PROJETO SABEDORIA AMBIENTAL

VI AÇÃO DE GRAÇAS NA JUREMA PROMOVE TROCA DE MUDAS, SEMENTES E SABERES

A Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense  (ALCAP) proveu a terceira Edição da Feira de Troca de Mudas, Sementes e Saberes, durante a VI Ação de Graças na Jurema, realizada em 14 de outubro de 2023, no Sítio Jurema no Povoado do Cametá, município de Peri-Mirim-MA.

A referida feira foi realizada por meio do Projeto Plantio Solidário João de Deus Martins, que tem como gestora, Ana Cléres Santos Ferreira, com a colaboração de Ducarmo, as quais estão preparam um ambiente aprazível para receber a comunidade. A Ação de Graças na Jurema foi idealizada por José dos Santos, para promover a União em sua comunidade.

O objetivo da feira é ajudar a preservar a biodiversidade, promover a educação ambiental e estimular a alimentação saudável e orgânica. As mudas foram fornecidas pelo Jardim Botânico da Vale S.A, UEMA, por meio do Prof. Dr. Gusmão Araújo, a maioria das mudas são oriundas do Sítio Boa Vista, de propriedade da gestora do Projeto.

Além de mudas de hortaliças, legumes e vegetais, foram trocadas plantas ornamentais, como por exemplo, flores e cactos, bem como frutíferas e não frutíferas, plantas medicinais, sementes e muito conhecimento. Esperamos contar com a participação de engenheiro agrônomo ou outro especialista, para orientar as pessoas.

 

SEXTA AÇÃO DE GRAÇAS NA JUREMA

No dia 14 de outubro de 2023 foi realizada a VI Ação de Graças na Jurema. José dos Santos  idealizou que, uma vez por ano, fosse feita uma reunião na Comunidade de Cametá, na casa que construiu para homenagear a sua mãe, para que todos se reunissem para celebrar a união e gratidão pelas pessoas do lugar.

José faleceu antes que fosse realizada a 1.ª Ação de Graças que idealizou para que fosse realizado todo ano no último sábado do mês de julho. No dia 29 de julho de 2017 foi realizada a 1.ª Ação de Graças na Jurema; a 2.ª Ação de Graças 28 de julho de 2018; a 3.ª em 27 de julho de 2019;  em 2020 não houve devido a Pandemia da Covid-19; a 4.ª em 20 de novembro de 2021; a 5ª em 19 de novembro de 2022 e a 6ª em 14 de outubro de 2023.

José dos Santos era um líder, um educador nato, possuidor de uma inteligência ímpar, um homem digno, que mereceu entrar para a imortalidade ao ser escolhido para ser um dos patronos da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense, para que sua história seja contada às futuras gerações – foi um homem exemplar, motivo de orgulho para toda a sua descendência.

José dos Santos sempre pregou a União, vivia na graça, era um Homem Feliz, faleceu no dia 25 de fevereiro de 2017, aos 95 (noventa e cinco) anos, em São Luís, onde está sepultado juntamente com seu filho mais novo, Carlos Magno.

JOSÉ VIVIA NA GRAÇA

Por Ana Creusa

O apoio das leis da natureza é o estado de graça. (Deepak Chopra).

Banho tomado. Barba feita. Perfume exalando. Lá estava ele, pronto para mais um baile, em que fora formalmente convidado[1]  pelo dono da casa.

Sentindo um leve remorso, por deixar seu irmão João Pedro em casa e, por cima, ainda ardendo em febre, apesar dos chás que lhe preparava a irmã Maria Santos.

Papai falava com tio João Pedro:

– Acho que não devo ir, e se você não melhorar?

– Já estou melhor, Zé, repetia o irmão enfermo.

Papai percebia que aquelas palavras eram apenas para que ele pudesse ir ao baile em paz.

Papai colocava a mão no pescoço do irmão e nada de a febre aliviar, estava igual brasa. Parecia até que a temperatura havia aumentado.

Mas afinal, o que ele poderia fazer? Maria estava cuidando do irmão. Poderia sim, ir ao baile tranquilamente.

Era inverno. Acondicionou sua roupa bem passada em uma caiambuca[2] e saiu, sempre conversando com o irmão que repetia:

– Vai, Zé, eu já estou melhor.

Na saída da casa na Jurema[3] existia um palmeiral[4] que se movia com a ação do vento, fazendo um barulho assustador.

Papai saiu em meio àquelas palmeiras. Logo percebeu que um temporal se avizinhava. Tinha a sensação de que as árvores cairiam naquela hora.

Voltou para casa correndo para que aquela situação melhorasse.

Conversou com o irmão enfermo que estava sentado na rede de dormir. Não chegou a chover. Era apenas uma ventania.

Na terceira vez que saiu de casa para ir à festa, novamente a tempestade se formou e José voltou para casa. No caminho de volta decidiu que não iria mais àquela festa, que não deveria mais insistir. Quem sabe o seu irmão pudesse piorar.

Naquela festa no Povoado de Poções o seu grande amigo Raimundo de Genoveva que atendia pela algunha de Raimundo Lagarto[5] foi duramente espancado, sofreu açoites de cassete e facão. Ficou muito doente e, dias depois, veio a óbito.

A conversa no dia seguinte era que os inimigos de Raimundo Lagarto iriam primeiro matar José Santos, para que o caminho ficasse livre para eles poderem matar seu amigo.

José Santos sabendo dessa história, não teve dúvidas: todos aqueles eventos, doença do irmão e tempestade, o livraram da morte naquele dia.

Sempre pensava como teriam ficado seus irmãos se ele fosse assassinado? Com essa experiência, ele jamais insistia. Seguia sua intuição, que ele tinha certeza de que vinha de Deus.

Papai tinha o hábito de não insistir, não teimar, não “forçar a barra”, viva na Graça. Cultivava a sua intuição.

Não raro, formávamos uma viagem, arrumávamos tudo e quase na saída, ele dizia:

– Eu não vou mais.

– Como assim? Já estamos prontos, já compramos a passagem!

Ele repetia:

– Eu não vou mais.

Os habituados àquela situação nem mais instigavam. Alguns queriam explicação:

– Por que o senhor não vai mais?

Ele não explicava, apenas desistia e procurava concentrar-se em outra coisa. Viagem desfeita. Negócio inconcluso.

Assim vivia meu pai: na Graça. Surfava na onda. Deixa a vida o levar. Sem pressa. Obedecia aos comandos da sua intuição e ponto final.

Ele contava a origem desse comportamento que ele definia como obediência a Deus. Foi exatamente no dia da festa em que seu irmão João Pedro estava doente e seu amigo foi morto que, após vários sinais, ele resolveu entender que não era para ele comparecer àquela festa em que estava preparado o seu assassinato.


Para mais detalhes sobre o personagem principal desta história, leia a Biografia de José dos Santos.

[1] O convite para os bailes era requisito essencial.

[2] Era costume à época acondicionar roupas em caiambuca para proteger da chuva.

[3] Refere-se ao Sítio Jurema no Povoado Cametá (ou Cametal) onde residia José Santos e seus irmãos.

[4] Área que possuía muitas palmeiras de babaçu antigas, por isso, eram bem altas.

[5] Eu havia esquecido o nome do amigo de papai, tio João Pedro confirmou o nome Raimundo de Genoveva era irmão de Dionísio.

João Pedro dos Santos

Nasceu em Peri-Mirim/MA, em 19 de dezembro de 1927. Filho de Antônio Almeida e de Ricardina Santos.  É o único dos guerreiros da Jurema que ainda está entre nós. Seus irmãos são Maria; Zoelzila; José; Alípio; Antônio; Izidório e Manoel.

João Pedro tem o nome do pai do seu avô materno. Após a morte de sua mãe, ele era o homem de confiança de José dos Santos, com quem dividia o trabalho que possibilitava a subsistência da família. Ele também era exímio lutador, sempre sob a supervisão do irmão.

Estudou no Feijoal, com a professora Nasaré Serra.

Aos 22 anos partiu para São Luís, capital do Estado, em busca de uma vida melhor, trabalhou no Café Paulista, que ficava na esquina da Rua de Santana. Ele se encarregava de levar café torrado para a Rede Ferroviária Federal que ficava na Praia Grande. Morava em quartos alugados. Depois trabalhou na fábrica do Sabão Martins e depois no escritório da Petrobrás.

Retornou para Peri-Mirim, mas não demorou. Voltou a São Luís e de lá para Coelho Neto, a convite do amigo Raimundo Baleia. A viagem era longa e cansativa, por via férrea até Caxias.

Em Coelho Neto, casou-se em 18/08/1959 com a bela jovem Liseneide, com quem teve dezesseis filhos, dos quais treze estão vivos.

Da união nasceram: Manoel Bastos dos Santos (in memoriam); Francisco das Chagas Bastos dos Santos; Íris Ricardina dos Santos Lima; Sueli Bastos dos Santos (in memoriam); João Bastos dos Santos; Maria do Socorro Bastos dos Santos; Iranilda Bastos de Paula; Renato Bastos dos Santos; Reginaldo Bastos dos Santos; Marisa Bastos dos Santos Magalhães; Maria José Bastos dos Santos; Raimunda Bastos dos Santos; José Mário Bastos dos Santos; João Paulo Bastos dos Santos (in memoriam); Raquel Bastos dos Santos e Ivanice Bastos dos Santos.

A força de João Pedro está na limpidez do seu caráter; na originalidade de sua alma; na personalidade dividida entre o bom humor e a inteligência ímpares.

Aniversário de 96 anos (19/12/2024)

Aniversário de 97 anos
(19/12/2024)

O Cametá dos Martins Santos

Por Ana Creusa

Cametá é um Povoado do município de Peri-Mirim/MA, que fica a cinco quilômetros da rede do município.

Os três irmãos da Família Santos: Ricardina, Cota e Siríaco eram os antigos proprietários do pedaço de terra denominado Cametá.

As zonas limítrofes do Povoado são: Ao Norte, fica a Ilha Grande, separada por uma pequena barragem; ao Leste e Sul se limita com a Ponta do Poço, e a oeste com a Carnaúba dos Nunes.

Os irmãos Santos resolveram dividir a área em três porções. Apenas Ricardina iria permanecer no lugar, onde já tinha casa. As outras duas porções foram colocadas à venda. O compadre de Ricardina, João Pedro[1], encarregou-se do negócio.

Quem se interessou pela compra do local foi Benvindo Mariano Martins, filho de João de Deus Martins[2], fazendeiro do Feijoal. A Ilha Grande já estava em posse de outro filho de João de Deus, Manoel Martins.

Era tradição naquela época que, após o casamento, com consentimento ou arranjado pelos pais, os filhos ganhavam seu quinhão de terra e cabeças de gado para começarem a nova vida.

Como João de Deus teve muitos filhos, o Feijoal já não era suficiente para abrigar a sua grande descendência. Por esse motivo, seus filhos e netos passaram a povoar outras terras, tudo sob o comando do patriarca João de Deus.

Vendo que seus filhos já contraiam núpcias e que precisava aumentar as suas terras, Benvindo adquiriu dois terços do Cametá que estavam à venda. Como a parte da frente das terras faziam fronteira com a Ilha Grande de Manoel Martins, Benvindo adquiriu essa parte.

Ocorre que Ricardina – a única proprietária que iria continuar nas terras – já morava nessa parte do terreno, isto é, na Ponta – onde atualmente pertence à família de tio Santinho[3].

O negócio com João Pedro recaiu exatamente sobre a parte da frente – a Ponta, onde Ricardina morava com seus primeiros filhos. Ela não sabia que o negócio seria com essa parte e que teria que se mudar para o fundo da enseada, no Sítio Jurema, onde hoje é realizada a Ação de Graças, idealizada pelo filho de Ricardina, José dos Santos.

Pois bem, com a mudança de Ricardina (Santoca), que desmanchou sua casa, que tinha uma bela vista para o campo, teve que construir uma casinha improvisada no fundo de enseada. Como no local tinha muitos arbustos de Jurema, passou a chamar aquele local de Jurema.

Os filhos de Benvindo passaram a ocupar a nova terra. Raimundo João Martins (Santinho), instalou-se na Ponta. João de Jesus Martins (Zozoca) e Benvindo Martins Filho (Benvindinho) instalaram-se na parte oeste do terreno, que também tinham uma boa vista para o campo.

Existia uma outra ponta, ao leste que era chamada Ponta da Capoeira que era destinada a Maria Amélia, também filha de Benvindo. Mas Maria Amélia casou-se com José dos Santos, o qual preferiu fazer casa nas terras da sua mãe Ricardina, que ficava no lado sul do Cametá, também na enseada.

Anos depois, Maria Amélia perdeu seu filho mais velho, Ademir de Jesus, e nunca mais teve alegria naquela casa bem-feita pelo seu marido trabalhador que nas horas vagas do seu labor da roça, fazia telhas e tijolos.

Com esse desgosto, Maria Amélia resolveu ocupar o seu terreno na Ponta da Capoeira (local onde atualmente é de Lélio de Walton Barreira). Cometeram o desatino de desmanchar a casa da Enseada e foram viver em uma casa de taipa, construída às pressas. Esse fato desanimou José, que nunca mais teve saúde e nunca terminou a construção da casa.

As famílias Martins Santos entrelaçaram-se. Os irmãos João de Jesus (Zozoca) e Maria Amélia Martins casaram-se com Maria e José Santos, respectivamente, de forma que as terras quase voltaram a formar um todo novamente.

Ricardina vivia com seus filhos nesse quinhão de terra chamado Jurema e lá faleceu, deixando os filhos menores sob os cuidados de Maria e José Santos.

Os Guerreiros da Jurema merecem muitas homenagens e seus legados haverão de ser transmitidos por muitas gerações, por meio de atos e palavras e pela Ação de Graças na Jurema.

[1] Coincidentemente, João Pedro é também o nome do pai de Ricardina.

[2] João de Deus Martins é avô da esposa de José dos Santos.

[3] Raimundo João Martins (Santinho) é irmão de Maria Amélia, esposa de José dos Santos.