Vá, e entrega-te ao vício da embriaguez!

Por Ana Creusa

José dos Santos, meu pai, era um contador de histórias. Ele estudou apenas três meses. Depois desse período, a professora mandou comprar-lhe livro de 2º ano primário.

As aulas foram interrompidas e o menino ficou com seu livro, leu e releu, memorizou todas a lições, que depois contava a seus filhos. Memorizou todos os afluentes do Rio Amazonas, margem direita e esquerda; os números do Jogo do Bicho em verso e outras histórias memoráveis.

Uma história que me marcou muito e que me causava medo, mas que contém uma lição de vida que não pode passar despercebida, trata-se da história chamada “Vá, e entrega-te ao vício da embriaguez[1]

Era uma vez um menino chamado Antônio, o Toinho, muito educado e obediente aos pais, mas tinha a mania de chamar “nomes feios[2]”, apesar das advertências constantes de sua mãe que dizia que esses nomes são do Maligno.

 Certo dia, a mãe mandou Toinho que fosse à quitanda comprar açúcar para temperar o café que já estava quase pronto.

No caminho, o rapazinho deu uma topada em uma pedra que o levou ao chão, levantou e desfilou sua insatisfação proferindo todos os nomes do seu imenso vocabulário: mi, di, borra de café …[3]

Ao levantar-se, tomou um susto ao ver um homem com vestes estranhas, com um gorro na cabeça, um cajado e forte cheiro de enxofre que lhe falou em tom autoritário:

– Por que me chamas, menino!?

– Eu te chamo?

Me chamaste sim. Eu sou o Lucífer e atendo por todos esses nomes que você chamou. Uma vez me chamando, eu tenho que fazer meu serviço e disse:

– Vá, mate seu pai; bata na sua mãe e na sua irmã.

– Como posso fazer isso? Matar meu paizinho, bater na minha doce mãezinha e na minha irmãzinha? Não poderei fazer isso!! Me peça qualquer coisa, menos isso!

– Eu não vim aqui à toa, você me chama todos os dias!

– Já que não queres cumprir a minha ordem, então: vá, e entrega-te ao vício da embriaguez.

Antônio chegou à quitanda. Não comprou o açúcar. Com o dinheiro comprou uma garrafa de cachaça, bebeu todo o conteúdo, sob o olhar admirado dos fregueses do pequeno comércio.

Quando chegou a casa estava totalmente embriagado. Seu pai veio ao seu encontro e o filho já lhe desferiu alguns golpes de fação que portava na cintura, o pai correu assustado. A mãe chegou e quis saber o que se passava, o filho lhe deu um tapa no rosto; a sua irmã também fora espancada.

Nesse momento a mãe, que era muito religiosa, percebeu que havia algo de errado com o filho e pôs a orar.

O filho caiu ao solo e dormiu. Ao despertar lembrou da ordem daquele sujeito estranho e percebeu que havia recebido ordem do Demônio para matar seu pai e bater na sua mãe e irmã e que ele havia se recusado, mas que a embriaguez possibilitou que o desejo do maligno se realizasse. Cansado, em gesto de gratidão, disse:

– Meu pai do céu, eu estava fazendo tudo que o Diabo mandou. Por pouco não mato meu pai e espanco minha mãe e minha irmã.

Antônio pediu perdão ao seu pai, mãe e irmã e lhes contou sobre a aparição e ordem que recebera do Satanás.

A partir daquele dia, o rapaz nunca mais chamou nome feio e voltou a ser o menino obediente de sempre. Aprendeu a lição de que o vício da embriaguez pode levar a pessoa a cometer qualquer desatino e até crimes.

[1] Papai contava que na história tinha a ilustração de um menino assustado com a aparição do demônio; [2] José detestava que os filhos chamassem nomes feios e [3] Mi (miserável); Di (desgraçado) e borra de café (porra).

São Luís: Policiais Militares fazem doação de cadeira de rodas para jovem com deficiência de família carente da capital

Policiais Militares do 1º Regimento de Tropa Montada da Polícia Militar do Maranhão, por meio de significativa empatia social, uniram-se com outros policiais militares para aquisição de uma cadeira de rodas para um jovem com deficiências físicas de uma família carente do bairro Jaracaty na grande ilha de São Luís.

Parabéns ao Subtenente Ricardo, aos Sargentos Valquimar, Pereira e Veras.

DEUS os abençoe grandemente pela iniciativa e eficácia em ajudar a quem tanto precisa.

Fonte: https://www.carloscristiano.com/

Parteira Dadá de São João Batista completa 99 anos

EUGÊNIA MENDES CÂMARA, carinhosamente chamada Dadá. Nasceu no dia 13 de novembro de 1922, no povoado Enseada dos Bezerros, São João Batista-MA.

Filha de Raimunda Nonata Mendes e pai desconhecido, situação comum naquela época em que as mães solteiras não tinham os filhos reconhecidos pelos pais, pois não existiam leis que os obrigasse reconhecê-los.

A segunda dos sete filhos de Raimunda, relacionados a seguir: Maria de Lourdes (Lulu), Eugênia (Dadá), Levi, Belízia (Belinha), Julião, Miriam e José Manoel.

Dadá passou parte da sua infância, no povoado onde nasceu, com sua mãe e sua avó Cândida que era o referencial familiar dos netos.

Sua origem humilde não foi obstáculo para tentativas de uma vida melhor. Queria estudar, mas não era possível porque não havia escolas naquele lugar e, estudar era privilégio dos himens, uma vez que, as mulheres eram educadas para ser donas de casa. Deveriam aprender a cuidar dos filhos e do marido.

Aos 7 anos, veio para São Luís onde morou com sua tia e madrinha Ângela Araújo, no bairro Sítio do Meio, sendo matriculada na Escola Modelo Benedito Leite, cursando até a 3ª série do antigo ensino primário, porém, seu currículo foi preenchido por si própria: um vasto conhecimento do mundo, sua universidade foi a própria vida.

Aos 21 anos conheceu o jovem João Câmara no bairro Diamante, avistando-o normalmente. No entanto, aquele jovem vindo de São Vicente Férrer para prestar contas com o Serviço Militar, procurou se informar sobre o endereço daquela senhorita para enviar-lhe uma Carta, pedindo-a em namoro. A carta foi recebida pelo tio Matias Araújo que ao lê-la buscou informação sobre o autor da mesma e, depois de algumas formalidades familiares, autorizou o namoro, pois o seu futuro marido era um homem de tradicional família de São Vicente Férrer, a família Marques Câmara, vinda da Ilha da Madeira – Portugal, a qual teve um ancestral que, por determinação da Coroa portuguesa fixou-se no município de Peri-Mirim-MA.

Após um ano de namoro, Dadá casou-se com João Câmara e desse casamento nasceram dez filhos: Carlos Alberto, Sônia, Edna, Dalva, João, Flor de Maria, Apolinária, Jomar, Anilde e Váldina.

Supermãe! Além de seus dez filhos, adotou e criou outras crianças, educando-as sem fazer distinção entre os seus filhos biológicos.

Sempre preocupada com a educação dos filhos, foi capaz de desempenhar com muita sabedoria os papéis de mãe, professora e, às vezes, psicóloga, tendo como base os princípios da ética e da honestidade: valores imprescindíveis para a boa formação do ser humano.

Em 1956, mudou-se, com toda a família, para São Vicente Férrer, lugar onde seu esposo nasceu, permanecendo lá por quatro anos.

No início de 1960, a fim de que seus filhos pudessem estudar, resolveu fixar residência em São João Batista. Logo que chegou no município, a primeira providência a ser tomada foi sair em busca de escolas para matricular seus filhos, porém, conseguiu organizar, em sua própria casa, uma escolinha com duas salas de aula multisseriado, contando com a ajuda de um representante político, partido PTB, o Sr. Procópio Meireles, que remunerava duas professoras alfabetizadoras: Violeta Meireles e Maria Souza Coelho. A escola foi denominada de Escola Trabalhista Brasileira.

Em São João Batista desenvolveu várias atividades, tais como: professora alfabetizadora, costureira e parteira, mas a sua maior dedicação, durante vinte anos (1960-1980), foi o trabalho de parteira. Este trabalho tornou-se tão intenso que era necessário sair de casa às altas horas da noite, transportada em canoas ou a cavalos, meios de transportes da época, para prestar atendimento a mulheres em povoados distantes.

Prestava também atendimento, em sua própria residência, às gestantes que iam verificar a posição do bebê, bem como, receber orientações acerca da gravidez e do parto.

A fim de uma melhor qualificação para o trabalho, Dadá fez um estágio na maternidade Benedito Leite, em São Luís, no final dos anos 60.

Conquistou, em São João Batista, a amizade da população e das autoridades locais, nutrindo com todos um bom relacionamento.

Mulher religiosa e movida pela fé, construiu com a ajuda de três amigas, uma igreja católica – Igreja Nossa Senhora Aparecida, no bairro Paulo VI, existente ainda hoje.

Seu retorno a São Luís, concretizou-se em 1980, residindo no Conjunto Vinhais até os dias atuais, sendo visitada diariamente por pessoas amigas e conterrâneos.

Aos 99 anos, ainda lúcida e com tanta experiência de vida, é capaz de orientar seus filhos, netos e bisnetos. Faz tudo o que é possível para manter a família sempre unida, comemorando aniversários e outras datas festivas com almoços e jantares.

Com grande satisfação repete em suas conversas diárias: … tenho dez filhos, vinte netos e dezesseis bisnetos! …

Mulher extrovertida, de temperamento assumidamente forte, determinada, mas generosa. Sente-se feliz e abençoada por Deus porque criou seus filhos, orientando-os a fim de que alçassem seus próprios voos. Uma sensação de dever cumprido!

Sua imagem engrandece seus familiares, seu exemplo de vida dignifica seus filhos, dignificará, também, suas futuras gerações!

Biografia de autoria de sua filha Apolinária Câmara.

Perdão Emília

Por Ana Creusa

Era uma vez um casal de jovens. Casamento marcado. Antes do casamento, uma dúvida atormentou o noivo:  se era, de fato, amado pela sua prometida.

Naquela época, eram os pais que acertavam o enlace matrimonial dos seus filhos, sempre levando em consideração o dote e os laços de amizade entre familiares dos nubentes.

Para testar o amor da moça, chamada Emília; Manoel noiteceu, não amanheceu. Sumiu. Passada uma semana, nenhuma notícia do noivo. Ninguém viu, nem ouviu falar sobre o paradeiro de Maneco.

Emília que tinha profundo amor pelo noivo. Paixão que alimentava desde a puberdade, torceia para que seu pai a desse em casamento ao rapaz, aos olhos dela, mais o bonito e virtuoso do lugar.

Com o sumiço do noivo, Emília entrou em profunda depressão. Não conseguia alimentar-se, depois nem água conseguia mais tomar.

Passados quinze dias naquela situação. As famílias desesperadas. Emília não resistiu e veio a óbito. Depois do velório comovente da jovem. No dia seguinte, deu-se o sepultamento.

Era noite do dia do sepultamento, quando Manoel retornou da sua viagem. Para sua surpresa, antes de chegar a casa, soube do falecimento de Emília, de puro desgosto pelo sumiço do noivo.

Desesperado, foi ao Cemitério visitar o túmulo de Emília. Aos soluços cantou:

Já tudo dorme, vem a noite em meio
A turva lua vem surgindo além
Tudo é silêncio; só se vê nas campas
Piar o mocho no cruel desdém

Depois de um vulto de roupagem preta
No cemitério com vagar entrou
Junto ao sepulcro, se curvando a meio
Com triste frases nesta voz falou

Perdão, Emília, se roubei-te a vida
Se fui impuro, fui cruel, ousado
Perdão, Emília, se manchei teus lábios
Perdão, Emília, para um desgraçado

Monstro tirano, pra que vens agora
Lembrar-me as mágoas que por ti passei?
Lá nesse mundo em que vivi chorando
Desde o instante em que te vi e amei

Chegou a hora de tomar vingança
Mas tu, ingrato, não terás perdão
Deus não perdoa as tuas culpas todas
Castigo justo tu terás, então

Mas este vulto de roupagem preta
Tombou, de chofre, sobre a terra fria
E quando a aurora despontou, na lousa
Um corpo inerte a dormitar se via

Perdão, Emília, se roubei-te a vida
Se fui impuro, fui cruel, ousado
Perdão, Emília, se manchei teus lábios.

Esta pequena canção trata-se de parte de uma ópera, cantada por nossa avó Ricardina, nas noites de serão durante  o trabalho na roca de fiar algodão, que papai José dos Santos sempre cantou para nós. Saudades eternas do nosso José.

Pesquisando na Internet, encontrei a música de Perdão Emília.

Maria Amélia Pinheiro Martins dos Santos

Por Ana Creusa

Nasceu no dia 12 de novembro de 1928, no Povoado Ponta de Baixo, município de Peri-Mirim, filha de Benvindo Mariano Martins e de Militina Rosa Pinheiro Martins. Logo após o nascimento, Maria Amélia e sua mãe retornaram ao Feijoal, onde morava seus pais, nas terras de João de Deus Martins, seu avô paterno.

Seus irmãos são: Raimundo e Ozima (frutos do 1º matrimônio do seu pai, cuja esposa morreu de parto); Raimundo João (Santinho); Maria Celeste; Terezinha; João de Jesus (Zozoca); Benvindo Filho (Benvindinho) e Iraci.

Maria Amélia era uma criança inconformada com as injustiças, era defensora de muitas crianças que seus pais criaram. Na verdade, eram crianças forçados a realizar trabalhos infantis, apenas para ganhar o pão de cada dia e aprender as primeiras letras. Essas crianças e adolescentes viviam na fazenda dos seus pais realizando os trabalhos pesados de criação de gado – como tirar leite, fazer queijo – e ainda realizavam as tarefas da roça, destinadas a extrair ração para os animais e abastecer o celeiro com alimentos, como farinha, arroz e feijão.

Ela estudou até o 2º ano primário na Escola Santa Severa, mantida pelo seu avô João de Deus, juntamente com seus irmãos e primos. Desde cedo, Maria Amélia desenvolveu o gosto pelo comércio. Segundo a sua prima Isabel, ela vendia uns cartões aos seus colegas, mesmo durante as aulas e a professora sempre a advertia dizendo “senta, Maria Amélia”.

Por não continuar seus estudos, ela desenvolveu uma frustração, pois às mulheres daquela época não era permitido sair de casa. Maria Amélia queria estudar, como fez seu primo Manoel Sebastião Pinheiro que se formou em Medicina na Bahia. Consciente do valor da educação, ela estimulou sua irmã mais nova, Iraci, a continuar os estudos no município de Pinheiro, esta fez até o 5.º ano, o que a credenciou a exercer a profissão de professora no Cafundoca, Povoado de Palmeirândia, onde se casou com Zózimo Soares.

Na adolescência, ela apreciava cultivar belos jardins, mas não tinha afinidade alguma com os afazeres domésticos, preferia cuidar do gado, montar a cavalo e andar de canoa pelos campos, práticas condenadas pela sua mãe que a queria preparando comida, tecendo redes, costurando e fazendo rendas.

Casou-se com José dos Santos no dia 25 de agosto de 1950. Seu namoro não era aprovado pela sua mãe, por preconceito social. Porém, seu pai fazia gosto, pois considerava José dos Santos um homem sério e trabalhador. Ela cuidou de não retirar o nome de sua mãe do nome de casada, apenas acrescentou o sobrenome do marido, o que era incomum daquela época. Depois do casamento foram morar na casa dos seus pais, lá nasceram seus primeiros filhos: Ademir de Jesus e Cleonice de Jesus.

Pela vontade do seu marido, eles ficariam na casa dos seus pais para sempre. Mas Maria Amélia queria ter a sua casa, conquistar seus sonhos e criar seus filhos longe dos mimos dos avós. Com isso, mudaram-se para o Cametá – no fundo da enseada da Ponta do Poço -, terra da mãe do seu marido.

Maria Amélia ganhou seu quinhão de gado e partiu para as terras do seu marido. Lá encontrou uma grande parceira, Maria Santos, a irmã de José que a ajudava em tudo, principalmente com o cuidado com as crianças. Praticamente nascia um filho por ano e assim, nasceram 10 (dez): Ademir de Jesus (in memoriam), Cleonice, Edmilson, Ricardina, Ademir, Maria do Nascimento, Ana Creusa, Ana Cléres, José Maria e Carlos Magno (in memoriam).

O seu filho mais velho faleceu com um ano e sete meses, vítima de difteria. Esse fato angustiou a jovem mãe que não teve mais alegria em sua casa tão bem construída pelo marido. Essa angústia levou José Santos a construir uma nova casa em outro local que era de propriedade do pai de sua esposa. E para lá se mudaram, antes, porém, destruíram a antiga casa e partiram para uma aventura, foram morar em uma casa improvisada, que nunca foi concluída. Acredita-se que houve arrependimento e desânimo por parte do esposo, que nunca concluiu a construção da nova casa.

Maria Amélia era a principal responsável pela educação dos filhos. O marido saía cedo para a lida na lavoura e só voltava à tardinha. Os filhos ficavam muito felizes, tanto pela presença amorosa do pai, quanto pela garantia de que a partir daí mais ninguém levava surra, as traquinagens podiam ficar para correção no dia seguinte, mas aqueles momentos eram sagrados com o pai,  que contava suas aventuras de infância e mocidade, bem como outras histórias repassadas pela sua mãe.

A formação religiosa dos filhos era motivo de preocupação dos pais. As orações antes de dormir eram obrigatórias. Reunida, a família sempre rezava uma dezena do terço, mas na época da quaresma, era um rosário inteiro, com contemplação dos mistérios e nas sextas-feiras a oração “Sexta Santa” era sempre recitada. Também aos domingos a família assistia aos cultos e, uma vez por mês à Santa Missa, celebrada pelo Padre Gerard. Os filhos desenvolveram o hábito de pedir a bênção aos pais, parentes e idosos.

Maria Amélia fazia questão que os filhos estudassem. Todos iniciaram seus estudos na Escola Sá Mendes que funcionava no Povoado Ilha Grande, tendo como principais professoras Lourdes Pinheiro Martins e Maria de Jesus (a Maria de Nhonhô). Naquela época, era costume a técnica da palmatória e as meninas se responsabilizarem pelos afazeres domésticos da casa da professora, como varrer casa, fazer comida e até cuidar dos filhos pequenos da professora. Os meninos ajudavam o marido da professora nas atividades de pecuária, muitas vezes tinham que cair no campo para ir atrás do gado. Isso, com certeza, prejudicava as atividades escolares. Entretanto, os filhos de Maria Amélia eram poupados dessas atividades.

No dia da matrícula, Maria Amélia que era brava quando o assunto era educação, já ia avisando:

– Meus filhos quem corrige sou eu, e eles não são teus empregados.

Com essa advertência, os filhos de Maria Amélia podiam estudar tranquilos. E ela ainda cuidava de orientar os filhos nesse quesito.

Com o acidente de seu marido em 20 de novembro de 1972, novos desafios ela iria enfrentar. Alguns vizinhos e amigos a aconselharam a tirar os filhos da escola para ajudarem no sustento da família. Ela sempre com a resposta na ponta da língua, dizia: – eu estou te pedindo alguma coisa? – Com a doença do pai é que eles precisam estudar mais. E assumiu os trabalhos da roça e na criação de animais e peixes e assim seguiu a vida.

Não foi à toa que seu filho caçula – Carlos Magno – mais tarde a chamava de “Galinha de Pinto”, simbolizando uma galinha que guarda a sua ninhada debaixo das asas e protege os pintinhos do ataque dos predadores, especialmente, o gavião.

Na comunidade ela praticava a medicina rudimentar. Aplicava massagens, curativos, enfaixava ossos quebrados. Depois que teve seus filhos, foi uma parteira eficiente, acompanhava as mães durante o período gestacional, orientando, inclusive, na alimentação. Verificava a posição correta do feto para o nascimento. Não raro, realizava manobras na barriga da mãe, para que a criança ficasse na posição ideal para o parto. De sorte que, nenhuma parturiente morreu em suas mãos.

Fica assim demonstrado que Maria Amélia lutava pelos direitos dos oprimidos, exercia sua função de mãe e esposa, sem descuidar em quebrar preconceituosos prejudiciais à convivência harmônica entre as pessoas. Percebe-se que ela estava à frente do seu tempo e que possui a marca dos vencedores, porque a sua força vem do espírito.

O Perimiriense Douglas Amorim é o novo desembargador do TJ/MA

Douglas Amorim nasceu no município de Peri-Mirim, a 95 km de São Luís, no dia 10 de dezembro de 1948, tomou posse como juiz em 12 de janeiro de 1987 e citou, dentre as comarcas do interior pelas quais passou, as de Tutóia, Rosário, várias que respondeu pelo juiz da comarca e, por último, a de Itapecuru Mirim, antes de chegar a São Luís. Estava como titular na 3ª Vara Cível desde 14 de setembro de 2001. Douglas é filho de Naisa Amorim, patrona da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP).

Juiz teve acesso ao cargo pelo critério de antiguidade em votação unânime, em sessão plenária administrativa, e já tomou posse nesta quarta, 10.

O ex-juiz titular da 3ª Vara Cível do Termo Judiciário de São Luís, da Comarca da Ilha, Douglas Airton Ferreira Amorim, é agora o novo desembargador do Tribunal de Justiça do Maranhão. O acesso ao cargo, pelo critério de antiguidade, foi por decisão unânime dos demais desembargadores que participaram da sessão plenária administrativa híbrida da Corte – de forma presencial ou por videoconferência. O mais recente membro da Corte tomou posse ainda durante a sessão desta quarta (10).

O presidente do TJMA, desembargador Lourival Serejo, anunciou o acesso ao cargo, por meio do Edital nº 92/2021, em decorrência da aposentadoria voluntária do desembargador João Santana de Sousa, ocorrida no dia 28 de outubro passado, e anunciou o nome do juiz Douglas Amorim como o do magistrado mais antigo inscrito no certame

A inscrição do juiz teve manifestação favorável do corregedor-geral da Justiça, desembargador Paulo Velten, que registrou que o colega que chega ao Tribunal já cumpriu as duas principais metas do CNJ para 2021 – Meta 1 e Meta 2 – e já havia cumprido, também, ambas as metas no ano passado, qualificando sua chegada como muito positiva.

“Esse colega, chegando ao Tribunal, certamente, vai ter a oportunidade de renovar o compromisso dele com a magistratura maranhense e, estando aqui no Plenário, somará, sem dúvida nenhuma, nessa nova etapa da sua carreira, com os trabalhos desse colegiado”, saudou Paulo Velten.

TERMO DE POSSE

O diretor-geral do TJMA, Mário Lobão, leu o termo de posse do novo membro da Corte, assinado pelo presidente Lourival Serejo e pelo agora desembargador Douglas Amorim, que, em seguida, fez o juramento de compromisso.

O novo desembargador falou do seu contentamento de chegar ao Tribunal com a força que deve ter e prometeu ao jurisdicionado o mesmo empenho que teve como juiz. 

“Deve esperar o mesmo trabalho que eu fiz, com a rapidez que for necessária”, resumiu Douglas Amorim.

O desembargador esteve no TJMA acompanhado da esposa, Sílvia Leide Amorim, e da filha, Deborah Douglas Damasceno Amorim.

Veja o Álbum de Fotos da posse do desembargador Douglas Amorim.

Posse do desembargador Douglas Amorim com o presidente Lourival Serejo

Fonte TJ/MA. https://www.tjma.jus.br/midia/tj/noticia/505315

TJ-MA prepara lançamento de medidas de incentivo à regularização fundiária

O Estado do Maranhão possui 730 conflitos fundiários mapeados, com informações de geolocalização das áreas críticas por município; a fase processual das ações possessórias, a população envolvida, dentre outros dados.

Essas e outras informações estão sendo reunidas em uma plataforma criada por iniciativa da Corregedoria Geral da Justiça do Maranhão (CGJ-MA), em parceria com a Secretaria de Estado de Programas Estratégicos (SEPE) e Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (IMESC).

Segundo a juíza Ticiany Gedeon Maciel Palácio, autora do livro PROTEÇÃO DO TERCEIRO DE BOA-FÉ NAS AQUISIÇÕES A NON DOMINO e coordenadora do Núcleo de Regularização Fundiária (NRF) da CGJ-MA, essa ferramenta tecnológica fornecerá informações estratégicas importantes para  auxiliar o trabalho dos juízes de direito nos processos de regularização fundiária no Estado e será disponibilizada no Portal do Poder Judiciário do Maranhão.

Além da plataforma, a Corregedoria também irá editar um Provimento com orientações técnicas e seguras para orientar a agilização das REURB-S e outros projetos de regularização feitos junto aos cartórios, com informações sobre documentos que não constam na Lei nº 13.465/2017 – a Lei de Regularização Fundiária Urbana e Rural.

As medidas foram anunciadas pela juíza durante reunião do Fórum Fundiário de Corregedores-Gerais da Justiça da Região do MATOPIBA-MG, da qual participaram o corregedor-geral da Justiça, desembargador Paulo Velten, e os cartorários Zenildo Bodinar (1º Ofício de São Luís) e Guiomar Bittencourt (7º Ofício de Imperatriz).

REURB-S

A juíza apresentou um painel no qual abordou os avanços obtidos com a Lei nº 13.465/2017; analisou a REURB-S como instrumento de inclusão social, econômica e jurídica no âmbito do MATOPIBA-MG; e relatou sobre os projetos desenvolvidos pelo Núcleo de Regularização Fundiária no Maranhão –  “Minha Terra”, “Integra”, e “Camboa”, que culminaram com a entrega de centenas de títulos de propriedade em comunidades do interior.

Segundo a coordenadora do NRF, a interiorização das ações do projeto “Minha Terra já beneficiou moradores com a entrega de títulos de propriedade Balsas (180 títulos) e nas comunidades de São Joaquim e Gleba São Brás e Macaco (400 títulos), na região metropolitana de São Luís. Também já aderiram ao programa as prefeituras de Arame, Santo Antônio dos Lopes e Lagoa Grande. A entrega de títulos nesses municípios está prevista para ser realizada ainda em novembro deste ano. Quanto ao Projeto “Integra”, a titularidade alcançou as comunidades de Caxias, na Vila São João (684 títulos); Imperatriz, na Vila Vitória (900 títulos) e Coelho Neto – onde o projeto está em curso.

Outra realização destacada foi o projeto de padronização das práticas de REURB em todo o Estado, por meio da capacitação de uma turma de 25 pessoas, dentre juízes de direito e servidores do Estado e municípios, realizado em 10 de outubro.

Dentre os próximos desafios do NRF, a juíza informou que o Núcleo de Regularização fundiária “planeja aumentar a adesão dos municípios ao Programa “Minha Terra”, elaborar projeto para implantar cadastro municipal de imóveis nos pequenos municípios e multiplicar as entregas de REURBs pelos municípios e contemplar a solução do conflito fundiário na Gleba “Caju”, em parceria com o Poder Executivo”.

Fonte: TJ/MA.

Veja vídeo apresentado pela juíza durante a Reunião do Fórum de Corregedores-Gerais da Justiça da Região do MATOPIBA-MG:

Atriz Fernanda Montenegro é eleita para Academia Brasileira de Letras

Ela vai ocupar a cadeira do acadêmico Affonso Arinos de Melo Franco.

A Academia Brasileira de Letras (ABL) elegeu hoje (4) a atriz Fernanda Montenegro para a cadeira 17, na sucessão do acadêmico e diplomata Affonso Arinos de Mello Franco, que faleceu em dia 15 de março do ano passado. Fernanda era candidata única à vaga e foi eleita por 32 dos 35 votos.

O presidente da ABL, Marco Lucchesi, comemorou a eleição da dama do teatro nacional para a instituição.

É um momento importante, primeiro pela renovação que se dá com a eleição na Academia Brasileira de Letras. É um sinal de novos horizontes. Isso é sempre importante. Por outro lado, Fernanda é uma grande intelectual, uma representante importante da cultura brasileira. Ela já é parte do imaginário de nosso país e, de alguma forma, ela talvez nos obrigue a aumentar as cadeiras de 40 para 80. Se trouxer todas as personagens que amamos, vamos ter que dobrar o número de cadeiras [da ABL]. Então, vamos ficar com ela, que vale muito”, disse Lucchesi.

Os ocupantes anteriores da cadeira 17 foram Sílvio Romero (fundador), Osório Duque-Estrada, Roquette-Pinto, Álvaro Lins e Antonio Houaiss.

Permanecem vagas ainda as cadeiras 20, do jornalista Murilo Melo Filho, morto no dia 27 de maio de 2020; a 12, do professor Alfredo Bosi, morto no dia 7 de abril de 2021; a 39, do vice-presidente da República Marco Maciel, morto no dia 12 de junho deste ano; e a cadeira 2, ocupada pelo professor Tarcísio Padilha, que morreu no dia 9 de setembro.

Fernanda Montenegro

Fernanda Montenegro, nome artístico de Arlette Pinheiro Monteiro Torre, nasceu em 16 de outubro de 1929, no bairro do Campinho, zona norte do Rio de Janeiro. Atuou em um palco pela primeira vez aos 8 anos de idade, para participar de uma peça na igreja. Sua estreia oficial no teatro, entretanto, ocorreu em dezembro de 1950, ao lado do marido Fernando Torres, no espetáculo 3.200 Metros de Altitude, de Julian Luchaire.

Na TV Tupi, participou, durante dois anos, de cerca de 80 peças, exibidas nos programas Retrospectiva do Teatro Universal e Retrospectiva do Teatro Brasileiro. Ganhou o prêmio de Atriz Revelação da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, em 1952, por seu trabalho em Está Lá Fora um Inspetor, de J.B. Priestley, e Loucuras do Imperador, de Paulo Magalhães.

Mudou-se para São Paulo em 1954, onde fez parte da Companhia Maria Della Costa e do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Com o marido, formou sua própria companhia, o Teatro dos Sete – acompanhada também de Sergio Britto, Ítalo Rossi, Gianni Ratto, Luciana Petruccelli e Alfredo Souto de Almeida. A estreia da companhia fez sucesso com a peça O Mambembe (1959), de Artur Azevedo, atraindo centenas de espectadores ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Em 1963, estreou na TV Rio, com as novelas Amor Não é Amor e A Morta sem Espelho, ambas de Nelson Rodrigues. Nesse período, na recém-criada TV Globo, participou da série de teleteatro 4 no Teatro (1965), dirigida por Sérgio Britto. Em 1967, também integrou o elenco da TV Excelsior, interpretando a personagem Lisa, em Redenção, de Raimundo Lopes.

Ao longo da carreira, Fernanda participou também de minisséries como Riacho Doce (1990), Incidente em Antares (1994), O Auto da Compadecida (1999) e Hoje é Dia de Maria (2005).

Em 1999, Fernanda Montenegro foi condecorada com a maior comenda que um brasileiro pode receber da Presidência da República, a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito “pelo reconhecimento ao destacado trabalho nas artes cênicas brasileiras”. Na época, uma exposição no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro, comemorou os 50 anos de carreira da atriz. Em 2004, aos 75 anos, recebeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Tribeca, em Nova York, por sua atuação em O Outro Lado da Rua, de Marcos Bernstein.

Fernanda Montenegro completou 92 anos de idade no dia 16 de outubro. Considerada uma das melhores atrizes do Brasil, Fernanda foi a primeira latino-americana e a única brasileira indicada ao Oscar de Melhor Atriz por seu trabalho em Central do Brasil (1998). Foi, ainda, a primeira brasileira a ganhar o Emmy Internacional na categoria de melhor atriz pela atuação na série Doce de Mãe, da TV Globo, em 2013.

Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/

NÃO MORRI: Ao poeta Antônio Gonçalves Dias

Por Gracilene Pinto

Mas, quem falou que eu morri?!!
Não acreditem, é mentira!
Não morri!
Nem morrerei.
Nem hoje, nem nunca mais…
Minha alma já fez morada
na pátria dos imortais.
Não morri!
Minha alma vive.
Não só por algum registro
do meu nome nos anais
da História, da poesia,
quem sabe no coração
de alguém que me amou um dia…
Não morri nem morrerei,
pois, enquanto houver palmeiras,
sabiás, grandes amores,
trovas, versos e canções
troando na voz do vento
e falando aos corações,
estarei vivo na História,
e também no pensamento
de poetas e prosadores.
Perpetuarei na memória
muito além da plêiade lusa
que há de atravessar o tempo,
mas também da eterna musa
que canta e geme nas palmas
louvando as aves, as flores,
e imortalizando as almas
dos humildes cantadores.
Estou vivo no cantar
do poeta apaixonado,
que, louvando seus amores
chora sofrendo calado.
Não morri! Não morrerei!
Nem hoje, nem nunca mais…
Poesia é força vital,
por essa força viverei
e não morrerei jamais,
porque todo poeta é imortal!

O PÓS CPI DA COVID

Se alguém tivesse me contado o que eu vi com meus próprios olhos e ouvi com meus próprios ouvidos hoje pela manhã em uma entrevista no telejornal EM PONTO da GLOBO NEWS, eu não acreditaria.

Naquelas entrevistas tipo MISSA ENCOMENDADA, exibida hoje, o Vice Presidente da Comissão de investigação da COVID 19 e a NÃO MEMBRO Simone Tebet fizeram ameaças explícitas e reiteraras ao Procurador Geral da República e ao Presidente da Câmara dos Deputados de impetração de processos contra eles sob a acusação de crime de prevaricação. E por que e como tal pode acontecer?

É que o relatório final da CPI com 80 citados de práticas de variadas irregularidades, dentre eles o Presidente Bolsonaro, detentor de privilégio de foro, e acusado, dentre nove, de crime de responsabilidade, vai para a Procuradoria Geral da República, e, para ter seguimento, na acusação de crime de responsabilidade, precisa do acatamento do Presidente da Câmara.

Declarando , sem meias palavras e vergonha alguma, suas suspeitas de inação das autoridades mencionadas na linha do que acham certo, os dois parlamentares se referiram a necessidade de denunciá-los por prevaricação em várias oportunidades.

Não satisfeitos com tal pré-julgamento injustificável, chegaram ao cúmulo de fazerem menção, como justificativa de suas “preocupações”, a remota possibilidade de Bolsonaro vir a indicar o nome do PGR para a vaga disponível no STF e para a qual o nome do então Ministro da Justiça já se encontra na CCJ do mesmo SENADO para a sabatina de praxe.

A hipertrofia da atuação desta CPI chegou a tal ponto, que estou começando a achar que ela, a CPI DA COVID, aspira a se tornar um SENADO PARALELO, pois fala em criar um OBSERVATÓRIO DA COVID 19, fazer viagens aos estados para pressionar os órgãos locais para onde vão cópias do relatório, sem falar na tagarelice nos canais de televisão e rádio ALINHADOS às teses CIENTÍFICAS e CIVILIZATÓRIAS de OMAR AZIZ, RANDOLF RODRIGUES, RENAN CALHEIROS, HUMBERTO COSTA, OTO ALENCAR e outros discípulos de Pascal, Fleming e Einstein.

É muita CARA DE PAU dessas FIGURAS CONHECIDAS nos escaninhos dos MINISTÉRIOS PÚBLICOS de seus estados e nos luxuosos corredores do STF.

Texto atribuído a JOSÉ CURSINO MOREIRA, PROFESSOR E MESTRE EM ECONOMIA, DOCENTE DO CURSO DE ECONOMIA DA UFMA, UM DOS EXCELENTES ECONOMISTAS DO ESTADO DO MARANHÃO (pendente de verificação).