Mais um grande passo para a composição do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Turiaçu

Hoje (21/06/2022) aconteceu mais um grande passo para a composição do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Turiaçu, de forma remota, pelo streaming com transmissão ao vivo via YouTube.

? Estiveram presentes o Secretário Municipal do Meio Ambiente de Santa Helena, Saulo Arouche, a Vice Coordenadora do Fonasc, Thereza Christina Castro, Gabriel Silva, representando a Sema Estado, Nathalia Pinheiro, representando Associação Maranhense dos Engenheiros Ambientais-AMEA, Deuzilene reapresentando a Colônia de Pesca de Nova Olinda do Maranhão, Ana Ilda representando a Associação dos Pescadores e Pescadoras do Município de Santa Helena, Marlon Ribeiro, OAB – Subseção de Pinheiro, Luís Carlos, SAMAR – Sociedade Ambiental de Materiais Recicláveis e convidados.

A criação do comitê da bacia hidrográfica do Turiaçu surgiu por meio de um diagnostico situacional da cidade de Santa Helena, onde percebeu-se que se fazia necessária a visão macro de mecanismos para a gestão e gerenciamento de ações no referido rio, por se tratar de um bem que exibe muita exuberância e riquezas e essas articulações foram sendo feitas com a administração municipal que teve sempre a sensibilidade para com as causas ambientais.

?O comitê da bacia hidrográfica do Rio Turiaçu tem como função debater e executar interesses comum de representantes da bacia hidrográfica, que discutem e deliberam a respeito da gestão dos recursos hídricos.

Comissão externa do Senado vai acompanhar situação dos ferry boat no Maranhão Fonte

O Plenário do Senado aprovou, na noite de segunda-feira (13), a criação de uma Comissão Externa para acompanhar a situação da travessia de ferry boat que conecta a região ocidental do Maranhão à ilha de São Luís, capital do estado (REQ 442/2022). A Comissão será composta de três senadores titulares e igual número de suplentes e terá 120 dias de prazo para concluir seus trabalhos.

O requerimento é de autoria do senador Roberto Rocha (PTB-MA). De acordo com o senador, esse sistema de transporte é fundamental para os maranhenses e vem passando por uma crise sem precedentes, que tem impedido os cidadãos de exercer seu direito de ir e vir, colocando “em risco a segurança daqueles que, após enfrentar filas quilométricas, precisam utilizar diariamente as embarcações ainda disponíveis”. Roberto Rocha informa que a situação precária vem desde o ano de 2015 e que as reclamações têm aumentado nos últimos tempos.

Fonte: Agência Senado

Ministério Público Federal é acionado para ajudar na fiscalização dos serviços Ferry Boats

O Ministério Público Federal foi acionado no sentido de fiscalizar a atuação da Marinha do Brasil/Capitania dos Portos do Maranhão no que se refere ao procedimento de emissão dos documentos (I- Certificado de Segurança de navegação; II- Cartão de Tripulação de Segurança; III- Licença de construção para embarcação já construída; IV- Certificado nacional de Borda; V- Certificado de Classificação de Casco e Estrutura e VI- Certificado de Classificação de Máquinas, Equipamentos e Eletricidade) relativos a embarcação José Humberto, apresentada pela empresa RODOFLUVIAL BANAV LTDA, CNPJ nº 02.584.987/0001-64, para realizar a travessia via ferry-boat entre os Terminais da Ponta da Espera e Cujupe.

O acompanhamento do Ministério Público Federal na emissão dos documentos a serem expedidos pela autoridade marítima se revela de fundamental importância para resguardar os legítimos interesses dos usuários do transporte aquaviário do mencionado trecho marítimo, ressaltou o Ofício do Ministério Público Estadual dirigido ao Procurador Chefe da Procuradoria da República no Maranhão – MPF, Dr. THIAGO FERREIRA DE OLIVEIRA.

No último dia 01 de junho, o Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM) reuniu-se com o Ministério Público Estadual pedindo providências, conforme matéria publicada em seu site: LEIA A MATÉRIA AQUI.

O FDBM solicitará audiência com as autoridades que possam agir no sentido de minimizar os graves transtornos e segurança aos usuários dos serviços do ferry boat.

ENTRE MÁSCARAS E MASCARADOS

Por Zé Carlos

Em tempo de cuidar da saúde, a máscara apresentou-se como um instrumento protetor, seguro, eficaz. Ainda que suscite as mais diversas reações, é certo que vem sendo responsável pela preservação de centenas de milhares de vidas, em todo o planeta.

Às vezes, é incômoda para os mais sensíveis, para as crianças, para os arreliados. Que palavra fantástica: ARRELIA! E, só de pensar em tal, “já estou arreliado”! “Me coçando pra falar”!

Às vezes, torna-se sufocante para os privados de uma normal respiração. Também, para os sufocados em suas chatices. Às vezes, “vira” um indispensável acessório de elegância para os “descolados” e os narcisos. A verdade é que se tornou peça indispensável, uma obsessão, para os maníacos por saúde.

Às vezes, traz-nos surpresas, por demais “surpreendentes”. O rosto que idealizamos desfaz-se ou constrói-se em uma rapidez “fandanga”. Eis que surge “o mais completo desconhecido” ou a mais completa (re)afirmação de nossas expectativas.

Às vezes, a máscara prega-nos peças hilárias. Como se estivesse a minorar nossas dores. Foge displicente e lentamente, negando-nos a proteção, para se fixar bem abaixo do nariz.

Quanta ironia! E nós, perdidos em voraz apatia, seguimos alheio a tamanho sacrilégio. Ou, então, ela se torna invisível, mesmo tão “na cara”! Quantos de nós já não recorremos a “São Longuinho”, a procurá-la; e ela, ali, debaixo do queixo, a se fingir de morta, vendo a nossa insensibilidade e loucura?! Que barbaridade!

A Verdade é que a máscara veio, está e ficará conosco por um bom tempo.
Agora, temos um sério e grave problema, vêm chegando os mascarados. Sem disfarces, sem artimanhas, sem rodeios. De cara limpa. Opa! Excuse me, com a bendita máscara, que veio a calhar e se tornar a grande aliada das falácias, das caducas promessas, dos improváveis milagres.

Fiquemos com as máscaras, e não mandemos os mascarados a “pátria que os pariu”. Não. Afinal, a nossa pátria não os merece. Mandemo-los, sim, para não sermos grosseiros, ao mais e mais profundo silêncio e ao esquecimento definitivo!

O APARELHO

Por Wellington Matos

Segundo relatos e depoimentos das vítimas, em 1977 foi considerado ano das visitas e ataques de “aparelhos” na região da Baixada Maranhense. Os Objetos Voadores Não Identificados (Óvnis), também chamados APARELHOS pelos nativos baixadeiros, causaram medos e dúvidas sobre esses fenômenos desconhecidos, se eram de outros planetas ou tecnologias dos norte-americanos e russos pela corrida espacial.

Agentes de Jornais impressos, rádios e TVs, ufólogos, e oficiais da aeronáutica, estiveram na baixada coletando depoimentos de pessoas vitimadas, sobretudo, daqueles que tiveram contato de 2° e 3° grau, como, por exemplo, nesta parte do depoimento senhor Vicente Chacho, natural do povoado Belas Águas, ao jornal “O Estado do Maranhão” (a cidade, ano V, n° 1316, 16/07/1977):

“Eu viajava montado em um animá pela estrada da beta, na proximidade do lugar Iguarapiranga. Era boca da noite e a tempo de lua nova, quando eu ouvi um barulho seguido de uma luz, a luz clareou o lugar que parecia o dia. Olhei pra riba e me deparei com um aparelho medonho enrriba de mim. Ele me foquiou com uma luz, e eu caí do animá já sem sentido. Quando acordei já era dia, acordei fraco e pálido, como se tivessem chupado uma parte do meu sangue…”

Outro detalhe, nesse caso, a matéria não abordou que o Seu Vicente havia sido socorrido ao amanhecer pelo amigo João de Lídia, que tinha a fama de aumentar os fatos e colocar-se em cena. Disse ele ao amigo:

“Compade Chacho, antes de lhe atacar esse aparelho quase me mata lá na Santa Rosa! Ele botou o facho enrriba de mim, eu ranquei pelo facão e renei em me defender, mas vi que não tinha jeito de brigar com um aparelho, entonssi eu corri para o mato e escapei pra debanda de uma pinduveira. Mas ele ainda ficou me caqueando e depois foi embora”.

O ufólogo norte-americano Bob Pratt, já falecido, esteve em São Bento no mesmo período à procura de depoentes, mas teve que sair às pressas para o município Cajapió para investigar o caso dos pescadores atacados e mortos na Ilha dos Caranguejos. Ele investigou os casos do Maranhão e Pará e no ano seguinte publicou o livro “Perigo Alienígena no Brasil”.

Não esquecendo de frisar, que quando o norte-americano Bob Pratt saiu às pressas de São Bento, esqueceu no hotel da Dona Isaltina uma lista com nomes dos conterrâneos que seriam entrevistados, nomes escritos em inglês, e agora traduzidos pela primeira vez:
Green Cable (Cabo Verde),
Eats People Blessed (Bento Come Gente)
Shit Bone (Caga Osso)
Treads Gold (Pisa Ouro)
Shit in The Can (Caga na Lata)
Brito’s Donkey (Jumento de Brito)
Frog Rump (Garupa de Sapo)
Wash Chicken (Lava Pinto)
Coke Dam (Coça Ova)
Crazy Pig (Porco Doido)
Mutated Shellfish (Cascudo Mutacado)

Resumo para compreendermos a atual situação da Travessia da Baía de São Marcos entre o Porto da Espera e Porto de Cujupe

Por Expedito Moraes*

As duas empresas que, ainda, são responsáveis pelas embarcações que fazem o trajeto (São Luís Cujuoe -São Luís) são: a Internacional Marítima  e a  Serv Porto (sobre intervenção do Governo do Estado do Maranhão).

A empresa Internacional Marítima possui atualmente os seguintes Ferrys:

  1. O Cidade de Alcântara, já operando dentro dos padrões exigidos pela última licitação;
  2. O Baia de São Marcos, já operando desde às 5 horas da manhã de 23.05.22;
  3. O Cidade de Pinheiro no estaleiro da Internacional Marítima para reforma e adequação, com data prevista para novembro/2022 e
  4. O Cidade de Cururupu operando sem adequação.

 

A empresa Serv Porto, atualmente, possui os seguintes Ferrys, porém, nenhum operando no momento:

  1. O Cidade de Araioses está fora de operação e encontra-se docado no estaleiro da Internacional para reforma e adequação;
  2. O Cidade de Tutoia com sérios problemas de máquinas e casco está no Porto da Espera, sem condições de operar e
  3. O Baia de São José em manutenção, na Ponta da Espera sem condições de operar.

Portanto, esta empresa não tem nenhum Ferry, atualmente, operando ou em condições de operar.

É bom lembrar, que no Maranhão só existe um estaleiro capaz de prestar serviço a este tipo de embarcação, que é o Estaleiro São Luís, localizado entre a Ponta da Espera e o Porto da Madeira.

Ressalta-se que existem, além de SÃO LUÍS, 3 microrregiões que dependem do FERRY BOAT para o transporte de veículos, cargas e passageiros. São elas com a quantidades de seus respectivos municípios:

a) LITORAL OCIDENTAL com 13 municípios dependendo totalmente;

b) GURUPI com 9 municípios, dependem quase totalmente e

c) BAIXADA com 21, que dependem mais ou menos 11, os outros dependem das estradas.

Em conclusão, vejam: estas 3 regiões somam 43 municípios, ou seja, 33 três deles dependem exclusivamente dos FERRYS, isto significa que são quase 1 milhão de habitantes ou aproximadamente 700 mil votos.

São 43 prefeitos e quase 500 vereadores, vários deputados federais e estaduais dessas regiões ou votados nelas, empresários, etc. Cadê eles? Afinal, os sofredores com a terrível carência de transporte adequado e infraestrutura de qualidade são seus eleitores.

*Expedito Nunes Moraes é natural do povoado Cachoeira em Cajari (MA). Graduado em Administração (UEMA). Foi deputado estadual entre 1995 a 1997 e empresário da construção civil. Exerceu vários cargos na administração pública do Maranhão. Presidente de Honra do Fórum da Baixada (gestão 2016/2017); 1º Vice Presidente (gestão 2019/2021) e Presidente do Fórum da Baixada (gestão 2021-2023).

O PODER DOS LIVROS

Por 

No lugar de equipamentos ou astronautas, o empresário dono da SpaceX enviou seu carro – um Tesla Roadster vermelho-cereja – ao espaço, com um boneco vestido em traje espacial sentado no banco do motorista.

Mas a verdadeira surpresa estava no porta-luvas. Ali, imortalizado em vidro gravado, havia uma cópia da série de livros da Fundação Isaac Asimov.

A saga de ficção científica se passa em um império galáctico em ruínas, 50 mil anos no futuro. Foi ela que instigou o interesse de Musk por viagens espaciais quando ainda era adolescente. Agora, flutuará pelo nosso Sistema Solar pelos próximos 10 milhões de anos.

Esse é o poder dos livros. Do software fictício “Terra”, descrito no romance Snow Crash, de Neal Stephenson, que inspiraria o Google Earth, até um conto sobre telefones inteligentes que pode ter levado à criação da internet, a leitura plantou sementes nas cabeças de inúmeros inovadores.

O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama disse que a leitura o ensinou a ser quem ele é e no que acredita.

Mesmo que você não tenha ambições tão grandes, ler livros pode dar um impulso à sua carreira. Foi comprovado que o hábito pode reduzir o estresse, impulsionar o funcionamento do cérebro e até mesmo melhorar a empatia.

Isso sem mencionar os benefícios óbvios que todas as informações contidas em suas páginas podem trazer.

Confira abaixo um guia com os benefícios comprovados da leitura de livros – e saiba como se juntar ao clube de pessoas que fazem isso por pelo menos uma hora todos os dias.

Empatia

Seja empático. Embora o mundo dos negócios normalmente deixe de lado a inteligência emocional em detrimento de características como autoconfiança e capacidade de tomar decisões importantes, nos últimos anos a empatia tem sido amplamente considerada como uma habilidade importante.

De acordo com um estudo de 2016 da consultoria de recursos humanos Development Dimensions International, líderes mais empáticos tendem a ser 40% mais eficientes.

Em 2013, o psicólogo social David Kidd debruçou-se sobre quais atividades poderiam levar a uma maior empatia. “Como leitor de longa data, ocorreu-me que a ficção é um meio em que tradicionalmente nos envolvemos com as experiências únicas de outras pessoas”, diz ele.

Junto com um colega da New School for Social Research em Nova York, Kidd decidiu investigar se a leitura pode melhorar a chamada teoria da mente – a capacidade de entender que temos pensamentos e desejos diferentes. Não é o mesmo que a empatia, mas acredita-se que as duas habilidades estejam intimamente ligadas.

Para isso, pediram aos participantes do estudo que lessem trechos de livros renomados da “ficção literária” – como Grandes Esperanças de Charles Dickens – ou ficção popular, como thrillers policiais e romances. Outros foram convidados a ler um livro de não-ficção ou não lerem nada. Posteriormente, os pesquisadores analisaram se a teoria da mente dos participantes havia melhorado.

A ideia era de que a escrita realmente “boa”, como a de obras premiadas, tende a apresentar um mundo de personagens mais realistas, que facilita a imersão do leitor – uma espécie de campo de treinamento para aprimorar sua compreensão sobre outras pessoas.

Por outro lado, a dita ficção popular foi tirada de uma antologia, sem o mesmo endosso dos críticos. Os pesquisadores imaginavam que essa escrita provavelmente seria de baixa qualidade e talvez com personagens unidimensionais que agem de maneira mais previsível.

Os resultados foram impressionantes: os leitores da ficção literária endossada pelos críticos obtiveram as maiores pontuações em todos os testes comparados com aqueles que leram ficção popular, não-ficção ou nada.

E, embora os pesquisadores não tenham medido diretamente o impacto da teoria da mente no mundo real, Kidd diz ser praticamente certo chegar à conclusão de que os leitores regulares experimentam um crescimento de empatia. “A maioria das pessoas, se souber como os outros estão se sentindo, usará essa informação de maneira positiva.”

Além de melhorar sua capacidade de se relacionar com colegas e subordinados, a empatia pode levar a reuniões e colaborações mais produtivas. “Existem pesquisas que mostram que pessoas tendem a ser mais produtivas em grupos nos quais se sentem livres para expressar discordância – especialmente em se tratando de tarefas criativas”, diz Kidd. “Acho que é um exemplo de que uma maior sensibilidade e interesse nas experiências de outras pessoas podem ser úteis no local de trabalho.”

Dicas de leitores ávidos

Agora que você talvez esteja mais convencido dos benefícios da leitura, lembre-se disso: de acordo com uma pesquisa de 2017 com 1.875 pessoas realizada pelo Ofcom, órgão regulador de mídia do Reino Unido, o adulto britânico gasta em média duas horas e 49 minutos no celular todos os dias. Para atingir a meta diária de uma hora com livros, a maioria das pessoas teria de reduzir o tempo de tela em um terço.

Assim, seja você um colecionador natural – o tipo de pessoa que gosta de acumular conhecimento em sua estante de livros na esperança de que um dia esse conteúdo se infiltre organicamente no seu cérebro – ou um exagerador presunçoso – o tipo de leitor que gosta de evangelizar sobre seus livros favoritos por horas, tendo apenas terminado a primeira página -, conheça algumas dicas de pessoas que podem se chamar orgulhosamente de leitores ávidos.

1 – Leia por querer, não por obrigação

Cristina Chipurici aprendeu a ler sozinha quando tinha quatro anos de idade. Quando foi tomada por sua nova paixão, ela diz ter devorado todos os livros na casa de seus pais. Mas, então, algo aconteceu. “Quando entrei para a escola primária e a leitura tornou-se obrigatória, desenvolvi uma repulsa por causa de um professor que tínhamos, e isso me fez não querer ler nunca mais”, diz.

Além de melhorar sua capacidade de se relacionar com colegas e funcionários, a empatia pode levar a reuniões e colaborações mais produtivas.

Essa aversão aos livros durou até os 20 anos, quando Chipurici começou a se dar conta lentamente do que estava perdendo – aonde as pessoas que liam tinham chegado e todas as informações disponíveis nos livros que poderiam ter feito diferença em sua carreira.

Ela reaprendeu a amar a leitura e acabou criando o The CEO Library, um site sobre os livros que moldaram as carreiras das pessoas mais bem-sucedidas do mundo, de autores a políticos, passando por magnatas do investimento.

“Diversos fatores causaram essa mudança. Desde mentores, passando pela decisão de investir em um curso online no qual descobri um sistema educacional diferente, até ler os artigos do blog de Ryan Holiday (ele é autor de vários livros sobre a cultura de marketing e foi diretor de marketing da marca de moda American Apparel), em que sempre fala sobre como os livros o ajudaram, e provavelmente muitos outros fatores de que nem eu mesmo sei”, diz Chipurici.

Se há uma moral nessa história, é ler porque você quer – e nunca permitir que isso se torne uma obrigação.

2 – Encontre um formato de leitura que funcione para você

Embora o estereótipo de um bibliófilo seja alguém que ande por aí com dezenas de livros de papel e cuide de suas cópias de primeira edição como se fossem preciosos artefatos antigos, não precisa ser sempre assim.

“Demoro duas horas para chegar ao trabalho”, diz Kidd. “Não é o ideal, mas tenho muito tempo para ler.” Quando está indo e voltando para o trabalho – não dirigindo! – ele descobriu ser muito mais conveniente ler em uma tela, como a de um celular, em vez de carregar um livro o tempo todo. Ao mesmo tempo, quando está lendo não-ficção, que tende a ser uma leitura mais desafiadora, diz preferir audiolivros.

3 – Não defina metas irreais

Acompanhar os hábitos dos CEOs pode ser uma tarefa intimidadora. Dois nomes proeminentes que foram entrevistados pela The CEO Library são Fabrice Grinda, um empreendedor de tecnologia francês que começou com US$ 100 mil (R$ 384 mil) de dívida de cartão de crédito e já ganhou mais de US$ 300 milhões vendendo sua participação em investimentos bem-sucedidos, e Naveen Jain, um empreendedor e filantropo indiano que fundou a Moon Express – uma startup do Vale do Silício que pretende explorar recursos naturais na Lua. O primeiro lê 100 livros por ano; o segundo gosta de acordar às quatro da manhã para ler livros por três horas.

Mas não precisa ser assim. Andra Zaharia é freelancer e trabalha com produção de conteúdo, tem um podcast e se define como uma leitora apaixonada. Sua principal dica é evitar expectativas irreais e metas impossíveis.

“Incorporar a leitura ao seu dia a dia, acho, é uma questão de começar de baixo”, diz ela. Zaharia sugere começar perguntando aos amigos por recomendações de livros e lendo apenas uma ou duas páginas. “Você não precisa definir uma meta de 60 livros por ano. Os livros digitais, como no Kindle, podem ser mais fáceis na verdade, pois você não consegue ver o número de páginas restantes.”

4 – Se você está realmente tendo dificuldade, tente a ‘Regra de 50’

Essa regra geral vai ajudá-lo a decidir quando desistir de um livro. Se você está propenso a abandonar impiedosamente uma leitura na página quatro ou preso com volumes gigantes que aprendeu a odiar, a ideia é ler 50 páginas e depois decidir se o livro traz – nas palavras de Marie Kondo – “faíscas de alegria”. Se isso não acontecer, desista.

A estratégia foi inventada pela autora, bibliotecária e crítica literária Nancy Pearl e explicada em seu livro Book Lust (Desejo de Livro, em tradução livre). A regra é a seguinte: se você tiver até 50 anos, leia as primeiras 50 páginas para decidir se vale a pena ou não continuar a leitura. Se você tiver mais do que 50, subtraia a sua idade de 100: o resultado será o número de páginas que você deve ler antes de desistir de um livro. Por exemplo: se você tiver 70 anos, foque nas 30 primeiras páginas.

A lógica de Pearl é de que, na medida em que envelhecemos, a vida se torna curta demais para ler livros ruins.

Deixar seu celular de lado por apenas uma hora por dia e substituir suas mensagens de texto por um livro podem aumentar seus níveis de empatia e torná-lo mais produtivo. Se as pessoas mais ocupadas e bem-sucedidas do mundo conseguem, você também pode.

Quem sabe o que você fará com todo esse conhecimento e inspiração extra? Você pode até acabar fundando sua própria empresa aeroespacial e enviando seu carro ao espaço.

Título do artigo original: como cultivar um hábito de leitura diário, in https://www.geledes.org.br/como-cultivar-um-habito-de-leitura-diario/

O TIO BOBO VII (A VÍTIMA DO TURI)

Por Zé Carlos

Após a fúria das tempestades últimas, que inundaram o chão sedento da Chapada, as águas baixaram com uma tremenda rapidez. Algo, que impressionou a todos.

A expectativa, criada, portanto, era de uma temporada de pesca “lá pras bandas” do Turi. Afinal, “o tempo prometia”. Fartura de peixes secos, para “entupir” o paiol e garantir, até o fim do ano, o assado, a torta e o cozidão ao leite de coco.

Com essa atmosfera festiva, tio Bobo, o maior personagem e filósofo da Baixada, animou-se. Preparou o seu “balaio” e partiu, depois de acertar todos os quês e porquês, “tintim por tintim”, com um dos seus (dele) compadres, que morava nas proximidades do Rosário. A única tristeza, nessa aventura, foi não ter Zefa, a sua companheira de sempre, ao seu lado, a acompanhá-lo. Ela sabia que o Turi tem seus mistérios e seus caprichos. Pediu-lhe que fosse ao Pericumã. Mas, nada o fez mudar de opinião. Nem quando lhe disse que suas (dela) carnes não iriam ser comidas pelo rio. Vil profecia. Palavras ditas, palavras cumpridas. E, assim, a vontade do rio fez-se. O tio Bobo “viu-se às voltas” com a sezão, que ia e vinha, num ritual diário. Santo “impaludismo”!

O seu compadre desdobrou-se em cuidados. O chá de quinino fez-se onipresente e foi a sua salvação, pois já estava bem castigado. Vista turva, “injôos”, baldeação, “zumbido nozouvido”, “fastio terrive”.

Após todo esse “dileme”, o tio Bobo voltou só a “titela”. Um espírito cadavérico, sustentado em dois “cambitos”, arqueados e bambos, que incomodavam a quem os visse arrastarem-se como se estivessem dançando, definitivamente, ao sabor do vento. Até parecia que o tio Bobo trocou-se pelos peixes e foi para a secagem no jirau, de talos de palmeira babaçu.

O seu retorno foi uma delicada operação, para “uma saúde tão delicada”. Mas, enfim, viu-se em casa. E, com uma tremenda vontade de viver, recuperava-se, como dizia a minha avó, “a olhos vistos”, sob os cuidados de Zefa, que, incansável, não o deixava um minuto sequer. Haja canja de galinha!

Durante sua convalescença, na varanda do seu velho casarão, passou a tresvariar, o que levou a funda e surrada “baladeira”, dos embalos refrescantes, e o “urinol” a serem as testemunhas mudas e fiéis das inquietações, a lhe assaltar. Inquietações, traduzidas em um mar de lembranças, que lhe se apregaram com uma vitalidade tremenda, remetendo-lhe a mais fortes e inusitadas situações, que estavam adormecidas.

Assim, viu-se menino marcado pelas doenças. Sempre amarelo e barrigudo, “lombringuento”, a arrastar-se pelo terreiro, repleto de “criações”. Escapou do quebranto, com as rezas da “tia” Zuzu, que também lhe livrou de um nó nas tripas e lhe “fechou a arca”. Mas, “tinha o corpo doce”. Então, foi acometido por bexiga, “papeira, dor d’olho, ferida braba, sarampo, turica”. Sem falar, da tossizinha insistente, que mais parecia “um pinto com gôgo”. Tudo combatido com chá de todos os gostos e matizes: raiz de algodão do campo, cabelo de milho, melão de São Caetano, coquinho, buchinha, boldo. Além de leite de janaúba, mijo de vaca preta, gemada, ovo batido com farinha e açúcar, azeite de carrapato, aguardente alemã, salsa três quinas, cerveja preta.

Lembranças, que lhe faziam tremer, mas, paradoxalmente, lhe faziam um bem enorme, por mais irônico que pareça. Via-se no tempo, em que as pescarias eram recorrentes, levando-o a se entreter com chumbada, caniço, linha, para fazer a alegria de sua mãe, quando retornava com as cambadas de jejus e traíras, que iriam aliviar a fome, sempre a rondar os seus 12 irmãos. Ou espreitando e assaltando as arapucas, que, fartas, sempre se apresentavam (…) Além de que “faziam a festa”, com ele, no jogo de petecas, improvisado com as “mucajubas”; e na guerra de piões, vorazes e perigosos, feitos com o coco babaçu.

Benditas reminiscências, que o levavam a um sorriso pleno, a lhe dar a certeza de que, mesmo com todas “essas dificulidades”, valeu a pena!
Eita, tio Bobo, porreta!

O milagre do querosene

Por Ana Creusa

Era lusco-fusco, quando a mãe percebeu que não havia querosene em casa, a quitanda ficava um pouco distante, mas era o jeito: pegou meia dúzia de ovos de galinha e uma garrafinha de vidro na cor verde, para que as irmãs inseparáveis comprassem o produto na quitanda do seu cunhado.

Porém, antes a mãe recomendou:

– Se Manoel colocar pouco querosene, reclamem!

As duas irmãs entreolharam-se: como iriam fazer essa tarefa, reclamar com o tio? ela mesma não permitiria isso!

Seguiram as duas em direção ao comércio, praticar o escambo dos ovos com o querosene, modalidade de negócio muito praticado na Baixada Maranhense até os dias atuais.

Chegando ao comércio, as duas meninas pediram a troca dos ovos por querosene. Viram o tio pegar o galeão de querosene, usar o funil e colocar na garrafinha. Novamente as duas se olharam, desta feita preocupadas – a quantidade de querosene era ínfima, mal três dedos no fundo da garrafa.

No caminho de volta, já noite, o caminho escuro, as irmãs se puseram a rezar e fazer promessas para o querosene aumentar. Uma era devota de Nossa Senhora, a outra de São Benedito. Pensaram em pôr água na garrafa para “interar” o querosene, mas resolveram confiar nas orações e foram encarar a mãe.

Chegando a casa, ao entregar a garrafa para a mãe, as duas perceberam que o querosene havia aumentado, entreolham-se alegres, mas incrédulas, no mesmo instante em que ouviram a voz da mãe pronunciar:

– O que “deu” em Manoel, ele colocou bastante querosene!

As irmãs tiveram certeza que houve um milagre e ambas começaram as pagar as suas promessas e até hoje, elas têm certeza que o querosene aumentou na garrafa durante a viagem, um milagre comprovado!

*As personagens dessa história são as irmãs Ana Creusa e Ana Cléres, filhas de José dos Santos e Maria Amélia.

Princesa Isabel

Primeira senadora brasileira e primeira mulher a assumir uma chefia de Estado no continente americano, a princesa Isabel se revelou uma política excepcional nas três vezes que exerceu a Regência do país (1871, 1876 e 1888)

Em 13 de maio de 1888, ela assinou a lei Áurea que aboliu a escravidão no Brasil.

Abolicionista convicta, financiava com dinheiro próprio a alforria de dezenas de escravos.

Ela também se preocupou imensamente com a integração condigna e justa dos antigos escravos na dinâmica social e econômica do Brasil. Por isso, foi buscar incentivo ao ensino profissional.

Ela queria uma solução para o problema de como seria o futuro dos escravos, depois de libertos. Temia que, abandonados pelos antigos senhores, vivessem sem eira nem beira, em condições precárias, formalmente livres, mas, de fato, presos a um sistema que lhes impedisse o acesso a condições melhores de existência.

Compreendeu que somente a formação profissional poderia ser adequada para, naquele contexto, assegurar, aos libertos do cativeiro, uma adequada inserção na sociedade brasileira.

Correspondeu-se com o carismático sacerdote João Bosco, fundador da Congregação Salesiana. Dom Bosco foi sem dúvida, um dos maiores e mais completos pedagogos que já existiram em toda a História, com seu “método preventivo”. A princesa pediu, inclusive, que ele mandasse missionários para o Brasil, oferecendo-se para ajudar.

Infelizmente, o golpe republicano de 1889 não permitiu que a Princesa subisse ao trono e completasse a obra redentora dos cativos. O plano grandioso que concebera para a justa e digna inserção dos antigos escravos na sociedade brasileira foi abortado, ficando sem realização. A República desinteressou-se completamente pelos antigos cativos e deixou-os abandonados à sua triste condição. Até hoje, os seus descendentes pagam um pesado preço por esse abandono.

– Elisa Robson, jornalista e pré-candidata à deputada federal pelo DF.