FELICIDADE DUARTE DE FARIAS SILVA

FELICIDADE, BONDADE, DEDICAÇÃO, EQUILÍBRIO, RIGIDEZ E SERENIDADE NO TRABALHO EDUCATIVO E NA PRÁTICA DO BEM

Por César Brito*

O transbordamento na plenitude da responsabilidade e das emoções provenientes do ofício de uma educadora e professora de ensino primário, no fim da década de cinquenta, décadas de sessenta a oitenta, e o contraste da falta de reconhecimento que pudesse recompensar todo seu empenho e dedicação nas atribuições impostas pelo exercício de uma profissão difícil, mas inspiradora e digna que fez e continua fazendo toda diferença na vida de seus ex-alunos. Mais que conhecimento e metodologia pedagógica, era preciso firmeza e elegância para transmitir confiança e carisma para ser aceita e querida por todos os ex-alunos na reciprocidade mútua do sentimento de uma segunda família.

Era preciso exercer com paciência e controle das emoções as agitações discentes, compartilhar saberes e moldar valores comportamentais e éticos, fundamentais ao aprimoramento da conduta a ponto de mudar ou marcar seus destinos para sempre, deixando em seus corações um sentimento de respeito e gratidão.

A Professora Felicidade demonstrava amor pela profissão, fazia tudo com envolvimento, clareza e dedicação ao transferir seus conhecimentos e experiências.

Nunca estamos preparados para nos despedir de alguém, não importa o tempo, a convivência, os laços familiares, o companheirismo, o afeto, enfim, sempre sentimos, ainda mais quando se trata de alguém tão especial, que fez parte da sua história de vida. Não há palavras para descrever a tristeza que sinto em saber que esta saudade seguirá sempre comigo.

Guardarei a sua memória no meu coração e o imenso carinho com que sempre me abençoou. Minha segunda mãe, minha madrinha que juntamente com o meu querido e saudoso padrinho Antônio Augusto, no dia 18 de dezembro de 1969, na paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Viana – MA, me concederam a consagração ao batismo, motivo de grande satisfação e orgulho.

FELICIDADE DUARTE DE FARIAS SILVA, nasceu no dia 15 de abril de 1936, na cidade de Pastos Bons – MA, tinha quatro irmãos, são eles: Margarida Duarte de Farias, Rita Duarte de Farias, Antônio dos Reis Duarte de Farias e Josefa Duarte de Farias. Era filha de Maria Raimunda Duarte de Farias e Tomaz Duarte de Farias. Casou-se com Antônio Augusto Alves da Silva com quem teve duas filhas, Tânia Maria Duarte Silva, Médica Veterinária e Maria Raimunda Duarte Silva Neta, Engenheira Agrônoma e ainda um filho adotivo Pedro Augusto Silva Araújo. Avó de 5 (cinco) netos e netas, Sara Ione da Silva Alves, Artur Bernardo da Silva Alves, Antônio Augusto da Silva Alves, Itamara Ayslana Silva Meireles e Gustavo Douglas Silva Meireles. Foi uma das pioneiras na educação de Matinha no ano de 1958, vindo a hospedar-se no casarão do Sr. João Amaral da Silva (Juca Amaral), que era Prefeito Municipal. Outros professores já haviam chegado no município. Vinda da cidade de Floriano no Piauí a professora Iraci da Nóbrega e quando Matinha ainda era uma Vila pertencente ao território do município de Viana, vieram Joaquim Inácio Serra, da cidade de São Vicente de Ferrer e Etelvina Gomes Pinheiro, da cidade de Viana.

No Brasil, nas décadas de 1940 a 1970, a formação de professores do curso primário era atribuída ao curso Normal. Era o desafio de aprender a ensinar saberes, conteúdos prescritos pelo programa ou segundo preceitos do empirismo e das convivências, ou seja, tornar-se professora ou aprender a ser professora, proporcionar o estímulo à aprendizagem e o quanto valia a pena dedicar-se nesse imenso mundo de informações em meio às desigualdades sociais e tantas outras dificuldades enfrentadas. Era professora de Geografia do Grupo Escolar Joaquim Inácio Serra e professora de Técnicas Agrícolas, quando ensinou a muitos plantar a semente do conhecimento e os orientou para a vida.  Difícil falar em educação na cidade de Matinha, sem lembrar da nossa Felicidade.

Somente no dia 15 de fevereiro do ano de 2017, na ocasião das comemorações do aniversário da cidade, por iniciativa do então Vereador José Orlando Santos e sugestão de José Ribamar Aroucha Filho (Arouchinha), embora tardiamente, 65 (sessenta e cinco) anos após a sua chegada em Matinha, finalmente o reconhecimento por tudo que havia contribuído no contexto educacional e social, o Título de Cidadã Matinhense, recebido das mãos da Exma. Prefeita, Sra. Linielda Nunes Cunha.

Felicidade de Antônio Augusto, como era conhecida, tinha consigo uma didática de berço, rígida e dedicada, tinha grande habilidade e boa prática pedagógica para transferir seus conhecimentos com firmeza e elegância, assim colaborou imensamente com o ensino de nossa cidade. Vejamos então, um pouco do direcional de sua trajetória através de depoimentos nas perspectivas de alguns dos seus ex-alunos.

 

“Em 1958 tive o privilégio de ser aluna de D. Felicidade, terceiro ano, primário. Sempre a admirei muito, a achava muito elegante, altiva. E, como minha mestra, nem se fala! Acredito, que nessa fase começou despertar em mim o desejo de ser professora. No auge dos meus 8 anos, queria ser igual a ela. Tudo eu observava e achava lindo, em D. Felicidade, lembro até das roupas, colares, brincos, quando morava na casa de Juca Amaral, Prefeito Municipal. Quando voltei professora e depois me tornei diretora do Grupo Escolar Joaquim Inácio Serra, trabalhamos juntas, e que maravilha! Sempre me ajudou com sua vasta experiência e conhecimentos. Nos tornamos mais amigas. O meu carinho e admiração por D. Felicidade, só aumentou, sua postura, educação, profissionalismo, ética, são marcas presentes em sua trajetória de vida. São tantas lembranças… Hoje, sou só Gratidão, por Deus ter permitido a felicidade de usufruir do convívio com D. Felicidade Duarte de Farias Silva. Deus preparou um lugar especial no seu Reino, para recebê-la. Saudades eternas”.  Por Rosa Aroucha.

“Eu tive o prazer de ser aluno de uma notável mulher e educadora, a Senhora Felicidade Duarte Farias Silva. Votada a profissão pela vocação, fez dela um verdadeiro sacerdócio. Tinha uma didática vocacionada, que a formação pedagógica só fez lapidar. Tenho dela só boas recordações, tempo esse que ser professora, era ser uma mãe e afetuosa conselheira. Impunha sempre no rosto, uma serenidade angelical, que era o bastante para a sala de aula, reinar a paz e profundo respeito. O seu nome durante todo esse tempo iluminou e deixou a Educação de Matinha feliz. Tenho orgulho de dizer, que fui seu aluno. Matinha agradece, pelo grande legado, que deixou”.  Por Arquimedes Araújo.

“A professora Felicidade Duarte de Farias, com sua inquestionável competência e profissionalismo, deixou marca indelével na educação matinhense. Ensinou gerações. Por muito tempo foi soberana lecionando a terceira classe do curso primário do Grupo Escolar Professor Joaquim Inácio Serra. Fui seu aluno. Aprendi muito com ela. Dedicada, era rígida sem perder a ternura. Tinha segurança e técnica, para transmitir os ensinamentos de forma firme e fácil. Nós, seus ex-alunos, seremos eternamente gratos pela dádiva de termos estudado e aprendido com ela. Seus ensinamentos permanecerão vivos em muitas gerações de matinhenses”. Por José Ribamar Aroucha Filho (Arouchinha).

“Tive o privilégio de ser aluno de dona Felicidade, assim como a maioria dos meus conterrâneos. Anos depois fomos colegas no segundo grau na escola Etelvina Gomes Pinheiro, e ainda fomos professores na (a época) escola de dona Nhadica, embrião do atual IEASC, que ficava na Fraternidade. muito privilégio…” Por João Carlos da Silva Costa Leite.

 

Comumente ouvimos largos elogios e um semblante seguro e convicto na face e na fala, reminiscências dos matinhenses e das pessoas que tiveram o privilégio da convivência e puderam usufruir da amiga, da professora, da educadora e orientadora, figura humana que transbordava respeito e generosidade, transparente em suas ações, com gestos e atitudes, porém, de uma grandeza impressionante que serviu de exemplo e ensinou lições de vida, deixando em todos a felicidade e um grande sentimento de gratidão, amor, carinho, amizade, respeito, e tantos outros valores sólidos, fundamentais na vida das pessoas e de suas famílias.

A Professora Felicidade, com o corpo recurvado, sem o sentido e a percepção da visão e audição, passos que não tropeçavam mais, voz sublime e serena sem consonância com o mundo em sua volta. Faleceu no dia 07 de fevereiro de 2023, aos 86 anos de idade, deixando um legado de educação, generosidade e muita dignidade.

Todo indivíduo é movido pela busca da felicidade”.  Sigmund Freud

* César Brito (Presidente da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão

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Qual o motivo do Dia dos Namorados em 14 de fevereiro? Veja sugestões de 5 de filmes românticos para comemorar.

Diferentemente do Brasil, os Estados Unidos e outros países do mundo comemoram o Dia dos Namorados em 14 de fevereiro. Enquanto o 12 de junho brasileiro tem apelo comercial, a data romântica pelo mundo tem contexto histórico.

Em 14 de fevereiro comemora-se o Dia de São Valentim –– ou Saint Valentine, em inglês ––, que ficou associado ao amor romântico após lutar contra a proibição do casamento no fim da Idade Média. Na época, o imperador Cláudio II acreditava que os homens eram melhores combatentes quando solteiros. Valentim, que na época era bispo, casou-se escondido e, por isso, foi preso e condenado à morte, tornando-se um mártir da Igreja Católica. Enquanto preso, as pessoas costumavam enviar-lhe flores e cartões dizendo ainda acreditar no amor e no casamento.

No Brasil, o 12 de junho teve objetivo de melhorar o desempenho do comércio no mês, já que as vendas eram muito fracas no período. João Dória, publicitário e pai do ex-prefeito e ex-governador de São Paulo, criou uma data para trocar presentes elaborando, em 1949, uma estratégia relacionada à celebração romântica no país. A data escolhida foi a véspera da comemoração do Dia de Santo Antônio, considerado o santo casamenteiro.

O anúncio do primeiro Dia dos Namorados brasileiro dizia: “Não é só com beijos que se prova o amor! Não se esqueçam: amor com amor se paga”. Na época, a propaganda foi julgada como a melhor do ano pela Associação Paulista de Propaganda.

Enquanto 12 de junho não chega, os apaixonados podem aproveitar o 14 de fevereiro para gestos românticos. Dessa forma, listamos cinco romances disponíveis no Amazon Prime Video; clique aqui e teste grátis por 30 dias.

“Casamento armado” (2022): Jennifer Lopez interpreta o papel de Darcy, que está prestes a oficializar a união com Tom (Josh Duhamel) numa grande festa de casamento, mas o casal esconde problemas no relacionamento. A situação piora quando todos os convidados da cerimônia são sequestrados. A história é uma aventura hilariante e repleta de adrenalina para Darcy e Tom, que precisam salvar os seus familiares.

“Ajustando um amor” (2022): um casal se conhece e é amor à primeira vista. Mas o encontro mágico dos dois não foi obra do acaso. Ela tem uma máquina do tempo e sempre volta para a noite em que os dois se viram pela primeira vez, mas logo começa a alterar o passado, mudando a sua vida e a realidade de todos ao seu redor.

“Juntos e misturados” (2014): Adam Sandler e Drew Barrymore repetem a química de “Como se fosse a primeira vez” neste novo romance. Após um primeiro encontro desastroso, Jim e Lauren viajam, por coincidência, para o mesmo hotel durante as férias, junto com seus filhos de casamentos anteriores. Eles são obrigados a conviver, e uma atração começa a surgir entre os dois.

“Something from Tiffany’s” (2022): o casal Rachel (Zoey Deutch) e Gary (Ray Nicholson) está feliz o suficiente, mas longe de estar pronto para o casamento. Já Ethan (Kendrick Sampson) e Vanessa (Shay Mitchell), ainda nos primeiros passos do namoro, estão prontos para falarem algo mais sério, mas não para um matrimônio. Quando uma simples mistura de presentes faz com que seus caminhos se cruzem, isso desencadeia uma série de reviravoltas que os levam para onde realmente deveriam estar.

“My Policeman” (2022): o filme é estrelado por Harry Styles. Tom, um policial na Grã-Bretanha dos anos 1950, se apaixona por uma professora na costa de Brighton. No entanto, ele logo começa um caso com um curador de museu, apesar de a homossexualidade ser ilegal.

Fonte: https://extra.globo.com/

SER, APENAS SER

Por César Brito*

“Viver com naturalidade nos torna filhos da natureza. Fazer parte de tudo, ser um só, apenas ser e deixar que outros sejam”.

Como decifrar o enigma desse mundo de sonhos misteriosos que nos rodeiam, enquanto buscamos simplesmente viver a vida? Viver com naturalidade nos torna filhos da natureza. Ver, sentir, ouvir, tocar, consumir, aceitar, entender, suportar, nos faz parte de tudo, o segredo de ser um só, apenas ser e deixar que outros sejam, difícil entender essa linha divisória que nos separa das indagações que está em todas as coisas e em tudo que há vida.

Curioso é, que quando chegamos próximo de entender e sem alternativas aceitar, sentimos o amor em sua mais pura essência por tudo e por todos, finalmente a confirmação, a esfinge, mas, já é final…

Devemos, portanto, em meio a vida e esperança viver com amor e muita emoção que faz com que haja sentido, que valha a pena, que tenha razão.

O coração que canta na alegria, no encanto, na fartura no celeiro, é o mesmo que lamenta angustiado, que grita, rugi com a alma em desespero.

É preciso espojar-se ao sentir o orvalho das noites, a brisa das manhãs e os primeiros cantos dos pássaros, o deslumbrante nascer do sol, os ventos, as chuvas, as nuvens, as estrelas, o bailar das folhas, o frescor sonolento, o abraço e o sorriso, o aroma das flores, do café e das cores, as boas novas, o amor, a inspiração e a poesia que nos leva ao longe e nos faz sentir as bençãos do criador.

Devemos sorrir e cantar nos momentos de alegria no coração, assim como sofremos e lamentamos na angústia e no desespero.

A ilusão da afortunada segurança proveniente da prosperidade, da sorte dos desertores do Senhor, que envaidecidos bendizem e exaltam supostas divindades e santidades, reflexo do ceticismo do ímpio ao refugiar-se à sombra da mesa posta na fartura, no deleite dos banquetes com delícias regadas a muitas bebidas, vinhos finos e aromáticos dedicados ao sommelier, em tom às vezes irônico, cínico, simpático, poético, ressoa em cada taça a expressão da arte, enchendo seus corações de emoção e alegria passageira, na intencionalidade da aparente perspectiva da vida, sem olhar pros lados, distantes da luz, do equilíbrio e daquilo que os levariam ao possível direcionamento mais justo, verdadeiro e preciso.

Seria, portanto, o mesmo que comer e continuar a sentir fome, beber e não saciar a sede, rejubilar-se em meio a indiferença, a insegurança e ao profundo sentimento de remorso e vergonha ao deparar-se com as sombras do verdadeiro prisma da vida. Surgem então, novos sentimentos ao estímulo da humildade, como o arrependimento, os pedidos de perdão, juras vazias e secretas, já que os erros e desencontros de outrora serão banalizados e esquecidos, já não lhes volverão ao espírito, o passado não será lembrado.

Novas vidas surgirão, amigos se vão outros que vêm, novos caminhos e edificações, a semente que brota ao cair no chão, sempre haverá um novo dia e uma nova contemplação, novos frutos, mais alegrias e a desilusão.

Isso mesmo, de mãos dadas, caminhando lado a lado sempre estará o lobo e o cordeiro, o dia e a noite, a alegria e a tristeza, a água e o braseiro, a sorte e a sua falta, descontração e a dor, a ira e o amor, a vida e a partida, o destino, o sul e o norte.

*Carlos César Silva Brito (Presidente da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão-SCLMA).

O que dá direito à restituição do Imposto de Renda?

Dão direito à restituição do Imposto de Renda despesas dedutíveis – que representam gastos com educação, saúde, alimentação, doações, previdência privada ou social e/ou dependentes –, apenas quando geram uma cobrança de tributos acima do considerado necessário pela Receita Federal.

Portanto, só recebe a restituição quem paga mais imposto do que deveria no ano da declaração ou pessoas que tenham impostos excessivos retidos na fonte e, portanto, descontados diretamente de suas folhas de pagamento.

Tudo bem para começarmos? Continue a leitura e entenda mais sobre o tema. Descubra exatamente como funciona o retorno do dinheiro para você!

O que é imposto a restituir?

O imposto a restituir é o valor que uma pessoa recebe de volta da Receita Federal caso tenha pago mais do que deveria em tributos depois de declarar o seu IR no ano anterior. Tecnicamente, esse valor é chamado de “restituição do Imposto de Renda”.

Nós ouvimos falar muito sobre o assunto principalmente no segundo e no terceiro trimestres de cada novo ano, porque esse é o período no qual a Receita realiza o débito de toda a quantia que cada cidadão tem a receber em suas respectivas contas bancárias.

Ligue a TV em um noticiário que você vai perceber!

Quem calcula a restituição do IR?

É a Receita Federal que faz o cálculo de quanto foi pago em tributos a cada declaração de Imposto de Renda e também de quanto deve ser devolvido para contribuintes que tenham pago mais do que deviam.

A base para essas contas é a própria declaração de IR, entregue pelos cidadãos via internet no ano anterior ao do pagamento da restituição.

O que dá direito à restituição do Imposto de Renda?

Cobranças de impostos feitas quando o cidadão termina de declarar seu IR e que sejam “exageradas” sob o ponto de vista da Receita Federal dão direito à restituição. Um Imposto de Renda retido na fonte e tirado diretamente da folha de pagamento que seja maior do que o necessário também.

A Receita avalia todas as despesas dedutíveis dos brasileiros para definir se eles têm direito ou não à restituição. Essas despesas representam gastos com dependentes, educação, saúde, alimentação, doações e/ou previdência social ou privada.

Podemos dizer que todas são responsáveis por fazer com que contribuintes paguem menos impostos e recebam restituições maiores ou tenham, pelo menos, chances de receber algum dinheiro de volta.

Isso acontece porque elas indicam ao Fisco que bastante dinheiro foi gasto com coisas estritamente necessárias no decorrer do ano e reduzem a base de cálculo do Imposto de Renda. Para você saber:

  • base de cálculo do IR =
  • quanto um cidadão ganhou no ano-exercício (anterior à declaração) – despesas dedutíveis

Saiba mais sobre cada despesa dedutível nos próximos tópicos:

  1. Despesas com educação

Todos os gastos que um contribuinte e/ou seus dependentes tiverem com educação durante o ano-exercício são considerados despesas dedutíveis na hora de declarar o Imposto de Renda desde que tenham relação com:

  • escolas do ensino infantil até o médio;
  • universidades da graduação até doutorado e especializações; e
  • cursos técnicos e profissionalizantes.

Aulas pré-vestibular ou de idiomas não entram na lista e nem despesas com materiais, uniformes ou esportes.

Cada pessoa pode apresentar um total de até R$ 3.561,50 de seu dinheiro direcionado para a educação, mas é essencial declarar todos eles e transmitir informações corretas e verdadeiras ao Fisco para que não haja conflito com os dados apresentados pelas instituições de ensino.

  1. Despesas com saúde

Essas são outras despesas dedutíveis que valem tanto quando têm relação com o próprio contribuinte quanto nos casos de atendimentos médicos prestados a seus dependentes.

A principal regra para conseguir qualquer restituição de pagamentos feitos na área da saúde é não ter nenhum gasto destinado a fins estéticos, como cirurgias para implantes de silicone ou procedimentos de harmonização facial.

Porém, despesas com dentistas, fisioterapeutas, psicólogos e atendimentos médicos ou em hospital se enquadram perfeitamente na categoria. Elas só precisam estar devidamente declaradas e documentadas, então, não esqueça de pedir o seu recibo.

  1. Despesas com dependentes

Esses são os gastos que um contribuinte tem especificamente com pessoas consideradas dependentes dele e, portanto, do seu dinheiro.

Mesmo não envolvendo saúde ou educação, muitos podem ajudar no pagamento menor de tributos depois da declaração do IR ou na restituição de parte do valor pago ao Fisco, desde que o dependente seja:

  • pessoa com menos de 16 anos;
  • filho ou enteado de até 21 anos;
  • filho ou enteado de até 24 anos e cursando ensino superior;
  • cônjuge legal;
  • companheiro, pai/mãe de filho(s) e vivendo junto há pelo menos 5 anos;
  • pessoa incapaz de qualquer idade;
  • pessoa deficiente ou enferma;
  • neto ou bisneto com até 21 anos e guarda judicial; ou
  • bisavô(ó), avô(ó), sogro(a) ou pai/mãe, com uma renda máxima específica que precisa ser consultada junto à Receita antes da declaração.

Cada pessoa pode mostrar à Receita, comprovando tudo direitinho, que gastou até R$ 2.275,08 por dependente no ano anterior à entrega da prestação de contas via IR e um mesmo dependente não pode aparecer na declaração de dois contribuintes diferentes.

Pais separados, por exemplo, devem decidir quem vai incluir os filhos na prestação de contas e quem não vai.

  1. Despesas com alimentação

Quando falamos sobre gastos dedutíveis especificamente com alimentação, estamos tratando do pagamento de pensão alimentícia determinado pela Justiça: ele também pode servir na hora de abater impostos do IR ou receber restituição.

Só tome cuidado porque isso não vale para o pagamento não estabelecido judicialmente e apenas “combinado” de forma amigável!

  1. Doações

Também é possível declarar doações no Imposto de Renda e utilizá-las como despesas dedutíveis para pagar menos tributos ou receber dinheiro de volta da Receita Federal.

Elas têm como destino fundos escolhidos pelo governo federal e precisam acontecer até dezembro do ano-exercício.

Quem as realiza pode conseguir abatimento de até 6% do valor de imposto devido e destinar o restante, em vez de pagá-lo para a Receita, a uma organização não-governamental. Outra alternativa é receber uma quantia maior na hora da restituição.

Posso escolher a organização para a qual vou doar parte do IR?

A resposta para essa pergunta é não. Receberão o valor diferentes fundos e projetos pré-selecionados pelo governo a níveis nacional, distrital, estadual ou municipal.

Entre eles, estão o Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente ou o Fundo do Idoso e outros projetos que se enquadrem nas leis de incentivo ao audiovisual, à cultura ou ao esporte.

  1. Previdência social ou privada

Por fim, consideram-se despesas dedutíveis os gastos com:

  • previdência privada, se feita na modalidade PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres) e com pagamento de IR acontecendo no momento de resgate do dinheiro disponível ou na hora de recebimento de benefícios; e
  • INSS ou semelhantes, caso valores tenham sido pagos de forma incorreta a essas previdências sociais em algum momento.

O contribuinte só consegue ser restituído nas duas situações se apresentar suas despesas em uma declaração de IR completa – indicada para quem tem mais despesas ou uma soma maior de possíveis deduções – e não simplificada.

Vale dizer que o tradicional plano de previdência VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) não abre possibilidade de receber nenhuma quantia de volta da Receita Federal. Verifique se você tem mesmo direito à restituição antes de contar com esse dinheiro.

Como saber se tenho direito à restituição do Imposto de Renda?

A consulta para verificar se você pode receber impostos a restituir é muito simples e acontece através do site da Receita Federal ou pelo aplicativo para celular “Meu Imposto de Renda”, gratuito e disponível para download em celulares iOS e Android.

Basta seguir apenas três passos e descobrir a sua situação como contribuinte!

  1. Busque pelo item “Consulta” ou “Pesquisa de Restituição” no menu principal.
  2. Preencha os campos em branco com os dados solicitados – CPF, data de nascimento e ano da declaração do IR.
  3. Clique no botão para realizar a consulta e aguarde informações do sistema que aparecerão na tela.

Como funciona a restituição do Imposto de Renda?

A Receita debita o valor de impostos restituídos na conta de cada contribuinte apto a recebê-la entre o segundo e o terceiro trimestre do ano da declaração. Quem entrega a declaração de IR primeiro, recebe a restituição primeiro também, além das exceções:

  • idosos acima de 60 anos;
  • pessoas com deficiência física e/ou mental;
  • pessoas com doenças graves; e
  • professores que comprovem que têm renda majoritária proveniente dos salários atuando na área.

Os pagamentos são sempre divididos em lote – geralmente, cinco – e uma determinada quantidade de cidadãos recebe o dinheiro pago de volta pela Receita a cada um deles.

O primeiro lote de restituições, pago para quem entregou a declaração do IR antes dos outros e para os grupos mencionados acima, cai um mês depois do fim do prazo da prestação de contas à Receita e os próximos caem nos meses seguintes.

Por exemplo, em 2022, a restituição de impostos referente às declarações de IR com despesas do ano de 2021 começou no dia 31 de maio e se estendeu até 30 de setembro.

No primeiro dia, mais de 3,3 milhões de contribuintes receberam seus pagamentos. Todos pertenciam ao 1º lote de impostos a restituir. Contribuintes do 2º lote viram o dinheiro entrar na conta no dia 30 de junho, os do 3º lote no dia 29 de julho e assim sucessivamente.

Também ocorreram pagamentos dos chamados “lotes residuais de restituições”, entre outubro e novembro, para ressarcir aqueles que caíram na malha fina, regularizaram pendências e tiveram direito ao recebimento como qualquer outro declarante.

Fontes: Contadores CNT e https://crcma.org.br/

ZÉ NINGUÉM E ZÉ ALGUÉM …

Por Zé Carlos Gonçalves

CENAS DO COTIDIANO

A cidade, agitada, não dorme. Está, impotente, a ver a noite passar. O silêncio deixa-a só e parte rumo ao continente do descanso.

O galo, gaiato, “saído não se sabe de onde, rasga um canto desafinado”, a agitar a manhã, que vem surgindo apressada, e a enfurecer o corpo tão mal dormido.

No pulo da cama, o mirrado “zé ninguém” cega-se à casa. Não enxerga a companheira nem os filhos nem o seu fiel cachorro, comprado em dez vezes, sem juros. Só lhe resta um pedaço de pão, duro, a lhe rasgar a fome, que não teve tempo de se saciar com a fria marmita.

A cidade furiosa e insana lhe vai sugando a já combalida energia; e “zé ninguém”, que se autofagiou e se perdeu da família, busca numa tentativa, desesperadora, alimentar as contas bancárias estranhas e, cada vez, mais famintas.

O dia finda-se. Lá, fora, só resta a pressa de “voltar pra casa”. Mergulhado no mar de gente, alimenta o banguela e voraz ônibus, que lhe devora a força já tão débil. Desenxerga quem está sentado ao lado; desenxerga a praça e a a sua rosa solitária, dorminte, no canto esquerdo do jardim; desenxerga a sisuda ponte, a suster-se nas marés altas de muitas luas; desenxerga até a solícita praia, a lhe chamar, e lhe chamar, e lhe chamar. Vai. Vai alheio, sem um qualquer pensamento seu.

A noite, em sua ligereza, lhe “come” o sonho, perdido em um sono tão sobressaltado e vacilante, à espera “do gaiato galo” rodar a roda viva de uma outra e apressada manhã. Manhã, que talvez nem venha clamar por “zé ninguém”!

CENAS DO COTIDIANO II

No povoadozinho, dormia um sono solto e acompanhava os seus, ainda que esgotado da insana lida.

Do velho e esperado galo, esperava o canto, a despertar a barra do dia, no espetáculo mais espetacular de todos os outros espetáculos. Um mar de cores.

Os passarinhos, mais sábios que nós, despertavam felizes, a agradecer a nova alvorada. O fantástico e ensurdecedor alarido rasgava os sentidos de “zé alguém” em todos os tons!

Ao bem-ti-vi, alerta e canoro, só restava atiçar-lhe o sentido em todos os sentidos.

Pelo telhado, uma verdadeira peneira, invadiam-se tantos e tantos “raiozinhos de sol”, a gritarem que o “desacordar” chegava. Era hora de começar a labuta de todo dia.

Na casa de forno, o apogeu. O beiju, a exalar em todos os olfatos, ia “zumbinizando” o faminto do alimento sagrado.

A manhã seguia tranquila. E, de repente, só era quebrada a calmaria, com o mesmo grito, da mesma hora, a oferecer tudo. A dona de casa, alheia às suas preocupações, corria à porta e abastecia a faminta despensa, as suas panelas e fartava todas as bocas, que choramingavam em volta de sua saia.

A tarde, calma e dormente, era invadida pela verdadeira Babel. Piiróóléé, piiruuliitoo, algoodãoo dooce, piipoocaa. Fazia-se a mágica. Garrafas e litros brotavam em profusão. O escambo mais doce e justo realizava-se; e a saciedade a afogar a fome, que estava ali, sempre a espreitar.

À noite, o cabecear de sono era obra da velha Telefunken e do velho rádio Semp, que amoleciam o corpo, já tão em frangalhos; mas que dormia, sonhava belos sonhos e, até, contava co’outra promissora alvorada.

“Zé alguém” podia, enfim, ir labutar de novo!

A AMCAL segue sua trajetória de sucesso

Por Ana Creusa

O Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM) participará da posse solene dos membros da Academia Matinhense de Ciências, Artes e Letras – AMCAL, que ocorrerá dia 18 de fevereiro (domingo). Na ocasião o Presidente da AMCAL, César Brito, se filiará ao Fórum da Baixada.

Durante o evento, o FDBM colocará à disposição dos matinhenses exemplares do Livro ECOS DA BAIXADA, o qual contém crônica do acadêmico João Carlos, folha 101 do livro.  O Livro Ecos da Baixada é composto por 32 (trinta e duas) crônicas e artigos sobre a Baixada.

Nesse compasso, vale à pena recordar a história de sucesso da AMCAL, cuja criação deu-se no dia 29/07/2017, em sessão solene dirigida por Fátima Travassos, presidente da Academia Vianense de Letras – AVL.

Conforme prevê o Estatuto, a Academia é composta de 40 (quarenta) acadêmicos, titulares das respectivas cadeiras, sendo eles: Alan Rubens Silva Sá; Arquimedes Soeiro Araújo; Carlos César Silva Brito; Doralice Souza Cunha; Edleuza Nere Brito de Souza; Emanoel Rodrigues Travassos; Euzébia Silva Costa; Ezequias Nascimento Cutrim; Helena de Jesus Travassos Araújo; José Antônio Alves da Silva Cutrim; João Carlos da Silva Costa Leite; João Meireles Câmara; Luís Kleber Furtado Brito; Manoel Santana Câmara Alves; Maria Zilda Costa Cantanhede; Maria de Jesus Serra Ferreira; Maria Madalena Nascimento; Osmar Gomes dos Santos; Padre Guido Palmas; Pedro Carlos dos Santos; Raimunda Silva Barros; Simão Pedro Amaral e Valdemir dos Santos Amaral.

Na ocasião da Sessão Solene de criação, foi eleita a primeira Diretoria da AMCAL, com mandato de 02 (dois) anos, permitida a reeleição, com a seguinte composição: Carlos César Silva Brito – Presidente; Edleuza Nere Brito de Sousa – Vice-Presidente; Maria Zilda Costa Cantanhede – 1° Secretária; Maria de Jesus Serra Ferreira – 2° Secretária; João Carlos da Silva Costa Leite – 1° Tesoureiro e Simão Pedro Amaral – 2° Tesoureiro.

A AMCAL promoveu um evento de muita repercussão e sucesso no dia 16/09/2017, em parceria com a gestão municipal de Matinha, Fórum da Baixada, Associação Maranhense de Escritores Independentes – AMEI e Feira do Livro do Autor e Editor Maranhense – FLAEMA, a Academia promoveu a Amostra Cultural de Matinha no São Luís Shopping.

O evento marcou, efetivamente, o início das atividades da Academia Matinhense, com promoção de danças, reuniu pessoas para falar de suas raízes, do seu sentimento de pertencimento, do histórico de lutas, de suas tradições, do orgulho de ser baixadeiro, com seu linguajar peculiar, que marcadamente o destaca e o diferencia, porém, costumeiramente, gera discriminações e preconceitos.

Reconhecendo a importância da AMCAL, o FDBM, dia homenageou a AMCAL no dia 19/12/2017, com entrega de uma Comenda, pelos relevantes serviços prestados à cultura baixadeira e por ser a mais recente academia criada na Baixada Maranhense, criada sob a filosofia da inclusão das diversas modalidades de manifestação cultural.

A AMCAL segue sua trajetória de sucesso, com mais uma vitória: no último dia 08/02/2018, o presidente da AMCAL, César Brito, foi eleito Tesoureiro da Federação das Academias de Letras do Maranhão (FALMA).

O povo matinhense está de parabéns pela atuação de sua academia de ciências, artes e letras que cumpre seu papel de fomentar esses valores, de forma inclusiva e participativa. Parabéns aos acadêmicos que serão empossados no dia 18 de fevereiro.

MEMÓRIAS RADIOFÔNICAS DO SAUDOSO LUIZ PEDRO

Por Luiz Pedro*

O rádio ainda é o meio de comunicação de massas mais presente na vida das pessoas, seja pelo imediatismo seja pela facilidade de acesso a ele, presente nos lares, nos carros e, mais recente- mente, nos celulares. Se isso acontece nos dias atuais, imagine em épocas passadas, como as décadas de 50, 60 e 70 do século passado. O Maranhão, até os anos 50, não possuía rodovias. O movimento de pessoas e cargas era feito por embarcações e pelos trens da São Luís-Teresina. Os aviões eram utilizados por pessoas de posses ou em alguns casos emergenciais.

Já as comunicações eram extremamente escassas. As cartas demoravam semanas para chegar ao destino e mesmo os telegramas só chegavam a poucos pontos em determina- das cidades do interior. Ligações telefônicas eram difíceis, os telefones, raros e os enlaces interurbanos demoravam horas para se completar, quando se completavam.

Nesse ambiente, o rádio tinha importância fundamental. Através dele, informação, entretenimento e serviços chegavam ao mais distante povoado do interior, ainda mais depois do rádio transistorizado, que utilizava pilha ou bate- ria, uma vez que energia elétrica era pouquíssimo difundida. A radiofonia maranhense existia desde 1941, com a fundação da hoje Rádio Timbira. Mas é com a criação das rádios Ribamar (hoje Cidade) e Difusora que os programas radiofônicos ganham o gosto das multidões e lançam nomes de locutores que eram tão prestigiados quanto os atores globais da atualidade.

Foi na o final da década de 50 que surgiu um programa que veio a fazer história no rádio maranhense: o Correio do Interior. A fórmula era simples: pessoas que queriam se comunicar com parentes ou amigos no interior, especialmente nos municípios da Baixada, redigiam avisos que eram lidos pelo locutor do programa.

Zé Leite, Fernando Cutrim, Ricardo Rodrigues, César Roberto Maciel, Fernando Sousa e Almeida Filho emprestaram a sua voz para os avisos de viagens, de acidentes, de mortes, de nascimento de filhos e netos e de coisas prosaicas como preparar uma montaria para esperar um viajante que subia os rios da Baixada. O programa ia ao ar às 8 da noite, após a Voz do Brasil.

O sucesso era tanto que os avisos invadiam outros pro- gramas da Difusora, como o Correio Musical Eucalol, de 8 às 10 horas, e de 16 às 17 horas, e o Quem Manda é Você, comandado por Zé Branco, nas manhãs de segunda a sexta. Nem os domingos escapavam: os avisos apareciam no Do- mingo é nosso, que teve Lima Júnior, Don Ivan e Leonor Filho como apresentadores.

A fórmula foi copiada sem o mesmo sucesso por emissoras como a Ribamar e a Educadora. Esta, aliás, mantém avisos em sua programação até hoje, mas as comunicações fáceis fizeram a fórmula murchar.

Meu amigo Gojoba, o jornalista e radialista José Ribamar Gomes, durante um curto período recebia os avisos a serem divulgados e cobrava pela transmissão das notas, tudo devidamente contabilizado num bloco de recibos que, ao final do dia, era eventualmente arrecadado por Magno Bacelar, um dos donos da emissora.

O sucesso do programa era tamanho que os Correios entraram com uma ação tentando proibir a divulgação dos avisos por concorrência ilegal. O caso não prosperou porque os Bacelar conseguiram na Assembleia Legislativa aprovar para o programa um título de utilidade pública e, assim, tudo continuou como dantes.

Registre-se que, nessa época, a Difusora operava em ondas curtas e ondas tropicais, além das ondas médias até hoje existentes. As ondas tropicais e curtas chegavam aos recantos mais longínquos, dentro e fora do Brasil.

O Correio do Interior era uma fonte importante de recursos para a Difusora. Gojoba calcula que, a preços de hoje, a emissora faturava cerca de 150 mil reais mensais com os avisos, dinheiro providencial para pagar os “vales” que os trabalhadores da casa pediam.

A maior renda do programa, deveu-se a uma tragédia. O naufrágio da Lancha Proteção de São José, ocorrido no dia 27 de outubro de 1965, que deixou centenas de vítimas. O número exato de mortos e desaparecidos não se sabe, pois não havia o controle de passageiros à época.

A lancha que partira do porto da Raposa, em São João Batista, afundou à noite após se chocar com recifes, já próximo à costa de São Luís. Entre os sobreviventes, que permanece vivo até os dias atuais, está o comerciante Juarez Diniz Cutrim, dono de um bar tradicional na Belira.

Nessa noite, sobreviventes faziam fila diante dos microfones da Difusora para, com suas vozes, tranquilizarem os familiares no interior.

*Luiz Pedro de Oliveira e Silva é natural de Juazeiro do Norte (CE). Jornalista. Foi deputado estadual por duas legislaturas. Foi chefe de gabinete do governador Jackson Lago. É baixadeiro por adoção, amor e convicção. Coator do livro Ecos da Baixada.  Nasceu em 26 de fevereiro de 1953 e faleceu em 2 de junho de 2021 em São Luís.

Dia Mundial do Rádio, 13 de fevereiro.

13 de fevereiro: Dia Mundial do Rádio

Dia Mundial do Rádio, 13 de fevereiro, data que marca o aniversário da primeira transmissão da Rádio das Nações Unidas (United Nations Radio), programa que foi transmitido para seis países no ano de 1946.

Unesco escolhe a paz como tema do Dia Mundial do Rádio deste ano de 2023. Viva o Dia Mundial do Rádio, que é comemorado nesta segunda-feira (13)! 

 Adauto Soares, coordenador do Setor de Comunicação e Informação da Unesco Brasil, fala sobre  das razões que motivaram a escolha da paz como tema para as comemorações da data em 2023!

A história do rádio no Brasil: conheça um pouco mais sobre essa trajetória

O rádio é um dos veículos de comunicação mais importantes em atividade no Brasil, reconhecido pela sua forte abrangência e seu papel, por vezes, histórico na trajetória do país. Vamos conhecer um pouco da história desse veículo.

O início

Oficialmente, a primeira transmissão por ondas de rádio no Brasil ocorreu em 7 de setembro de 1922, nas comemorações do centenário da Independência. O conteúdo? A fala do presidente Epitácio Pessoa e a ópera O Guarani, de Carlos Gomes.

A primeira emissora, no entanto, começou a operar apenas em 1923, sob o entusiasta Roquette Pinto, um médico que pesquisava a radioeletricidade para fins fisiológicos, mas que decidiu investir no rádio. Era a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, a PRA-2.

Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada em 1923 – Foto: site Instituto Roquette Pinto

A emissora carioca transmitia óperas, poesias e informações sobre o circuito cultural da cidade. Até o ano seguinte, mais emissoras entraram no ar em Pernambuco, São Paulo, Ceará, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná.

Nesse início, as emissoras eram clubes ou sociedades de amigos, que financiavam a instalação e a operação. Os receptores, conhecidos como galenas, eram artesanais, feitos de sulfeto de chumbo com antena de arame fino.

A chamada Era de Ouro

Com a consolidação como negócio, o rádio entrou em uma fase conhecida até hoje como Era de Ouro. Isso se deu a partir da década de 1930, quando ele se popularizou, tornou-se meio para informação e entretenimento e passou a veicular publicidades, o que permitiu novas fontes de receita.

As emissoras desse período foram responsáveis por lançar grandes nomes da música brasileira, como Ary Barroso, Dalva de Oliveira e Orlando Silva. Essa era se estendeu pela década de 1940, até a chegada da televisão em 1950, que passou a dividir com o rádio as atenções da audiência.

Compositor, músico e radialista Ary Barroso – Foto: site Instituto Moreira Salles

Todas essas emissoras funcionavam em Amplitude Modulada (AM), uma forma de modulação de áudio em que a amplitude da onda varia de acordo com o sinal modulador. Mas já na década de 1930 começava a surgir outra tecnologia muito importante, a Frequência Modulada (FM).

O surgimento das rádios FM

Outro marco histórico na trajetória da radiodifusão foi a chegada das emissoras em Frequência Modulada (FM), que permitiu um elevado ganho na qualidade sonora das transmissões. Embora a tecnologia existisse há décadas, apenas em 1970 entrou no ar a primeira emissora FM no Brasil, a Difusora, em São Paulo.

Foi o FM o responsável pela oxigenação das emissoras de rádio, com crescente números de receptores. Em cinco anos, a quantidade de aparelhos saltou de 3 para 34 milhões, consolidando os dois formatos de rádio, AM e FM.

Década de 1980 e os novos rumos

A partir dos anos 1980, o rádio no Brasil passa por modificações novamente. É nesse período que se molda o tão famoso formato da dualidade, ou seja, rádio AM com foco em jornalismo e rádios FM em música e entretenimento.

Foi nessa década que surgiram também as primeiras redes de rádio via satélite, que fizeram e ainda fazem amplo sucesso. Em 1982, a Bandeirantes, de São Paulo, passou a gerar o programa Primeira Hora para suas afiliadas por meio de transmissão via satélite.

Esse modelo permitiu a criação de redes amplamente conhecidas no território nacional como Transamérica, Jovem Pan, Bandeirantes, Gaúcha, entre outras.

Rádio e a era internet

Com a popularização da internet, principalmente a partir do final dos anos 1990 e início dos anos 2000, o rádio teve que se modificar novamente. Além de transmitir em FM e AM, este último formato cada vez menos difundido em virtude da sua restrição tecnológica, as emissoras passaram a se tornar produtoras de conteúdo para canais digitais.

Inicialmente, as rádios jornalísticas começaram a compartilhar suas notícias nos portais e as emissoras musicais a utilizar sites como canais de interatividade. Isso foi crescendo e, com a profusão das redes sociais, o rádio mudou mais um pouquinho, tomando a frente na geração de transmissões ao vivo, as famosas lives, e na produção de conteúdo informativo.

Ainda, as emissoras assumiram, nos últimos tempos, grande papel de credibilidade na checagem de informações e notícias. Ou seja, se transformaram em fortes veículos de combate a notícias falsas.

E o futuro do rádio, como será? No que você aposta?

https://radios.ebc.com.br/ e https://www.exxasul.com.br/

Nada é para levar, tudo é para comer aqui…

“”Nada é para levar, tudo é para comer aqui… (Edilson Silva)

Você já se hospedou em um hotel “all inclusive”?
Lembro que quando fizemos o check-in naquele imponente resort, eles colocaram uma pulseira verde-maçã em nossos pulsos. Explicaram-nos que não devíamos perdê-la, pois a pulseira nos daria acesso a todas as facilidades, que com ela poderíamos desfrutar de tudo daquela porta em diante. E assim foi…

Todos os dias podíamos passear por aquele lugar incrível e tomar banho em qualquer uma de suas belas piscinas.

Lembro também que algumas pessoas preferiram ficar no quarto. Me perguntava como era possível que não queriam aproveitar esse presente se já estava tudo pago?

Nesse local também tivemos acesso aos diferentes restaurantes que faziam parte do complexo. Havia uma variedade impressionante de comidas, sobremesas e bebidas. Só havia uma regra:
‘Nada é para levar, tudo é para comer aqui’

Assim é a vida…
Ao nascer Deus nos dá uma pulseira chamada “Vida” e através dela, temos acesso a esse fascinante mundo criado por Ele.

Enquanto seu coração bater, você terá a oportunidade de aproveitar a vida que Deus lhe dá. Mas tal como naquele resort, neste mundo vale a mesma regra: ‘Nada é para levar, tudo é para se viver aqui’.

A diferença entre um hotel e um Resort é que o primeiro foi feito só para dormir e ficar trancado e o segundo, para explorar e curtir.
A vida não é um hotel! É um Resort 5 estrelas. Portanto, NÃO fique trancado no quarto da sua mente, dos seus problemas, da sua amargura, da sua raiva, do seu medo, da sua dor ou da sua preocupação.
Se você está respirando é porque ainda tem a pulseira…

Aproveite tudo e aprecie toda a beleza que o Criador oferece para você:
A natureza;
Um telhado;
Um trabalho;
A companhia de seus entes queridos;
Seus amigos;
Comida na mesa, uma deliciosa sobremesa;
Um abraço, um beijo, um sorriso, um eu te amo, um eu preciso de você;
Um perdoe-me ou um Eu perdôo você; e
A possibilidade de deixar o passado no passado.

Viva! Porque ninguém viverá por você!

Aproveite a pulseira… Em vida!
Pois na vida… Nada é para levar, tudo é para se viver aqui.”

Fonte: https://tribunaevangelica.com/

CAUSOS DA BAIXADA MARANHENSE: APELIDOS QUE MATAM

Por Expedito Moraes

Lá prás bandas do Pulidoro, povoado fora da zona Urbana de Cachoeira, teve um fato acontecido assim:

Quem nos relata e espalha pelo mundo inteiro é o influente blogueiro Zé Minhoca. Porém, nessa época, apesar do avanço tecnológico extraterreno dos cachoeirenses, Zé Minhoca era chamado mesmo era de Linguarudo e Fuxiqueiro.

Pois bem, a notícia correu igual a Curacanga nos campos secos do verão ou a Pororoca em noite de lua cheia no leito raso do rio Pindaré.

Segundo o Linguarudo, Tonico Isca de Piaba, apelido que lhe foi dado na infância por ser o sujeito gordinho e batorezinho, era desaforado, não “injeitava” uma discussão e briga. Era metido a valente. Andava pelos campos a cavalo com um facão Colin maior do que ele do lado. Mas, se aparecesse um cabra pra lhe chamar pelo apelido… Ave Maria!… Tonico ficava doido. Se atirava do cavalo em baixo, já tirando o facão da bainha, fazia um “rapa pé”, e a molecada caía no mato.

Tonico ficava “bufando de raiva”. E foi numa dessas vezes que Tonico “dançou”.
Empolgado com tanta gente lhe ouvindo antes de começar a ladainha na casa de D. Hipólita, Zé Minhoca, com ar de apresentador da GLOBO, dizia que Tonico tinha se casado há pouco com Maroca, uma moça que “caiu na vida” após ter sido vista deitada e abraçada por trás de uma moita com um tal de “Porco D’dágua”, barqueiro que desembarcou no porto de Djalma Moreno para dançar no “arrasta pé” de Olegário.

Existe um “dito” popular naquelas bandas de que as mulheres dali não podem ver um embarcadiço de fora que ficam doidinhas da cabeça.

Ora, com o calor do belo corpo e dos rebolados de Maroca dançando “Pisa na Fulô”, suando tanto que o azeite de carrapato do cabelo escorria pela blusa e também pela camisa do barqueiro, o cabra ficou doido. E ela também. Saíram do salão pra mijar. Só que quem percebeu a fuga, para o azar deles, foi o Fuxiqueiro.

Não demorou “uma hora de relógio”, e só duas pessoas sabiam do acunticido – Deus e o mundo. A moça ficou tão “mal falada” que, depois disso, só quem a quis como esposa foi “Isca de Piaba”.

Mesmo assim, MAROCA pediu um juramento dele: – Tonico, tu pra mim é só TONICO, entendeu? No dia que um “filho de corno” lhe chamar desse seu apelido, tu vai me prometer que vai dar uma surra em quem quer que seja ele. Se tu não fizer isso, eu te largo.

Tonico, já totalmente “inrabichado” por ela, sacudiu com a cabeça e saiu sisudo e triste, lembrando de Ariston, cabra valente acostumado a gritar na beira do campo de bola o apelido de um outro sujeito brabo. Ariston levava sempre com ele um patacho, desse de roçar, que servia para cortar a carne do churrasco que ele fazia e, ao mesmo tempo, se proteger quando gritava o apelido: “Zé da Burra”.

Tonico já estava acostumado com os gritos de Ariston: “- segura essa bola “Isca de Piaba!”. Ficava desajeitado, isso ficava, mas também gostava, e muito, da feijoada que Ariston fazia e oferecia aos atletas.

Nesse dia, teve vontade de conversar com Ariston e lhe falar sobre a conversa. Depois, pensou que não ia adiantar. Ariston era gozador e a coisa podia até piorar.

Resolveu se aconselhar com Olímpio para lhe pedir que conversasse com Ariston. Mas, esse daí ainda era pior. De vez em quando, além de chamá-lo pelo apelido, ainda lhe tratava de coisa pior. Desistiu. Ocorre que, no sábado seguinte à conversa, Maroca fez um mocotó reforçado, com macaxeira, banana, tutano, e muito nervo. Só coisas que faziam mal pra Tonico.

Semanas antes, Tonico fora levado às pressas ao posto médico, quase enfartando. A pressão estava 22/8. O médico lhe aconselhou a se alimentar de coisas leves e a suspender o cigarro, a cachaça, e outras coisas:
– Mulher, tu te esqueceu do que o médico disse?! Essa comida não é muito pesada?
– Tonico, tu não vai jogar bola hoje? Isso tudo aí tu vai “disgastar” rapidinho.

Tonico até pensou que a mulher queria que ele morresse. Mas, terminou achando que ela estava era cuidando bem dele.
Só que o “Capeta é muleque”. E quando Tonico chegou na beira do campo, olha quem ele encontra: Olímpio e Ariston. Olímpio ainda fumando e tomando cachaça de Ipixuna. Os dois logo o cumprimentaram chamando pelo apelido.
Tonico pediu para falarem baixo. Disse que a mulher não gostava.
Piourou.
Olímpio lhe ofereceu um cigarro e uma talagada de cachaça.
O jogo ia começar.

Ariston lhe ofereceu um copo de cerveja. Tonico, ao que parece, se esqueceu do médico. Tomou tudo e fumou.
Botaram Tonico no ataque. O sujeito parecia Bimbinha. Baixinho, corria muito, driblava o time inteiro e gol… nadica de nada.
Maroca, resolveu visitar a tia que morava ao lado do campo.

No minuto que ela ia passando pelo campo, viu Tonico driblar um, dois… a defesa adversária toda. Até o goleiro. E chutou a bola…. pra fora.
Aí, a pessoal da barreira inteira gritou “VAI TE LASCAR, ISCA DE PIABA!”.
Maroca, vermelha igual a pescoço de galo carioca, tentou se esconder. Não adiantou. Ariston já tinha lhe olhado e, virando pra ela, gritou: “Senhora, este seu Isca de Piaba não serve nem pra fazer gol, imagina pra lhe fazer um filho!”
Nessa hora, o sangue de Tonico explodiu no corpo inteiro, subiu à cabeça, estancou pelo coração, e o pulso latejava igual venta de cavalo cansado.

Maroca, sem poder falar, aponta pra ele e faz um sinal de quem corta alguma coisa com um patacho e, lívida, gritou pro marido: “Vou voltar e arrumar tua trouxa”.
Tonico não ouviu mais nada, teve um ataque de coração fulminante.

Segundo Zé Minhoca, os culpados por Tonico ter “batido as botas” e se mudado para a “cidade de pé junto”, são: Maroca, Ariston e Olímpio.

O pobre nem teve tempo de pegar sua trouxa, mas Maroca preparou uma bem bonitinha, com tudo dele, e jogou dentro da cova.

Expedito Moraes, 11.02.23