O VOTO FEMININO NO BRASIL, UMA REPARAÇÃO HISTÓRICA

O voto feminino no Brasil foi reconhecido em 1932 e incorporado à Constituição de 1934, mas era facultativo. Em 1965, tornou-se obrigatório, sendo equiparado ao voto dos homens.

A conquista do voto feminino

Deu-se por meio do art. 2º do Decreto nº 21.076, de 24 de fevereiro de 1932, in verbis:

“Art. 2º E’ eleitor o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo, alistado na fórma deste Codigo”. (grifou-se).

O referido decreto, do então presidente Getúlio Vargas, que instituiu o Código Eleitoral. Vargas chefiava o governo provisório desde o final de 1930, quando havia liderado um movimento civil-militar que depôs o presidente Washington Luís. Uma das bandeiras desse movimento (Revolução de 30) era a reforma eleitoral. O decreto também criou a Justiça Eleitoral e instituiu o voto secreto.

Bertha Lutz é conhecida como a maior líder na luta pelos direitos políticos das mulheres brasileiras.

Quem foi Bertha Lutz?

 

Bertha Maria Júlia Lutz é conhecida como a maior líder na luta pelos direitos políticos das mulheres brasileiras. Ela se empenhou pela aprovação da legislação que outorgou o direito às mulheres de votar e de serem votadas.

Nascida em São Paulo, no dia 2 de agosto de 1894, filha da enfermeira inglesa Amy Fowler e do cientista e pioneiro da Medicina Tropical Adolfo Lutz, Bertha foi educada na Europa, formou-se em Biologia pela Sorbonne e tomou contato com a campanha sufragista inglesa.

Voltou ao Brasil em 1918 e ingressou por concurso público como bióloga no Museu Nacional, sendo a segunda mulher a entrar no serviço público brasileiro. Ao lado de outras pioneiras, empenhou-se na luta pelo voto feminino e criou, em 1919, a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher, que foi o embrião da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF).

Em 1922, Bertha representou as brasileiras na Assembleia Geral da Liga das Mulheres Eleitoras, nos Estados Unidos, sendo eleita vice-presidente da Sociedade Pan-Americana. Somente dez anos depois do ingresso das brasileiras na Liga das Mulheres Eleitoras, em 1932, por decreto-lei do presidente Getúlio Vargas, foi estabelecido o direito de voto feminino.

Sucessora de Leolinda Daltro, fundadora da primeira escola de enfermeiras do Brasil, Bertha Lutz organizou o primeiro congresso feminista do país e, na Organização Internacional do Trabalho (OIT), discutiu problemas relacionados à proteção do trabalho da mulher. Também fundou a União Universitária Feminina, a Liga Eleitoral Independente, em 1932, e, no ano seguinte, a União Profissional Feminina e a União das Funcionárias Públicas.

Candidata, em 1933, pela Liga Eleitoral Independente, a uma vaga na Assembleia Nacional Constituinte de 1934, pelo Partido Autonomista do Distrito Federal, Bertha não conseguiu eleger-se. Mas obteve a primeira suplência no pleito seguinte e acabou assumindo o mandato de deputada na Câmara Federal em julho de 1936, devido à morte do titular, Cândido Pessoa.

Sua atuação parlamentar foi marcada por proposta de mudança na legislação referente ao trabalho da mulher e do menor, visando, além de igualdade salarial, a licença de três meses para a gestante e a redução da jornada de trabalho, então de 13 horas diárias.

Com o regime do Estado Novo implantado em 1937 e o fechamento das casas legislativas, Bertha permaneceu ocupando importantes cargos públicos, entre os quais a chefia do setor de Botânica do Museu Nacional, cargo no qual se aposentou em 1964.

No ano de 1975, Ano Internacional da Mulher, estabelecido pela ONU, Bertha foi convidada pelo governo brasileiro a integrar a delegação do país no primeiro Congresso Internacional da Mulher, realizado na capital do México. Foi seu último ato público em defesa da condição feminina. Bertha Lutz faleceu no Rio de Janeiro em 16 de setembro de 1976, aos 84 anos.

Curiosidades e Antecedentes Históricos

Antes mesmo do voto feminino ser uma realidade em todo o Brasil, algumas mulheres do Rio Grande do Norte fizeram história e marcaram o pioneirismo na política brasileira. São desse estado nordestino os primeiros exemplos da presença feminina em disputas eleitorais.
O direito de as mulheres votarem e serem votadas só seria conquistado em todo o Brasil a partir de 1932. Porém, seis anos antes, em 1926, quando a Lei Eleitoral do Rio Grande do Norte estava sendo revista, o senador Lamartine Faria enviou telegrama do Rio de Janeiro mandando acrescentar um artigo que abria a possibilidade para efetivação do voto feminino.
O corpo do texto original dizia: “Sancionada a Lei sob o nº 660 que Regula o Serviço Eleitoral do Estado”, onde o artigo 77 das Disposições Gerais estava escrito: “No Rio Grande do Norte poderão votar e ser votados, sem distinção de sexo, todos os cidadãos que reunirem condições segundo a Lei”. Sancionada pelo governador da época, em pouco tempo a notícia corria o País.
O voto feminino no estado potiguar começou em 1927 e, naquele mesmo ano, a professora Celina Guimarães Viana, de Mossoró, se tornou a primeira brasileira a fazer o alistamento eleitoral. Assim, fez história como a primeira mulher a se tornar eleitora no Brasil.

Foi esse primeiro passo dado no Rio Grande do Norte que permitiu a eleição de Joana Cacilda Bessa para o posto de membro do Conselho da Intendência Municipal – equivalente à atual Câmara de Vereadores – em 1928, no município de Pau dos Ferros.

Fontes: Agência Senado e https://www2.camara.leg.br/; https://www.politicadinamica.com/; https://www.tre-rn.jus.br/. Foto de destaque: Berth Lutz.

Uma imperatriz de muitas faces: Teresa Cristina de Bourbon, uma napolitana nos trópicos!

Por Renato Drummond Tapioca Neto*

Nascida em Nápoles no dia 14 de março de 1822, Dona Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias cresceu em uma região que na antiguidade era conhecida como Magna Grécia. Não obstante, no golfo de Nápoles, encontrava-se o sítio arqueológico de Pompéia, com seus edifício bem preservados, dando para a posteridade um testemunho das habitações do antigo império romano.

Bebendo dessa rica fonte cultural, a soberana representava aos olhos dos brasileiros a latinidade transplantada para a América. Ela importou para o país diversas peças de Pompéia e Herculano, que hoje compõe o acervo de muitos museus brasileiros. Foi chamada por isso de “a imperatriz arqueóloga”.

Amante da ópera italiana, dizia-se que a própria soberana possuía uma voz belíssima, encantando aqueles que tinham a oportunidade de escutá-la cantando. Era uma amante das ciências e principalmente das inovações tecnológicas, como a fotografia. Em diversos registros fotográficos, ela pode ser observada posando na companhia dos livros que lhe eram tão caros, testemunhando assim sua erudição e apreço pelo conhecimento. Todavia, seu protagonismo permanece ensombreado pelo marido, sempre exaltado nos livros.

Desconhecemos, por exemplo, a influência que ela exerceu na imigração italiana para o Brasil, assim como Dona Leopoldina havia feito com a imigração alemã em seu tempo de vida. Ambas as soberanas foram chamadas pelos seus contemporâneos de “mãe dos brasileiros”, graças aos seus trabalhos de caridade em benefício de famílias pobres.

Atualmente, a terceira imperatriz do Brasil aparece como personagem na novela “Nos Tempos do Imperador”, interpretada pela atriz Letícia Sabatella. Através dos capítulos da trama da rede Globo, o público pôde conhecer um pouco mais acerca da personagem, sobre sua sensibilidade artística manifestada pelos trabalhos artesanais no Jardim das Princesas e seu interesse pela arqueologia. Nesse sentido, a ficção, a despeito de sua falta de compromisso com a veracidade dos fatos, pode ser uma interessante porta de entrada para aqueles que buscam se aprofundar mais nos acontecimentos adaptados para a tela da TV, procurando em registros historiográficos, os fatos por trás da narrativa inventada pelos roteiristas.

* Renato Drummond Tapioca Neto Doutorando em História pela UFBA, Mestre em Memória: Linguagem e Sociedade pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB (2017) e Licenciado em História pela Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC (2014). É escritor e desde 2012 mantém o site Rainhas Trágicas, dedicado à História das Mulheres no Antigo Regime. Fonte: Rainhas Trágicas – Mulheres Guerreiras Soberanas.

Auxiliar de pedreiro de 50 anos é aprovada para Engenharia Civil na UFPA

Aos 50 anos, Nazaré Silva dos Santos, conseguiu o que muitos tentam a vida toda e não alcançam: passar numa universidade pública. Trabalhando como auxiliar de pedreiro, ela acaba de ser aprovada no curso de Engenharia Civil, da Universidade Federal do Pará (UFPA).

“É uma realização imensa estar vivendo essa nova etapa!”, afirmou a nova universitária, que concluiu o ensino médio aos 38 anos e, de lá para cá, nunca mais parou de estudar.

Moradora de Marituba, na Grande Belém, Nazaré disse que a aprovação foi possível porque aliou força de vontade, muito estudo e a oportunidade de fazer um cursinho municipal gratuito da região.

Os desafios

Nazaré contou que dividia o seu tempo entre o cursinho, o trabalho como ajudante de pedreiro e o curso técnico em Edificações no Instituto Federal do Pará (IFPA) .

“Chegava muitas vezes atrasada, no segundo horário, por conta da distância e do trânsito. Em casa ainda tinha que fazer os trabalhos do curso, estudar para provas, além dos afazeres domésticos”, relembrou a nova universitária.

Nazaré foi aprovada com nota 630.98, segundo ela, a idade não a impediu de estudar, mas se viu muitas vezes cansada por ter que dividir seu tempo entre os estudos, ser esposa, mãe e tomar conta de casa.

“É um sentimento de muita alegria, satisfação, e alívio por estar vivenciando os frutos de tanto esforço. Em dezembro de 2022 eu concluí o curso técnico e hoje tive a alegria de ter o meu nome presente no listão da UFPA.”

Que orgulho!

A filha de Nazaré, Lucilene dos Santos, destacou a garra e força de vontade da mãe. “Quando eu tinha uns 5 anos, minha mãe voltou a estudar e terminou o ensino médio, mas com uma rotina corrida acabou deixando a faculdade para depois.”

Lucilene Santos disse que, no entanto, a mãe nunca desistiu de aprender.

“Em 2018, eu entrei para o IFPA para fazer Técnico em Química, e falei pra ela tentar também. Em 2020 ela fez a prova e entrou para o IFPA para seguir o sonho de se especializar e seguir a área como técnica em edificações.”

A notícia da aprovação veio como uma surpresa, segundo Lucilene dos Santos. “Ela estava no trabalho, não tinha visto nada ainda. Ligaram do cursinho para ela ir à biblioteca, e lá que ela foi saber”, concluiu.

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Violência doméstica, uma herança patriarcal

Por Eni Amorim

Vamos chamá-la de Valentina, ela era uma menina, sonhadora, alegre, cheia de vida, gostava de sorrir, cantar dançar, de ser feliz.

Nasceu em uma comunidade do interior a onde a vida era bastante difícil devido a pobreza extrema naquele dado momento histórico.

Valentina era semiletrada, só aprendeu a escrever o nome estudando na casa do professor como era costume da época.

Começou a trabalhar muito cedo, desde criança na agricultura (trabalhos na roça), tecia redes de fio têxtil e fazia serviços domésticos em casa de famílias.

Ainda adolescente, no auge dos seus doze anos fugiu de casa com um rapaz de nome Bernardo, dez anos mais velho que a iludiu com falsas promessas de uma vida melhor.

Perdeu sua virgindade em um processo muito violento e doloroso, na verdade um verdadeiro estupro que a deixou cheia de culpas. Logo em seguida, foi abandonada pelo rapaz.

Ela se sentiu totalmente violentada e naquela época uma jovem perder a virgindade era inaceitável pela família e pela sociedade e ela teve que sobreviver com esse estigma na alma.

Sua mãe ainda tentou dar queixa do dito cujo que a violentou, mas a justiça o protegeu como sempre fez com o “macho” nessa herança patriarcal de dominação de poder.

Diante da nova realidade e da dureza da vida teve que se prostituir para ajudar a família. Ganhava mimos, joias e falsas promessas dos seus amantes que na maioria eram homens casados.

Manteve um relacionamento com Carlos Garcia com o qual teve dois filhos.

Bem mais tarde quis o destino que ela se reencontrasse com o seu violador, Bernardo com o qual teve um relacionamento estável que durou quarenta e cinco anos, com o qual teve onze filhos.

Valentina teve que trabalhar muito para criar seus treze filhos naquele período de muitas dificuldades, fez muitos serões noite à dentro trabalhando em casa de famílias. A pobreza era tanta, teve que desmanchar suas roupas para fazer roupas para os filhos. Contou que , chegaram a passar fome várias vezes e que trabalhava em troca de comida para os filhos.

Muitas vezes quando não tinham comida, pegavam banana quase madura, cortavam em tirinhas, mergulhavam em água de sal, colocavam em espetos, assavam e comiam. Muitas vezes comiam peixe seco com angu de farinha, chibé ou dividiam um ovo para dois filhos, outras vezes iam dormir a barriga roncando de fome e o desejo de no outro dia ser diferente.

O Bernardo por sua vez gastava o pouco que tinha com prostitutas e com bebida, gostava de se sentir boêmio. Bernardo era extremamente ignorante, ela sofria todos os tipos de violência doméstica de seu companheiro, violência psicológica, moral, lhe dava amantes e chegou a lhe bater varias vezes de relho, de pau, de corda. Até tentou lhe matar por algumas vezes, em uma dessas vezes um de seus filhos a salvou e foi então que resolveu separar-se do seu companheiro antes que o pior acontecesse.

Valentina sofria sua dor pensando no futuro dos seus filhos que segundo ela são o seu maior tesouro e o seu amparo agora que a velhice chegara trazendo suas limitações.

Nesse cenário nada fictício, podemos dizer que Valentina, além de vítima é também sobrevivente pois é alguém que conseguiu romper o ciclo da violência, alguém que saiu ou sobreviveu, que superou de alguma forma a brutalidade da violência doméstica em todas as suas formas. “Afinal, não tem como ignorar que o Brasil é o quinto país em número de feminicídios no mundo.”

N.A. Conto baseado em fatos reais. O nome dos atores são fictícios para preservar a identidade das pessoas.

PERI-MIRIM: CAMPEÕES DE REDAÇÃO DO ENEM – HEMILLI TAICYELLE PEREIRA

A Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) fez um levantamento dos alunos do município de Peri-Mirim, para fins de registro e para que falassem um pouco sobre as suas trajetórias de estudos para chegar aos resultados magníficos na Nota do ENEM em Redação. A tarefa foi cumprida pela confreira Giselia Martins.

Até o momento, foram levantados os alunos os nomes dos seguintes estudantes:

  1. ANA CAROLINA PEREIRA – Instituto Federal de Educação;
  2. EMELI KAUANY – Centro Educacional Artur Teixeira de Carvalho;
  3. FÁBIAN GRAZIELLE FERREIRA GOMES – Instituto Federal de Educação;
  4. HEMILLY TAICYELLE – Centro Educacional Artur Teixeira de Carvalho;
  5. ISTEFFANY LETÍCIA – Centro Educacional Artur Teixeira de Carvalho;
  6. KAWÃ EDUARDO FRANÇA – Instituto Federal de Educação;
  7. OSEAN MAXIMILYAN CÂMARA PEREIRA – Centro Educacional Artur Teixeira de Carvalho e 
  8. SHALANA CÂMARA FRANÇA – Centro Educacional Artur Teixeira de Carvalho.

 

Conheça e história de HEMILLI TAICYELLE PEREIRA recebeu a Nota 920 na Prova de Redação do ENEM. Em entrevista à ALCAP declarou que: “tenho 18 anos, dei início os meus estudos na escola Jardim de infância.

O pequeno príncipe onde frequentei a escola por três anos, logo depois fiz somente o primeiro ano do ensino fundamental na escola Keila Abreu Melo, a partir do segundo ao nono ano estudei na escola Carneiro de Freitas onde concluí o ensino fundamental, em seguida ingressei na escola Artur Teixeira de Carvalho onde realizei a conclusão do ensino médio”.

PERI-MIRIM: CAMPEÕES DE REDAÇÃO DO ENEM – SHALANA CÂMARA FRANÇA

A Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) fez um levantamento dos alunos do município de Peri-Mirim, para fins de registro e para que falassem um pouco sobre as suas trajetórias de estudos para chegar aos resultados magníficos na Nota do ENEM em Redação. A tarefa foi cumprida pela confreira Giselia Martins.

Até o momento, foram levantados os alunos os nomes dos seguintes estudantes:

  1. ANA CAROLINA PEREIRA – Instituto Federal de Educação;
  2. EMELI KAUANY – Centro Educacional Artur Teixeira de Carvalho;
  3. FÁBIAN GRAZIELLE FERREIRA GOMES – Instituto Federal de Educação;
  4. HEMILLY TAICYELLE – Centro Educacional Artur Teixeira de Carvalho;
  5. ISTEFFANY LETÍCIA – Centro Educacional Artur Teixeira de Carvalho;
  6. KAWÃ EDUARDO FRANÇA – Instituto Federal de Educação;
  7. OSEAN MAXIMILYAN CÂMARA PEREIRA – Centro Educacional Artur Teixeira de Carvalho e 
  8. SHALANA CÂMARA FRANÇA – Centro Educacional Artur Teixeira de Carvalho.

 

Conheça e história de SHALANA CÂMARA FRANÇA recebeu a Nota 920 na Prova de Redação do ENEM. Em entrevista à ALCAP declarou que: “Tenho 18 anos, comecei a estudar na escola Jardim de infância O Pequeno Príncipe onde concluí o maternal, logo após estudei na escola municipal Keila Abreu Melo apenas um ano do ensino fundamental menor e concluí meu ensino fundamental na escola municipal Carneiro de Freitas, posteriormente, ingressei no Centro de Ensino Artur Teixeira de Carvalho onde efetuei meu ensino médio.

Sempre me dediquei muito aos estudos, dava o meu melhor ao apresentar os seminários e gosto de aprender coisas novas. Eu cresci, e ao longo dos anos mudei a perspectiva de vida, mudei os planos, o foco e os objetivos.

Hoje, eu estou prestes a viver aquilo que achei pouco provável e que muitas pessoas disseram ser impossível. Quero sempre ir em busca daquilo que sempre sonhei e  me tornar uma excelente profissional na área da Medicina Veterinária.

Sonho em proporcionar uma vida agradável às minhas mães (Ana e Zilda ) que sempre me apoiaram, e que nunca mediram esforços para me ajudar quando necessário”, concluiu.

PERI-MIRIM: CAMPEÕES DE REDAÇÃO NO ENEM – FÁBIAN GRAZIELLE FERREIRA GOMES

A Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) fez um levantamento dos alunos do município de Peri-Mirim, para fins de registro e para que falassem um pouco sobre as suas trajetórias de estudos para chegar aos resultados magníficos na Nota do ENEM em Redação. A tarefa foi cumprida pela confreira Giselia Martins.

Até o momento, foram levantados os alunos os nomes dos seguintes estudantes:

  1. ANA CAROLINA PEREIRA – Instituto Federal de Educação;
  2. EMELI KAUANY – Centro Educacional Artur Teixeira de Carvalho;
  3. FÁBIAN GRAZIELLE FERREIRA GOMES – Instituto Federal de Educação;
  4. HEMILLY TAICYELLE – Centro Educacional Artur Teixeira de Carvalho;
  5. ISTEFFANY LETÍCIA – Centro Educacional Artur Teixeira de Carvalho;
  6. KAWÃ EDUARDO FRANÇA – Instituto Federal de Educação;
  7. OSEAN MAXIMILYAN CÂMARA PEREIRA – Centro Educacional Artur Teixeira de Carvalho e 
  8. SHALANA CÂMARA FRANÇA – Centro Educacional Artur Teixeira de Carvalho.

 

Conheça e história de FÁBIAN GRAZIELLE FERREIRA GOMES recebeu a Nota 920 na Prova de Redação do ENEM. Em entrevista à ALCAP declarou que: “Tenho 17 anos. A maior parte da minha família – como minha vó, pai, mãe e tios – são professores, então eles sempre me incentivaram a ler e a estudar desde pequena. Iniciei a vida escolar com dois anos e estudei a vida inteira em escolas públicas.

Fiz o ensino fundamental inteiro na Escola Municipal Carneiro de Freitas, onde tive contato com professores incríveis e que me ajudaram a evoluir muito em meus estudos. Quando eu finalizei o 9º ano, passei em 1° lugar para o IFMA do Campus Pinheiro, onde cursei o 1° e 2° ano do ensino médio.

Em 2022 fui transferida para o IFMA do Campus Monte Castelo, onde concluí o ensino médio. Hoje eu sou técnica de Informática e estou em busca do meu sonho de ser médica e poder cuidar das pessoas. Sou imensamente grata por toda a trajetória que percorri para tentar alcançá-lo e sei que essa nota na redação foi apenas um começo e o fruto dos meus esforços. Fico feliz de contar a minha trajetória acadêmica e espero que ela possa inspirar outras pessoas a buscarem os seus sonhos”.

MARIE CURIE FOI A PRIMEIRA PESSOA A RECEBER O PRÊMIO NOBEL DUAS VEZES

Ela descobriu o Polônio e o Rádio, foi a primeira mulher a fazer doutorado na França, ganhou dois prêmios Nobel e virou a cientista mais conhecida da Terra.

“Marie Curie foi uma das mulheres a mudar a história e os rumos do estudo da radioatividade, bem como mostrou ao mundo o valor intelectual e a riquíssima contribuição que as mulheres podem fornecer ao mundo científico, o qual era, outrora, de caráter predominantemente masculino.

A grande pesquisadora que descobriu os elementos químicos Polônio e Rádio. Precisou estudar escondida, já que na época, educar mulheres era conta a lei.

Marie Curie foi a primeira pessoa a receber o prêmio Nobel duas vezes, um em Física, ao demonstrar a existência da radioatividade natural em 1903, e o outro em Química, pela descoberta de dois novos elementos químicos em 1910.

Maria Salomea Skłodowska nasceu em 7 de novembro de 1867 em Varsóvia, na Polônia. Filha de professores, Marie sempre recebeu uma excelente educação, sendo estudante de destaque em sua escola.

Apesar do brilhantismo nos estudos, não pôde frequentar a Universidade de Varsóvia, exclusiva para alunos do sexo masculino. Marie, porém, continuou a estudar em segredo em uma “Universidade Flutuante”, com cursos clandestinos ministrados em porões, escondidos do governo.

O seu sonho e de sua irmã, Bronia, era sair do país e poder cursar uma universidade, mas devido à má condição financeira, não podiam. Por cinco anos, Marie trabalhou como tutora e governanta de uma família, para financiar os estudos de Bronia e economizar para posteriormente permitir os seus. Usava seu tempo livre para estudar matemática e física que achava fascinantes.

Desde a infância, Marie Curie aprendeu a enfrentar e vencer desafios impostos pela sociedade e pelas condições de vida, sendo um grande exemplo como cientista para homens e, principalmente, para as mulheres, pois mostrou que elas são capazes de promover descobertas tão ou mais importantes.”

“Marie Curie nasceu em 7 de novembro de 1867, na cidade de Varsóvia, na Polônia. Seu nome de batismo era Maria Sklodovska, sobrenome herdado de seu pai, professor de Matemática e Física, que se tornou diretor de uma escola anos mais tarde. Sua mãe, também professora, somente teve participação em sua educação até os 11 anos de idade, quando então faleceu, registra o professor Diogo Lopes Dias.

Nascida em um lar em que a ciência era o centro da família, Marie Curie sempre se interessou pelo conhecimento e, com a intenção de produzi-lo, desejava seguir a carreira universitária.

Vivendo em um país dominado pela Rússia czarista, que não permitia de forma alguma o acesso das mulheres à educação formal, Marie Curie, por diversas vezes, montou grupos de estudos clandestinos para poder estudar e promover o conhecimento para outras pessoas.

Em 1891, com a ajuda financeira do pai, Marie Curie conseguiu mudar-se para Paris, onde ingressou no curso de licenciatura em Física da Faculté de Sciences, que concluiu em 1893. Em 1894, ela conclui também o curso de Matemática.

Durante sua busca por um tema e por um orientador para seu doutorado, Marie conheceu o professor de Física Pierre Curie, com quem acabou casando-se em 1895. Marie com o marido e companheiro de pesquisas, Pierre Curie. Os dois tiveram duas filhas, Éve e Irène.

Marie Curie morreu em 1934, vítima de uma leucemia, em decorrência de toda a exposição à radiação a que foi submetida durante sua carreira científica e acadêmica.

Principais contribuições de Marie Curie

Na sua tese de doutorado, Marie Curie escolheu o tema raios urânicos, radiação que havia sido descoberta pelo físico inglês Becquerel. Em seu trabalho, ela conseguiu provar que o óxido de urânio é um mineral capaz de eliminar a radiação armazenada nos átomos.

A partir dessa pesquisa, Marie Curie descobriu a radioatividade, já que Becquerel não prosseguiu com seus estudos com o urânio. Marie e Pierre Curie continuaram a buscar outros minerais na natureza que pudessem também apresentar atividade radioativa. Nessas pesquisas, eles desenvolveram uma técnica laboratorial denominada cristalização fracionada, que consiste em aquecer um material a elevadas temperaturas e resfriar gradativamente.

Sigla do elemento químico rádio
No ano de 1898, Marie e Pierre Curie apresentam ao mundo científico a descoberta de dois novos elementos químicos, o polônio e o rádio. Com essas pesquisas, Pierre, em particular, verificou que a radiação podia matar células de tecido doente, ou seja, iniciou o estudo da radioterapia.

Sigla do elemento químico polônio
Após a morte de Pierre, em 1906, Marie passou a lecionar e também continuou a realizar diversas pesquisas. Uma delas, extremamente importante, foi o desenvolvimento de um radiógrafo, um equipamento para a realização de radiografias que foi utilizado durante a Primeira Guerra Mundial.

Memória

Por sua contribuição científica e persistência, Marie Curie é ainda bastante lembrada e citada em encontros científicos, congressos ou jornadas acadêmicas. Além disso, vários são os hospitais e centros que levam o seu nome, como o Instituto Curie, o qual auxilia na formação de diversos novos cientistas todos os anos. Vale ressaltar que um elemento químico, descoberto em 1944, denominado Cúrio (Cm), de número atômico 96, foi batizado assim em homenagem ao casal Curie, Marie e Pierre.

Marie Curie foi laureada duas vezes com o Nobel: uma vez em Física e outra vez em Química.

Curiosidades

Muito se sabe sobre Marie Curie, cientista responsável por descrever os elementos químicos Polônio e o Rádio e primeira mulher a ganhar um Prêmio Nobel — Física (1903) e Química (1911). Mas para celebrar a vida dessa mulher incrível, três fatos sobre ela são dignos de registro.

1. Ela foi educada em segredo
Curie nasceu e cresceu em Varsóvia, na Polônia, que na época era controlada pelo Império Russo. Ela obteve sua educação universitária na Flying University, uma instituição polonesa secreta que educava mulheres em locais que migravam de acordo com a necessidade. Isso ocorreu porque na época os russos consideravam educar mulheres uma atividade ilegal.

2. Mulheres fizeram uma vaquinha para ajudá-la a continuar suas pesquisas sobre o Rádio — elemento que ela mesma descobriu
Quando visitou os Estados Unidos em 1921 Marie Curie ganhou um grama de Rádio para continuar suas pesquisas, graças a uma arrecadação feita por mulheres norte-americanas — naquele período, esse material era extremamente caro. O presidente dos EUA durante aquele período, Warren G. Harding, e sua esposa, Florence Harding, apoiaram o esforço de angariação de fundos.

“Ela, que descobriu o Rádio, que compartilhou livremente todas as informações sobre seu processo de extração, e que havia dado o Rádio para que os pacientes com câncer pudessem ser tratados, encontrou-se sem os meios financeiros para adquirir a substância cara”, relata Ann Lewicki no periódico Radiology. Em 1921 um grama de rádio custava US$ 100 mil, o que hoje equivale a aproximadamente US$ 1,3 milhão.

3. Os cadernos dela (ainda) são super radioativos
“As décadas de exposição de Marie Curie [à radiação] a deixaram cronicamente doente e quase cega de catarata e, finalmente, causaram a morte aos 67 anos, em 1934, de anemia grave ou leucemia”, escreve Denis Grady para The New York Times. “Mas ela nunca soube plenamente que seu trabalho havia arruinado sua saúde”.

O efeito da radioatividade é tão grande que hoje, mais de 100 anos após suas descobertas, os cadernos que a cientista utilizava ainda estão contaminados pelas substâncias. Hoje, seus arquivos são guardados em caixas de chumbo: para acessá-los, é preciso assinar um termo de responsabilidade.

“E não são apenas os manuscritos de Curie que são perigosos de tocar. Se você visita a coleção de Pierre e Marie Curie na Biblioteca Nacional, na França, muitas de suas posses pessoais — de móveis a livros de receitas — requerem roupas protetoras para serem manipuladas com segurança”, afirma Adam Clark Estes

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/; https://revistagalileu.globo.com/e https://www.cristofoli.com/ e https://super.abril.com.br/

GEORGETTE DESROCHERS

Por Gracilene Pinto

Georgette Desrochers é uma missionária religiosa procedente de rica família de Québec, no Canadá, que foi Madre Superiora da nossa escola durante brevíssimo tempo, suficiente, no entanto, para me marcar para o resto da vida.

De sua boca ouvi que, por seus pais lhe fora determinado, praticamente desde o nascimento, o casamento com um homem de uma família amiga.  Porém, Georgette não sentia pelo prometido o afeto necessário para dedicar-lhe toda sua vida. Também, não lhe agradava passar toda a existência entre chás com as amigas; festas de caridade e desfiles de moda, vida que geralmente levavam a maioria das senhoras ricas da sociedade. Por isso, pediu algum tempo para estudar, assumindo o compromisso de que, depois de formada trataria do casamento.

Porém, uma vez formada, Georgette postergou o casamento para o final da segunda graduação. E depois, da terceira. E, quando cobrada pela procrastinação para com o compromisso, finalmente, deixou claro para a família e para o noivo que não queria casar-se, pois não iria desperdiçar todo conhecimento adquirido em uma vida de frivolidades.

Decidira ingressar em uma ordem religiosa e servir a Deus e aos semelhantes como missionária. E assim o fez.

Deste modo foi que, em sua peregrinação pela África, Brasil, etc., Georgette veio parar em um dos bairros mais pobres da Capital do Maranhão, o São Francisco, separado do centro da cidade pelo Rio Anil, cujo acesso era feito em pequenas lanchas e canoas de zinga.

O subúrbio era paupérrimo. Uma invasão, onde proliferavam, em sua maioria, pequenos casebres de barro e palha, e onde a pobreza imperava absoluta, pois havia carência até de água. Mas, foi para aí que Georgette foi enviada por Deus. Exatamente, onde mais precisavam dela.

Juntamente com outras irmãs de caridade, a maioria brasileiras, Georgette viera coordenar os trabalhos de construção de uma escola, o Grupo Escolar Desembargador Sarney. Porém, não obstante ter seu tempo bastante ocupado por suas obrigações para com a escola e com o convento improvisado, ainda tirava tempo para visitar os carentes e os enfermos, sempre levando alimentos e medicamentos na sacola, e muito amor e carinho no coração, carinho que demonstrava, não com palavras, mas com atitudes, quando dava banho em um doente acometido pela catapora, quando enxugava o nariz de uma criança gripada; ou mesmo, quando orientava uma criança de condição humilde, mostrando-lhe caminhos que lhe possibilitassem mudar seu futuro, independentemente de como se apresentassem as circunstâncias momentâneas.

Era assim, Georgette Desrochers, uma vida onde servir era seu maior objetivo. Provavelmente, por isso era uma pessoa alegre, sonhadora e empreendedora.

Se com minha mãe aprendi a sonhar e a querer mais da vida, Georgette mostrou-me caminhos que me auxiliariam a alcançar o sonho.

Mas, foi comigo mesma, em uma ocasião em que participei de um projeto para nós idealizado por ela, que eu aprendi que, antes de tudo, é preciso acreditar em nós mesmos. Acreditar em nosso potencial. Acreditar que somos capacitados para a vitória, independente das circunstâncias. E esta lição me veio de forma inusitada.

Ocorreu que a nossa escola, recém construída em um dos subúrbios mais pobres da Capital, iria participar de importante certame, um Festival de Coros, onde concorreria com coralistas das instituições mais ricas e tradicionais da cidade.

Dado a importância do concurso e o nível dos concorrentes, logo me pus a sonhar com um terceiro lugar. Isto, já me faria muito feliz, pois falar do primeiro lugar entre coralistas tão mais experientes e com condições materiais que jamais poderiam igualar-se às nossas, parecia um sonho tão impossível como alcançar a lua.

Mal sabia eu, então, que Deus não escolhe capacitados, mas capacita os escolhidos. Porém, a Irmã Georgette já sabia disso.

Ela sabia que Deus é poder e que todas as suas criaturas nascem capacitadas para a vitória, desde que lhes sejam oferecidas as condições necessárias para atingir o pódio.

Por isso, juntamente com a nossa regente, a Irmã Elcita, passou a nos exercitar vocalmente com ensaios diários. Ela tinha bom ouvido e era exigente, pois sabia que somente com muito esforço conseguiríamos igualar-nos ao nível dos nossos adversários.

Impossível deixar de mencionar as dificuldades enfrentadas durante o período dos ensaios, entre as quais podemos registrar, a falta de dinheiro dos nossos pais para a compra das pelerines (capas compridas sem mangas que se põe sobre os ombros) brancas de cambraia; e também fardas, sapatos e meias novos, porque os nossos, geralmente, se achavam por demais surrados; sem falar nas horas exaustivas de treinos, muitas vezes mal alimentados. Porém, animados pelo sonho sequer lembrávamos da fome, a não ser quando o estômago, escandaloso, resolvia roncar.

Vencida essa primeira etapa de dias e dias de exercícios vocálicos e treinos; de preocupação das nossas mães por nos vestir de modo apresentável, a fim de não passarmos vergonha diante dos mais abastados moradores do centro da cidade; de tomada de providências por parte das religiosas da irmandade São José, no sentido de conseguir transporte que nos levasse até o local do evento, e chegou, enfim, o momento do tira-teima.

No dia marcado para a primeira eliminatória, atravessamos o Rio Anil em uma canoa movida à zinga pelo canoeiro. O embarque carecia de muito cuidado para não sujar nossas fardas limpinhas e bem passadas a ferro, pois a maré estava seca e a canoa aportou em um local lamacento. O desembarque não foi diferente, pois não poderíamos permitir que as águas que açoitavam o Cais da Sagração molhassem nossas fardas novas.

Na Praia Grande, já uma Kombi da Irmandade São José aguardava para nos levar até o Colégio Santa Teresa, onde aconteceria o evento. Fariam duas viagens para levar todo mundo, pois o grupo era grande. Porém, logo na subida da Rampa do Palácio a Kombi, muito velha, resolveu quebrar. O que logo foi resolvido pela nossa Georgette que, sem titubear, meteu a mão na massa e consertou o veículo.

No Colégio Santa Teresa, após as apresentações, ficamos aguardando a comissão julgadora divulgar os resultados. Eu, sempre na torcida para que conseguíssemos o terceiro lugar.

O apresentador começou, como de praxe, pelo décimo lugar. A estudantada em pé, aplaudindo a cada resultado. Eu, também de pé e muito nervosa, aguardava com ansiedade o anúncio do nosso almejado terceiro lugar que, para minha decepção, não veio. O terceiro lugar foi para outra escola, que não lembro mais. Então, sentei-me antecipadamente vencida.  O anúncio do segundo lugar, que também não fomos nós, já não me causou nenhum espanto, tão mergulhada estava em minha tristeza. Mas, foi então, que o mestre de cerimônia anunciou alto e em bom som: PRIMEIRO LUGAR, GRUPO ESCOLAR DESEMBARGADOR SARNEY!

Esse momento foi decisivo em minha vida, pois ali aprendi que posso ser tudo que eu sonhar, tudo que eu quiser e que Deus permitir, porque o céu é o limite para quem sonha com aquilo que é justo e bom, e que jamais devo aceitar limitações aos meus sonhos.

Muitos anos depois ouvi do Professor Doutor José Maria Cabral Marques, que nem sabia que eu havia cantado no coral do Grupo Escolar Desembargador Sarney, um depoimento que me levou às lágrimas. Durante uma aula no curso de Direito da Universidade Federal do Maranhão, falando sobre suas experiências como educador e Secretário de Educação do Estado do Maranhão, Cabral Marques referiu-se ao nosso grupo coral como verdadeiro coro de anjos, completando que, ele, que em suas viagens pelo mundo a performance dos melhores corais de Viena, na Áustria, pudera ver que as crianças do São Francisco nada deviam aos melhores coralistas de Viena. Só precisavam, tal como aquelas, ser lapidadas.

Mas, se a Irmã Georgetti Desrochers não tivesse acreditado em nosso potencial e ela e a Irmã Alzerina não nos houvessem lapidado tão bem, jamais teríamos conseguido esse primeiro lugar.

Dia Internacional das Mulheres e das Meninas na Ciência, o que comemorar?

A contribuição feminina para a ciência começa muito antes de existir o Dia da Mulher e dos movimentos de revolução feminista. Listamos aqui mulheres que deixaram sua marca na evolução da sociedade:

O Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, comemorado em 11 de fevereiro, foi instituído em 2015 pela Assembleia das Nações Unidas e passou a integrar o calendário de eventos da Fundação em 2019. Sob a liderança da Unesco e da ONU Mulheres, o evento acontece em diversos países, com atividades que visam dar visibilidade ao papel e às contribuições fundamentais das mulheres nas áreas de pesquisa científica e tecnológica.

A UNESCO, na publicação “Decifrar o código: educação de meninas e mulheres em ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM)”, aborda as possíveis barreiras para a baixa representatividade das mulheres nas áreas STEM e em maneiras, a partir de exemplos ao redor do mundo reconhecidos atualmente, de alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento econômico das meninas e mulheres por meio da educação.

O Setor de Educação da UNESCOA educação é a mais alta prioridade da UNESCO porque é um direito humano básico e também o fundamento sobre o qual deve ser construída a praxe impulsionado o desenvolvimento sustentável. A UNESCO é a agência das Nações Unidas especializada em educação, e seu Setor de Educação fornece liderança mundial e regional na área, fortalecendo os sistemas educacionais nacionais e respondendo aos desafios mundiais contemporâneos por meio da educação, com um foco especial na igualdade de gênero e na África.

Quando você pensa na palavra “cientista” a primeira coisa que vem à mente é a imagem de um homem em um laboratório? É comum que venham alguns nomes como Albert Einstein, Charles Darwin, Isaac Newton ou Stephen Hawking. Pode não ser óbvio para alguns, mas todas as imagens relacionados à ciência presentes no cotidiano são predominantemente masculinas. No entanto, a descoberta do DNA, dos cromossomos Y e X e do vírus HIV, por exemplo, foram conquistas femininas. Mesmo que muitos ainda desconheçam, a lista de mulheres que conseguiram driblar o machismo e gerar grandes contribuições para o desenvolvimento das ciências é grande. Conforme dados do Senado Federal:

Segundo um levantamento da Unesco, apenas 30% dos cientistas no mundo são mulheres. No Brasil, a proporção é ainda menor: as mulheres ocupam apenas 14% das posições na Academia Brasileira de Ciências. Desde que o Nobel foi criado, em 1901, o prêmio foi concedido a mais de 622 pessoas nas áreas de ciências, mas apenas 22 dos vencedores foram mulheres. A fim de chamar a atenção para essa desigualdade, a ONU propôs a criação do Dia Mundial das Mulheres e Meninas na Ciência. Juliana, junto com Mel Bonfim, é autora do livro “Histórias para inspirar futuras cientistas”, uma publicação da Fiocruz, dedicada às crianças e adolescentes.

De acordo com dados divulgados no último relatório da Unesco, agência da Organização das Nações Unidas (ONU), as mulheres representam apenas 28% dos pesquisadores no mundo e a diferença aumenta ainda mais em funções de gestão. Segundo a agência, essa porcentagem é justificada por diversos fatores, como o difícil acesso a investimentos e redes de estudo. Para as Nações Unidas, ciência e igualdade de gêneros são vitais para alcançar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Foi pensando nisso, que em 2016, a ONU criou o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. Comemorado no dia 11 de Fevereiro, a data tem o objetivo de honrar nomes como Marie Curie, Rosalind Franklin e Nettie Stevens, e inspirar e engajar outras meninas a seguirem na área.

Representatividade importa

Foi pensando na falta de incentivo para as garotas entrarem no mundo da ciência que a historiadora e mestre em Educação, Gabriella da Silva Mendes, criou o projeto Meninas na Ciência, página de divulgação científica voltada para mulheres. A iniciativa surgiu em 2018, com o objetivo de incentivar a inserção de meninas na carreira acadêmica, principalmente nas áreas voltadas às ciências e engenharias, onde historicamente a presença masculina é predominante.

Para Gabriella, a falta de visibilidade e participação das mulheres na área se dá pelo apagamento delas ao longo da história. Para mudar esse cenário, é preciso haver incentivo desde a infância, na educação básica e, principalmente, na família. “Na maioria das vezes as meninas são estimuladas a brincar de casinha, beleza ou cozinha, e os meninos, raciocínio lógico ou estratégia”, explica.

Além de fazer a divulgação de informações sobre conquistas, descobertas e invenções de mulheres, a equipe da página Meninas na Ciência também promove ações em escolas públicas, como oficinas a respeito do papel da mulher ao longo da história científica e um jogo de memória sobre mulheres cientistas.

MARIE CURIE, mãe da Física Moderna
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Fonte: https://institutolegado.org/; https://portal.fiocruz.br/ e https://unesdoc.unesco.org/; https://revistagalileu.globo.com/; e https://www12.senado.leg.br/.