NA ASA DE UM COLIBRI: Parabéns e um grande abraço todos os poetas!

Por Gracilene Pinto

O poeta é um que que voa
Com a asa da imaginação
Vê beleza em qualquer coisa atoa
E transforma a beleza em canção.

O poeta é um ente que habita
Um jardim de enorme esplendor,
Na harmonia de sons e perfumes,
Nos cambiantes de vida e de cor.

Que, exaltado,
Em vã tentativa,
Quer de rosa a vida colorir.

Que passeia entre sonhos
E que voa
Na asa multicolor de um colibri.

 

O POETA
Todo poeta traz a alvorada na alma
Estampada em ouro e carmim,
Sou poeta e agradeço
Porque Deus me fez assim.
Canto a morte e canto a vida,
Canto o sol, canto o luar,
O trabalhador na lida
E o violeiro a cantar,
Canto o mar com seus remansos,
Canto o riso da criança,
Canto a fé e canto a dor,
Canto o amor,
Canto a esperança…

Com este dom abençoado
Meu espírito nasceu
E dele não me envergonho
Porque foi Deus quem me deu.
O poeta canta o amor,
Canta a paz, canta a harmonia,
Por isso, certo violeiro
Em uma canção dizia:
– Fazer guerra é muito fácil,
Quero ver fazer poesia!

Dia do Professor

Hoje, Dia do Professor, minha homenagem à minha filha Márcia Fernanda Pereira Gonçalves, e também a Carlos Figueiredo, Rita Figueiredo Figueiredo, José Eulálio Figueiredo de Almeida, Sá Marques, Glorilene Costa Sales, Marcondes Serra Ribeiro, Valéria Montenegro, Lucidalva Pinheiro, e a todos os professores neste dia, mas, especialmente às irmãs Teodolinda (Tudu) e Dalva Costa (in memoriam), esta última, que com carinho e doçura, me ensinou a ler.
ESTRELA DALVA
Professores são discípulos
Do Grande Mestre Jesus,
Deixando por onde passam
Um lindo rastro de luz.
Mas, quem nesta data sublime
Ainda guarda na lembrança
A primeira professora
Do seu tempo de criança?
Como é mesmo que se chamava?
Nome de santa ou de flor?
A minha tinha nome de estrelinha,
Por sobrenome, labor.
Que a estrela Dalva incansável
Carregava sua cruz
Ostentando sempre na face
A doçura de Jesus
E a meiguice de Maria,
Aquela de Nazaré,
Que o Redentor em seu ventre
Recebeu com muita fé.
O brilho daquela estrela
Iluminando-me o caminho
Tornou-me a vida mais bela
Com a graça do seu carinho.
As lições que sua calma
Ensinava a todos nós
Ecoaram em nossa alma
No compasso de sua voz
Acumulando riquezas
Que ninguém pode roubar,
Que tormentas não arrastam,
Que nada pode tirar…
Nos seguem por toda vida
E dela as iremos levar.
Hoje, em gratidão àquela
Que me ficou na lembrança,
Pelos tesouros que dela
Recebi como herança,
Vou uma grande homenagem
A todo mestre prestar,
Que possa esta mensagem
A cada um abraçar.
À Dalva, Francineth, Graça…
Minha saudade e amor.

Aos demais Mestres um abraço

Com respeito e com louvor.

(Imagem do acervo familiar Professora Márcia Fernanda Gonçalves)

A ABÓBORA GIGANTE

Por Gracilene Pinto

Cofinho amarrado no quadril, facão corta-mato na mão, Velho Joca se dirigiu para a roça a ver como andava a sua plantaçãozinha de mandioca, milho, feijão, melancia e abóbora. Desde a última capina, que não mais voltara por lá.
Para sua surpresa, logo ao chegar viu algo grande e pardo como um boi do outro lado da rocinha.
Entrou apressado, disposto a enxotar o animal antes que causasse estragos na plantação. Mas, a surpresa o deixou pregado no chão. O boi não era boi. Era uma abóbora gigante!
Entre admirado e contente, o Velho Joca se viu, então, ante um grande dilema:

– E agora, como hei de levar para casa uma abóbora tão grande?

Pensou, pensou, e decidiu: voltaria em casa para buscar a burra. Partiria a abóbora em bandas e amarraria no lombo do animal para facilitar o transporte.
Se bem pensou, melhor o fez.
Voltou em casa quase correndo, botou a cangalha na burra e retornou para a roça. O caminho todo só ficava imaginando a surpresa de todo mundo quando visse a abóbora gigante. Mas, que decepção! Quando meteu o facão cortando a abóbora, viu que a mesma estava toda estragada. A porquinha prenha que lhe sumira muitos dias, já havia parido e estava com a ninhada de seis leitõezinhos morando dentro da abóbora e alimentando-se de sua polpa.
(Texto de Gracilene Pinto in ESTÓRIAS DO VELHO JOCA)

A BÚSSOLA E A BIRUTA

Por Gracilene Pinto

Tantas pessoas já falaram e escreveram sobre a importância do sonho. Eu mesma escrevi tantas crônicas e poemas sobre o assunto que perdi a conta. Escrevi até um livro intitulado E AÍ, TROCA COMIGO?. E, mais que isso, muitas vezes tive a oportunidade de vivenciar e desfrutar do resultado dos meus sonhos.

Quem não se permite sonhar é um suicida. Porque o sonho é o desejo da alma que ativa nossa força vital. A pessoa que não sonha já está morta e não sabe. Não ter sonhos, objetivos de vida, é como ser uma nau à deriva em mar revolto, sujeita aos movimentos da maré. Daí considerar que o sonho é a bússola que nos direciona na vida.

A bússola, como se sabe, apontando sempre para o Norte, orienta para que não nos percamos no caminho. Não permite que esqueçamos os nossos objetivos. Por mais que o vento sopre e o mar esteja revolto, sempre saberemos onde está o Norte.

No entanto, como já repetiram tantos neurolinguistas, o sonho sem ação é ilusão.
Todos sabem que tempestades podem se formar, os mares podem ficar revoltos, e muitos são os percalços que quase sempre se encontra pelo caminho e que nos podem desviar do nosso curso. Sabem também, que navegar a esmo, sem planejamento, não é uma boa pedida, pois pode levar a colisão com algum recife, iceberg, ou mesmo com outra embarcação. Então, se ao nosso desejo anteciparmos os obstáculos, ficaremos imobilizados pelo medo e nunca chegaremos a lugar algum. É preciso, pois, sonhar e buscar o conhecimento, que nos indicará o rumo mais favorável para atingir nossa meta. E é exatamente aí que entra a biruta.

A biruta serve para mostrar o sentido dos ventos. Assim, por mais que tempestades atravessem nosso caminho e nos levem a desviar-nos, momentaneamente, do nosso rumo, tendo um sonho como bússola, sempre saberemos onde está o nosso Norte. E, com o conhecimento que nos traz a biruta, saberemos a direção para onde o vento está soprando e poderemos seguir os caminhos mais favoráveis para atingir a nossa meta sem riscos.

Os sonhos são nossa bússola, estabelecem nossas metas. Mas, é a biruta que nos traz o conhecimento e indica o momento e o caminho mais favorável para que possamos atingir os nossos objetivos.
Boa sonhos a todos!

(Gracilene Pinto in E AI, TROCA COMIGO?)

FELIZ ANIVERSÁRIO, SÃO JOÃO BATISTA!

São João, terra querida,
Teu nome é diversidade.
Nossas palavras são pobres
Pra expressar de verdade
Tudo o que representa
O teu povo, com teu chão,
E esse amor imensurável
Que há muito virou paixão.
Teus campos e manguezais,
Teus bosques e matas em flor,
São a prova mais concreta
De que Deus abençoou
Teu nascimento e batismo
Consagrado a São João
Quando o povo ali clamava
A celeste proteção.
E quando as palmas ao vento
Cantam o hino dos palmeirais,
O coração dá o tom,
Porque amor nunca é demais!
(Imagem Campos de São João Batista de David Wilkirson)

A BAIXADA TEM PRESSA

Por Gracilene Pinto

Amigos baixadeiros, as mensagens do nosso ilustre confrade, Dr. Expedito Moraes, nos levam a refletir sobre tudo o que está acontecendo.
Os nossos melhores sonhos, e mesmo aqueles que julgávamos mais difíceis de acontecer, estão a caminho de sua concretude, estão em vias de realizar-se. Mas, sua realização vai depender muito de todos nós, não esqueçamos disto. Vai depender de agirmos com sabedoria para aproveitar o ensejo, no sentido de canalizar tudo isso a nosso favor.

Grandes oportunidades de progresso estão se apresentando, como nunca antes, para o Maranhão e para a nossa Baixada.

A nós, forenses, cabe nos conscientizar da nossa grande responsabilidade, estar atentos ao nosso foco e imbuídos do nosso importante papel neste latifúndio, que é de orientadores, apoiadores e fomentadores de ações que possibilitem à Baixada tirar o máximo proveito das oportunidades que se nos apresentam, para trazer o progresso e mudar, para melhor, o destino da nossa gente.

Há quanto tempo sonhamos em ver a nossa região saindo do marasmo, crescendo, e o nosso povo saindo da situação de miséria que sempre esteve para uma vida com dignidade?

Pois, agora é a hora de usarmos nossa inteligência emocional para não perder essas oportunidades. Não podemos agora esquecer nossos propósitos nem desviar do nosso foco, que é o progresso da Baixada.

A BAIXADA é nosso berço e precisa de todos nós unidos e focados no objetivo comum: o bem maior da nossa região e do nosso povo.
A BAIXADA precisa de todos nós e, como gosta de dizer Dra. Ana Creusa, A BAIXADA TEM PRESSA! Foco e fé, minha gente, por favor! Unidos somos mais fortes!

O BAOBÁ DO MARANHÃO

Por Gracilene Pinto

Baobá, que veio de longe
E o oceano atravessou,
Tua história se confunde
Com a de um povo sofredor.
Um sacerdote africano
Em sua terra comprado
Trouxe na tanga uma fava
Como único legado,
E ao chegar em São Vicente,
Nas terras do Maranhão,
Já foi plantando a semente
Que brotou no fértil chão.
Ouvira ele que sua alma
Não iria sossegar
Se o seu corpo não tivesse
Por túmulo um baobá.
Já que fora escravizado,
Por sua infelicidade,
No baobá enterrado
Garantiria a eternidade.
Isto aprendera com os seus,
Ainda na terra natal,
Que o baobá era a árvore que vida
Garantia na eternidade, afinal!
E ele, que fora importante,
Já não tinha nem um lar,
Sua árvore da vida eterna
Aqui iria plantar.
E em paga do cativeiro
Como herança de antropocoria
Plantou no meio do terreiro
A semente que trazia.
E logo em frente à senzala,
Lembrança do antigo lar,
No chão vicentino se espalha
O africano baobá.

Baobá de São Vicente Férrer, Maranhão/Brasil.

Gracilene Pinto

Gracilene Pinto é natural de São Vicente Férrer. Estudou Direito e História na UFMA. É advogada, servidora pública, compositora, escritora, roteirista e poeta,, com onze livros escritos (pesquisa, poesia, romances e crônicas). um roteiro para cinema e sete peças teatrais. Autora dos livros “Serões na Baixada do Maranhão” e “Na Asa de Um Colibri”, recentemente publicou os livros: “E Daí, Troca Comigo?” e “Cem Anos Como os Lírios do Campo “. É membro do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense, coatora do Livro “Ecos da Baixada”.

Majestade da Lua

Por Gracilene Pinto

Enquanto os sinos ressoam
Na alta torre da Matriz,
Desce o escuro da noite
Sobre a velha São Luís.
Em alguns becos as luzes
Mal dominam a escuridão,
Fazendo evocar o medo
Das lendas de assombração.
Porém, logo no horizonte
Surge um disco de prata
Que é um chamado aos poetas,
Um convite à serenata.
A claridade se derrama
E a majestade da lua
Faz a noite vida dia.
A cidade se engalana,
Em cada praça, cada rua,
Para a festa da poesia.

Imagem Luar de Penalva/Maranhão por Anatalio

Os sinos

Autora Gracilene Pinto*

Do outro lado da Praça

Escondida no arvoredo,

Onde os poetas com graça

Entoam trovas sem medo,

Está a velha igrejinha,

Com sua torre secular,

Dedicada a São Vicente,

O pregador de além-mar.

Branca, linda, pequenina…

E os sinos a bimbalhar

Tem alegria de menina

E singeleza sem par.

Sua voz ecoa no campo

Enfeitado de aguapé

Penetra nos corações

Renovando a nossa fé.

Imagem da Internet