Por Ana Creusa
Estava indisposta, a única coisa que eu conseguia fazer era assistir à televisão, liguei na série Casa de Papel, mas a “preguiça” não passava. Permaneci deitada com pensamentos confusos, não conseguia me concentrar!
Virava na cama, não conseguia uma posição confortável, deitei de barriga para baixo, com um travesseiro para apoiar o busto, aquela posição esbarrou no seio, uma dor fina e profunda me acometeu, senti gosto de sangue na boa e sensação de desmaio. Pensei imediatamente: é câncer, uma doença, antes inimaginável para mim.
Marquei consulta com a ginecologista, Drª Marina, e relatei o fato, ela me indicou um mastologista e este marcou um exame de mamografia. Perguntei ao radiologista:
– Qual seria a probabilidade de ser câncer?
Ele falou:
– A probabilidade é 50%.
Eu disse:
Esse percentual não quer dizer nada! Pode ser ou não ser na mesma proporção.
O médico me tratou muito bem, além do normal, pois que eu já tinha feito outros exames de mamografia com ele, isso me dava a certeza que o médico desconfiava, ou sabia que era câncer, só não queria dizer.
E eu insistia:
– Qual a probabilidade de ser câncer, Doutor, ele disse:
– 70% (setenta por cento)!
Foi o suficiente para eu ter certeza que era câncer.
Saiu o resultado, levei ao mastologista, ele me encaminhou para fazer a biópsia. Também me tratou bem demais! Perguntei o percentual de chance. Ele pediu que eu esperasse o resultado da biopsia.
A biopsia foi feita. Durante o procedimento, novamente aquele tratamento vip me foi dispensado, aquele que se dirige aos coitados!
Durante o exame perguntei:
– Qual a probabilidade de ser câncer?
A médica disse logo:
– Setenta por cento!
O resultado sairia daí uma semana.
Reuni minhas quatro irmãs e relatei os fatos. Houve choro e declarações de Fé de que não era câncer e se fosse, o tratamento iria me deixar curada.
Passado o tempo, o resultado veio. Não abri o envelope. Reuni minhas irmãs novamente para poder abrir o envelope do Laboratório Cedro. Eu tinha certeza que era câncer e já planejava o tratamento e pensei: inaugurei mais um evento na Família!
Alguém abriu o envelope: a leitura foi feita por minha irmã da área da saúde. Inicialmente confundimos e pensamos que o resultado seria negativo. Eu não conseguia acreditar nesse resultado negativo. Cleonice leu os exames e disse:
– É positivo para Carcinoma! Carcinoma é câncer!
Nos abraçamos e prometemos que o tratamento seria feito! Eu decidi que contaria sobre a doença a todos que eu tivesse relacionamento, pois, não queria carregar esse estresse. Lembrei do meu tempo de asma, que tinha que omitir a enfermidade para não sofrer preconceito.
Voltei ao mastologista, ele marcou a cirurgia. Foi feito o procedimento, com exame de linfoma, provando que não havia metátese!
Fiz o tratamento, com Plano de Saúde: a cirurgia e quimioterapia e, no Aldenora Belo, a Radioterapia.
Como sequela desenvolvi problema de tireoide e diabetes.
Não conto os detalhes sobre o tratamento, os efeitos da quimioterapia e outros desafios, porque nesse período eu estava praticando a Lei Universal do Distanciamento, que equivale à Parábola das Pegadas na Areia. Durante o tratamento, estive nos braços de Jesus.
Minha Gratidão aos Anjos que me acompanharam nessa jornada.
Escrito em 04 de fevereiro, Dia Mundial de Combate ao Câncer