GONÇALVES DIAS É O MAIOR E MAIS COMPLETO POETA DO BRASIL

Por Albertinho Mota*

Gonçalves Dias é o maior e o mais completo poeta que o Brasil criou, ele vive e viverá na nossa literatura. Vive e viverá também pela sua influência, que foi considerável e legítima e não cessou ainda de todo, e que porventura reviverá quando, passado este momento de exotismo desvairado e incoerente, volvermos à mesma fonte donde dimana o nosso sentimento, não indígena e nativista, mas social e humano. (VERÍSSIMO, 1915, p.115).

Antônio Gonçalves Dias

A fama do maranhense fora tamanha que era o nome brasileiro nos principais periódicos de Portugal, desde o lançamento dos seus Primeiros Cantos em 1847, até o final do século.

Nem Álvares de Azevedo e nem Casimiro de Abreu, no século XIX, o grande nome da poesia romântica, fora Gonçalves Dias. O autor de Os Timbiras foi, com veemência, o brasileiro de maior receptividade de sua época. Se debruçaram sobre sua obra expressivos nomes de nossa língua pátria, como: Alexandre Herculano, Ramalho Ortigão, Lopes de Mendonça, Pinheiro Chagas, Camilo Castelo Branco, Inocêncio Francisco da Silva.

Já Graduado em Direito pela Universidade de Coimbra o caxiense retorna para sua terra natal em 1845, porém sua estadia não é longa “ralado de desgostos, por motivos que não se declara” como afirma um de seus grandes amigos e biógrafos, todavia, dar-se a entender que sua breve estadia se deu por conflitos familiares provenientes da coexistência entre a mãe e a madrasta. Em 1846, o poeta se dirige para o Rio de Janeiro onde publica os seus Primeiros Cantos que foi muito bem recebido pela crítica fluminense com calorosos e merecidos encômios que reconheceram nesta obra os dons de expressão muito superiores e que atestariam a posteriori a grandeza do primeiro grande poeta do Brasil.

Pode-se supor que tamanha repercussão do seu gênio nos primeiros anos de sua carreira tenha tido Alexandre Herculano um grande responsável, pois o mesmo já era um político e crítico literário de renome nas letras portuguesas e na vida social lusitana. Assim, quando o baluarte do romance português moderno se interessou pela obra do jovem poeta brasileiro houve uma grande agitação em torno de Gonçalves Dias.

Alexandre Herculano envolvido no descontentamento com as letras lusitanas no pós golpe de estado em 1842, quando o ministro português Costa Cabral depôs o governo do qual fazia parte e implementou uma ação política cujo modelo era o realismo político em detrimento do modelo romântico. É nesse clima que Alexandre Herculano toma a obra de Gonçalves Dias que transpirava a jovialidade e a esperança transmitida pela América.

No estudo intitulado “Futuro literário de Portugal e do Brasil”, subintitulado significativamente “Por ocasião da leitura dos primeiros cantos: poesias do Sr. Antonio Gonçalves Dias”, Herculano enfoca o quadro político da nação brasileira, a fim de confirmar a independência da nação brasileira como algo natural do desenvolvimento da sociedade tupiniquim e não com certo trocismo, como alegado por outros estudiosos da época.

Em uma das analogias de cunho biológico proferidas no texto “Portugal é o velho aborrido e triste, que se volve dolorosamente no seu leito de decrepidez”, é “o ancião na tristeza de seu vegetar inerte, e que, encostado na borda do túmulo, deplora (…) o mundo que vai morrer! (HERCULANO, 1847-1848, p. 5-8). Diferente de Portugal, o Brasil é “um país cheio de esperanças, cheio de viço e de vida”, é “mancebo vigoroso que derriba um velho caquético, demente e paralítico”, é “a nação inteira infante que sorria” (HERCULANO, 1847-1848, p. 5-8).

No contexto pregado em analogia por Herculano identificamos que Gonçalves Dias, é elevado à condição de “autor da verdadeira poesia nacional do Brasil” (HERCULANO, 1847-1848, p. 5-8) e com essas palavras o artista português apadrinha o jovem caxiense ao debutá-lo pelas suas competentes mãos já conhecidas pelas letras lusitanas.

Seguindo as expectativas geradas pelos Primeiros Cantos logo vieram os Segundos Cantos e Sextilhas de Frei Antão, publicados também no Rio, dois anos depois e que atestaram o pensamento poético vigoroso e a riqueza da inspiração lírica de Gonçalves Dias. Ao falarmos sobre essa inspiração lírica na poética gonçalvina é imprescindível falarmos da figura do índio que se coloca aí não como figurante ou elemento de ação mais como personagem principal, o herói, sendo ele objeto de simpatia do poeta.

Na sua obra I-Juca Pirama o poeta caxiense cria uma das grandes obras primas de nossa língua e de nossa poesia que mescla o épico europeu com as vicissitudes do aborígene local e cuja expressão é mais rica, variada e melodiosa do que qualquer outro poema nacional até então criado. Assim como nenhum poeta moderno teve como Camões o sentimento de paganismo e do seu maravilhoso da mesma forma nenhum poeta brasileiro, verso ou prosa, teve em grau igual do de Gonçalves Dias no que cerne o sentimento de nosso índio e do que lhe constituía feição própria – excetuando José de Alencar.

O seu indianismo mais que uma predileção externava o seu “brasileirismo” que servia de ponte para falar com o nosso povo, na massa do sangue, que lhe era outorgado desde o seu nascimento e ao longo de sua criação em um meio genuinamente brasileiro e de influições da raça indígena na formação de seu psique que o guiaram ao estudo profundo de suas raízes que em comungo com os dissabores da vida forjaram um dos maiores poetas da língua portuguesa.

É primeiro o afastamento do torrão natal e do carinho materno em anos verdes, a perda do pai e o isolamento em terra estranha, a amargura do seu nascimento mais que humilde, o sentimento da sua inferioridade social — contrastando com a sua fidalguia moral e mental, é a humilhação de viver de amigos, é a sua penúria de recursos e mesquinhez de vida, é o desencontro de suas ambições com as suas possibilidades, é o convívio do meio mesquinho seu conterrâneo e por fim e acaso mais que tudo, quando já lhe sorrira a glória e ele assim mesmo se enobrecera pelo gênio e trabalho, a recusa da mulher muito amada, por motivo do seu nascimento. Não há, ou apenas haverá um destes passos da sua vida dolorosa, aos quais outros fora possível acrescentar, que não tenha deixado impressões, ecos, vislumbres nos seus poemas. A nostalgia inspira-lhe a Canção do exílio, no seu gênero e ingenuidade acaso o mais sublime trecho lírico da nossa poesia, a expressão mais intensa e mais exata do nosso íntimo sentimento pátrio. As agruras da sua juventude as Saudades, de tão fina sensação dolorosa, de tão bela e comovedora expressão. Os seus amores infelizes esses dois soberbíssimos trechos sem iguais no nosso lirismo: Se se morre de amor e Ainda uma vez, adeus, e mais aquele encantador No jardim, amostra peregrina em a nossa poesia de emoção profunda casada à profunda singeleza. (VERÍSSIMO, 1915, p.113).   

Ao longo de sua vida poética ainda produziu outras obras de efeito como D. Leonor de Mendonça (1847), Patkul (1843), Beatriz Cenci (1844) e mais tarde Boabdil (1860), sendo que, todos só foram publicados postumamente e não menos importante, embora esquecido, o poeta escreveu ainda em Coimbra um título realista chamado Memórias de Agapito Goiaba. Além do talento poético é evidente o talento erudito de Gonçalves Dias que o fez escrever para revistas e jornais, ensaios apenas encetados, folhetins, Dicionário da Língua Tupi e O Vocabulário da língua geral… usado no alto Amazonas.

Em 1862, o poeta retornou à Europa para fazer um tratamento de saúde. Como não obteve resultados, decidiu voltar ao Brasil. A viagem foi no navio Ville de Boulogne, que naufragou na costa brasileira em 3 de novembro de 1864. Todos se salvaram, menos Gonçalves Dias, que, debilitado, não conseguiu sair do seu camarote a tempo.

*Albertinho Sousa da Mota é bacharel em Direito e licenciado em Letras pela Universidade Federal do Maranhão; mestre em Ciências Jurídicas e doutorando em Ciências Jurídicas.


BORRALHOS, José Henrique de Paula.  A Athenas Equinocial: a fundação de um Maranhão no Império brasileiro. Tese (Doutorado) – Universidade Federal Fluminense, Departamento de História, 2009. 

D’ABBEVILE, Claude. História da missão dos padres capuchinos da Ilha do Maranhão e terras circunvizinhas. Belo Horizonte: Editora Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1975.

HERCULANO, Alexandre. Futuro literário de Portugal e do Brasil. Por ocasião da leitura dos Primeiros cantos: poesias do Sr. A. Gonçalves Dias. Revista Universal Lisbonense, Jornal de Interesses Físicos, Intelectuais e Morais, Lisboa, p. 5-8, 1847-1848. O texto encontra-se reproduzido em: Cadernos do Centro de Pesquisas Literárias da PUCRS, Porto Alegre, v. 1,
n. 2, p. 73-82, jun. 1995.

LOPES, Antônio. História da imprensa no Maranhão (1821-1925). Rio de Janeiro: Departamento de Imprensa Nacional, 1959, p.23.

MORAIS, Jomar. Apontamentos da Literatura Maranhense. São Luís: Sioge, 1977. 2ª edição.

VERÍSSIMO, José.. História da Literatura Brasileira.  Departamento Nacional do Livro, 1915.

Menina de 7 anos doou cabelo para banco de perucas, para ajudar na autoestima de vítimas do câncer.

Por Vitor Guerra
Allana vai ajudar na autoestima de pessoas que enfrentam o câncer. Que gesto incrível!
Educação e empatia vêm de berço, né? É isso que a história de Allana Maria, de 7 anos, mostra exatamente isso. A menina doou cabelo dela para um banco de perucas administrado pela Associação Madre Teresa, uma entidade que apoia a Unidade de Alta Complexidade em Oncologia do Hospital Marieta, em Itajaí, Santa Catarina.
Que gesto incrível! A menina foi apoiada pela sua avó, que a ensinou desde cedo, a palavra solidariedade! Sandra de Aguiar, matriarca da criança, ficou toda orgulhosa quando Allana topou a ideia!
O Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen mantém por intermédio da Associação Madre Teresa um banco de perucas e lenços como apoio para quem luta contra o câncer e outras doenças que causam queda de cabelo. “Quero ajudar quem precisa!”
Tão novinha, mas já com tanta consciência afetiva e social, esta é a Allana! A criança seguiu os conselhos de sua avó e resolveu ajudar o próximo. A matriarca afirmou que a menina já queria cortar o cabelo porque estava muito comprido.“Conversamos, falei sobre as pessoas que estão doentes, perderam os cabelos e precisam usar peruca, e que ela poderia doar o dela”, disse a avó.Não demorou muito para Allana embarcar na ótima ideia! A menina ficou super animada e foi com a avó em um salão mais próximo, cortaram o cabelo e fizeram a doação para a Associação Madre Teresa.
A menina ficou muito feliz! Ajudar o próximo! A menina de 7 anos doou o cabelo para o banco de perucas e ficou muito feliz em ajudar a quem precisava! “Eu tinha o cabelo até a cintura, então cortei para dar para quem está doente e perdeu o cabelo”, disse a menina que doou o cabelo. Fofura, né? Quem dera se todo mundo fosse assim! A avó da menina disse que Allana sempre foi ensinada desde criança a olhar para o outro e entender que há pessoas próximas que podemos ajudar, mesmo que com um simples gesto. Que avó incrível! No dia da doação Allana estava super orgulhosa. Ganhou até certificado da Associação Madre Teresa! Uma honraria concedida para poucos.
Fonte: https://www.sonoticiaboa.com.br/ e Foto: Reprodução/Darykumakola.

INDECISÃO DE UM PALHAÇO

Por Dulvanir Pestana Aguiar*
Já fui e nem dei conta
Apenas pano, algumas linhas
Quem sabe tinta não usada
Pelas mãos de um artista.
O que passou pela cabeça
De quem me idealizou,
O que queria preencher
Além do meu acolchoado?
Será pensou-me
Ser presente
Para alguém do coração
Ou apenas diversão
Para alguém que me comprasse?
Mas o tempo que uniu
Também traça outros caminhos
E nem sempre andamos juntos…
São comedias do acaso
Ou são dramas do destino
Que eu, simples palhaço,
Não consigo explicar?…
Me basta ser mimado,
Bem querido, abraçado,
Talvez dormir pertinho
De um sono inocente
De um rosto de criança
Ou de quem não sendo assim
Também goste de carinho,
De sonhos, de fazer rir
Tendo amor no coração!
* Dulvanir Pestana Aguiar, um ser humano especial, publicada no Facebook.

O APLAUSO

Por Tom Sales*

Certa feita fui tocar
Levantei o meu trompete
Assoprei tão delicado
Que nem suponha sonhar

Era num espaço bonito
Ambiente festejado
Entre os acordes tocados
Aos ouvintes escutados
Que por fim paralisados
Sem aplausos a soar

O aplauso não é buscado
Ele é o resultado
Do bem que gestou bem dado
Do fundo do coração
Que leva a comunhão
Entre a mensagem emitida
E ao ouvinte sentida
A transmutação da paixão

E o aplauso vibrante?
Que só pertence a quem dá
Que não enaltece o cantante
Mas tolas as ideias no ar
É o aplauso ideológico
Que destina sempre o óbvio
De seres tão inelógicos
Que nos faz ri e chorar

Tem o aplauso generoso
Por pura educação
Esmaga-se o que se pensa
Na palma de nossa mão
Prá não dizer o indizível
Pra evitar confusão

Mas o idiota aplaudido
Pensa que é para si
Infla o peito orgulhoso
Não ouve o riso maldoso
De quem dá ouro de tolo
Sem cometer nem um dolo
Deixando o bobo andar e tropeçar
Pensando ser venturoso
Não enxerga o quão pomposo
E seu ínfimo, Intalentoso
Que pena, chega a dar.

* Antônio Francisco de Sales Padilha é natural de São Bento/MA, Doutor em Música e Mestre em Direção Musical pela Universidade de Aveiro. Trompetista, Maestro, compositor e arranjador do Grupo Metal & Cia com dois CDs gravados – Interlúdio para uma Garota Bonita e Cidade do Sonhos. Diretor Musical da Orquestra de Sopro de São Luís – OSSL. Diretor e Arranjador da Big Show Band e Professor Associado da UFMA, membro da Academia Sambentuense de Artes e Letras, autor do livro Pietas e Labor.

O poder do sexto sentido – imaginação criadora

Por Ana Creusa

Segundo Napoleon Hill, o sexto sentido é a porção do subconsciente a que nos referimos como imaginação criadora (1). Para ele, a compreensão do sexto sentido só vem com o desenvolvimento mental interno.

No início da nossa vida escolar estudamos que o ser humano possui cinco sentidos: visão, audição, olfato, paladar e tato. Mais tarde, ouve-se falar que existe um sexto sentido invisível e imperceptível à primeira vista. A pergunta é inevitável: existe, ou não, esse tal sexto sentido?

Segundo Reinado José Lopes, o sexto sentido não só existe como é essencial – e pode levar às melhores decisões da vida (2).

Em seguida, é necessário que se entenda o que é o sexto sentido. Será ele é acessível a todos, ou é privilégio de alguns e qual a sua relação com a intuição?

 Para João Bidu (2), sexto sentido e intuição são a mesma coisa, é como uma voz guiadora que habita dentro de nós e sua essência está interligada com as emoções. Para ele, “estar em sintonia com o sexto sentido, é compreender que a razão não é dominante; há muito mais conhecimento escondido no coração e no espírito, apenas esperando o momento certo para florescer ou ser ouvida”.

Matéria intitulada “O Sexto Sentido: Intuição” veiculada no site britânico O BCcampus Open Education:

Segundo A história mostra que a intuição pode ser um fator muito importante na tomada de decisões. A intuição é a capacidade de saber algo sem qualquer prova. Às vezes é conhecido como “intuição”, “instinto” ou “sexto sentido”.

Por centenas de anos, a intuição teve uma má reputação entre os cientistas. Muitas vezes tem sido visto como inferior à razão . Mas hoje em dia, muitos pesquisadores veem a intuição como uma maneira de nosso cérebro pegar um atalho com base em nossas memórias e conhecimento. Assim como nossa capacidade de raciocinar, às vezes nossa intuição é precisa e às vezes não.

A verdade é que todos nós já tivemos momentos em que um “pressentimento” – seja bom ou ruim – que afeta nosso julgamento acerca dos fatos. E, embora muitas vezes descartado como besteira, esse “sexto sentido” pode ser provado cientificamente, segundo Amanda Hooton (4) e caracteriza-se por ser como uma voz guiadora que habita dentro de nós e sua essência está interligada com as emoções. São lampejos que passam pela mente, são os pressentimentos ou inspirações.

Quando ela é exteriorizada, o corpo sente uma sensação diferente, que pode causar desconforto ou euforia dependendo da situação.

Todos nós temos os tradicionais cinco sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato), a intuição ou sexto sentido seria uma sexta forma de “sentir” alguma coisa. Este é a integração dos cinco, os estados internos do organismo e da mente racional, todos voltados para nos dar informações valiosas. E assim, crucial para a intuição ser uma característica feminina ainda tem um nome e apelido: corpo caloso.

A intuição é, portanto, uma capacidade do cérebro de cruzar as informações dos dois hemisférios: o esquerdo, que é racional, e o direito, emocional.

A intuição não só existe como é essencial – e pode levar às melhores decisões da sua vida. A intuição também tem um poder de decodificar o que o outro está sentindo mais rapidamente que um piscar de olhos.

O Sexto sentido pode ser considerado como imaginação criadora. Uma forma singela de explicar o sexto sentido é que ele é a capacidade que o cérebro tem de realizar o cruzamento de informações dos dois hemisférios – o esquerdo, que é racional, e o direito, emocional. É corrente o entendimento que pessoas mais sentimentais podem desenvolver melhor o dom da intuição.

Segundo matéria divulgada pela Revista Super Interessante publicada em 30 de maio 2016, o sexto sentido “Não é esoterismo, é um fato científico: o sexto sentido existe e pode nos ajudar a tomar decisões melhores. Só que você tem de saber usar”. 

A intuição também tem um poder de decodificar o que o outro está sentindo mais rapidamente que um piscar de olhos. Ela é capaz de traduzir em segundos expressões faciais sutis, como uma sobrancelha ar…

Lucas Miranda (5) no artigo “As bruxas do passado e do presente” registra que:

O estudioso de mitologia e religião norte-americano Joseph Campbell (1904-1987) explica que, desde as épocas mais remotas da história, a mulher é vista como força mágica e misteriosa da natureza, e esse poder feminino acabou despertando uma das maiores preocupações do ser masculino: como quebrá-lo, controlá-lo e usá-lo para seus próprios fins.

Conhecimento que empodera e incomoda

Durante dez séculos de hegemonia do Cristianismo no Ocidente, a Igreja tolerou práticas consideradas ‘pagãs’ em toda a Europa, de modo que as crenças tradicionais de diversos povos permaneceram vivas e, em muitos casos, sincretizadas ao Catolicismo. Porém, no final do século 14 e meados do século 15, houve severa investida contra tudo que contrariasse os dogmas cristãos – e as mulheres sábias se tornaram um alvo preferencial da ira dos então chamados inquisidores.

As tensões já existentes entre masculino e feminino desaguaram em uma das mais terríveis turbulências sociais na Europa medieval. A caça às bruxas, como ficou conhecida, foi amparada por uma série de justificativas teóricas inventadas por padres em toda a Europa. O mais famoso guia para esse intento foi O martelo das feiticeiras (Malleus Maleficarum), primeiro manual inquisitorial endossado pelo papa, publicado em 1486. Nele, as ‘mulheres sábias’ deixavam de ser membros fundamentais da sociedade para serem entendidas como agentes de Satã na Terra. O livro defendia que a feitiçaria era resultado direto de um pacto com o demônio, era típica da mulher, de qualquer idade, pois ela seria ‘sexualmente insaciável’ e, por isso, mais frágil diante do diabo. Portanto, sua prática era maléfica por natureza.

Com esse movimento, a imagem das feiticeiras de autonomia e poder para influir na vida coletiva se transformou. O nascimento da Inquisição e o início da caça às bruxas, no século 14, impulsionaram uma nova narrativa sobre essas mulheres, muito diferente daquela que a comunidade havia estabelecido. A partir de então, a figura da ‘mulher sábia’ passou a ser substituída pela de uma agente das forças das profundezas que se reúne com suas semelhantes para praticar magia negra e adorar o diabo

“Acredito em intuições e inspirações. Às vezes, sinto que estou certo. Eu não sei se estou”, disse Albert Einstein à revista norte-americana Saturday Evening Post em 1929. Ele afirmou que era muito mais fácil confiar nessas intuições e verificá-las mais tarde do que descartá-las logo de saída. Essa, talvez seja a forma mais eficaz de observação do fenômeno do chamado sexto sentido.

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Referências

(1) HILL, Napoleon. Quem pensa enriquece. Ed. Fundamento. pág. 115.
(2) Reinado José Lopes é jornalista especializado em biologia e arqueologia, autor de vários livros, entre os quais “1499: O Brasil Antes de Cabral”.
(3) João Bidu é nome artístico de João Carlos de Almeida, é um astrólogo brasileiro. Bidu é considerado o principal nome da Astrologia no país.
(4) Amanda Hooton é uma jornalista e colunista australiana e escritora sênior do Good Weekend.
(5) Lucas Miranda é formado em Física e Ciências Exatas pela UFJF. Mestre em Divulgação Científica pela Unicamp. É colunista na revista Ciência Hoje

Violência contra a mulher: um crime a ser combatido

Por Milka de Oliveira Rezende

Violência contra a mulher é qualquer tipo de ação danosa física, sexual, psicológica, patrimonial ou moral cometida pelo fato de o alvo ser uma mulher.

“A violência contra a mulher é todo ato lesivo que resulte em dano físico, psicológico, sexual, patrimonial, que tenha por motivação principal o gênero, ou seja, é praticado contra mulheres expressamente pelo fato de serem mulheres.

A violência contra a mulher pode ser praticada no âmbito da vida privada em ações individuais, exemplos disso são:

o assédio
a violência doméstica
o estupro
o feminicídio
a violência obstétrica
No entanto, a violência contra a mulher também pode ser praticada como ação coletiva, é o caso, por exemplo, de políticas estatais de mutilação genital feminina ainda hoje praticada em alguns lugares. A ação coletiva de violência também pode ser praticada por organizações criminosas, como a rede de tráfico de mulheres para prostituição forçada.

Leia também: O que é feminismo?

Tópicos deste artigo
1 – História da violência contra a mulher
2 – Principais causas da violência contra a mulher
3 – Tipos de violência contra a mulher
4 – Violência contra a mulher no Brasil
5 – Consequências da violência contra a mulher
História da violência contra a mulher
A violência de gênero, não só enquanto ato físico, mas simbólico de desvalorização e subjugação social da mulher, é um fenômeno tão antigo quanto a própria humanidade. Embora se ouça falar de sociedades (lendárias ou não) que eram lideradas por mulheres, a ampla maioria das civilizações foi caracterizada por modelos de poder e liderança masculinos.

Na literatura feminista e mesmo na literatura das ciências sociais, esse fenômeno é definido nas inúmeras abordagens do conceito de patriarcado. Carole Patman (1988), por exemplo, apontou que o patriarcado é um sistema de poder parecido com o escravismo.

Isso porque no modelo social patriarcal não existe uma regulação pública sobre a esfera de vida privada, por isso, os desequilíbrios de poder no ambiente doméstico não são passíveis de normatização ou fiscalização pela esfera política. Isso permite que esse modelo seja inteiramente sujeito à vontade e ao arbítrio de quem possui o poderio econômico da esfera familiar, o senhor.

Exemplos de práticas do modelo patriarcal são a obrigatoriedade da mulher manter relações sexuais com seu marido a despeito da sua própria vontade, a “legítima defesa da honra masculina”, que por muito tempo foi legal e socialmente aceita.”

“No Brasil o patriarcalismo desenvolveu-se a partir da colonização. As grandes extensões de terra administradas por um chefe de família a quem se subordinavam todos, escravos e livres, que estivessem nos limites territoriais do seu domínio. O patriarca, grande proprietário de terras, chefiava uma família estendida, composta desde parentes consanguíneos até apadrinhados, e cada clã funcionava de forma autossuficiente e independente dos outros.

Nesse contexto, como aponta Nísia Floresta, as mulheres eram privadas do acesso à educação e à cidadania política. Além disso eram extremamente reprimidas em sua sexualidade, consideradas irracionais e incapazes, controladas em tudo.”

“Nesse contexto, como aponta Nísia Floresta, as mulheres eram privadas do acesso à educação e à cidadania política. Além disso eram extremamente reprimidas em sua sexualidade, consideradas irracionais e incapazes, controladas em tudo.

A educadora, intelectual e ativista Nísia Floresta (1810-1885) foi pioneira na defesa do acesso de mulheres brasileiras à educação formal.
O processo de urbanização transformou e ressignificou a dominação doméstica:

até 1827, mulheres não podiam frequentar escolas básicas;
até 1879, mulheres não podiam ingressar no Ensino Superior;
até 1932, mulheres não podiam votar;
até 1962, mulheres casadas precisavam de autorização do marido para viajar, abrir conta bancária, ter estabelecimento comercial, trabalhar e receber herança;
até 1983, mulheres eram impedidas de praticar esportes considerados masculinos, como o futebol.
A ampliação mais abrangente de direitos das mulheres no Brasil ocorreu somente com a Constituição de 1988.

A questão da violência doméstica passou a ser considerada de maneira mais consistente na esfera pública brasileira por meio da criação de conselhos, secretarias de governo, centros de defesa e políticas públicas específicas, já na década de 1980. A primeira Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher (DEAM) foi criada em 1985, em São Paulo, e a principal lei para prevenção e punição da violência doméstica é ainda mais recente, a Lei Maria da Penha, sancionada em 2006.

Veja também: O que é sororidade?

Principais causas da violência contra a mulher
A violência contra a mulher tem como origem a construção desigual do lugar das mulheres e dos homens nas mais diversas sociedades. Portanto, a desigualdade de gênero é a base de onde todas as formas de violência e privação contra mulheres estruturam-se, legitimam-se e perpetuam-se.

A desigualdade de gênero é uma relação de assimetria de poder em que os papéis sociais, o repertório de comportamentos, a liberdade sexual, as possibilidades de escolha de vida, as posições de liderança, a gama de escolhas profissionais são restringidas para o gênero feminino em comparação ao masculino.

As causas, portanto, são estruturais, históricas, político-institucionais e culturais. O papel da mulher foi por muito tempo limitado ao ambiente doméstico, que, por sua vez, era uma propriedade de domínio particular que não estava sujeita à mesma legislação dos ambientes públicos.

Sendo assim, a própria mulher era enxergada como uma propriedade particular, sem direito à vontade própria e sem direito à cidadania forjada nos espaços públicos, não à toa o sufrágio feminino e os direitos civis para mulheres são conquistas recentes em muitos países e ainda não completamente efetivadas em nenhum lugar do mundo.

As situações individuais e cotidianas, como sofrer assédio de rua, ter o comportamento vigiado e controlado, não poder usar certas roupas, ser alvo de ciúme, reprimir a própria sexualidade, são sintomas, e não causas, de violações mais dramáticas, como o estupro e o feminicídio.

A violência doméstica não é exclusivamente fruto de um infortúnio pessoal, de uma má escolha, de azar. Ela tem bases socioculturais mais profundas, inclusive as mulheres que rompem a barreira do silêncio e decidem denunciar ou buscar por justiça sentem com muito mais força a reação da estrutura de desigualdade de gênero no desencorajamento, na suspeita lançada sobre a vítima ao invés do agressor.

A causa estruturante, que é a desigualdade de gênero, é agravada por outros fatores que também potencializam a vulnerabilidade à violência, tais como a pobreza, a xenofobia e o racismo. Embora a violência de gênero atinja todas as mulheres, ela se combina com outros fatores e é sentida de maneira mais dura por mulheres pobres, refugiadas e negras.

Tipos de violência contra a mulher
De acordo com a tipificação da Lei Maria da Penha, Lei nº 11.340/2006, são cinco modalidades de violência contra a mulher:

Violência física: qualquer ação que ofenda a integridade ou saúde corporal.
Violência psicológica: qualquer ação que cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação, como:
– constrangimento

                        – humilhação

                        – ridicularização

                        – isolamento

                        – perseguição

                        – chantagem

                        – controle etc.

Violência sexual: qualquer ação que limite o exercício dos direitos sexuais ou reprodutivos, como:
– coação a presenciar ou participar de relação sexual indesejada

                        – impedimento do uso de método contraceptivo

                        – indução ao aborto ou à prostituição etc.

Violência patrimonial: qualquer ação que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de objetos, bens, recursos, documentos pessoais, instrumentos de trabalho etc.
Violência moral: qualquer ação que configure calúnia, injúria ou difamação.
Violência contra a mulher no Brasil
O Brasil tornou-se referência mundial com a Lei Maria da Penha, de 2006, que, além de propor penas mais duras para agressores, também estabelece medidas de proteção às mulheres e medidas educativas de prevenção com vistas a melhorar a relação entre homens e mulheres. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2018 foram aplicadas cerca de 400.000 medidas protetivas.

Os casos em que a medida protetiva é insuficiente para impedir o feminicídio são percentualmente pequenos, portanto, esse é um mecanismo eficaz de proteção a mulheres. Ainda de acordo com o CNJ, correm na Justiça brasileira mais de 1 milhão de processos relacionados à Lei Maria da Penha.

Maria da Penha sobreviveu a duas tentativas de feminicídio, ficou paraplégica e lutou 19 anos por justiça sem que seu agressor fosse punido. [1]
De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2018, a maioria das vítimas de feminicídio foram mulheres, negras, com baixa escolaridade e idade entre 30 e 39 anos, sendo que:

61% eram negras;
70,7% haviam cursado somente o Ensino Fundamental;
76,5% tinham entre 20 e 49 anos.
O panorama apresentado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública é alarmante:

1.206 feminicídios
263.067 casos de violência corporal dolosa
66.041 estupros
As três modalidades de violência contra a mulher são cometidas majoritariamente por homens próximos, da convivência familiar.

Lembre-se de que falamos dos casos notificados. Essas estatísticas significam que, a cada 7 horas, uma mulher é assassinada no Brasil, a cada 2 minutos, há um registro de lesão corporal. Ocorrem 180 estupros por dia no Brasil, mais da metade deles contra meninas menores de 13 anos.

O Atlas da Violência, de 2019, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), aponta que num intervalo de 10 anos, entre 2007 e 2017, o feminicídio praticado no Brasil aumentou 30,7%.

Outro levantamento feito pelo Instituto DataSenado, Pesquisa Nacional sobre Violência Doméstica e Familiar, revela uma tendência de mudança no perfil do agressor. Entre 2011 e 2019, a violência contra mulheres foi praticada em maior percentual pelo atual companheiro, porém, esse perfil demonstrou, nesse intervalo de tempo, uma inclinação à queda. Em 2011, 69% das agressões foram praticadas pelo atual companheiro, em 2019, esse percentual foi de 41%.

Já o número de agressões cometidas por ex-companheiros cresceu, em 2011, eles respondiam por 13% dos casos de violência doméstica, em 2019, eram 39%, tecnicamente empatados com o companheiro atual.

Acesse também: Minorias sociais – parcela marginalizada da população

Consequências da violência contra a mulher
A violência contra a mulher é uma das principais formas de violação de Direitos Humanos hoje no mundo. É um tipo de violência que pode acometer mulheres em diferentes clivagens etárias, econômicas, étnicas, geográficas etc. A ameaça iminente e mesmo potencial de sofrer essa forma de violência restringe as liberdades civis das mulheres e limita suas possibilidades de contribuição econômica, política e social para o desenvolvimento de suas comunidades.

A violência contra a mulher bem como todas as formas de violência sobrecarregam sistemas de saúde dos países. Mulheres que sofrem violência são mais propensas a necessitar de serviços de saúde do que mulheres que não sofrem violência, e, em caso de danos permanentes à integridade física e à saúde mental, elas necessitam de tratamento continuado.

Pesquisa realizada no âmbito da área da saúde aponta que entre as principais consequências sofridas pelas mulheres que passam por situação de violência, estão|1|: “sentimentos de aniquilação, tristeza, desânimo, solidão, estresse, baixa autoestima, incapacidade, impotência, ódio e inutilidade”. Entre as doenças que são desenvolvidas, estão:

obesidade
síndrome do pânico
gastrite
doenças inflamatórias e imunológicas
mutilações
fraturas e lesões
Mudanças comportamentais, como:

insegurança no trabalho
dificuldade de relacionamento familiar
dificuldades sexuais e obstétricas
desenvolvimento do hábito de fumar
maior propensão a acidentes
Portanto, as consequências da violência contra mulheres são multidimensionais e afetam desde o âmbito familiar até o mercado de trabalho e a saúde pública.

Nota

|1| NETTO, Leônidas de Albuquerque. MOURA, Maria Aparecida V. QUEIROZ, Ana Beatriz A. TYRRELL, Maria Antonieta R. BRAVO, María del Mar P. Violência contra a mulher e suas consequências.

Crédito da imagem Neusa  Cadore/Commons

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/

Dia de Luto Nacional pelas Vítimas de Violência Doméstica

No Brasil, o Dia de Luto Nacional pelas Vítimas de Violência Doméstica foi instituído pelo Decreto nº 8/2019 e comemoramos em 7 de março.

Artigo: Uma sociedade em carne viva

 (crédito: pacifico/CB/D.A)

Por Ana Dubeux

Violência Doméstica é caracterizada por uma realidade social intolerável e inadmissível, onde milhares de mulheres morrem.

A cada minuto, 14 mulheres são agredidas fisicamente no Brasil. Mais de sete milhões de vítimas apenas no ano passado. Aqui no Distrito Federal, nos primeiros 45 dias de 2023, foram seis casos de feminicídios. Na última semana, mais duas mortes se somaram a essa tragédia — os oito casos representam 42% do total de feminicídios de 2022, projetando um aumento surreal do crime para este ano.

Todas foram vítimas dos atuais ou dos ex-companheiros. Homens que não conseguem aceitar um término de relacionamento, como se as mulheres, seus corpos e suas vidas fossem uma propriedade privada deles. Ameaçam, perseguem, limitam, controlam, agridem e matam com uma naturalidade absurda, sem nenhum tipo de reflexão que possa sugerir o absurdo do ato de assassinar alguém. Eles simplesmente o fazem, espalhando os estilhaços de dor por toda parte.

É preciso parar! Não são apenas estatísticas. Além do sofrimento das famílias, do luto dos filhos e pais, os casos são a parte em carne viva, exposta e sanguinária, do machismo e do patriarcado. Isso tem um preço altíssimo também para as futuras gerações, uma vez que as mulheres são o braço que sustenta o trabalho de cuidado das famílias, dos idosos, dos parentes doentes.

Reflexão, ação, punição exemplar e, sobretudo, prevenção, com redes de apoio que de fato funcionem. O Correio promove na próxima terça, dia 7, o seminário intitulado Combate ao feminicídio: uma responsabilidade de todos, no auditório do jornal, das 14h30 às 18h30, como forma de contribuir para soluções. Ao final, será proposta a assinatura de uma carta-compromisso.

A governadora em exercício, Celina Leão, e a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, vão participar da abertura do evento. Também confirmaram presença a ministra do Superior Tribunal Militar (STM) Maria Elizabeth Rocha; a juíza do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) Rejane Jungbluth Suxberger; e a presidente da Comissão de Enfrentamento à Violência Doméstica contra a Mulher da OAB/DF, Cristina Tubino.

Estarão ainda no encontro Fabriziane Zapata, juíza do Núcleo da Judiciário da Mulher do TJDFT; Lia Zanotta Machado, antropóloga, professora emérita da UnB e doutora em Ciências Humanas; Valéria Brito, psicóloga da Coordenação de Atenção à Saúde do Servidor do Ministério da Saúde; Thiago Pierobom, da Promotoria de Violência Doméstica em Brasília e colaborador do Núcleo de Direitos Humanos do MPDFT; Jane Klebia do Nascimento, delegada e deputada distrital; Rose Rainha, superintendente do Sebrae/DF; Giselle Ferreira, secretária da Mulher do Distrito Federal; Daniela Teixeira, advogada e autora da Lei Federal no 13.363 de 2016; e Flávio Dino, ministro da Justiça e da Segurança Pública.

A proposta é extrair ideias, disseminar conhecimento, refletir sobre estratégias, pedir providências, entender que a violência contra a mulher é responsabilidade de todos — homens e mulheres, escolas, governos. O evento será transmitido nas redes do Correio. Participe! A sua presença e sua audiência são fundamentais para somar esforços nesta luta.

https://www.correiobraziliense.com.br/ e https://www.fashionbubbles.com/

O TIO BOBO (E a sua curta “pacença”)

Por Zé Carlos Gonçalves

Há dia, em que acordamos e “sintimos” que a terra distante nos acompanha e vem, forte, em cenas, que se multiplicam em um flashback confortador.

Hoje, estou assim. “Não me deixa em paz” a figura do tio Bobo e “suas filusufia”. E sou desta vez “tomado por um bom bate papo”, ocorrido “no seu Nana”, em um belo final de tarde, de uns longínquos e belos anos.

Após uma boa conversa, “caí na asneira de lhe perguntar” por um querido amigo, o qual havia muito não encontrava.

– Ó tio, o senhor tem notícias de Zé de Cota? Preciso falar com ele.
– O qui tu quê cum êli?
– Eu tenho um serviço para lhe oferecer.
– Tu só pôdi tá di miolo môli! Aquilo lá é um irresposávi, qui bêbi mais qui nóis tudo junto. Só anda meio troncho, cu’cu cheio de cachaça.
– É triste saber isso. Era meu amigo no Odorico Mendes. Não sabia que já não é mais o mesmo. Como que ele ficou assim?
– Rum, rum … Tu quê é abusá di minha pacença, qui é curta pra isso, ou tu tá é ti fazeno di besta? Logo cu’êssi?! Nunca trabaió. Vévi inté ôji na costa da velha mãi dêli. Êssa é ôta. Num é qui inté arranjô dois apusento cum __ di __. Tudo pur dibaxo dus pano.

E tu’inda quê é perdê tempo cum êssi otaro. Isquéci qui é um caso pirdido. Num é mais o mermo, ói?! Inté paréci! Si nunca foi. Aquilo é um poço di priguiça di dá dó. Ôstro dia mermo, v’êli na maiô cara de pau, na porta dum viriadô, só quereno dá uma ferrada nêli. Saiu foi di lá cuspino fogo, é! Seim nadinha. Êssis bicho qui num faiz uma graça pra pôbri. Nunquinha qui ajudo arguéim. Não é mais como nu tempo di Doutô di Memeco, Adelman, Ramundo Pinheiro, Dondona e Zé d’Arimatéa. É, ali, sim, ero gênti da gênti. Chego as casa dêlis vivio cheio. Agora, é cada um cuns casão. C’uns murão tamanho du mundo. O pôvu, rum, qui si lasque pra lá. Tão pouco si lixando.
– Calma, tio. Eles trabalham muito. Têm que ganhar bem.
– Deixa di lero, rapá. Tu tá é debochano cu’a minha cara, é?! Tu, istudado do jeito qui é, num vai caí im cunversa pra boi durmi. Ou vai?! Mais, boi di meu tempo, purque os boi di ôji tão muito é sabido. Só véve é na tevê. Tratado qui neim um rei.

Tu quê sabê duma coisa, é mió nóis vortá a cunversá, di pé n’ouvido, cum essa pinga du Tubajara. Êssis pulítico já tão tudo cum a vida ganha. E só vão aparecê mai pra frênti nais eleição. Irgá cachorrinho pidão. E o povo qui neim uns mané, só pegano sol i chuva, chuva i sol, trabaiano pr’êlis. Só mi rio di uns qui si mato pur êssis marfazejo.

Quero é vê é si tu inda tá na ativa e num veim mi fazê uma disfeita. Tu, né, é du Rosário e Pessoa, qu’eu sei. Mais, acho qui já num sei mais é di nada. Vocêis, né, adespois qui vai morá pra cidade, fico tudo é fresco e di istômbugo pôdi. É só bebê e bardeá irgazinho um discondenado.

Vamo, vamo, vira êssi quarto i num vai fazê a cara mais fêa qui êssa qui tu já teim!
Eita, tio Bobo sabido!

A Academia Perimiriense participou do IV Encontro das Academias do Maranhão

A Federação das Academias de Letras do Maranhão (FALMA) promoveu hoje (03/03/2023) o IV Encontro das Academias do Maranhão. A solenidade ocorreu no Auditório da Academia Maranhense de Letras (AML).

A presidente da FALMA, Jucey Santana, deu as boas-vindas aos acadêmicos e falou do objetivo do encontro que foi discutir as homenagens ao bicentenário de nascimento de Antônio Gonçalves Dias, cujo natalício ocorreu no dia 10 de agosto de 1823, por ser o poeta de maior relevância do Estado do Maranhão.

Como parte das homenagens foi apresentada uma Logomarca, Calendário de Evento e selo comemorativo, além de agendamento de vários eventos em todo o Estado do Maranhão.

Ana Creusa Creusa Martins dos Santos e Francisco Viegas Paz representaram a Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), ambos membros da Diretoria da entidade. Na oportunidade receberam um Certificado de participação.

Certificado da FALMA

Idoso se arruma todo dia para visitar esposa que perdeu a memória e vídeo viraliza

Por Vitor Guerras

Quem nunca ouviu aquela máxima de que o amor move montanhas e supera obstáculos? Um exemplo disso são os avós de Catalina, uma menina que viralizou no TikTok ao apresentar a belíssima história de amor entre seu vovô e a vovó. Junto há 59 anos, o casal compartilha vitórias, dores e muito amor. Não faltam histórias!

E ele faz um pedido especial para sua companheira. “Nunca pare de olhar para mim”, afirma emocionado.

Nos últimos 15 anos, a avó da menina sofre com a perda de memória, apagando lenta e gradualmente as lembranças. Mas o avô da garota, sempre apaixonado pela mulher, não desanima: jamais deixar de visitar a esposa e para tanto se arruma como na época em que eram namorados.

Catalina posta vídeos com frequência sobre a história de amor que une os avós Edgar Enrique, de 86 anos, e María Alicia, de 82. “Meu avô se arruma todas as manhãs para visitar minha avó no quarto. Ele tem 86 anos e ela 82. Eles estão casados há mais de 59 anos. A vida foi difícil para eles porque há mais de 15 anos minha avó adoeceu. Embora tenha perdido a memória, ela reconhece meu avô”, afirmou.

Amor rotineiro

O amor do avô de Catalina pela sua esposa é tão grande que o idoso arrumou um jeito de nunca ser esquecido pela companheira. Todos os dias de amanhã, antes de entrar no quarto para visitar sua amada, o vovô embeleza todo.

No vídeo compartilhado nas redes sociais pela neta, é possível ver o idoso penteando o cabelo frente a um espelho de mão.

A cena segue mostrando o encontro maravilhoso entre os dois e a avó de Catalina fica super feliz em ver seu parceiro com quem divide mais de 50 anos de vida. O avô ainda conta piadas e beija sua amada, enquanto ela ri e aceita os carinhos.

Para Catalina, a relação entre os dois é a mais pura definição de amor. “Se você me perguntar o que é o amor, minha resposta é: Olhe para os meus avós”, afirmou a jovem.

Amor

Eles moram em Buenos Aires, na Argentina. Encantada com o amor que une os avós, Catalina se derrete ao definir o sentimento.  “Se me perguntarem o que é o amor, direi ‘olha meus avós’, aquele olhar que diz tudo sem precisar dizer nada”, escreveu Catalina.

Edgar Enrique nasceu em Tandil, mas muito jovem se mudou para Buenos Aires para estudar Medicina, onde conheceu María Alicia, uma professora de jardim de infância. Eles logo se apaixonaram. “Eles se conheceram pela primeira vez através de amigos em comum sem querer”, disse Silvina, filha do casal, ao VíaPaís.

Após a aposentadoria de Edgar Enrique, os planos eram viajar. Mas tudo mudou com a doença de Maria Alícia.

“Quando papai se aposentou, eles pensaram que iam viajar de motorhome, barraca ou caminhão, mas naquele momento ele percebeu que minha mãe estava começando a ficar confusa, a memória dela estava começando a falhar”, disse Silvina.

Apaixonado pela mulher, Edgar adaptou sua vida com base na de María Alicia. “É a forma de agradecê-lo por tudo que fez por ele”, disse Silvina. “Ele cuida dela, não tem hora que ele não faz o que se vê no vídeo. Se ele for ao médico, ele volta e faz a rotina. Ele a tem como uma rainha: quando a mãe o vê, seu rosto se ilumina.

O amor também é cuidar. “O amor que eles têm um pelo outro é o mais normal do mundo porque eu cresci com isso. Sinto que as pessoas ficam desesperadas e é só paciência. Meu avô sempre foi contra levá-la para a casa de repouso, embora fosse o mais fácil, ele sempre foi contra e, graças a isso, acreditamos que minha avó ainda está conosco”, disse Catalina.

@katiuska.bg

El amor de ellos dos ???????? #amor #abuelostiktokers #abueloseternos #fypage #foryou #fyp #argentina #reallove #lovestory

♬ Repeat Until Death – Novo Amor

Fonte: https://www.sonoticiaboa.com.br/

Filmes para assistir sobre o assunto: Perda de memória: 10 filmes que retratam o tema de forma incrível (guiadasemana.com.br)