SAUDADES DA MINHA TERRA QUERIDA: OUTRA OUTRORA

Por Zé Carlos Gonçalves

Outrora,

na minha terra,

vinha o silencioso luar
namorar,
no apogeu do plenilúnio;

e

o riacho passeante,

em suas áridas entranhas,

enebriava-se com tamanha
pujança
mistérios
e
maravilhas;

e

as curacangas,

sedentas das batinas,

tornavam-se devoradoras
das almas,
sedentas dos pecados;

também,

o estio abrasante,
explodia prenhe
em todas os tons,
a colorir a fome

dos pássaros,
que “avoavam” os voos
leves e alegre

e

dos animais,
que tateavam as madrugadas,
pródigas em sementes!

Hoje,

na minha terra,

ainda,

há palmeiras,
que somem
na velocidade da ganância.

sumiram …

o curió
o azulão
o totoriá
a patativa
o “caboquinho”

… na gula das gaiolas.

o nambu
a jaçanã
a siricora
a marreca
a surulina
a japeçoca

… na gula das espingardas!

Paradoxalmente, restam

as “galças”,
desconfiadas das maldades
humanas,

e

os “arubus”,
fingindo-se ingênuos,
a dominarem a cidade!

[instagram-feed feed=2]

Deixe uma resposta