Outrora,
na minha terra,
vinha o silencioso luar
namorar,
no apogeu do plenilúnio;
e
o riacho passeante,
em suas áridas entranhas,
enebriava-se com tamanha
pujança
mistérios
e
maravilhas;
e
as curacangas,
sedentas das batinas,
tornavam-se devoradoras
das almas,
sedentas dos pecados;
também,
o estio abrasante,
explodia prenhe
em todas os tons,
a colorir a fome
dos pássaros,
que “avoavam” os voos
leves e alegre
e
dos animais,
que tateavam as madrugadas,
pródigas em sementes!
Hoje,
na minha terra,
ainda,
há palmeiras,
que somem
na velocidade da ganância.
sumiram …
o curió
o azulão
o totoriá
a patativa
o “caboquinho”
… na gula das gaiolas.
o nambu
a jaçanã
a siricora
a marreca
a surulina
a japeçoca
… na gula das espingardas!
Paradoxalmente, restam
as “galças”,
desconfiadas das maldades
humanas,
e
os “arubus”,
fingindo-se ingênuos,
a dominarem a cidade!