Por Zé Carlos
Após alguns pedidos, volto às crendices!
Certamente, há curiosos querendo saber a finalidade do chá do bico do pica-pau. Por mera curiosidade, ou, então …
Brincadeiras à parte, o tema é sério. Absurdamente fascinante!
E, por isso, se encontra tão “enraizado” em nossas trajetórias, as quais já “testemunharam”, por certo, algumas delas.
Quem “nunca ouviu falar” e/ou apelou ao vento (ventou, ventou, ventou), em uma sinfonia de assobios, como o último recurso, no afã de empinar as rebeldes pipa ou curica ou “arraia” ou papagaio, que teimavam em “subir pra baixo”?! Santa agonia e frustração!
Tal qual a chantagem, “mais sincera da vida”, a São Longuinho, sacramentada em três “pulinhos”, não tão santos, após “ficar no mato sem cachorro”!
Há, no entanto, quem ‘abusa da sorte”, radicaliza! Chega ao surreal! Então, vejamos: um “chá de côco seco”, para neutralizar o veneno de cobra, não é das melhores pedidas; bem como uma porção de “merda de vaca”, ainda verde, ou uma colher de café em pó, ou um chumaço de teias de aranha, visando à rápida cicatrização de “feridas”, idem.
Todavia, amenizemos. Pular as ondinhas, no réveillon, dá-nos a certeza das bênçãos de Iemanjá; assim como “salvar” a donzela aprisionada na “curacanga”, bastando apenas enfiar uma agulha virgem em um buraco feito na parede. Acabou-se o encanto!
Mas a campeã, em solucionar situações embaraçosas, é a cachaça, a pinga, a “marvada”. Uma dose enche-nos de coragem, aquece-nos, clareia-nos a vista, corta o catarro, traz-nos a lua, torna-nos poetas (…). Até o “sortudo” do santo é agraciado (com uma dose), quando há de nos guiar, “os bebuns”, em nossos trajetos, geralmente em linhas não tão certas, assim.
Agora, o que mais me intriga é ter ficado com esta aparência, um tanto quanto estranha, após ter passado boa parte da minha vida, escondido, atrás das portas, “chicleteando”, com avidez persistente, o insosso, porém milagroso, “cabilouro”!