Não me perco
dos meus.
Trago-os nas saudades,
que me assaltam
nas minhas orações
nos meus devaneios
no domingo, à tarde
na segunda-feira
no decorrer da tarde
no silêncio da noite!
saudades não tiram férias
nem
respeitam convenções!
saudade berram
no mais profundo silêncio
e no inconfundível cheiro
do perfume preferido
e na foto desbotada,
incorporada à parede
e na velha melodia,
cantarolada num
sussurro simples
e no sorriso livre,
liberto da maldade
e no dizer calado,
do fim da tarde
e na escápula muda,
do quarto vazio,
e na mesa posta,
com um prato
a menos
e no solitário aceno
sem resposta
e nas lágrimas amargas
do choro manso!
saudades
açoitam o corpo,
transido de tristeza,
para virem doer
no fundo d’alma;
e
acalentar
nas horas tristes!
saudades, também, abraçam
e
confortam
e
revivem lembranças!