Por Tom Sales*
Certa feita fui tocar
Levantei o meu trompete
Assoprei tão delicado
Que nem suponha sonhar
Era num espaço bonito
Ambiente festejado
Entre os acordes tocados
Aos ouvintes escutados
Que por fim paralisados
Sem aplausos a soar
O aplauso não é buscado
Ele é o resultado
Do bem que gestou bem dado
Do fundo do coração
Que leva a comunhão
Entre a mensagem emitida
E ao ouvinte sentida
A transmutação da paixão
E o aplauso vibrante?
Que só pertence a quem dá
Que não enaltece o cantante
Mas tolas as ideias no ar
É o aplauso ideológico
Que destina sempre o óbvio
De seres tão inelógicos
Que nos faz ri e chorar
Tem o aplauso generoso
Por pura educação
Esmaga-se o que se pensa
Na palma de nossa mão
Prá não dizer o indizível
Pra evitar confusão
Mas o idiota aplaudido
Pensa que é para si
Infla o peito orgulhoso
Não ouve o riso maldoso
De quem dá ouro de tolo
Sem cometer nem um dolo
Deixando o bobo andar e tropeçar
Pensando ser venturoso
Não enxerga o quão pomposo
E seu ínfimo, Intalentoso
Que pena, chega a dar.
* Antônio Francisco de Sales Padilha é natural de São Bento/MA, Doutor em Música e Mestre em Direção Musical pela Universidade de Aveiro. Trompetista, Maestro, compositor e arranjador do Grupo Metal & Cia com dois CDs gravados – Interlúdio para uma Garota Bonita e Cidade do Sonhos. Diretor Musical da Orquestra de Sopro de São Luís – OSSL. Diretor e Arranjador da Big Show Band e Professor Associado da UFMA, membro da Academia Sambentuense de Artes e Letras, autor do livro Pietas e Labor.