ENCONTRO DA BAIXADA MARANHENSE: Construção de uma Agenda Estratégica de Desenvolvimento

Aconteceu ontem (26/08/2025), no horário das 8:00 às 18:00h na sede do Sebrae/MA (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Maranhão) no Multicentro, localizado na Jerônimo de Albuquerque – Alto do Calhau em São Luís, para discutir e construir um Plano Estratégico de Desenvolvimento para a microrregião da Baixada Maranhense.

Lideranças se reúnem com o Sebrae para construir um Plano de Desenvolvimento da Baixada Maranhense para a próxima década.

O evento contou com a participação de representantes de mais de 20 municípios da microrregião da Baixada e Litoral Ocidental, onde as águas desenham o horizonte e a terra pulsa de histórias.

De início, o cantor e compositor Josias Sobrinho vocalizou duas músicas que refletem o êxodo dos baixadeiros de sua terra natal na buscar de novas oportunidades de trabalho e renda. A música “De Cajari pra Capital” foi acompanhada por todos. Na cabeça dos presentes passava um filme sobre suas viagens em deixam seus entes queridos em busca de oportunidades. Foi um momento de grande emoção!

O superintende do Sebrae, Albertino Leal, deu as boas-vindas aos baixadeiros, elogiando a iniciativa e colocando-se à disposição para dar continuidade à agenda de desenvolvimento da Baixada, uma área abençoada, mas que necessita de investimentos e desenvolvimento sustentável.

A gerente de Empreendedorismo Territorial, Hildenê Maria, discorreu sobre a importância de promover a colaboração entre diferentes atores: empreendedores, poder público e comunidade e que o Fórum da Baixada pode aproveitar o momento para fazer um excelente projeto.

Por parte do Fórum da Baixada, João Silveira comparou a parábola “Quem planta tâmaras, não colhe tâmaras!” ao planejamento da Baixada que está sendo gestado, uma vez que visa, especialmente, as gerações futuras.

João Martins foi chamado a “Traçar a Linda do Tempo”. Antes, porém, ele convocou o pastor Silveira para fazer uma Oração, a fim de pedir discernimento e bênçãos aos participantes. João Martins lembrou que o Fórum da Baixada foi instituído oficialmente em 2015 e que, de lá para cá, nunca parou e sempre contou com a parceria do Sebrae. Afirmou que o Fórum da Baixada tem em seu histórico muitas conquistas que foram registradas em uma Cartilha, produzida ainda na gestão do primeiro presidente, Flávio Braga.

Também usaram da palavra a gerente da Unidade de Negócios do Sebrae em Pinheiro, Rosa Amélia Borges e

O atual presidente do Fórum da Baixada, Expedito Moraes, discorreu que o pedido de ajuda ao Sebrae para elaborar um Plano, foi movido pelo sonho de prosperidade, educação de qualidade, acesso à saúde, produção sustentável, oportunidades de emprego e qualidade de vida. Expedito Moraes afirmou que esses sonhos ecoam nas conversas ao entardecer, nos encontros em praças, igrejas e centros comunitários, alimentando a esperança de que dias melhores não só são possíveis, mas necessários.

A necessidade de conversar, ouvir, planejar, identificar ações concretas que tragam desenvolvimento de verdade, capazes de atrair investimentos, fomentar a capacitação e valorizar o que a Baixada tem de melhor: sua cultura, sua natureza, sua gente. E para isso, cada voz importa e que o conhecimento técnico do Sebrae é fundamental para sistematizar as ideias e sonhos.

A facilitadora do Programa LIDER do Sebrae, Eulália Oliveira, reportando-se à música de Josias Sobrinho, “De Cajari pra Capital”, fez alusão à reunião chamando o encontro de “Da Capital pra Cajari”, comparando o momento como ação inversa, ou seja, levando conhecimento e benefícios por meio de baixadeiros que estão em São Luís para a Baixada.

Eulália apresentou a metodologia e programação de trabalho do Encontro da Baixada Maranhense, que se constituiu em dinâmica de grupo, oficinas, construção da agenda de desenvolvimento e considerações finais.

Na temática de dinâmica de grupos, considerando-se que o Fórum da Baixada completou 10 (dez) anos, fez-se a retrospectiva de dez anos e a perspectiva de futuro para o espaço de tempo.

Posteriormente, Eulália dividiu os presentes em dois grupos: um grupo exporia os pontos positivos e o outro os pontos negativos na Baixada durante dez anos passados.

Os principais pontos positivos nos últimos dez anos (2015 a 2024) foram:

  1. Criação do Fórum da Baixada em 2015;
  2. Lançamento do livro Ecos da Baixada;
  3. Implementação de IEMA e IFMA;
  4. Construção da ponte Central Bequimão;
  5. Início da construção da Barragem de Maria Rita;
  6. Estrada do Afoga;
  7. Desenvolvimento da piscicultura e apicultura;
  8. Fábrica de gelo;
  9. CBH – Pindaré;
  10. Lançamento de vários livros de baixadeiros;
  11. Construção da Estrada do Peixe;
  12. Atuação positivo do Guarás e Litoral;
  13. Expedições Expocapril;
  14. Realização de Diálogos Baixadeiros;
  15. Acompanhamento público e federal dos Diques da Baixada;
  16. Início da construção do Terminal Portuário do Anel Viário;
  17. Hospitais regionais e + IDH
  18. Expressão e premiação de alunos da Baixada;
  19. Existência de vários Blogs na Baixada;
  20. Criação de Academias na Baixada;
  21. Desenvolvimento do turismo;
  22. Início da Construção da Estrada Anajatuba – São João Batista e
  23. Infraestrutura portuária: Terminal da Ponta da Espera, entre outros.

 

Quanto aos pontos negativos nos últimos dez anos (2015 a 2024) foram:

  1. Estiagem;
  2. Fechamento de agências bancárias;
  3. Marés de sizígia – mortandade de peixes;
  4. Covid-19 com prejuízo econômico de atividades empresariais;
  5. Cercamentos dos campos;
  6. Casos de Hanseníase/Tuberculose;
  7. Avanço de facções criminosas;
  8. Guerra na Ucrânia afetou o preço do mel;
  9. Más condições da MA-014;
  10. Deficiência no transporte de Ferry Boat;
  11. Colapso das pontes;
  12. Violência urbana e rural;
  13. Inércia dos modelos de crescimento municipal;
  14. Presença de espécies predadoras nos rios e urina preta;
  15. Escassez de Mão de Obra;
  16. Falta de Macrozoneamento da Baixada;
  17. Falta de indicadores de produção agrícola;
  18. Rompimento dos meandros dos rios Pindaré e Mearim;
  19. Assoreamento dos rios e lagos e
  20. Salinização e carência de água potável.

 

Posteriormente, a facilitadora pediu que cada grupo escolhesse uma pessoa para fazer a apresentação e que o outro grupo poderia acrescentar mais itens.  Após a apresentação, todos se concentraram nos pontos positivos e negativos para os próximos dez anos (2025 a 2035).

Quanto aos pontos positivos para os próximos dez anos (2025 a 2035) foram:

  1. Plano de Ação para o desenvolvimento da Baixada;
  2. Diques da Baixada;
  3. Feira de livros;
  4. Feiras de agronegócios;
  5. Fiscalização ambiental eficiente;
  6. Fábrica de ração;
  7. Rodovia Transoceânica (Pará – Maranhão);
  8. Posto de Bombeiros em cada município;
  9. Programa de editoração de livros;
  10. Expandir produção de açaí;
  11. Inventário de Turismo da Baixada;
  12. Implantação de campo de pouso;
  13. Dessalinização de poços;
  14. Mais hospitais;
  15. Polo de Apicultura;
  16. Polo Piscicultura;
  17. Polo de Carcinicultura;
  18. Incentivo Associativo e Cooperativismo;
  19. Regularização fundiária de comunidades Quilombolas;
  20. Implantação da Ferrovia Alcântara para Sul;
  21. Ciência e Tecnologia nas escolas;
  22. Desassorear rios e lagos;
  23. Conclusão da travessia Anajatuba – São João Batista;
  24. Conclusão da Barragem Maria Rita;
  25. Programa de capacitação de jovens;
  26. Criação de Banda Municipais de Música;
  27. História e Geografia da Baixada nas Escolas;
  28. Disciplinamento da Bubalinocultura;
  29. Aplicação da Ciência na produção agrícola e
  30. Infraestrutura regional.

 

Também foram projetados pontos negativos para os próximos dez anos (2025 a 2035) que foram:

  1. Deficiência no transporte de Ferry Boat;
  2. Lago e rios assoreados;
  3. Ausência de gestão ambiental municipal;
  4. Continuação do cercamento dos campos naturais;
  5. Regularizações fundiárias deficientes;
  6. Invasão de água salgada nos campos;
  7. Não adaptação das mudanças climáticas;
  8. Aumento da criminalidade: facções e drogas;
  9. Deficiência no enfrentamento de doenças endêmicas;
  10. Falta de política de desenvolvimento;
  11. Falta de ações públicas durante décadas;
  12. Crise ambiental;
  13. Conflitos agrários – a Baixada lidera esses conflitos;
  14. Não comprometimento da classe política, empresarial e da sociedade com a agenda de desenvolvimento;
  15. Migração forçada;
  16. Ausência de macrozoneamento, pois a Baixada é área de preservação ambiental;
  17. Salinização dos campos das águas para produção de arroz e
  18. Falta de desenvolvimento econômico e infraestrutura.

 

Com esses dados, e focando-se nos pontos positivos para a década 2025-2035, a instrutora pediu que fossem destacados, a partir dos pontos positivos, as ações em urgentes, médio e logo prazo. A partir da marcação com postites dessas ações. Em seguida, os itens foram separados em três ações: 1) Negócios Rurais; 2) Infraestrutura e 3) Desenvolvimento Humano.

Desta feita, os participantes foram divididos nesses três grupos, a fim de construírem o Plano de Ação, com as premissas de: Ação, quem, quando e como, para alcançar um objetivo específico.

Novamente, cada grupo apresentou seu trabalho, levando os itens sugeridos pela instrutora que, de posse desses trabalhos, irá compilar os resultados em um documento técnico com a marca Sebrae!

Finalmente, o Fórum da Baixada agradece aos que compareceram ao evento, deram suas contribuições para formulação da Agenda Estratégica de Desenvolvimento, em especial ao Sebrae pelo conhecimento técnico, viabilizando a caminhada, a fim de promover um despertar aos habitantes da Baixada Maranhense e Litoral Ocidental para o desenvolvimento sustentável.

 

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