Discurso de posse de José Carlos na ATHEART (ACADEMIA ATHENIENSE DE LETRAS E ARTE)

Por Zé Carlos 

… venho filho das águas do velho e abençoado Pericumã. Venho ungido pelos campos verdes e pelo mais intenso azul, que abençoam a nossa querida Baixada.

… venho sustentado na sustança do angu com isca, da jabiraca seca e do chibé de leite.

… venho filho das famílias Pessoa e Do Rosário, que, mais do que o especial DNA, concretizaram em mim o hábito do diálogo, da responsabilidade, do respeito, do altruísmo, da paz e do amar.

… venho filho de José e de Maria, forjados em árdua lida, com o gritante e único intento de formar a sua prole, digna e professadora do bem.

… venho filho das tias, no sangue e no afeto, iluminado e abençoado por Maria do Socorro, Maria da Luz e Teresinha de Jesus.

… venho o reflexo, mais fiel e intenso, das mulheres da minha vida, que me formaram e me guiaram nos desafios do mundo; a se traduzirem nas lembranças eternas de minha avó Dedé e de minha mãe Zeca.

… venho caminhante firme, a me lançar nas veredas da vida, por ser aquinhoado com o porto seguro, mais seguro, a me ancorar nos sorrisos, nas verdades, nas certezas e nas saudades, que são os meus irmãos.

… venho companheiro e pai, a descobrir a força, a beleza e a magia de criar laços, novos e eternos, e de poder escrever a parte mais importante da história de minha jornada.

… venho mais leve e com o andar seguro, amparado no bem-querer dos meus tios, dos meus primos, dos meus sobrinhos, das minhas cunhadas; da minha mais nova família, a família Nefro; e nos gracejos, nas risadas e, até, nas lágrimas de cada amigo “amigo”.

… venho com os inesquecíveis Odorico Mendes (o Ovo Mole) e Colégio Pinheirense (o Cu de Pinto), os primeiros elos da minha caminhada, na vida escolar e intelectual, a serem a luz, que me guia na árdua e laboriosa luta por conhecimentos e por um viver digno e respeitável.

… venho no fogoso galope das bravias ondas, à procura de navegar outros, e muitos, desafios; e de me entregar, com intensidade, às letras; e de me tornar, definitivamente, nos mistérios das marés, das escadarias, das ladeiras e dos becos, Zé. Simplesmente, Zé!

… venho órfão e saudoso, a desbravar a Ilha, que sempre abraçou tantos filhos, deste imenso Maranhão, “famintos por saberes”.

… venho da área Itaqui Bacanga, velejando o Itapicuraíba, apregado às asas da ALEART, a adquirir e irradiar sabenças, sob as bênçãos e proteção do Anjo da Guarda.

… venho cativo das notas musicais de Lilah Lisboa, a minha patrona, a lhe “beber” a perspicácia feminina, a gana e a sabedoria, na busca por minha formação.

… venho adentrar esta magnânima Academia com a certeza de que estou entre intelectuais, que muito me ensinarão neste momento de minha caminhada; haja vista já ter sido presenteado com ensinamentos e vitais orientações, ao ter alguns de meus confrades como mestres, a exemplo de João Bentivi, Zefinha Bentivi, Hilmar Hortegal e Fernando Novais. E, nesta atmosfera, a ansiedade e a alegria invadem-me, por saber que passo a contar com a solidariedade e a sapiência de todos os demais membros desta importante instituição.

… venho vestido de boa vontade, de respeito, de afã por aprender, de orgulho por fazer parte desta egrégia Academia, a que, há muito, acompanho e admiro.

… venho, com toda minha humildade, pedir a Deus, que me oriente a ser um digno e produtivo “atheniense” nesta Casa.

… venho dizer a mais pura verdade: a Athenas Brasileira me tornou um baixadeiro ludovicense, cativo para todo o sempre.

 

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