Há dois dias, em uma fila de supermercado, vi um grupo de alunos radiantes. Animados ao extremo. Falastrões. Só sorrisos.
Também, me animei, ao lembrar de bons momentos, que vivi com os meus amigos, no ambiente escolar. Senti até o cheiro das minhas conversas no canto da praça, no fim da tarde, após uma maratona de aulas. Como se dizia “no meu tempo”, seis, “sem tirar de dentro”. E mais. “Sem choro e sem vela”.
Não quero ser desmancha prazeres, mas a verdade é que “a alegria de pobre dura pouco”. E a minha se diluiu, à medida que o papo avançou.
Naquela atmosfera de entusiasmo, comecei a entender o porquê de tamanha algaravia. E, mesmo sendo pecado jurar, juro que ouvi. E, definitivamente, me recusei a acreditar que a escola, que já apresentava sinal de falência, vem descendo a ladeira, feito um asteróide desgovernado, a não encontrar um freio de bom senso.
Acreditem. O cúmulo do absurdo. A escola não funcionou, porque não houve merenda. Eita inquestionável justificativa!
E, só aí, percebi que ali havia dois grupos de escolas distintas. Quando o outro grupo apontou a segunda justificativa de estar sem aula. O ar-condicionado quebrou! E, aí, como dizia minha avó, “babau”!
Babau, para a escola, que se transforma casa vez menos em centro irradiador de conhecimento. E se esquece da formação intelectual do cidadão.
Babau, para a escola, que se transforma em “mero restaurante” e em “refém de um arcom”!
Misericórdia, meu Santo Inácio de Loiola!