AS “VISITADORAS” DA ESCOLA (… e a FOBIA à escola)

Por esses dias, em uma fila de supermercado, “vi” uma conversinha, por demais interessante, de três meninas, sobre a volta às aulas. Até aí, tudo bem. Tudo normal. O excepcional é que a conversinha descambou para o particular interesse das mesmas, ao ir à escola.
Uma, entre “sorrisinhos sacaninhas”, descreveu, e empregarei o vocabulário delas, com toda fidelidade, “a bundinha absurda do teacher”, como “a coisa mais interessante” a se ter na volta às aulas. E, vejam só, já traçava planos de “mordiscar”, segundo ela, “aquela bundelícia!” Uau!
A outra se contorcia de ansiedade, e lamentava, e culpava o carnaval, por tão maldoso feriado, a vir atrapalhar a aproximação, que já estabelecia com “um pôdinho”, que, pelas “tatus”, lhe parecia ser “um elemento do ‘baralho”. Entenda por onde quiser ou por onde for possível imaginar. Misericórdia!
A outra outra se desfazia em olhares. Olhares, que reviraram que reviraram, ao falar da “tara”, que já alimentava por M________, “uma morena de olhos castanhos mel. Tão vivos, que me desnudam”. Falou, sim, senhor! E, mais. Falou de algumas estratégias, a serem usadas para “atrair ela pra minhas teia”. Que loucura! “Que interesse pela escola!”
Ouvi que ouvi. Ouvi tudo, “tintim por tintim”. Aí, né, cheguei a conclusão de que sou fruto de uma geração, que foi feliz por não conhecer o termo FOBIA. O mais perto que chegávamos disso foi FOBA. “Deixa de tua foba, rapá. Cumigo tu num pôdi!” E o máximo, que podia acontecer, era o uso das duas armas mais explosivas, que tínhamos.
A mais potente dinamite ou a mais devastadora granada. A CUSPIDA, na mão do adversário, ou o RETRATO DA MADRINHA, rabiscado, em riscos horríveis e disformes, no arenoso chão. E, a consequência, “a troca diuns supapos”, e, depois, só risadas. Hoje, a explosão é diferente. De verdade, é explosiva. E mortífera. Sem direito ao sentido conotativo. E, o pior, a palavra FOBIA domina a vida dos nossos jovens, tão perdidos, tão órfãos de pais vivos, tão tolos, como rebeldes. E, que se vangloriam, sem pudor, de serem adeptos da PROFESSORFOBIA, com exceção da citada aluna, uma quase antropófoga; e adeptos da ESCOLAFOBIA; e adeptos da ESTUDOFOBIA.
E, “para não perder a toada”, e a ironia, e fazer uma infame comparação, isso só me lembra um pinheirense, dos mais sábios, que não “aguentando” mais a chatice de “um chatíssimo cumpadinho”, metido a ser “besta, a sê u qui a folhina não marcava”, sempre que o encontrava, perguntava. “U qui tom dizeno da gênti pur aí”. E esperava um elogio, como sempre. Mas, desta vez, a resposta veio venenosa. Direta e certeira. “Qui nóis somo dois GRANDÍSSIMO, NOTABILÍSSIMO, BESTÍSSIMO!” Como dizia o primo Antônio Capilas, “justo e abotoado”. “O cabra procurou ‘foi’ o seu rumo” e passou a ignorar o compadre, “qui, infim, têvi sussego na vida”.
Ressalto que aqui são três “visitadoras” da escola, mas “é iscritinho!”
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